Mostrando postagens com marcador artes plásticas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador artes plásticas. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Cultura na quarentena é luz na escuridão de nossa solidão

Cultura é luz no breu dos dias: artistas se movimentam na quarentena

Confiram o que produtores e instituições culturais de MG oferecem para 

curtir em casa
'Romeu e Julieta', um clássico do Grupo Galpão disponível via internet
'Romeu e Julieta', um clássico do Grupo Galpão disponível via internet (Divulgação/Grupo Galpão)
Paulo Barcala*
Em tempos de pandemia e reclusão, quem pode fica em casa. Ou devia.
Abraços adiados, a cidade vista da janela. A vida, virtual como nunca.
Já deixamos para trás a marca dos 30 dias de distanciamento social em
BH. Depois de um mês confinados, tédio, solidão e desalento costumam
se enroscar na alma da gente.
Se por ora não há a opção de ganhar a rua, a cultura, mais uma vez,
salva e adoça a boca. Centenas de ações culturais voluntárias tomam
conta da Internet. Desde as grandes lives, como a do último sábado,
que desfilou por oito horas brilhos do quilate de Rolling Stones, Paul
McCartney, Elton John, Steve Wonder e Lady Gaga, além de diversos
artistas de várias partes do planeta, até a leitura dramática de Meus 
lábios se mexem, texto de Jorge Furtado interpretado por Ângela Mourão,
Antônio Grassi, Bernardo Mata Machado, Cida Falabella e Eduardo Moreira
, com direção de Adyr Assumpção, oferecida pelo Youtube em vídeo ao
vivo, no dia 1º de abril, por iniciativa da Diretoria de Ação Cultural da
UFMG.
Teatro, dança, exposições, shows musicais, cinema, debates, atividades
educativas: tem de tudo no grande palco digital, misturando tradição e
invenção. O Galpão, conta o ator e diretor Chico Pelúcio, “decidiu manter
suas portas físicas fechadas também em maio, mas vem publicando, de
dois em dois, três em três dias, nas redes sociais do grupo, leituras de
trechos de peças, fragmentos, poemas e textos selecionados”. Já o Cine
Horto tem duas frentes: “uma para o público interno, que dá continuidade,
agora online, a aulas e trabalhos; e outra, aberta, que preparou para abril
quatro encontros virtuais”. Toda segunda tem um novo assunto postado,
com debate às quintas. Já rolou a história do grande sucesso do Galpão,
Romeu e Julieta, em Londres, com vídeo de apresentação e bate-papo
com o próprio Chico e Lydia Del Picchia. O tema do terceiro encontro,
nesta quinta (23), será “Novas Dramaturgias”.
Por fim, o último do mês, com post dia 27 e conversa no dia 30, terá por
lastro vídeo produzido pelo Sesc-SP sobre as áreas de criação da
produção teatral.
Na música, rola um mundo. Entre os regionais, Tau Brasil e seu filho
Augusto Cordeiro mandam ver na dupla Tau Pai Tal Filho, que se
apresenta no Show da sacada, na casa do artista em Contagem,
toda quinta-feira às 20h. É um show para a vizinhança, que chega a
colocar mesinhas do lado de fora para assistir, e pela internet.
“Acalenta o coração, deixa a semana mais leve”, diz Tau. “O momento
é de solidariedade, não sabemos o que vem pela frente, todo mundo
tá se mobilizando.”
O rock, claro, marca presença. No embalo da canção que, em vários
países, virou tema para os pacientes que recebem alta da Covid-19,
