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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Rio Araçuaí agoniza. O povo sabe como salvar, mas governantes não.

Vale do Jequitinhonha sofre com escassez de água por falta de investimentos.

Sem as prometidas barragens que ajudariam a armazenar água ou medidas de proteção das nascentes, centenas de comunidades do Jequitinhonha ainda dependem de caminhões-pipa.

Foto: Blog do Banu-2012.Vale do Jequitinhonha sofre com escassez de água por falta de investimentos
Sem políticas de proteção efetivas, Rio Araçuaí, importante afluente do rio Jequitinhonha, corre o risco de secar.
Falta água. E, além da água, faltam ações efetivas para combater o agravamento da escassez de recursos hídricos no Vale do Jequitinhonha. Cursos d’água da região que já correram o ano inteiro hoje estão por um fio.

A cada ano, diminui o volume de córregos e pequenos rios, sem que nada – ou quase nada – seja investido em ações que poderiam salvá-los, como a proteção de nascentes.

Promessas de construção de barragens, que enfeitam os discursos políticos, viram pó. Para piorar, até iniciativas levadas adiante terminaram dando errado, provocando desperdício de recursos públicos. O resultado é um círculo vicioso: para matar a sede, centenas de comunidades rurais dependem de caminhões-pipa das prefeituras que também estão mal das pernas,  pela falta de recursos.Elas permanecem à mercê da ajuda dos governos estadual e federal, muitas vezes transformada em isca para angariar votos.

Audiências públicas realizadas pela Assembléia Legislativa produzem pouco ou praticamente nenhum efeito para mudar a situação de escassez de água no Jequitinhonha.
Audiências públicas realizadas pela Assembléia Legislativa produzem pouco ou praticamente nenhum efeito para mudar a situação de escassez de água no Jequitinhonha.
Esse foi o cenário relatado por representantes de municípios mineiros do Vale do Jequitinhonha que participaram, na quarta-feira (21/8/19), de Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)

Realizada na Comissão de Assuntos Municipais a pedido do vice-presidente, deputado Marquinho Lemos (PT), a reunião foi marcada, entre outros, pela exibição de video mostrando situações de seca e pela defesa da regulamentação, pelo Poder Executivo, da Lei Estadual 12.503, de 1997, conhecida como “Lei Piau”.

A lei cria o Programa Estadual de Conservação da Água, obrigando as concessionárias de serviços de abastecimento de água a investir, na proteção e na preservação ambiental da bacia hidrográfica em que ocorrer a exploração, no mínimo 0,5% de sua receita operacional ali apurada no exercício anterior ao do investimento. Um terço do montante será para reconstituição da vegetação ciliar ao longo dos cursos de água. E também um terço para preservação ou recuperação de nascentes.

Situação diferente estaria ocorrendo em mananciais do Vale, cujos municípios reivindicam, junto com o Norte de Minas, prioridade nas ações e programas de preservação e recuperação mencionados na audiência.

Deputados cobram investimentos
Ex-prefeito de Carbonita, o deputado Marquinho Lemos disse ser preciso chamar a atenção dos governantes e da sociedade para a situação das nascentes. Segundo o parlamentar, seu município deverá sofrer novamente a situação vivida entre 1997 e 1998, quando a Copasa transferiu a captação de água do córrego Curralinho, que secou, para o rio Soledade, um dos maiores da região, que agora também estaria secando. “Mesmo com essa experiência, a Copasa não se preocupou em fazer nada para recuperar nascentes”, disse o deputado.

A deputada Rosângela Reis (Pros), presidenta da comissão, classificou o cenário exposto como triste e preocupante. “Há anos a legislação aguarda regulamentação, enquanto a população está pagando um preço alto pela situação, com prejuízos também à saúde”, disse ela, mencionando problemas que estariam ocorrendo também no Vale do Aço.

