Vale do Jequitinhonha denuncia abusos da monocultura do eucalipto
Moradores e pequenos agricultores apontam destruição ambiental e escassez de água para a população.





Fonte: site da ALMG
A cidade de Turmalina, no Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais, vai sediar entre os dias 29 e 31 de agosto, o o 2° Seminário Nacional Manejo de Eucalipto para a Indústria.
O evento é promovido pelo Sebrae/MS e FIEMG - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, e tem o objetivo de trazer soluções de fornecimento de matéria prima para as indústrias moveleira, alimentícia, farmacêutica, metalúrgica, vestuário e construção civil.
Na programação estão previstas palestras com abordagens diferenciadas. Uma delas apresenta o eucalipto como matéria-prima para a viscose. O grupo indiano Aditya Birla, responsável pela palestra, é o maior fabricante em fibra de viscose do mundo. Com unidades espalhadas por diversos países, sua principal marca - Birla Viscose é 100% produzida a partir de celulose.
José de Castro, professor da Universidade Federal de Viçosa, falará sobre os problemas e oportunidades da madeira de eucalipto. Castro é especialista em múltiplo uso da madeira e aborda, em suas palestras, as diversas aplicações do eucalipto.
O Seminário pretende debater os multiusos da madeira do eucalipto, como a confecção de móveis
O folder de divulgação do evento registra que "o Vale do Jequitinhonha possui a maior floresta de eucalipto artificial do mundo. Aproveitar esse potencial é a proposta do Seminário.
Atualmente, a madeira produzida na região é pouco aproveitada na indústria em geral. É preciso estimular a nossa visão empreendedora com ações de planejamento e gestão participativa, promovendo competitividade para as empresas da região.
Discutir questões como regularização ambiental, sustentabilidade,economia, operacionalização, qualificação de profissionais e produtores é fundamental para implantarmos aqui inovações técnicas e tecnológicas vinculadas à plantação, manejo, produção e destinação do manejo do eucalipto.
Nosso principal objetivo é buscar maior competitividade para as empresas da região e promover a geração de emprego e renda.
Público-Alvo
Empresários e gestores das indústrias Moveleira, Alimenticia, Farmacêutica, Metalúrgica, Vestuário e Construção Civil, representantes dos Estados produtores.
2ª Mostra de Produtos Industriais do Vale do Jequitinhonha
Expositores nas áreas de madeira, bioenergia, agrosilício, ferramentas elétricas (motoserra, pulverizadores, motobombas, café, metálica, movelaria, mel, essências e artesanato.
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Plantio consorciado de seringueira é uma alternativa econômica, segundo EMATER-MG
Uma nova opção de renda com o plantio de eucalipto e seringueira. É o que a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) estão propondo para os agricultores do Vale do Jequitinhonha.
Em médio prazo, a atividade se mostra rentável com a venda de madeira e borracha.
A proposta é oferecer uma alternativa não concorrente e que ainda fortaleça a pecuária de corte, principal atividade na região. “A idéia é que o produtor não fique dependente de uma única fonte de renda”, esclarece o coordenador de culturas da unidade regional da Emater-MG, em Almenara, Oswaldo Rezende.
Segundo Rezende, o eucalipto e a seringueira podem ser consorciados com outras culturas. A orientação da Emater-MG é que o eucalipto seja cultivado no sistema silvopastoril, ou seja, a integração da pecuária e floresta numa mesma área. E para a seringueira, a proposta é que seja plantada em consórcio com a lavoura de cacau ou café.
Consórcio de culturas
Na região de Almenara, existem cerca de 70 pequenos produtores de cacau. “Como o cacau precisa de sombreamento, a seringueira passa a ser a melhor opção, pois, em consórcio, as duas explorações maximizam o lucro do produtor”, explica Rezende.
O manejo das culturas é simples. No caso da seringueira, por exemplo, basta capinas e adubação de reposição. Apenas a “sangria” para se obter o látex requer treinamento. Nem toda a região de Almenara tem clima favorável ao plantio da seringueira. No entanto, os municípios limítrofes com a Bahia possuem condições favoráveis ao seu plantio. São 10 municípios com clima favorável ao desenvolvimento da seringueira.
Em média, as seringueiras se tornam produtivas a partir do 7º ano. Já as árvores de eucalipto podem ser comercializadas a partir do 5º ano para a produção de carvão ou a partir do 13º se forem destinadas ao mercado moveleiro.
“A demanda mundial por madeira, derivados da madeira, carvão e indústria moveleira é crescente. A Legislação Ambiental é cada vez mais restritiva à exploração de mata nativa. Desta forma, a única alternativa para suprir a demanda é através de florestas plantadas. Nesse caso o eucalipto é o campeão em produtividade, adaptabilidade climática e versatilidade de uso”, afirma Rezende.
Oswaldo Rezende diz que o trabalho ainda está em sua fase inicial. “Por enquanto nós estamos colocando à disposição dos produtores as melhores informações através de seminários e visitas técnicas para subsidiar suas decisões. Acreditamos que muitos abraçarão a ideia e investirão na silvicultura”, afirma.
Seminário
No mês de outubro, a Emater-MG em parceria com Sebrae, Associação Mineira de Silvicultura, Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Banco do Brasil, Banco do Nordeste e com o apoio da Michelin, organizou o “Seminário sobre Florestas Plantadas”.
Foram abordados os temas: o eucalipto como opção de renda; integração pecuária e floresta; viabilidade econômica da seringueira para o Vale do Jequitinhonha; e consórcios com seringueira.
O evento teve como objetivo repassar informações sobre inovação, tecnologia e mercado. O seminário teve a participação de 700 pessoas de 25 municípios.
Outras ações estão previstas para a mobilização dos produtores. No dia 30 de novembro será realizada uma missão técnica na Ceplac, no estado da Bahia.
Quarenta produtores do município de Bandeira irão conhecer o consórcio entre seringueira e cacau.
Para fevereiro de 2011, está prevista mais uma missão técnica com produtores do município de Mata Verde.
O objetivo é demonstrar o consórcio café/seringueira. “A nossa idéia é promover mais encontros com os produtores para informá-los sobre a atividade para que eles possam tomar a melhor decisão”, diz Rezende.
Com informações da EMATER e Agência Minas