Berilo ensaia teatro popular para encenar
paixão e crucificação de Cristo
A encenação da crucificação de Jesus Cristo,na sexta-feira da Paixão, é um dos maiores
espetáculos religiosos, que emociona uma multidão de fiéis.Acontece na Praça Dr. Antônio Carlos, no centro de Berilo, Médio Jequitinhonha, nordeste
de Minas.
sábado, 31 de março de 2012
Magnesita trará desenvolvimento para toda a região
Governo prevê investimentos de cerca de R$ 100 milhõesMAGNESITA EM ALMENARA-MG - INVESTIMENTOS ALAVANCAM REGIÃO |
Os técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais estão trabalhando na primeira etapa do processo de licenciamento de uma reserva significativa de grafita, mineral raro e valorizado no mundo, descoberta em Almenara, no Baixo Jequitinhonha, nordeste de Minas, pela Magnesita, fabricante mineira líder na produção de refratários na América do Sul, com unidades em oito países.
A exploração e o beneficiamento do material deverão consumir investimentos da ordem de R$ 100 milhões e gerar cerca de 300 empregos diretos, na expectativa do governo do estado. Insumo essencial na fabricação de tijolos e refratários para aço, a grafita já tem sido considerada um elemento estratégico da natureza, principalmente aos olhos dos chineses, maiores produtores no planeta, em razão de aplicações mais nobres como componente nas baterias de carros elétricos, nas indústrias de celulares, Ipads e computadores.
Para uma cidade que vive dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e da renda gerada na pecuária, o empreendimento é encarado como nova promessa de desenvolvimento de todo o Vale do Jequitinhonha e a região do Mucuri.
A prefeita de Almenara, Fabiane Ferraz, saiu satisfeita de uma audiência pública realizada na semana passada com representantes da Magnesita, e diz estar pronta para ajudar na qualificação da mão de obra local. “É um projeto enorme que abre a perspectiva de crescimento e a empresa se comprometeu a dar prioridade aos nossos trabalhadores”, afirma.
Em recente comunicado de resultados ao mercado financeiro, a companhia informou ter concluído a compra de terrenos para a etapa inicial do projeto. Estudos de prospecção do mineral conduzidos pela Magnesita indicam, ainda de acordo com a empresa, que as atuais reservas estimadas em 57 milhões de toneladas, podem ser bem maiores.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente informou, nessa segunda-feira, que o relatório da primeira vistoria dos técnicos na área deverá ficar pronto sexta-feira. A etapa seguinte envolve o pedido de informações complementares ao Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) já entregue pela companhia, para que o processo vá a julgamento, provavelmente em maio ou junho.
A exploração deverá começar em 2014, gerando mais de 1 mil empregos na cadeia de fornecedores de insumos e prestadores de serviços, na avaliação do secretário de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas, Gil Pereira.
“O projeto tem envergadura para promover o desenvolvimento da região, não só de Almenara”, afirma. Com 38,3 mil habitantes, a cidade apurou receita de R$ 40 milhões no ano passado.
Segundo o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), as reservas mundiais de grafita são pouco conhecidas, totalizando 131,4 milhões de toneladas, das quais 45,3% estão no Brasil.
As jazidas economicamente viáveis são encontradas, em especial, nos estados de Minas, Ceará e Bahia.
FONTE: FOLHA DOS VALES
SAMU -192 entra em operação em Minas Novas
Publicado no Blog do Jequi
O SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi
inaugurado no último sábado, dia 24.03.2012, em Minas Novas.
Posto do SAMU 192 em Minas Novas. Foto Dudu Pictures |
A previsão da inauguração era para 21 de dezembro do ano
passado, porém devido as chuvas, muitas obras não puderam
ficar prontas a tempo, além da indisponibilidade de médicos/
professores para ministrarem o treinamento durante aquele
período – explica a coordenadora.
Com o SAMU 192, o governo federal está reduzindo o número
de óbitos, o tempo de internação em hospitais e as seqüelas
decorrentes da falta de socorro precoce.