Em Berilo, município de 12 mil habitantes, praticamente todos os córregos e pequenos rios estão secos. Segundo a prefeitura local, 3.500 famílias moradoras da zona rural têm que recorrer aos caminhões-pipa para obter água. Um cenário que poderia ter sido evitado por meio da construção, na década de 1990, de cinco pequenas barragens, nas comunidades de Água Limpa, Mamonas, Córrego do Bem-Querer e  Córrego do Buraco. Entretanto, somente a última tem alguma serventia hoje, acumulando água que é aproveitada para matar a sede de animais, ainda assim depois de passar por reforma, afirma a prefeitura.

Dependência de caminhões-pipa ainda é uma realidade no Vale do Jequitinhonha.
Dependência de caminhões-pipa ainda é uma realidade no Vale do Jequitinhonha.
Emergência
Implantados por meio do Programa Emergencial contra a Seca, coordenado pela Copasa, os barramentos foram assoreados pouco depois da conclusão das obras, devido a um suposto erro de projeto,  e hoje acumulam mais terra e areia do que água, conta o secretário de Obras e Desenvolvimento Rural e Urbano de Berilo, João Nelson Pinto. Segundo a prefeitura, as obras teriam sido construídas entre 1995 e 1998. Segundo nota da Copasa, os projetos foram feitos em parceria com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), que teria sido “responsável pela escolha dos locais e fiscalização das obras”.  A companhia afirma ainda que cabia aos municípios “a operação e a manutenção dessas barragens”.

Difícil acesso 
Uma delas foi feita na comunidade de Água Suja, em córrego de mesmo nome, a nove quilômetros da sede do município, em um local de difícil acesso. O agricultor Adão Fernandes Rodrigues, de 47 anos, que mora a 200 metros da barragem, conta que, na época da construção, percebeu o erro no projeto. “Eu disse que daquele jeito, sem deixar um vertedouro, a barragem iria se encher de terra e areia. Mas o engenheiro não quis me ouvir”, afirma Adão.

Como a obra praticamente nunca funcionou, mesmo morando perto da barragem, o agricultor, casado e pai de dois filhos, continua na dependência do caminhão-pipa da prefeitura, levado à comunidade somente a cada três meses. Nesse meio-tempo, os gastos são inevitáveis. Adão afirma que, às vezes,  para não ficar com sede, vai “até a rua” (área urbana) e compra água, pagando R$ 150 pelo caminhão-pipa de 7,5 mil litros.  

A situação piorou ainda mais nos últimos três anos, quando houve redução do volume de chuvas. Neste ano, segundo o Secretário de Obras de Berilo, João Nelson, a estiagem foi tão intensa que muitas das cisternas para a captação da chuva (com capacidade para 16 mil litros), instaladas nas casas da zona rural dentro de programa do governo federal já estavam praticamente vazias em março.

Moradores da zona rural do município passaram a usar as próprias cisternas para armazenar a água do caminhão-pipa da prefeitura. “A demanda é muito grande e a gente não consegue atender todo mundo. Alguns choram de alegria no dia que o caminhão-pipa chega às casas deles”, conta João Nelson.

Berilo – A água levada pelos caminhões-pipa a comunidades de Berilo é captada no Rio Araçuaí, que está com a vazão reduzida e ainda sofre com os efeitos da mineração.  Os moradores desse municípios calculam  que, no ritmo que se encontra e se nada for feito, o curso d’água vai secar de vez dentro de cinco a seis anos.

Há pelo menos oito anos se ouve falar na região,  de projetos de construção de barragens dos governos estadual e federal (Cemig e Furnas), nas localidades de Santa Rita, no município de Chapada do Norte, e de Funil, na divisa de Berilo e Virgem da Lapa. “O problema é que as barragens nunca saem do papel e o povo continua passando sede.

Fonte: Estado de Minas.

Opinião do Blog

O povo sabe como salvar, mas governantes não.

