Feira envolveu 45 associações de 24 municípios do Vale
A UFMG Campus Pampulha sediou de 6 a 11 de maio a 14ª Feira do Artesanato do Vale do Jequitinhonha. O evento reuniu 77 artesãos, de 45 associações, oriundas de 24 municípios do Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais. A coordenadora do evento, Terezinha Furiatti avaliou positivamente a Feira: "O retorno que tivemos dos artesãos é de que a Feira foi muito boa e de que eles venderam bem. O retorno que tivemos do público, é de que este ano a Feira estava mais bonita, os trabalhos estavam com uma qualidade melhor e mais criativos. E a experiência da troca dos artesãos com os alunos de graduação das Escolas de Belas Artes e de Teatro, nas oficinas, também foi extremamente positiva."
A Feira é uma realização do Programa Saberes Plurais em Conexão, vinculado ao Programa de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, da Pró-Reitoria de Extensão da UFMG. O Programa possui dois eixos de atuação, os projetos Artesanato Cooperativo e Cartografias Culturais Transmidiáticas. O Saberes Plurais é responsável pela produção dos DVDs sobre os mestres artesãos do Vale do Jequitinhonha e pelo Museu Virtual, apresentados durante a Feira.
Para ver a cobertura completa da Feira visite o site do polo.
Dois mestres artesãos do Vale do Jequitinhonha foram homenageados durante a Feira: Lira Marques, de Araçuaí, ceramista conhecida por suas máscaras de barro e por suas pesquisas sobre etnias, e Antônio Luiz de Matos, de Minas Novas, tamborzeiro.
Lira agradeceu muito a homenagem e se disse honrada ao ser chamada de Mestra. “Quando recebi a carta e vi que estavam me chamando de Mestra e me convidando para esta homenagem eu ri demais, mas era de alegria mesmo, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido pra mim”, afirmou a ceramista durante a homenagem. Já Antônio de Bastião, como é conhecido, fez questão de agradecer o esforço dos idealizadores da Feira: “Parabéns a esse povo que foi lá pros lados de Minas Novas me buscá pra tá aqui”.
Oficinas com os mestres artesãos
Os mestres artesãos ministraram algumas oficinas durante a Feira para alunos das Escolas de Belas Artes e de Teatro da UFMG, possibilitando, assim, a troca de conhecimento entre os mestres e a comunidade acadêmica. O mestre Antônio ministrou oficina de fabricação de tambores e falou sobre sua história e sobre a realidade do Vale para os alunos. A mestra Lira ensinou sobre cerâmica e compartilhou muitas das cantigas e danças do Vale que ela recolheu e categorizou em pesquisas junto ao Frei Chico, padre de origem holandesa que reside no Brasil desde 1967, e desenvolve trabalho no Vale.
Banda de Taquara de Santiago-Quilombo
Uma das apresentações culturais da Feira foi a Banda de Taquara de Santiago-Quilombo, formada por moradores de comunidades dos municípios de Minas Novas e Angelândia, no Vale do Jequitinhonha. O grupo existe há muitas décadas e sempre toca em festas tradicionais da região. A plateia pode conferir músicas instrumentais executadas com tambores, canudos (espécie de flauta), sanfona, entre outros instrumentos. A banda é uma das grandes representações da cultura popular da região do Jequitinhonha.
Cantigas e rodas de dança
As cantigas e as rodas de dança mais tradicionais do Vale do Jequitinhonha foram apresentadas pelo Coral Trovadores do Vale, que se apresentou sob a direção do fundador do grupo, frei Francisco Van Der Poel, conhecido como Frei Chico. Segundo ele, o coral “canta o domínio público de sua própria região”. Os Trovadores do Vale surgiram em 1970, no município de Araçuaí, nordeste de Minas, com a proposta de valorizar o cotidiano, os costumes e as riquezas da cultura popular do Vale. O repertório do grupo inclui músicas religiosas, como cantos de excelência, penitência, louvor de anjos e benditos e danças de roda. As músicas são acompanhadas por sanfona, rabeca, viola, tamborzão, roncador, pirraça, pandeiro e caixa, além de sapateado de pés descalços.