O serviço funciona 24 horas por dia com equipes de profissionais
de saúde, como médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem
e socorristas que atendem às urgências de natureza traumática,
clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da
O serviço funciona 24 horas por dia com equipes de profissionais
de saúde, como médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem
e socorristas que atendem às urgências de natureza traumática,
clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da
população.
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Regional de Saúde de Pedra Azul e Salto da Divisa reforçam ações contra a dengue
Regional de Saúde de Pedra Azul e Salto da Divisa reforçam
ações contra a dengue
Foram realizadas palestras nas escolas que mobilizaram tanto professores, quanto alunos
Allan Campos/SES-MG
Foram disponibilizadas duas bombas de Ultra Baixo Volume (UBV) de borrifação de inseticida
O Núcleo de Epidemiologia da Gerência Regional de Saúde de Pedra Azul e o município de Salto da Divisa realizaram, entre os dias 19 e 30 de março, um trabalho de promoção da saúde e prevenção ao mosquito da dengue. Foram realizadas palestras nas escolas que mobilizaram tanto professores, quanto alunos.
Para reforçar as ações de prevenção, a Regional de Saúde de Pedra Azul disponibilizou para o município duas bombas de Ultra Baixo Volume (UBV) de borrifação de inseticida. Já o município tem realizado o bloqueio dos quarteirões onde houve registros da doença, e disponibilizou 18 agentes comunitários de saúde e nove agentes de endemias para participarem das ações.
O coordenador de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde de Salto da Divisa, Rodrigo Souza, informou que para reforçar as ações de promoção à saúde, o município está aderindo ao projeto Saúde na Escola e que, com isso, o trabalho de mobilização dos alunos será intensificado.
“Os nossos agentes de saúde também estão focados e têm buscado realizar nas casas que visitam um importante trabalho de prevenção contra o mosquito. Como coordenador de endemias, tenho o dever de ajudar o meu município, o máximo possível, para evitar que mais pessoas adoeçam", disse.
Agência Minas
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Brasil tem a metade do salário médio do mundo
Salário médio mundial é de 2,7 mil reais e do Brasil é 1,4 mil
Salário médio mundial é R$ 2,7 mil,
segundo OIT
DENTRO DA LISTA DE 72 PAÍSES, O BRASIL ENCONTRA-SE NA 51ª POSIÇÃO, COM UM SALÁRIO MÉDIO DE US$ 778 (R$ 1,4 MIL)
Os R$ 2,7 mil mensais e R$ 32 mil anuais estão abaixo dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, onde a média salarial é de R$ 5,4 mil por mês e R$ 67 mil por ano
Brasília – Uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) definiu que o salário médio mundial é US$ 1.480 (R$ 2,7 mil). Trata-se de um valor aproximado, baseado em dados de 72 países, que não incluem algumas das nações mais pobres do mundo. Todos os números são ajustados para refletir variações no custo de vida de um país para outro e se referem apenas a trabalhadores assalariados e não a autônomos ou pessoas que vivem com a renda de benefícios sociais.
Dentro da lista de 72 países, o Brasil encontra-se na 51ª posição, com um salário médio de US$ 778 (R$ 1,4 mil). Os cinco primeiros lugares são ocupados por Luxemburgo, Noruega, Áustria, EUA e Reino Unido. Dentre os latino-americanos, Argentina (40), Chile (43) e Panamá (49) estão a frente do Brasil.
Os pesquisadores da OIT chegaram a este número, basicamente, dividindo o valor total da receita mundial, que está em US$ 70 trilhões (R$ 127 trilhões) por ano, pelo número de pessoas no planeta (7 bilhões). A média de rendimentos anuais estaria em cerca de US$ 10 mil (R$ 18 mil) por pessoa por ano.
Mas nem todos têm o mesmo salário e, dentre a população mundial, muitos estão fora da força de trabalho. Complexo, o cálculo do salário médio mundial tem sido parte de um projeto da OIT, que é ligada às Nações Unidas, e esta é a primeira vez que as cifras, que traz dados coletados em 2009, são divulgadas.