Mais uma Audiência Pública realizada para discutir a situação de míngua do rio Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, no nordeste de Minas. Nenhuma solução apresentada a não ser a velha lenga-lenga de grandes barragens que mais servem pra ganhos de grandes empreiteiras e alguma beirada para corruptos de ocasião ou de sempre. 

Pouco se discute que há uma grande floresta de eucalipto e a monocultura do café em volta das nascentes e parte alta do curso do rio que suga as águas das pequenas fontes que abastecem a fonte maior, o rio Araçuaí. Quem sustenta o Araçuaí continua sendo o seu principal afluente, o rio Itamarandiba, entre os municípios de Itamarandiba e Capelinha, correndo, mas cada vez mais com menos água. Está todo cercado por eucalipto. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itamarandiba já fez diversas denúncias de represamento sem outorga de diversos ribeirões que mantêm o rio Itamarandiba vivo. Como também dos usos e abusos de sua água para servir ao cultivo do eucalipto.

Soluções há, mas não dá lucro pras grandes empreiteiras, e exige paciência e tempo. 

O Movimento SOS Fanado é um grande exemplo de como salvar um rio em agonia. É uma microbacia do Araçuaí. Há mais de 10 anos, lideranças jovens, ambientalistas e agricultores vem procurando soluções para o rio Fanado que nasce em Angelândia, corta uma vastidão da monocultura do café e eucalipto, em Capelinha, passa em Turmalina, e deságua no rio Araçuaí, entre Minas Novas e Chapada do Norte, no Alto Jequitinhonha. O SOS Fanado tem feito cercamento de nascentes, terraços, curva de nível, barraginhas, ações de educação ambiental, intervenções culturais e ações políticas de cobranças aos gestores municipais e estaduais. Mais ainda: a própria população é quem comanda as ações. O Rio Fanado é um dos principais afluentes do rio Araçuaí. 

A Prefeitura de Angelândia, no Alto Jequitinhonha,  tem um programa municipal que procura segurar as águas das chuvas que se chama Enxurrada Zero. São ações simples com a participação ativa dos produtores, moradores, com orientações técnicas que vem contribuindo para segurar a água no solo e subsolo. É ali na nascente do Fanado a área de atuação criativa, de soluções simples, de resultados, sem grandes gastos financeiros.

Na nascente do rio Araçuaí, nos municípios de Rio Vermelho e Couto Magalhães de Minas, no Alto Jequitinhonha, a Fazenda Raiz, de propriedade do ambientalista Paulo Ribeiro, Secretário Municipal do Meio Ambiente de Montes Claros, aplica várias soluções para manter o rio Araçuaí vivo.

Essas ações, projetos e movimentos são pouco lembrados quando se discute a situação atual e o futuro do rio Araçuaí.

O povo sabe: não existe rio grande, riozão, sem os diversos riozinhos. E é aí que se encontram as pequenas e grandes soluções com envolvimento efetivo da população.

O povo sabe, há muito tempo, das soluções, mas os governantes não.

terça-feira, 11 de junho de 2019

Rio Araçuaí: Poluição e assoreamento afetam abastecimento

Órgãos públicos ouvem reivindicações de lideranças e moradores, inclusive sobre irregularidades em barragens do Estado.

