terça-feira, 14 de maio de 2013

14ª Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha na UFMG teve 77 artesãos participantes



Feira envolveu 45 associações de 24 municípios do Vale


Diário do JequiBoletim Informativo do Polo Jequitinhonha

A UFMG Campus Pampulha sediou de 6 a 11 de maio a 14ª Feira do Artesanato do Vale do Jequitinhonha. O evento reuniu 77 artesãos, de 45 associações, oriundas de 24 municípios do Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais. A coordenadora do evento, Terezinha Furiatti avaliou positivamente a Feira: "O retorno que tivemos dos artesãos é de que a Feira foi muito boa e de que eles venderam bem. O retorno que tivemos do público, é de que este ano a Feira estava mais bonita, os trabalhos estavam com uma qualidade melhor e mais criativos. E a experiência da troca dos artesãos com os alunos de graduação das Escolas de Belas Artes e de Teatro, nas oficinas, também foi extremamente positiva." 
A Feira é uma realização do Programa Saberes Plurais em Conexão, vinculado ao Programa de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, da Pró-Reitoria de Extensão da UFMG. O Programa possui dois eixos de atuação, os projetos Artesanato Cooperativo e Cartografias Culturais Transmidiáticas. O Saberes Plurais é responsável pela produção dos DVDs sobre os mestres artesãos do Vale do Jequitinhonha e pelo Museu Virtual, apresentados durante a Feira.

Para ver a cobertura completa da Feira visite o site do polo.


Dois mestres artesãos do Vale do Jequitinhonha foram homenageados durante a Feira: Lira Marques, de Araçuaí, ceramista conhecida por suas máscaras de barro e por suas pesquisas sobre etnias, e Antônio Luiz de Matos, de Minas Novas, tamborzeiro.
Lira agradeceu muito a homenagem e se disse honrada ao ser chamada de Mestra. “Quando recebi a carta e vi que estavam me chamando de Mestra e me convidando para esta homenagem eu ri demais, mas era de alegria mesmo, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido pra mim”, afirmou a ceramista durante a homenagem. Já Antônio de Bastião, como é conhecido, fez questão de agradecer o esforço dos idealizadores da Feira: “Parabéns a esse povo que foi lá pros lados de Minas Novas me buscá pra tá aqui”.
 
Oficinas com os mestres artesãos


 
Os mestres artesãos ministraram algumas oficinas durante a Feira para alunos das Escolas de Belas Artes e de Teatro da UFMG, possibilitando, assim, a troca de conhecimento entre os mestres e a comunidade acadêmica. O mestre Antônio ministrou oficina de fabricação de tambores e falou sobre sua história e sobre a realidade do Vale para os alunos. A mestra Lira ensinou sobre cerâmica e compartilhou muitas das cantigas e danças do Vale que ela recolheu e categorizou em pesquisas junto ao Frei Chico, padre de origem holandesa que reside no Brasil desde 1967, e desenvolve trabalho no Vale.

Banda de Taquara de Santiago-Quilombo



Uma das apresentações culturais da Feira foi a Banda de Taquara de Santiago-Quilombo, formada por moradores de comunidades dos municípios de Minas Novas e Angelândia, no Vale do Jequitinhonha. O grupo existe há muitas décadas e sempre toca em festas tradicionais da região. A plateia pode conferir músicas instrumentais executadas com tambores, canudos (espécie de flauta), sanfona, entre outros instrumentos. A banda é uma das grandes representações da cultura popular da região do Jequitinhonha.


Cantigas e rodas de dança



As cantigas e as rodas de dança mais tradicionais do Vale do Jequitinhonha foram apresentadas pelo Coral Trovadores do Vale, que se apresentou sob a direção do fundador do grupo, frei Francisco Van Der Poel, conhecido como Frei Chico. Segundo ele, o coral “canta o domínio público de sua própria região”. Os Trovadores do Vale surgiram em 1970, no município de Araçuaí, nordeste de Minas, com a proposta de valorizar o cotidiano, os costumes e as riquezas da cultura popular do Vale. O repertório do grupo inclui músicas religiosas, como cantos de excelência, penitência, louvor de anjos e benditos e danças de roda. As músicas são acompanhadas por sanfona, rabeca, viola, tamborzão, roncador, pirraça, pandeiro e caixa, além de sapateado de pés descalços.


Do canto ao (en)canto



O grupo Do canto ao (en)canto, formado por cinco artistas que também são professores e pesquisadores, foi um dos destaques da Feira. Durante a apresentação, foram contadas duas histórias, acompanhadas pelo som produzido por meio de instrumentos não tão usuais: garrafas, latas, canos, entre outros. O grupo fez a plateia dançar “Periquito Maracanã” e convidou os mestres homenageados Lira Marques e Antônio de Bastião, cantora e tamborzeiro, respectivamente, para apresentar a música “Peneirei fubá”, uma das canções mais conhecidas do Vale do Jequitinhonha.

Fé, cultura e tradição



Folia de Reis de Turmalina trouxe para a Feira de Artesanato prosa, versos e orações ao misturar, misturando fé e cultura ao relembrar a caminhada dos três reis magos em visita ao menino Jesus, na gruta de Belém. A tradição da Folia de Reis acontece todos os anos entre os dias 24 de dezembro e 6 de janeiro.

Exposição Fotográfica



Uma das atrações da Feira foi o estande com as fotografias da exposição Vale: vida, de Lori Figueró. O artista, nascido em Diamantina, retrata em suas imagens o cotidiano e as tradições do povo do Vale do Jequitinhonha por meio de fotografias de rezadores, parteiras e grupos culturais. Esta é uma forma de valorizar e resgatar a memória da cultura local. Além deste trabalho, Figueró também produz vídeos documentários na região do Médio Jequitinhonha e faz parte da organização da ONG Centro de Cultura Memorial do Vale.

 FonteCoordenadoria de Comunicação, Cultura e Meio Ambiente da Pró-Reitoria de Extensão da UFMG

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