Publicado no Blog do Rudá Ricci, cientista político e professor da PUC Minas
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sexta-feira, 30 de março de 2012
Povo do Vale propõe fechar rodovia, cobrando asfalto na BR 367
“BR 367 : Eu quero asfalto” pega fogo na internet
Página no facebook já tem 500 participantes em dois dias
Fechar a ponte sobre o rio Jequitinhonha, em Itaobim, no
cruzamento da BR 367 com a BR 116, é a
proposta mais ousada para chamar a atenção do Brasil
Ponte sobre o rio Capivari, a 1 km da cidade de Chapada do Norte, no Médio Jequitinhonha. Protesto do povo do lugar, ironizando o perigo de morte em ponte de madeira.
Campanha de asfalto da BR 367 vem contaminando todo o povo
do Vale do Jequitinhonha conectado ao mundo digital. Em apenas dois dias, a página
do Facebook batizada no dia 28.03, quarta-feira, com o nome de “BR 367 : Eu quero asfalto” já tem a adesão de
500 internautas.
São registrados profundos debates sobre esta chaga que vem
corroendo e travando o desenvolvimento regional do Vale. A reivindicação é de
pavimentação dos trechos de Minas Novas-Chapada do Norte-Berilo- Virgem da Lapa,
de 63 quilômetros ,
no Médio Jequitinhonha; e de Almenara-Jacinto-Salto da Divisa-Itagimirim(BA),
com 62 quilômetros,no Baixo Jequitinhonha .
Os dois governos – estadual e federal – têm sido omissos e vem enrolando o povo da região.
Quando a rodovia esteve sob comando do governo estadual ele
nada fez. A não ser no governo Newton Cardoso, 1987-1990. O asfalto saiu de
Diamantina, passando por Couto Magalhães, cortando o chapadão, “a Definitiva”,
nos municípios de Diamantina, Carbonita, indo até as cidades de Turmalina, e
parando em Minas Novas.
Neste mesmo período, outro trecho foi asfaltado, entre
Itaobim-Jequitinhonha-Almenara.
O Governo Hélio Garcia (1991-1995) construiu pequeno trecho,
de 38 quilômetros ,
entre Virgem da Lapa e Araçuaí.
Estes trechos foram pavimentados com repasses do Governo Federal.
Por mais de 10 anos, nada foi feito.
De 2003-2006, o DER/MG ainda estava responsável pela
rodovia. Em 2003, com a intervenção do deputado federal Carlos Mota, o então Ministro dos Transportes, Anderson Adauto, esteve em Minas Novas, e garantiu a liberação de recursos do Governo Federal. Repassou ao DER-MG, que repassou à empreiteira Minas
Sul, dona do contrato, que realizou apenas 7 quilômetros entre Minas
Novas e Chapada do Norte.
Este contrato antigo, desde 1989, engoliu milhões de reais em dividendos
administrativos. A ponte sobre o rio
Fanado, na cidade de Minas Novas, sem o aterramento de suas extremidades, mostra
o descaso com a rodovia e região.
Os recursos liberados dariam para fazer cerca de 50 km de asfalto. Mas, apenas 7 foram realizados.
Ponte sobre o rio Fanado, em Minas Novas. Falta apenas o aterro nas cabeças da ponte para entrar em funcionamento. Construção concluída em 2006. Um retrato do desrespeito dos Governos com o Vale.
Houve uma confusão danada, com o governo federal cobrando do
estadual os investimentos na rodovia federal, dinheiro que havia sido repassado
ainda no governo de Itamar Franco (1999-2002), mas não aplicado. Itamar Franco
havia gasto os recursos pagando o 13º dos servidores, em 2002.
Depois da má administração dos recursos e o contrato da
Minas Sul, o DNIT pegou a BR de volta. Mas, no dia 05.05.2010, negociou com o DER
e assinou um Protocolo de cooperação técnica. O DER faria a administração da BR
367. Receberia R$ 7,2 milhões para abrir edital e pagar a elaboração do projeto,
além da publicação do edital de construção da obra.
Um ano depois, em abril de 2011, o DER não tinha andado um
metro. O DNIT pegou a BR 367 de volta. Mas, também nada fez até o momento. Fica
prometendo que o Edital será publicado no próximo mês.
Várias audiências já foram feitas com prefeitos e deputados,
no Ministério dos Transportes, em Brasília. Todo mês aparece um deputado ou
prefeito anunciando que desta vez vai. Mas, nunca sai, nem vem.