Foto: ALMGPoluição e assoreamento do Rio Araçuaí afetam abastecimento
Audiência realizada na Assembléia Legislativa durou cerca de 5 horas.
Rio Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, tem registrado vazões críticas – quando é necessário impor restrições ao uso – com mais frequência nos últimos quatro anos. Esse período já é o pior dos últimos 20 anos. A água que resta ainda sofre com a descarga de esgoto, sobretudo dos municípios de Turmalina, Minas Novas, Francisco Badaró e Araçuaí. 
As informações são do Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam) e foram apresentadas em audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, realizada nesta quarta-feira (5/6/19), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Na reunião, foram discutidas também medidas para a revitalização do manancial. 
Lixo jogado nas margens do rio Araçuai, é outra ameaça.
Lixo jogado nas margens do rio Araçuai, é outra ameaça.
O Araçuaí abastece 23 municípios, com 290 mil pessoas, e é um dos principais afluentes do Jequitinhonha. Mas está “por um fio”, segundo o prefeito de Araçuaí, Armando Paixão. “Se a situação continuar a mesma, em três ou quatro anos não teremos água para beber”, alertou. De acordo com o prefeito, como a cidade está próximo à foz do rio, recebe água de péssima qualidade.
Sobrevivência
Em 2018, segundo Armando Paixão, a prefeitura gastou R$ 800 mil com caminhões-pipa para levar água à zona rural. Neste ano, deve gastar R$ 1 milhão. “É água para sobrevivência. O morador do campo não pode produzir e nem gerar renda com ela”, observou. Ele pediu a união de todos os órgãos para um trabalho de longo prazo em prol do rio.
Na fase de debates, Josias Gomes, membro do Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Araçuaí, acrescentou que nem mesmo a Copanor consegue limpar a água da barragem do Rio Setúbal, que abastece parte da região. A água, segundo ele, está sendo levada à zona rural de Araçuaí junto com sulfato de alumínio, para os próprios consumidores, sem experiência, fazerem a sedimentação.
O jornalista Sérgio Vasconcelos, da Gazeta de Araçuai, apresentou edição do jornal de novembro de 1997 cuja manchete já chamava a atenção para a poluição do Rio Araçuai. " Já se passaram 21 anos e nenhuma autoridade tomou providências para resolver esta grave situação", destacou o jornalista que solicitou estudos para saber sobre a possibilidade de esvaziar a Barragem do Setúbal, de forma a promover a limpeza da mesma. As águas da barragem estão aumentando a turbidez do rio do mesmo nome, que deságua no Araçuai. 
O prefeito de Berilo, Lázaro Neves, lembrou a tese de que a região se transformaria em deserto e salientou que o primeiro passo para isso, o desaparecimento das nascentes, já ocorre há muito tempo. “O Rio Araçuaí está na UTI. E, por tabela, morrem outros rios”, apelou também o Frei José Natalino Martins Jardim, pároco de Berilo e presidente da Caritas Diocesana. 
Audiência reuniu lideranças políticas e comunitárias da região banhada pelo Rio Araçuai
Audiência reuniu lideranças políticas e comunitárias da região banhada pelo Rio Araçuai
 CBH denuncia falta de licenciamento em barragens 
Barragem do Setúbal não tem licenciamento e está poluindo rio do mesmo nome que deságua no Araçuai
Barragem do Setúbal não tem licenciamento e está poluindo rio do mesmo nome que deságua no Araçuai
 As barragens dos Rios Setúbal e Calhauzinho, que impactam diretamente o Rio Araçuaí e são geridas pelo governo de Minas, não têm licença de operação. A denúncia é da presidente do CBH do Rio Araçuaí, Bruna de Souza Otoni. “O Estado não cumpriu nenhum dos programas de controle do plano ambiental da barragem e está ausente do comitê”, reforçou, apelando para a regularização.
Para a presidente, é preciso também regulamentar a preservação da Serra do Gavião, onde estão localizadas nascentes dos Rios Araçuaí e Jequitinhonha. Com o pisoteio e fogo no alto, não teremos água”, afirmou. Outro problema, segundo ela, é a monocultura de eucalipto, que chega a 150 mil hectares na bacia. “Há outorgas de águas para eles também”, pontuou.
Ocupações irregulares, com supressão de matas ciliares, falta de saneamento e de reuso da água, presença de lixões e aterros, além da mineração, foram outros problemas citados por Bruna. Ela também lamentou o sucateamento dos órgãos ambientais da União e do Estado, inclusive com contingenciamento de recursos para os comitês.
Prefeitos e vereadores de vários municípios estiveram na audiência. Na fase de debates, vários participantes reforçaram os problemas relacionados ao abastecimento de água no Vale do Jequitinhonha, como o pisoteamento de nascentes pelo gado, a monocultura de eucalipto, as grandes outorgas para uso de água e também os gargalos sociais gerados por essa situação.
Programas
Por outro lado, Igam e Copasa apresentaram projetos que podem beneficiar a região. Está em fase de consulta pública para priorização de áreas, por exemplo, o Somos Todos Água, do Igam, voltado para a recuperação dos cursos d’água com vistas à segurança hídrica e à diversidade. 
A Copasa/Copanor citou o Pró-mananciais, que investiu R$ 423 mil em cinco municípios da região. O programa faz replantio de nascentes, cercas e pequenas barragens, com educação ambiental de crianças. Outros R$ 22,5 milhões serão aportados no semiárido para projetos alternativos de oferta hídrica. Há, ainda investimento de R$ 10 milhões em Araçuaí para Estações de Tratamento. 
Para o vice-presidente da Copasa, Tadeu José de Mendonça, o grande desafio é o uso racional da água. Outros órgãos públicos também enviaram representantes, como a Emater, que tem experiência em construções de barraginhas e adequação ambiental de estradas vicinais e se dispôs a trabalhar na zona rural dos municípios. O Instituto Estadual de Florestas (IEF) também se colocou à disposição.
Deputado pede providências
Natural do Jequitinhonha, o deputado estadual Dr. Jean Freire (PT) enfatizou o descaso com a região. “Produzimos 90% do lítio brasileiro e mendigamos água”, comparou. Ele anunciou a formação da Frente Parlamentar do Semiárido Mineiro, que vai tratar da situação dos rios. “Não podemos discutir os grandes sem tratar dos pequenos”, salientou.
Fonte: ALMG

