domingo, 19 de maio de 2013

Em posse no PSDB, Aécio chama governo Dilma de "fracasso" e elogia legado de FHC

Senador mineiro foi eleito presidente do PSDB em convenção realizada neste sábado (18.05)
    Paulo Mondego, do R7
Convenção do PSDB reuniu lideranças do partido neste sábado (18) em BrasíliaEd Ferreira/Estadão Conteúdo

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) usou seu discurso de posse na presidência do partido para criticar o governo do PT e afirmar que o legado deixado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ajudou o Brasil a chegar onde está hoje.
Aécio foi eleito na convenção nacional do PSDB realizada na manhã deste sábado (18), em Brasília. O mineiro obteve os votos de 521 dos 535 delegados que participaram do pleito.
— Se olharmos o que acontece com o Brasil, fica claro que os dois últimos anos foram de fracasso. Porque o governo Lula ainda se beneficiou do governo de FHC, mas os últimos tem sido de retrocessos. Vamos enfrentar um partido que se encastelou no estado e inverteu uma lógica, colocando o Estado a serviço de um partido e de seu projeto de poder.
O mineiro também defendeu as privatizações promovidas pelo governo de FHC. Nos últimos anos, os tucanos evitam defender publicamente as privatizações, especialmente nos períodos eleitorais.
— Garantimos a abertura da economia, com as privatizações.
O senador, num gesto de paz perante uma cúpula partidária que vive brigando, declarou que tem orgulho de ter como aliados FHC, o ex-governador de São Paulo, José Serra, e o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia.
— Que bom poder saber que não estarei sozinho nesta caminhada. Porque ela só fará sentido se estivermos juntos.  E me orgulho de ter ao meu lado o melhor time, a começar por Fernando Henrique.
O novo presidente tucano terminou seu discurso afirmando que seu partido "vai reescrever a história do Brasil".
— Nos aguardem e nos esperem porque vamos escrever uma nova página na história do Brasil.
Aécio Neves agora terá o desafio de pavimentar a estrada que poderá levá-lo ao Palácio do Planalto. O senador mineiro tem o apoio de grande parte dos tucanos e sua candidatura para dirigir o partido tem o respaldo de seu antecessor na presidência do PSDB, o deputado Sérgio Guerra (PE).
Novo diretório
Ao todo, 535 filiados com direito a voto participaram da votação da nova executiva nacional do PSDB. São senadores, deputados federais, delegados dos Estados e do Distrito Federal, além dos atuais membros do diretório.
Além do novo presidente, foram escolhidos 236 nomes para compor a nova direção tucana. O voto foi secreto e registrado em cédulas logo no início da convenção.
Editoria de Arte/Folhapress


BORDÃO
Embora não tenha falado no microfone, no discurso que Aécio preparou para a convenção e que foi distribuído à imprensa o tucano usou um bordão semelhante aos de alguns de seus eventuais adversários na disputa pelo Palácio do Planalto: "É possível fazer melhor".
O mote se parece com o "É possível fazer mais" do governador Eduardo Campos (PSB-PE), bordão também explorado por Dilma Rousseff nos programas de TV do PT com seu "É possível fazer cada vez mais".
Curiosamente, na disputa de 2010 o então candidato presidencial José Serra (PSDB-SP) estampava na sua campanha algo bem parecido: "O Brasil pode mais".

UNIDADE
De olho na unificação da legenda, Aécio elogiou tucanos que têm resistência à sua candidatura, como o ex-governador José Serra (PSDB-SP) e o atual governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
"É preciso dar atenção à proposta do governador Geraldo Alckmin que aumenta o tempo de internação para a ressocialização de menores que cometem crimes mais graves", afirmou.
Ao falar de Serra, disse que sua gestão no Ministério da Saúde o governo participava com 46% da saúde em todo o país, enquanto o percentual hoje é de 35%.
Aécio ainda criticou a relação do governo federal com o Congresso, especialmente a "submissão" dos aliados de Dilma ao Palácio do Planalto. "Para que uma base paquidérmica como essa, para não fazer absolutamente nada? Colocaram a Câmara e o Senado de cócoras, de joelhos, envergonhados."

Ao encerrar o discurso, o tucano disse que a unidade do PSDB será o "amálgama, o instrumento mais eficaz que temos para mostrar ao Brasil que nem tudo está perdido". Aécio deixou o salão principal da convenção nacional do PSDB, em Brasília, e foi ao encontro dos militantes da sigla --parte deles não conseguiu entrar no local devido à superlotação.
Fonte: R1 e Folha de S. Paulo

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