O resultado é buraqueira, pontes de madeira furando pneus e
causando os mais diversos tipos de acidentes. Na época das chuvas, é uma
lamaceira que ninguém consegue passar.
Passagem sobre o ribeirão de Gangorras, a 7 km da cidade de Berilo, no Médio Jequitinhonha.
O povo avisa: vai fechar a ponte em Itaobim
O povo avisa: vai fechar a ponte em Itaobim
Na internet, cidadãos de todo o Vale do Jequitinhonha,
morando na região ou não, mostram sua indignação, travando debates sobre as soluções para resolver tremendo
descaso. São publicados documentos, post, reportagens, fotos, desabafos, vídeos
e proposto soluções para a pavimentação desta importante BR que corta todo o
Vale do Jequitinhonha.
O povo quer resolver as coisas à sua maneira. Já está cansado de representantes políticos e técnicos fazerem jogos de cena e nada sai.
A proposta mais ousada é a de fechamento da ponte sobre o
rio Jequitinhonha, na BR 116 no entroncamento com a BR 367, na cidade de
Itaobim, no Médio Jequitinhonha.
A data já foi indicada. Na última semana de
julho, durante o 30º Festivale – Festival de Cultura Popular que se realizará
neste ano na cidade da manga.
Pretende-se chamar a atenção do Brasil, das autoridades, dos
nossos representantes políticos – que pouco tem nos representado -, do governo
federal e, principalmente, do povo do Jequitinhonha, mostrando que, sem luta,
nada virá de mão beijada.
Esta proposta já foi veiculada aqui neste Blog. Na página do
face book “BR 367 : Eu quero asfalto” foi registrada por Vilmar Oliveira, fotógrafo,
agente cultural e promotor de eventos, natural de Medina, e radicado em Belo Horizonte.
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Lula: Perder a voz seria a morte
A primeira entrevista de Lula após a recuperação
'Sem voz estaria morto', diz Lula em entrevista exclusiva
Grupo Folha
Um dia depois de ter anunciado o desaparecimento do tumor na laringe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista à Mônica Bergamo e Cláudia Colucci que teve mais medo de perder a voz do que de morrer com a doença.
"Se eu perdesse a voz, estaria morto", afirmou o ex-presidente, quase 16 quilos mais magro e com a voz um pouco mais rouca que o normal.
Sobre sua vida política, Lula disse que tentará evitar uma agenda "alucinada" e que vai procurar a senadora Marta Suplicy (PT-SP) para que ela entre na campanha do ex-ministro Fernando Haddad pela Prefeitura de São Paulo.
"Eu acho que ele vai surpreender muita gente. E desse negócio de surpreender muita gente eu sei. Muita gente dizia que a Dilma era um poste, que eu estava louco, que eu não entendia de política. Com o Fernando Haddad será a mesma coisa."
Folha - Como o sr. está?
Luiz Inácio Lula da Silva - O câncer está resolvido porque não existe mais aqui [aponta para a garganta]. Mas eu tenho que fazer tratamento por um tempo ainda. Tenho que manter a disciplina para evitar que aconteça alguma coisa. Aprendi que tanto quanto os médicos, tanto quanto as injeções, tanto quanto a quimioterapia, tanto quanto a radioterapia, a disciplina no tratamento, cumprir as normas que tem que cumprir, fazer as coisas corretamente, são condições básicas para a gente poder curar o câncer. Foi difícil abrir mão... Hoje é que eu tenho noção do que o Zé Alencar passou. [Fica com a voz embargada e os olhos marejados]. Eu, que convivi com ele tanto tempo, não tinha noção do que ele passou. A gente não sabe o que é pior, se a quimioterapia ou a radioterapia. Uns dizem que é a químio, outros que é a rádio. Para mim, os dois são um desastre. Um é uma bomba de Hiroshima e, o outro, eu nem sei que bomba é. Os dois são arrasadores.
Folha - O sr. teve medo?