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Nascente do Rio Araçuaí vira Reserva do Patrimônio Natural

Fazenda Raiz em São Gonçalo do Rio Preto
e Couto Magalhães de Minas é transformada
em RPPN.


Nova Unidade de Conservação é de propriedade do 
ambientalista Paulo Ribeiro de Montes Claros. 
 O Instituto Estadual de Florestas (IEF) autorizou a criação da RPPN
Raiz, localizada no Bioma Cerrado, de propriedade de Paulo Ribeiro, situada 
na divisa entre os municípios de Couto de Magalhães de Minas e São Gonçalo 
do Rio Preto, no Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas.

A área possui cobertura vegetal bem conservada com um mosaico de diferentes 
ambientes naturais e notável valor paisagístico. Apresenta fitofisionomia de campos 
rupestres, com uma área de 452,9768 hectares. Além disso, a área faz divisa 
com o Parque Estadual do Rio Preto em sua porção sul, propiciando a formação 
de corredor ecológico. 
Possui diversas nascentes de córregos, cascatas, piscinas naturais além de 
outros atrativos capazes de estimular o uso público e educacional.
Para o Instituto Estadual de Florestas, a fazenda da Raiz atendeu todos os 
requisitos para ser transformar uma área em RPPN. 
"Somos pelo deferimento da área proposta como RPPN por sua 
representatividade, com grande potencial de formação de corredor ecológico 
com o Parque Estadual do Rio Preto além de proteger elementos da 
fauna e flora silvestres em caráter de perpetuidade", justificou o IEF .

O que é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN
A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma categoria de Unidade de 
Conservação particular criada em área privada, por ato voluntário do 
proprietário, em caráter perpétuo, instituída pelo poder público. 
Como depende da vontade do proprietário, é ele quem define o tamanho 
da área a ser instituída como RPPN.
Paulo Ribeiro recebeu o título de Reconhecimento de Reserva Particular de 
Patrimônio Natural.
Fonte: Luiz Carlos Gusmão, de Montes Claros, emcimadanoticia.com.br


Comentário do Blog:
Unidade de Conservação protege as nascentes do 
rio Araçuaí
Paulo Ribeiro, presidente da Fundação Darci Ribeiro e Secretário Municipal do Meio 
Ambiente de Montes Claros, teve uma atitude louvável ao tornar em Reserva Particular
de Patrimônio Natural, parte da Fazenda da Raiz, em uma área de 452,97 hectares,
cerca de 45% da área da propriedade. 