40 músicos daqui gravaram, cada um em seu cantinho, Don't stop 
believin' (Não pare de acreditar), da banda californiana Journey,
disponível aqui.
A ideia, do Circuito do Rock, grupo que mantém duas casas de show
na capital, é manter acesa a trempe com várias outras produções virtuais
enquanto durar o isolamento. “Que a música continue nos unindo em
todos os momentos. Essa é a missão do Circuito do Rock”, dizem os
organizadores Gustavo Jacob e Carlos Velloso.
O Circuito Liberdade reserva muitas viagens. O CCBB-BH tem extensa programação no Instagram (aqui) e no Facebook (aqui). Exposições,
shows, espetáculos teatrais e um vasto material sobre mostras
cinematográficas e arte-educação podem ser acessados gratuitamente.
Entre os destaques, pontua a Exposição Vaivém, até 18 de maio, que
investiga as relações entre as redes de dormir e a construção da
identidade nacional. O catálogo está aqui. O CCBB ainda oferece
“visitas” ao histórico prédio inaugurado em 1930 para sediar a Secretaria
de Interior e Justiça. Visite aqui.
A Fundação Clóvis Salgado (FCS) também está no rolê do aconchego
do lar, com o programa #palacioemsuacompanhia. Pelo Facebook (aqui)
e pelo Instagram (aqui), distribui pílulas dos artistas em pleno processo
criativo, bastidores das produções, dicas e reflexões das artes por
curadores e conteúdo formativo em arte e cultura. Transmissões de
concertos do Coro e da Orquestra e apresentações da Cia. de Dança
Palácio das Artes, gravados no Grande Teatro, enriquecem o cardápio.
A Casa Fiat de Cultura preparou uma série que relembra suas principais
obras, exposições internacionais e mostras temáticas. Serão 10 episódios
e o primeiro é Caravaggio e seus seguidores, de 2012. A série de vídeos
 inéditos será exibida no YouTube (aqui). Mais informações aqui.
O Memorial Vale, também na Praça da Liberdade, proporciona online
aulas de bordado, meditação e shantala, oficina de fuxico e brincadeiras
pra divertir as crianças em casa (aqui).
Com a campanha #OutonoEmCasa, o projeto Sempre um Papo vai
selecionar e indicar, ao longo da quarentena, programas com escritores
e escritoras como Adélia Prado, Leonardo Boff, Frei Betto, Milton Hatoum
e Fernanda Young, entre as mais de 400 gravações disponíveis no You
Tube (aqui).
Para as crianças, diversos canais estão promovendo lives com contação
de histórias, entre eles Mãe que Lê (maequele), Fafá conta Histórias
(fafaconta), Carol Levy (carollevy) , Marina Bastos
(marinabastoshistorias) e Camila Genaro (camila.genaro).
Mesmo não sendo de BH, vale lembrar a saborosa sequência musical
do Sesc-SP, que nos brinda com shows de Céu (23), Paulo Miklos (24),
João Bosco (25) e Maria Gadu (26 de abril). As apresentações correm pelo InstagramYouTube e Facebookdo Sesc paulista. Com tanta
criatividade solidária em cena, até o barracão mais acanhado vira
mirante largo. O coração agradece. As mãos aplaudem.
LEIA AMANHÃ: A segunda parte da reportagem sobre a cultura em
tempos de quarentena. 
Paulo Barcala é jornalista. Trabalhou como assessor de imprensa em diversos 
órgãos públicos e empresas. Tem três livros publicados. Site: https://paulobarcala.wixsite.com/deletra.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Painel artístico mostra a história cultural do Vale do Jequitinhonha