Lula - A palavra correta não é medo. É um processo difícil de evitar, não tem uma única causa. As pessoas falam que é o cigarro [que causa a doença], falam que é um monte de coisa que dá, mas tá cheio de criancinha que nasce com câncer e não fuma. Qual é a palavra correta? A palavra correta... É uma doença que eu acho que é a mais delicada de todas. É avassaladora. Eu vim aqui com um tumor de 3 cm e de repente estava recebendo uma Hiroshima dentro de mim. [Em alguns momentos] Eu preferiria entrar em coma. Kalil [interrompendo] - Pelo amor de Deus, presidente! Em coma? Eu falei para o Kalil: eu preferiria me trancar num freezer como um carpaccio. Sabe como se faz carpaccio? Você pega o contrafilé, tira a gordura, enrola a carne, amarra o barbante e coloca o contrafilé no freezer e, quando ele está congelado, você corta e faz o carpaccio. A minha vontade era me trancar no freezer e ficar congelado até...
Folha - Sentia dor?
Náusea, náusea. A boca não suporta nada, nada, nada, nada. A gente ouvindo as pessoas [que passam por um tratamento contra o câncer] falarem não tem dimensão do que estão sentindo.
Folha - Teve medo de morrer?
Eu tinha mais preocupação de perder a voz do que de morrer. Se eu perdesse a voz, estaria morto. Tem gente que fala que não tem medo de morrer, mas eu tenho. Se eu souber que a morte está na China, eu vou para a Bolívia.
Folha - O sr. acredita que existe alguma coisa depois da morte?
Eu acredito. Eu acredito que entre a vida que a gente conhece [e a morte] há muita coisa que ainda não compreendemos. Sou um homem que acredita que existam outras coisas que determinam a passagem nossa pela Terra. Sou um homem que acredita, que tem muita fé.
Folha - Mesmo assim, teve um medo grande?
Medo, medo, eu vivo com medo. Eu sou um medroso. Não venha me dizer: 'Não tenha medo da morte'. Porque eu me quero vivo. Uma vez ouvi meu amigo [o escritor] Ariano Suassuna dizer que ele chama a morte de Caetana e que, quando vê a Caetana, ele corre dela. Eu não quero ver a Caetana nem...
Folha - Qual foi o pior momento neste processo?
Foi quando eu soube. Vim trazer a minha mulher para um exame e a Marisa e o Kalil armaram uma arapuca e me colocaram no tal de PET [aparelho que rastreia tumores]. Eu tinha passado pelo otorrino, o otorrino tinha visto a minha garganta inflamada. Eu já estava há 40 dias com a garganta inflamada e cada pessoa que eu encontrava me dava uma pastilha No Brasil, as pessoas têm o hábito de dar pastilha para a gente. Não tinha uma pessoa que eu encontrasse que não me desse uma pastilha: 'Essa aqui é boa, maravilhosa, essa é melhor'. Eu já tava cansado de chupar pastilha. No dia do meu aniversário, eu disse: 'Kalil, vou levar a Marisa para fazer uns exames'. E viemos para cá. O rapaz fez o exame, fez a endoscopia, disse que estava muito inflamada a minha garganta. Aí inventaram essa história de eu fazer o PET. Eu não queria fazer, eu não tinha nada, pô. Aí eu fui fazer depois de xingar muito o Kalil. Depois, fui para uma sala onde estava o Kalil e mais uns dez médicos. Eu senti um clima meio estranho. O Kalil estava com uma cara meio de chorar. Aí eu falei: 'Sabe de uma coisa? Vocês já foram na casa de alguém para comunicar a morte? Eu já fui. Então falem o que aconteceu, digam!' Aí me contaram que eu tinha um tumor. E eu disse: 'Então vamos tratar'.
Folha - Existia a possibilidade de operar o tumor, em vez de fazer o tratamento que o senhor fez.
Na realidade, isso nem foi discutido. Eles chegaram à conclusão de que tinha que fazer o que tinha que fazer para destruir o bicho [quimioterapia seguida de radioterapia], que era o mais certo. Eu disse: 'Vamos fazer'. O meu papel, então, a partir dessa decisão, era cumprir, era obedecer, me submeter a todos os caprichos que a medicina exigia. Porque eu sabia que era assim. Não pode vacilar. Você não pode [dizer]: 'Hoje eu não quero, não tô com vontade'.