Na área, estão localizadas várias nascentes que dão origem ao Rio Araçuaí, entre
São Gonçalo do Rio Preto e Couto Magalhães de Minas.

Ao adquirir a propriedade, quase uma década atrás, Paulinho Ribeiro, como é 
conhecido, disse que iria ser um produtor de água. Compraria terras somente para 
preservar o líquido precioso. 

Podiam chamá-lo de louco - e alguns chamaram -, mas ele não mexeria no 
ecossistema das propriedades.
Área: 
16.280 km² - 24,76% do território da bacia do Rio Jequitinhonha

Número de Municípios:
23 (21 municípios com sede na bacia)

Municípios:
Angelândia, Araçuaí, Aricanduva, Berilo, Capelinha, Carbonita, Chapada do Norte, 
Felício dos Santos, Francisco Badaró, Itamarandiba, Jenipapo de Minas, 
José Gonçalves de Minas, Leme do Prado, Malacacheta, Minas Novas, 
Novo Cruzeiro, Rio Vermelho, São Gonçalo do Rio Preto, Senador Modestino 
Gonçalves, Setubinha, Turmalina, Veredinha, Virgem da Lapa.

População total (IBGE, 2010): 288.556 mil habitantes
  • Urbana = 153.871 mil      Rural = 134.685 mil
  • Densidade populacional: 18,5 hab./km² 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Araçuaí: Convênio Emater e Prefeitura garante recuperação ambiental do Córrego das Velhas



Presidente da Emater, Glênio Martins e prefeito de Araçuaí Armando Jardim Paixão, assinam convênio de recuperação da bacia do Córrego das Velhas.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e a Fundação Banco do Brasil assinaram nesta nesta segunda-feira (20/02/2017) um convênio que vai garantir a execução de um projeto-piloto de recuperação ambiental, em três sub-bacias hidrográficas do estado. A solenidade aconteceu, às 10h, na sede da empresa, na avenida Raja Gabaglia, 1626, bairro Gutierrez, em Belo Horizonte.



Auditório da Emater estava lotado com técnicos, assessores e representantes políticos de municípios do norte de Minas e Vale do Jequitinhonha.

O convênio, no valor total de R$ 380,5 mil, vai garantir R$ 259 mil da Fundação Banco do Brasil e a contrapartida de R$ 121 mil de horas técnicas da Emater-MG para a iniciativa. Os recursos serão investidos em um estudo ambiental que vai subsidiar algumas obras no Córrego da Velha, no município de Araçuaí (Vale do Jequitinhonha); na bacia do Rio Paracatu, em Brasília de Minas e no Córrego do Fumaça, em Porteirinha (Norte de Minas).

O trabalho será feito em parceria com as prefeituras dos municípios, banhados pelos rios. Para tanto, também será assinado nesta segunda-feira um termo de cooperação técnica, com os prefeitos, conforme explica o gerente de Divisão de Inovação e Tecnologia Ambiental da Emater-MG, João Carlos Guimarães. 
“Com as máquinas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que as prefeituras receberam, vamos executar obras como contenção de erosão, de barraginhas e readequação de estradas. As sub-bacias possuem uma área de drenagem muito extensa, vamos atuar nas partes mais críticas, dentro da área que está contida nesses três municípios”, pondera. 
O presidente da Emater-MG, Glenio Martins, destacou o trabalho feito com as três esferas para a recuperação das sub-bacias. “Estamos envolvendo União, Estado e municípios. Isso é muito importante. Os recursos, se somados, podem produzir grandes resultados. A expectativa é resolver alguns passivos ambientais e os problemas com a oferta de água”, destacou.
Córrego das Velhas é afluente do rio Gravatá que também está secando.
Córrego das Velhas é afluente do rio Gravatá que também está secando.
“Esperamos que este seja o pontapé inicial de um projeto bem grande para atender outros municípios de Minas. A Fundação sempre atua em tudo que ela considera sustentável, que apresente soluções para as comunidades. De 2006 para cá, a Fundação já aplicou R$ 160 milhões em Minas Gerais, em projetos deste tipo”, explicou o José Walter do Amaral, gerente de Mercado de Agronegócio do Banco do Brasil em Minas Gerais, representado a Fundação BB durante o evento.