O artista Ernani Calazans, professor do IFNMG - Campus Araçuaí, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas, presenteou o campus com uma obra memorável: Um painel de aproximadamente 40 metros quadrados, que conta a história do Vale do Jequitinhonha, a partir dos elementos da sua cultura.
ernani3aO painel contempla as três meso-regiões do Vale (Baixo, Médio e Alto Vale do Jequitinhonha), a partir da história do canoeiro, que vai subindo o rio até chegar à sua nascente.
Na canoa já estão presentes elementos importantes, como o teatro, a religiosidade, as esculturas em cerâmica e ainda duas peças da artista D. Izabel Mendes (1914-2014). Saiba mais sobre a arte de D. Izabel aqui. A arte popular também está representada pelas máscaras de Lira Marques, artista de Araçuaí. Conheça o trabalho de Lira Marques aqui.
Mostra a fundação do município de Araçuaí, a partir das representações do povoado de Itira, ponto de encontro dos rios Araçuaí e Jequitinhonha e da Luciana Teixeira, fundadora do Arraial do Calhau. (Saiba mais aqui). As araras também são vistas, já uma das traduções de Araçuaí da língua indígena significa "Rio das Araras Grandes". É retratada a antiga estação da cidade, que trazia a grafia Arassuaí, rememorando a chegada e o fim da estrada de ferro Bahia-Minas.
O canoeiro vai percebendo as culturas rurais nas proximidades do rio: O bananal, o milharal, o canavial, os lavradores e a agricultura familiar, a melancia, o abacaxi, a pecuária, a vegetação típica do semi-árido, os animais - peixes, tatu, cotia, pássaros, lagartos, besouros - e sobre todos eles, em cores bem quentes, o sol do Vale do Jequitinhonha. O canoeiro se encontra também com o garimpeiro, que faz também alusão a outras cidades do Vale fundadas a partir do garimpo, como Berilo, Chapada do Norte e Francisco Badaró, terra natal do artista. Francisco Badaró, antiga Vila de Nossa Senhora da Conceição de Sucuriú, teve esse nome em função da grande cobra sucuri ali encontrada, que também está no painel.
ernani2a
No Alto Jequitinhonha, encontramos os casarões históricos e as ruas de pedra de Diamantina, os diamantes, a religiosidade e a figura de Chica da Silva, lembrando de todo o povo negro que fez história aqui. Encontramos ainda o queijo do Serro, e na nascente do rio, a imponência dos Ipês amarelos, brancos e rosas.ernani1a
Não poderiam deixar de estar representados todos aqueles que fundaram as cidades: Os bandeirantes, os tropeiros, os indígenas, representando a aldeia Cinta Vermelha, localizada em Araçuaí, e varias outras que ocupavam a região, os elementos da cultura afro e as heranças europeias, como as festas religiosas - o rosário, o São João e Divino - que no Vale adquiriram outras cores e texturas, como o xadrez, a chita, o ponto-cruz e o pau-a-pique.
Toda essa diversidade, e a construção do painel em forma de colcha de retalhos, traduz também a intenção do artista: "A colcha tem também o sentido de agasalho, de proteção. Vemos muitos elementos unidos. Uma história feita de muitas histórias e de muitos sentimentos, e nisso esta sua beleza. Representa memórias da infância do povo do Vale" (Ernani Calazans).
Na reportagem feita pela TV Araçuaí (veja aqui), a obra é descrita como um "colorido exuberante, para estampar os elementos que nos identificam nessa região, com muitos sabores, cores e valores".
ernani5aNas palavras do professor Ernani, "a intenção é tenhamos um lugar ativo de construção do conhecimento, e não só com elementos visuais, através da história que estou contando".
Venha conhecer essa obra de arte incrível! IFNMG - Campus Araçuaí - Prédio Administrativo.
Para entrar em contato com o professor Ernani, envie e-mail para ernani.oliveira@ifnmg.edu.br ou comunicacao.aracuai@ifnmg.edu.br.
 Colaborou com a reportagem: Luiz Augusto Otoni, estudante do 3° Ano - Técnico em Informática.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Jequitinhonha: Casa de Cultura em Jequitinhonha expõe obra de Masé Dupin