Folha - O senhor rezava, buscou ajuda espiritual?
Eu rezo muito, eu rezo muito, independentemente de estar doente.
Folha - Fez alguma promessa?
Não.
Folha - Existia também uma informação de que o senhor procurou ajuda do médium João de Deus.
Eu não procurei porque não conhecia as pessoas, mas várias pessoas me procuraram e eu sou muito agradecido. Várias pessoas vieram aqui, ainda hoje há várias pessoas me procurando. E todas as que me procurarem eu vou atender, conversar, porque eu acho que isso ajuda.
Folha - E como será a vida do sr. a partir de agora? Vai seguir com suas palestras?
Eu não quero tomar nenhuma decisão maluca. Eu ainda estou com a garganta muito dolorida, não posso dizer que estou normal porque, para comer, ainda dói. Mas acho que entramos na fase em que, daqui a alguns dias, eu vou acordar e vou poder comer pão, sem fazer sopinha. Vou poder comer pão com aquela casca dura. Vai ser o dia! Eu vou tomando as decisões com o tempo. Uma coisa eu tenho a certeza: eu não farei a agenda que já fiz. Nunca mais eu irei fazer a agenda alucinante e maluca que eu fiz nesses dez meses desde que eu deixei o governo. O que eu trabalhei entre março e outubro de 2011... Nós visitamos 30 e poucos países. Eu não tenho mais vontade para isso, eu não vou fazer isso. Vou fazer menos coisas, com mais qualidade, participar das eleições de forma mais seletiva, ajudar a minha companheira Dilma [Rousseff] de forma mais seletiva, naquilo que ela entender que eu possa ajudar. Vou voltar mais tranquilo. O mundo não acaba na semana que vem.
Folha - Quando é que o senhor começa a participar da campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo?
Eu acho o Fernando Haddad o melhor candidato. São Paulo não pode continuar na mesmice de tantas e tantas décadas. Eu acho que ele vai surpreender muita gente. E desse negócio de surpreender muita gente eu sei. Muita gente dizia que a Dilma era um poste, que eu estava louco, que eu não entendia de política. Com o Fernando Haddad será a mesma coisa.
Folha - O senhor vai pedir à senadora Marta Suplicy para entrar na campanha dele também?
Eu acho que a Marta é uma militante política, ela está na campanha.
Folha - Tem falado com ela?
Falei com ela faz uns 15 dias. Ela me ligou para saber da saúde. Eu disse que, quando eu sarar, a gente vai conversar um monte.
Folha - E em 2014? O senhor volta a disputar a Presidência?
Para mim não tem 2014, 2018, 2022. Deixa eu contar uma coisa para vocês: eu acabei de deixar a Presidência da República, tem apenas um ano e quatro meses que eu deixei a Presidência. Poucos brasileiros tiveram a sorte de passar pela Presidência da forma exitosa com que eu passei. E repetir o que eu fiz não será tarefa fácil. Eu sempre terei como adversário eu mesmo. Para que é que eu vou procurar sarna para me coçar se eu posso ajudar outras pessoas, posso trabalhar para outras pessoas? E depois é o seguinte: você precisa esperar o tempo passar. Essas coisas você não decide agora. Um belo dia você não quer uma coisa, de repente se apresenta uma chance, você participa. Mas a minha vontade agora é ajudar a minha companheira a ser a melhor presidenta, a trabalhar a reeleição dela. Eu digo sempre o seguinte: a Dilma só não será candidata à reeleição se ela não quiser. É direito dela, constitucional, de ser candidata a presidente da República. E eu terei imenso prazer de ser cabo eleitoral.