Para o prefeito de Araçuaí, Armando Jardim Paixão, este projeto é de suma importância, uma vez que o Córrego das Velhas, assim como outros pequenos córregos do município vem secando a olhos vistos, levando também ao baixo volume de água do rio Araçuaí.
O deputado estadual Jean Freire pontuou a importância da água na vida das pessoas. Lembrou que os moradores do Vale do Jequitinhonha sabem conviver com a pouca água existente, sendo guerreiros da vida, principalmente as mulheres que têm uma ligação umbilical com a água. Lembrou que diversas pinturas e fotografias têm a imagem da mulher com a lata d´água na cabeça, mas isso não acontece com os homens. Destacou de extrema importância projetos piloto como este proposto pela EMATER com o fundamental apoio da Fundação Banco do Brasil.

 Zoneamento Ambiental Produtivo

Para desenvolver o projeto,  a Emater-MG vai aplicar a metodologia do Zoneamento Ambiental Produtivo (ZAP), que utiliza imagens de satélite, estudos de disponibilidade hídrica, mapa dos solos e paisagens existentes em cada sub-bacia para assim compor o diagnóstico delas.

Da esquerda para a direita: Glênio Martins, presidente da Emater; deputados estaduais Tadeu Martins(PMDB)  e Jean Freire (PT), e prefeito de Brasilia de Minas, Geelison Ferreira da Silva. Na fileira de trás, os prefeitos de Porteirinha, Silvanei Batista (PSB) e Amando Paixão Jardim, de Araçuaí.

“Essa é uma ferramenta de trabalho, desenvolvida pela Emater, para identificar áreas de fragilidade e potencialidades, seja no desenvolvimento da agricultura, como na proteção ambiental, recarga e outros aspectos”, explica o gerente de Divisão de Inovação e Tecnologia Ambiental da Emater-MG, João Carlos Guimarães
De acordo com o diretor Técnico da EMATER, para desenvolver o projeto, a empresa vai aplicar a metodologia do Zoneamento Ambiental Produtivo (ZAP), que utiliza imagens de satélite, estudos de disponibilidade hídrica, mapa dos solos e paisagens existentes em cada sub-bacia para assim compor o diagnóstico delas. 
“Essa é uma ferramenta de trabalho, desenvolvida pela Emater, para identificar áreas de fragilidade e potencialidades, seja no desenvolvimento da agricultura, como na proteção ambiental, recarga e outros aspectos”, explica. 
A solenidade de assinatura do convênio também contou com as presenças do secretário adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Amarildo Kalil, deputados estaduais Tadeu Martins(PMDB) e Cristiano Silveira (PT), deputado federal Reginaldo Lopes (PT), prefeita de Varzelândia, Valquíria Cardoso (PMDB), diretores e gerentes da Emater-MG.
Com informações da ASCOM da EMATER.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Cheias de afluente do rio Araçuaí destroem ponte na BR 367, em Berilo

Ribeirão das Gangorras chega valente, invade centro de José Gonçalves de Minas e destrói ponte na BR 367, em Berilo.

Toda a estrutura de madeira da ponte sobre o Ribeirão das Gangorras foi destruída pela força das águas. Está localizada a 5 km de Berilo, na  BR 367, na comunidade de Ribeirão.

As pancadas de chuvas que vem caindo de forma torrencial em algumas regiões do Vale do Jequitinhonha tem feito estragos de todas as formas.