Do canto ao (en)canto
O grupo Do canto ao (en)canto, formado por cinco artistas que também são professores e pesquisadores, foi um dos destaques da Feira. Durante a apresentação, foram contadas duas histórias, acompanhadas pelo som produzido por meio de instrumentos não tão usuais: garrafas, latas, canos, entre outros. O grupo fez a plateia dançar “Periquito Maracanã” e convidou os mestres homenageados Lira Marques e Antônio de Bastião, cantora e tamborzeiro, respectivamente, para apresentar a música “Peneirei fubá”, uma das canções mais conhecidas do Vale do Jequitinhonha.
Fé, cultura e tradição
A Folia de Reis de Turmalina trouxe para a Feira de Artesanato prosa, versos e orações ao misturar, misturando fé e cultura ao relembrar a caminhada dos três reis magos em visita ao menino Jesus, na gruta de Belém. A tradição da Folia de Reis acontece todos os anos entre os dias 24 de dezembro e 6 de janeiro.
Exposição Fotográfica
Uma das atrações da Feira foi o estande com as fotografias da exposição Vale: vida, de Lori Figueró. O artista, nascido em Diamantina, retrata em suas imagens o cotidiano e as tradições do povo do Vale do Jequitinhonha por meio de fotografias de rezadores, parteiras e grupos culturais. Esta é uma forma de valorizar e resgatar a memória da cultura local. Além deste trabalho, Figueró também produz vídeos documentários na região do Médio Jequitinhonha e faz parte da organização da ONG Centro de Cultura Memorial do Vale.
Banda de Taquara de Santiago-Quilombo
Uma das apresentações culturais da Feira foi a Banda de Taquara de Santiago-Quilombo, formada por moradores de comunidades dos municípios de Minas Novas e Angelândia, no Vale do Jequitinhonha. O grupo existe há muitas décadas e sempre toca em festas tradicionais da região. A plateia pode conferir músicas instrumentais executadas com tambores, canudos (espécie de flauta), sanfona, entre outros instrumentos. A banda é uma das grandes representações da cultura popular da região do Jequitinhonha.
Cantigas e rodas de dança
As cantigas e as rodas de dança mais tradicionais do Vale do Jequitinhonha foram apresentadas pelo Coral Trovadores do Vale, que se apresentou sob a direção do fundador do grupo, frei Francisco Van Der Poel, conhecido como Frei Chico. Segundo ele, o coral “canta o domínio público de sua própria região”. Os Trovadores do Vale surgiram em 1970, no município de Araçuaí, nordeste de Minas, com a proposta de valorizar o cotidiano, os costumes e as riquezas da cultura popular do Vale. O repertório do grupo inclui músicas religiosas, como cantos de excelência, penitência, louvor de anjos e benditos e danças de roda. As músicas são acompanhadas por sanfona, rabeca, viola, tamborzão, roncador, pirraça, pandeiro e caixa, além de sapateado de pés descalços.
Do canto ao (en)canto
O grupo Do canto ao (en)canto, formado por cinco artistas que também são professores e pesquisadores, foi um dos destaques da Feira. Durante a apresentação, foram contadas duas histórias, acompanhadas pelo som produzido por meio de instrumentos não tão usuais: garrafas, latas, canos, entre outros. O grupo fez a plateia dançar “Periquito Maracanã” e convidou os mestres homenageados Lira Marques e Antônio de Bastião, cantora e tamborzeiro, respectivamente, para apresentar a música “Peneirei fubá”, uma das canções mais conhecidas do Vale do Jequitinhonha.
Fé, cultura e tradição
A Folia de Reis de Turmalina trouxe para a Feira de Artesanato prosa, versos e orações ao misturar, misturando fé e cultura ao relembrar a caminhada dos três reis magos em visita ao menino Jesus, na gruta de Belém. A tradição da Folia de Reis acontece todos os anos entre os dias 24 de dezembro e 6 de janeiro.
Exposição Fotográfica
Uma das atrações da Feira foi o estande com as fotografias da exposição Vale: vida, de Lori Figueró. O artista, nascido em Diamantina, retrata em suas imagens o cotidiano e as tradições do povo do Vale do Jequitinhonha por meio de fotografias de rezadores, parteiras e grupos culturais. Esta é uma forma de valorizar e resgatar a memória da cultura local. Além deste trabalho, Figueró também produz vídeos documentários na região do Médio Jequitinhonha e faz parte da organização da ONG Centro de Cultura Memorial do Vale.
Nenhum comentário:
Postar um comentário