Exposição segue até 10 de novembro.

Foto: ArquivoCasa de Cultura em Jequitinhonha expõe obra de Masé Dupin
Casa de Cultura fica na região central de Jequitinhonha
 
A Exposição Masé Dupin reúne 14 obras da artista plástica natural de Jequitinhonha/MG, Maria José Pinto Damas de Oliveira até o dia 10 de novembro de 2019. As visitas poderão ser feitas gratuitamente de segunda a sexta-feira das 8 às 16 horas.
  
Os curadores Felipe Matos e Cláudio Bento promoveram a abertura da exposição na noite do dia 10 de outubro com um coquetel que contou com a presença de autoridades, escritores, empresários, professores, pais e jovens. "O objetivo agora é receber alunos da rede pública municipal na Casa de Cultura para uma oficina de arte, onde os alunos poderão se inspirar nas telas para criar sua própria arte", dizem os curadores.  
 
Nosso objetivo é disponibilizar um espaço para as pessoas do Vale do Jequitinhonha tenham acesso à arte e cultura. Nosso desejo é manter esse espaço em funcionamento com exposições periódicas de artistas e artesãos de todo Vale do Jequitinhonha. 
 
Obra retrata paisagens do cotidiano do Vale e também figuras humanas.
Obra retrata paisagens do cotidiano do Vale e também figuras humanas.
  
Sobre Masé Dupin 
 
Masé Dupin, quando menina, adorava o Jequitinhonha. Às vezes, ia escondido nadar com irmãos no rio. Tem boas recordações da cidade principalmente da casa de Dona Geralda onde aprendeu pintura em tecido ainda menina e despertou-se para arte.
 
A artista tinha os pais como referência. Ficava impressionada com a facilidade do pai,  Erasmo Rocha Pinto, quando fazia os desenhos dos currais que construía. Masé acredita que herdou seu dom para a pintura da sua mãe, a senhora Maria Rosa Duarte dos Santos, que era uma artista e a incentivava  muito. Seu pai faleceu em 1994 e sua mãe em 2001.
 
Casa de Cultura expõe 14 quadros da artista plástica.
Casa de Cultura expõe 14 quadros da artista plástica.
Hoje com 72 anos Dupin reside em Belo Horizonte/MG há 51 anos, tem um casal de filhos, Wagner e Rose e uma neta. Gosta muito de pintar paisagens e figuras humanas.
  
Sobre à Casa de Cultura 
 
A Casa de Cultura de Jequitinhonha é uma organização cultural, sem fins lucrativos com objetivo de promover, divulgar e incentivar a produção cultural nas diferentes camadas sociais, visando à democratização da cultura como valor universal, desenvolvendo a compreensão da arte dando acesso às expressões artísticas que desenvolvam os seus potenciais, estimulando o seu sendo estético e a sua curiosidade. 
 
Fundada pelo sr. Pedrito Ribeiro Rodrigues em 28 de março de 2008, a Casa de Cultura reúne um rico acervo do seu fundador e promove exposições de arte, oficinas de formação, eventos culturais e beneficentes, sala de informática, sala de cinema, bibliotecas, além de alugar tendas, cadeiras e mesas para eventos gerando uma receita que mantêm o funcionamento deste bem cultural.

Fonte: Casa de Cultura de Jequitinhonha

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Almenara: Diomilton Ferraz, um talento em pinturas bordadas

BORDADOS SOBRE PINTURA


Tinta, desenho, linha, agulha, muita habilidade e talento são expressadas na arte de Diomilton Ferraz.

Nascido na cidade de Bandeira, no Baixo Jequitinhonha, atualmente o artista mora em Almenara na mesma região.


Desenvolve projetos de oficinas de Pinturas Bordadas em escolas, bibliotecas, pontos de cultura, centros culturais entre outras instituições. Começou a pintar em 1990. Nos anos recentes, têm desenvolvido a técnica de entremear fios e miçangas nas telas já pintadas.


Ora rebordando os contornos, ora criando outros planos.


"Sim, eu mesmo faço o desenho..Como as bordadeiras..usando o risco...Pinto com tinta acrílica e as vezes óleo..nunca aprendi pontos de bordados..sigo uma intuição do traço...da linha do desenho".


Stumpwork é um estilo de bordado em relevo que era popular na Inglaterra, entre 1650 e 1700, usado principalmente para costurar roupas de pessoas ricas ou da igreja.


Atualmente, os bordadores qualificados realizam o artesanato em lugares do mundo todo, usando-o para adornar objetos de maneiras cada vez mais criativas.