Na madrugada desta quarta-feira, 27.01, o Ribeirão das Gangorras, afluente do rio Araçuaí, recebeu fortes chuvas na sua nascente, na região de Serraria, na confluência dos municípios de Leme do Prado, Chapada do Norte e José Gonçalves de Minas, no Médio Jequitinhonha.

Invadiu a cidade de José Gonçalves de Minas, destruiu o encabeçamento da ponte do Procópio, na estrada municipal entre Berilo e o distrito de Lelivéldia e levou a estrutura de madeira da ponte na Br 367, na comunidade de Ribeirão, a 5 km de Berilo.


Encheu muito e desceu seus cerca de 50 km de extensão arrastando tudo que tinha pela frente. Recebeu muita água que caiu nas comunidades rurais de José Gonçalves de Minas como Buritis e Farinha Seca, e de Berilo como o Portilho, Alegre, Vai Lavando, Cruzeiro, Ribeirão do Altar, Brejo, Bem Querer e Ribeirão.

Segundo Edmilson Vieira da Silva, vereador e morador da comunidade de Ribeirão, em Berilo, cuja residência fica a 100 metros da ponte sobre o Ribeirão das Gangorras, na BR 367, as águas vinham subindo, subindo. Ele recebeu um telefonema de amigo de José Gonçalves de Minas, por volta das 22 horas, para ficar prevenido, pois o ribeirão vinha valente.

Havia invadido todo o centro comercial de José Gonçalves de Minas, abaixo da ponte, com água e lama chegando a um metro de profundidade.

Edmilson relata que o nível do ribeirão deve ter subido em torno de 6 metros. Foi até a casa vizinha de seu pai, o agricultor e ex-vereador Císio Vieira da Silva. Verificou que a água já chegava ao chiqueiro e ameaçava a vida dos porcos que ali estavam. Chamou o pai, alertando-o.


Ponte de madeira destruída

Por volta da 01 hora da manha, as águas já cobriam a ponte em torno de 1,5 metros. Os moradores que assistiam temiam pela ponte que ainda resistia.
Mas, as águas foram mais fortes, levou toda a estrutura de madeira, da cobertura da ponte, deixando apenas os pilares de concreto. Essa correnteza de água durou até 3 horas da manhã, segundo Edmilson.

Exército promete ponte provisória

A manutenção da BR 367, no trecho entre Virgem da Lapa-Berilo-Chapada do Norte-Minas Novas, está sob cuidados do Departamento de Engenharia do Exército de Araguari, no Sul de Minas. 

O Tenente Bernard, Comandante do Grupo de Trabalho da BR 367, apresentou seu substituto, Comandante Igor. Este garantiu ao vereador Edmilson Vieira da Silva, que uma ponte metálica será colocada no lugar, até a construção de uma nova estrutura da ponte, mais alta, para não ser levada, em outra cheia, pelo valente Ribeirão das Gangorras.

Enquanto isso, o trânsito na BR 367, entre Berilo e Virgem da Lapa, estará sendo feito, dando a volta por Araçuaí. Ou então, fazendo baldeação, atravessando o Ribeirão, a pé, em local que dá vau.

Encabeçamento da ponte do Procópio, na comunidade do Ribeirão, foi destruída, impedindo o trânsito entre a cidade de Berilo e o distrito de Lelivéldia.

As águas passaram por cima da ponte do Procópio, também na comunidade de Ribeirão, destruindo o encabeçamento, tornando intransitável a passagem. Assim, o trânsito entre Berilo e Lelivéldia, por esta estrada municipal, tornou-se impossível.

Prefeitura reconstrói encabeçamento

A Prefeitura de Berilo faz intervenção no encabeçamento da ponte do Procópio, sobre o Ribeirão das Gangorras, para liberar o trânsito na estrada municipal. Estão sendo usadas máquinas, pneus e muita gente trabalhando. Ações se iniciaram, na tarde desta quarta-feira, 27.01.