Diamantina: CVT faz profissionalização em comunidades rurais
Centro Vocacional Tecnológico de Diamantina profissionaliza comunidades rurais
Ação busca capacitar moradores da zona rural da cidade a trabalharem com produtos alimentícios característicos da região
No mês de março, o laboratório de turismo e artesanato do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) de Diamantina realizou o curso de quitandas para a Comunidade do Vau, subdistrito da cidade. A capacitação faz parte do Programa Turismo em Comunidade Rural (PTCR), desenvolvido pelo CVT em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas (Emater) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
O evento foi o segundo realizado na região, que, no final de 2011, recebeu a oficina de doces cristalizados, compotas e geleias. Para o coordenador de laboratório do CVT de Diamantina, Luciano Amador, as capacitações visam a instruir os moradores de comunidades rurais em atividades que possibilitem o desenvolvimento do processo turístico na região, gerando trabalho e renda. Com esse pensamento, o CVT, junto com a Emater, tem trabalhado para a formação do grupo de produção na comunidade. “Já criamos até o protótipo da etiqueta de identificação dos produtos que serão produzidos pela comunidade rural, batizados de Delícias Reais”, destacou Amador.
Ainda este ano, projetam-se oficinas de artesanato e picles, com a ampliação dos cursos junto ao Senar/MG, para as outras comunidades participantes do PTCR.
O CVT de Diamantina é uma unidade da Rede CVT Mineira, projeto estruturador do Governo de Minas, coordenado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), por meio da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Inovação. O objetivo é ampliar a capacitação local e regional, combater a exclusão digital e social, gerar emprego e renda, promover a inovação, e contribuir para a melhoria de vida da população. Para isso, três frentes de trabalho estão em atuação: alfabetização digital, inovação e formação e aperfeiçoamento profissional.
A rede conta com 571 unidades interligadas em banda larga, representadas por 84 CVTs e 487 telecentros, e 4,5 mil microcomputadores conectados, colocando Minas Gerais como um dos estados a possuir um dos maiores programas de inclusão digital e social do país.
O projeto alcança mais de 360 municípios e soma mais de 500 mil cidadãos certificados em cursos presenciais e a distância, além de um milhão de pessoas beneficiadas com o acesso à internet.
Já foram investidos, em sua estrutura, mais de R$ 130 milhões, recursos provenientes do Governo de Minas e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio de emendas parlamentares.
Centro Vocacional Tecnológico de Diamantina
Praça Doutor Prado, Nº 99 – Centro | Diamantina/MG - (38) 3531 6834
Agência Minas
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quinta-feira, 29 de março de 2012
Operação especial de fiscalização tem foco em mineração e desmatamento
Operação especial de fiscalização tem foco em mineração e desmatamento
Começou nessa segunda-feira (26.03) a operação especial de fiscalização Alto Rio das Velhas, com foco em atividades minerárias e pontos de supressão vegetal identificados ao longo da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas.
De 26 a 30 de março, técnicos da Subsecretaria de Controle e Fiscalização Ambiental (Sucfis) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), com apoio operacional da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG), fiscalizarão empreendimentos nos municípios de Caeté, Sabará, Nova Lima, Itabirito e Ouro Preto.
“O objetivo da operação é coibir irregularidades em atividades minerarias, principalmente no que se refere aos sistemas de controle como a emissão de particulados e o lançamento de efluentes”, disse o diretor de fiscalização de recursos hídricos atmosféricos e do solo da Semad, Marcelo da Fonseca.
Por meio de sobrevoo anterior à operação foram identificados focos de supressão vegetal e atividades minerarias, bem como processo de assoreamento em alguns corpos d´água. Durante toda a semana, cinco equipes formadas por técnicos e policiais militares percorrerão 29 pontos considerados prioritários durante o planejamento da operação. Além dos sistemas de controle, serão observados também se os empreendimentos estão atuando dentro dos padrões ambientais e se estão devidamente regularizados.
Fonte: Agência Minas
Comentário:
O Governo sempre tem atividades como esta na região Central de Minas. Mas, na região do Jequitinhonha não se tem notícia.
Uma draga está no rio Araçuaí, no município de Berilo, no Médio Jequitinhonha, no nordeste de Minas, desde outubro de 2011, dizendo-se fazer pesquisa, mas a população desconfia de exploração de ouro, com o uso de mercúrio.
Várias explorações minerais se encontram ilegalmente em outros municípios da microrregião, mas os órgãos fiscalizadores do Estado fazem vista grossa. Quando tiver um desastre ambiental de grande impacto eles aparecem. Aí, pode ser tarde demais, com o sacrifício de muitas vidas.
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