Diomilton traz este bordado para retratar o cotidiano, artistas, a natureza e manifestações da nossa região tão rica em arte e cultura.



Quem se interessar pelo trabalho poderá entrar em contato pelo telefone (33) 9 8887 5396.


Diolmiton Ferraz e Deyse Magalhães.

Texto de Deyse Magalhães, filósofa, promotora de eventos e produtora cultural. 

domingo, 18 de agosto de 2019

Falece Marina Jardim, artista plástica do Vale do Jequitinhonha


A artista plástica Marina Jardim faleceu, aos 57 anos, no sábado, dia 17.08.19, em Belo Horizonte. Natural de Rubim, no Vale do Jequitinhonha, Marina vivia há cerca de 39 anos, em Belo Horizonte. Ela teve dois filhos, Naiara e Davi, com Rubinho do Vale, com quem foi casada.

Manifestações pelas redes sociais
Vários amigos de Marina Jardim se manifestaram pelas redes sociais o pesar pelo seu falecimento. A palavra mais registrada foi de que Marina ficou encantada e deixa grande obra de criação artística que a torna eterna como pessoa e como artista plástica. 


Rubinho Do Vale, cantor e compositor
Um dia triste. Marina Jardim, Marina Ferraz Botelho Jardim se 
encantou hoje. Uma grande artista do Vale do Jequitinhonha, de Rubim, minha ex-companheira, mãe dos meus filhos Davi e Naiara e vó de Helena. Uma genial artista plástica que estava construindo uma bonita carreira. Que Deus, na sua infinita bondade e amor, receba Marina na Luz e na Paz. Grato aos amigos e amigas pelas manifestações de pesar e solidariedade neste momento de dor da família.
Paulinho Hugo Morais Sobrinho
Paulinho Pedra Azul - cantor, compositor, poeta e pintor.
Minha amiga MARINA partiu pra outro JARDIM!...PPAzul.

Heitor De Pedra Azul, cantor e compositor
As tuas côres são flôres da eterna idade. Tu voas. No teu vôo as nossas faíscas de saudades nos faz infinitar , mais ainda, o teu brilho. Somos, sim, filhos do Sertão. Ser tão filho assim nos guiaremos pela Luz desse céu sem limite. Agradecemos e , aproveito para deixar muitos beijos, carinhos e tudo de ótimo nessa tua viagem. Vá lá e pinte os sonhos que nos ainda desconhecemos. Beijos. Heitor de Pedra Azul e de todos nós, Sertanejos do Jequitinhonha e do mundo.
Tadeu Martins SoaresGonzaga MedeirosRubinho Do ValeJoão Muniz,Gaia Chaves MunizPaulinho Hugo Morais Sobrinho.



Pintura " Abraçando a lua"
Marina Jardim e o poeta Gonzaga Medeiros.
Gonzaga Medeiros, poeta do Vale do Jequitinhonha
Nosso doloroso adeus à artista plástica Marina Jardim, a que nos pintou e nos rebocou, com amor e alegria! Depois de uns 15 dias hospitalizada, faleceu hoje bem cedo. 
Marina viverá para sempre, nos pintando e nos rebocando!

Feira de Araçuaí 


Solange e Tadeu Martins, casal compadre, pintado por Marina Jardim

VIVA MARINA JARDIM!!!
Tadeu Martins, poeta, cordelista, contador de causos e promotor de eventos 
A emoção tomou conta de todos nós no último adeus à nossa querida artista Marina Jardim. 
Marina, minha bi-comadre, madrinha de batismo dos meus dois filhos. Amiga que dividiu com a minha família muitos momentos marcantes, alegres ou tristes, sempre carregando o largo sorriso e um coração maior que o peito. Marina das tintas, dos pincéis e dos sonhos. Da arte engajada em defesa da sua terra e do seu povo. Marina de Rubim, do Vale do Jequitinhonha, que retratou o seu povo em maravilhosas telas, sempre costurando com os poetas uma obra literária-visual nos LPs, nos CDs, DVDs e nos livros. Marina menina que nos deixa órfãos das suas cores vivas e marcantes e do seu talento, da sua bondade e do seu sorriso, que nos ajudava a acreditar em tempos melhores.
Olhem mais para o céu a partir de amanhã. Ele estará mais colorido, mais vibrante em uma profusão de cores, no amanhecer, no pôr do sol e nas noites estreladas. Deus escalou Marina para plantar o seu jardim no firmamento. Até o arco-íris ficará mais belo com as tintas e cores da mestra Marina Jardim.
Adeus comadre. O Jequitinhonha fica mais triste sem você.
Eu e a Solange sempre enxergaremos você neste retrato que nos deu de presente e nas suas obras em nossa casa.

O poeta Cláudio Bento, retratado por Marina


MARINA JARDIM
Cláudio Bento, poeta e produtor cultural
Marina Jardim
Reinventa
As festas populares
E os folguedos
Do interior de Minas

Pinta com as cores da beleza
Os bois de janeiro
E as folias de reis
Com os pincéis pincela as
Festas do Rosário Dos homens Pretos
Reza com a fé dos fiéis
As quermesses
Do Brasil mais que profundo
Dança nas festas de São João
Em terreiros de bandeirolas coloridas
Canta ao som das marujadas
E dos candomblés
Marina Jardim
Tece sua arte plena de brasilidade
E torna
O mundo mais belo
Cláudio Bento
Deyse Magalhães e Marina Jardim 

Deyse Magalhães, poetisa, promotora de eventos, filósofa de Minas Novas
LUTO
A cultura do Vale do Jequitinhonha perdeu hoje uma das mais talentosas artistas plásticas, MARINA JARDIM. Uma amiga querida, cheia de luz e alegrias. Deixa retratada em sua obra a infância de cirandas, boi de janeiro, aviõezinhos de papel, cultura popular e muito mais.
Vá na luz de Deus! O céu está em cores.

História de vida dedicada à arte
Marina Jardim nasceu em Rubim, no Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas, região de extrema riqueza cultural. Nasceu na roça, onde passou sua infância. Mudou-se pra cidade para estudar, e  para Belo Horizonte, aos 16 anos, para continuar os estudos. Autodidata, a artista pintava desde os 10 anos, sempre inspirada pela cultura popular de sua terra natal. Suas obras trazem suas memórias de infância, as brincadeiras, danças, folguedos, festas religiosas e brinquedos como peão, cata-vento, barquinho, bambolê, ioiô, etc.
A natureza, a energia da cultura popular e a infância mágica no Vale do Jequitinhonha são algumas das inspirações que nortearam o trabalho de Marina Jardim. O Vale, como era chamado por ela, não é apenas um limite geográfico. É também uma região espiritual que ofereceu a Marina o suprassumo da existência simples e genuína.

São telas carregadas de vida, emoção e movimentos da cultura popular como o Boi de Janeiro, as brincadeiras da infância, os tambores, o céu e a atmosfera sertaneja, tomados por memórias afetivas, energia e cores brasileiras.
A cor só existe pela incidência do sol nos corpos e objetos, mas o amarelo desse astro também contamina a terra árida, os indivíduos que dançam e a lua que se despede no fim do dia. O trabalho de Marina Jardim é um convite às pessoas para adentrar no essencial e idílico da existência do Vale do Jequitinhonha.
Como artista plástica, Marina Jardim passou pelo crivo de Maristela Tristão, outros artistas e críticos de renome.
O pião foi o brinquedo de grande presença nos quadros de Marina Jardim que dizia que o brinquedo infantil simbolizava a vida em movimento.

A artista apresentou suas obras ao público desde 1980, somando no total 22 exposições, entre trabalhos individuais e coletivos: Marina Jardim, no Salão da Turminas (1980); Paisagens do Jequitinhonha (1982), Encantos da Natureza (1995), Reminiscências da Infância (1997), Exposição Coletiva na Casa de Cultura de Contagem/MG (1997), Exposição Individual (Ilhéus/BA, 1998), Exposição Individual (1998), Exposição Individual na Casa de Cultura de Sete Lagoas (1999), O Circo de Minha infância (Belo Horizonte/MG, 2001), Exposição Individual no Bar e Café Arrumação (2002),Cores da Cultura Popular (Belo Horizonte, 2003), Exposição Individual na Biblioteca Pública Luiz de Bessa (Belo Horizonte, 2004), Exposição Individual na Galeria do Minas Tênis Clube (Belo Horizonte, 2005), 

Exposição Individual na Galeria Onze (Belo Horizonte, 2007), Exposição Individual na Galerart/Sesc (Belo Horizonte, 2010), Exposição Individual no IBS Espaço Cultural (Belo Horizonte, 2011), Exposição Coletiva Arte Cidadã, da Câmara dos Deputados (Brasília, 2011), Exposição Individual (Rubim/MG, 2011), Exposição Individual na Galeria de Arte Gustavo Capanema – Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Belo Horizonte, 2013), Exposição Individual na Universidade de São Caetano do Sul/SP (2013). Cores do Vale, uma Brasil grande ( São Paulo, Centro Histórico e Cultural Mackenzie (CHCM), 2014). Exposição Individual “Cores do Vale: Um Brasil grande” no Iate Clube (Rio de Janeiro 2015), Exposição Individual “Cores do Vale: Um Brasil Grande” na Churrascaria Parada Mineira (Almenara/MG. Abril 2016).de 

Marina vinha criando arte em objetos domésticos utilitários como pratos e canecas. 
Conheça mais sobre Marina Jardim, nos três videos, abaixo:
O Tom da Palavra - 63. Paulinho Pedra Azul entrevista Marina Jardim, em 2013.
https://www.youtube.com/watch?v=vS-O6zA3wak&t=207s

UM JARDIM NOS OLHOS DE MARINA - YouTube
https://www.youtube.com/watch?v=jXRqDDgAtug
13 de fev de 2013 - Vídeo enviado por ESTÚDIO DOZE
VOZ: JOACI ORNELAS MARINA JARDIM: ARTISTA PLÁSTICA NATURAL DE RUBIM-MG - VALE DO ...


Vídeos







Frei Gilvander Luta pela...
YouTube - 3 de jun de 2013




Cata-vento
As Aventuras Musicais de Marina Jardim
Por *Magno Fernandes Reis
A obra artística de Marina Jardim responde de modo simbólico a forma desta jovem pintora interpretar a realidade. As obras recentes são registros de brinquedos populares e poéticos, com uma renovada visão de piões, pipas e canções de roda. Com pinceladas circulares, Marina resgata a essência dos enigmas existentes no Vale do Jequitinhonha. As pinturas são fragmentos do tempo e do espaço e complementos de notas musicais.
Entramos num ambiente cada vez mais impreciso onde as referências ao mundo real se diluem criando uma realidade autônoma com um valor interior. Volta-se a atenção em direção à infância num claro processo de desmaterialização.
Bumba-meu-boi
Com um primoroso traço, as linhas adquirem a presença de códigos com misteriosas leituras ancestrais. O agrupamento de linhas reveste as obras de uma tensão vital de energias  que cria um ritmo que nos sugerem a fascinação de um conjunto mágico do universo da criança.
A repetição de temas com sutis variantes, concedem um caráter musical a pintura. São sílabas cromáticas que emitem sons. A cor é uma evocação, despregando tons vermelhos, azuis e violetas. As tonalidades são harmoniosas de uma escala cromática tênue e fina, revitalizada com precisos toques da artista. As tonalidades propõem texturas virtuais que outorgam sensualidade a expressão artística.
A obra de Marina Jardim acrescenta novas qualidades a linguagem plástica. É uma artista que atreve, que inova, que não interrompe a pesquisa diante suas conquistas. É uma pintora de extrema intuição, que já conquistou espaço no panorama das artes plásticas de Minas Gerais. Acredito que estamos diante de uma artista de uma sensibilidade musical.
Belo Horizonte, março de 2004.
Magno Fernandes dos Reis - Jornalista, pós-graduado em jornalismo pela FAFI-BH, mestrado em História da Arte pela Universidade Nacional Autônoma do México–UMA. Membro  da Associação Brasileira de Críticos de Arte– AICA seção Brasil.
AS MÚLTIPLAS FACETAS DA OBRA DE MARINA JARDIM: SINGULAR E PLURAL
Tião Rocha*

A capacidade de criar e de expressar do ser humano confirma-se, cada vez mais, como infinita. Os limites do homem são os limites de sua própria humanidade.
As artes nos mostram como podemos estender, mais e mais, intensamente, os limites do possível. Ir ao encontro da Utopia, do não-feito ainda!
Se estas afirmações se aplicam para todos os campos das artes, o que se destaca como marca individual neste universo de possibilidades de criação, de leituras e re-leituras da vida, de interpretações e de expressões de nossos sonhos, crenças, valores, e devaneios?
- A individualidade da criação e a singularidade da obra de arte!, é a resposta.
Somente aprendendo e apreciando o singular de uma obra de arte, poderemos entender a pluralidade de nossa cultura, a diversidade de nossa gente e a infindável riqueza de recursos de nossa humanidade.
Marina Jardim é um exemplo de artista singular e plural.
Singular na forma e na técnica – arrojadas – de lançar cores fortes e muito ritmo em suas telas. Seus quadros tem a sua marca e sua identidade. Se reconhece de longe um Marina Jardim.
Plural porque expõe todas suas lembranças e experiências, vistas, vividas, aprendidas e armazenadas em nosso inconsciente coletivo, gerador de nossa mineirice e brasilidade.


As belas cores da cultura popular

FORMA E CONTEÚDO
Se olharmos com cuidado as cores fortes e misturadas, os traços firmes e a técnica apurada nas telas de Marina Jardim, podemos apreender a riqueza e a beleza de seu trabalho.
Se olharmos as mesmas telas por seus conteúdos marcados por histórias e imagens de infância, rítmos e danças populares, podemos aprender muito do dia-a-dia das pessoas que vivem no interior da cultura brasileira, percorrer pelas telas a vida presente no sertão das gerais. As marcas em Marina vieram de sua meninice lá prás bandas de Rubim, no Vale do Jequitinhonha.
Se nos deixarmos levar pelas pinturas e telas de Marina, se nos misturarmos às suas cores e rítmos, com certeza vamos nos sentir parte da festa do Rosário, cair nos batuques, rir dos palhaços nos circos, correr atrás dos bois Janeiro e cantar com as folias de reis.
Nela, arte e vida se retratam, se permitem, se possibilitam! E quando se fundem numa tela, nos tornam cúmplices e herdeiros.
Só os artistas conhecem o ponto do doce deste encontro do homem com sua humanidade. Marina cada dia mais se aprimora nessa arte de nos fazer singular e plural, forma e conteúdo, cor e rítmo, herdeiros e produtores de humanidade.

Tião Rocha - Antropólogo, Educador Popular e Folclorista - Presidente do CPCD- Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento.

Elomar Figueira de Mello diz que Marina nasceu pronta

Elomar Figueira de Melo, cantor e compositor da caatinga baiana, diz que Marina cursou Belas Artes ou não, "vez que uns já nascem prontos".
O Bode Velho escreveu: 




Festejos e Cultura Popular
 


Pescando sonhos


Bambolê

A menina e o ioiô

Chegança

Aviãozinho de papel



As cores em movimento


A vida em movimento




Reisado






Fontes: Fotos do facebook e página marinajardim.com.br. Textos de divulgação de Exposições, publicações da mídia e do Blog do Banu.