Obra busca impedir que expressões se percam com a modernidade
FOTO: DENILTON DIAS
Foi durante inúmeros dedos de prosa que teve em fazendas, mercados e feiras pelo Vale do Jequitinhonha que a professora aposentada da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carolina Antunes, percebeu que tinha matéria-prima suficiente para um novo projeto. No "Dicionário do Dialeto Rural no Vale do Jequitinhonha", lançado ontem, em evento na universidade, a professora reuniu mais de mil palavras usados pela população local, apresentando seus significados, formas de pronúncia e origens.
"É uma imersão na cultura da região. Nós analisamos as conversas de modo a mostrarmos não só os aspectos linguísticos, mas também os aspectos culturais", conta a professora, que nasceu em Turmalina, no Alto Jequitinhonha.
A busca pelo "jequitinhonhês", diz ela, durou mais de 20 anos. Durante outros trabalhos acadêmicos, ela reuniu histórias orais e algumas escritas, de lendas a poemas e causos regionais.
"Tínhamos muitas histórias já transcritas desde a década de 1980, mas voltamos nelas para examinar melhor. A partir de 2002, tornamos a viajar para completar o material", afirma.
No modo simples com que o povo do Vale se comunica, a professora percebeu influências e misturas diversas. "Acredito que tenha uma influência do Nordeste. Mas a cultura do Vale do Jequitinhonha é híbrida. E, nesse período de levantamento, havia uma mistura. As zonas rurais já tinham escolas e televisão", avalia.
O dicionário traz ilustrações e mapas dos municípios pelos quais a professora e sua equipe passaram.
História. Para Carolina, em breve, essas palavras e expressões podem desaparecer até mesmo das regiões rurais do Jequitinhonha. Com uma modernização e uma urbanização cada vez mais presentes na região, a professora vê, na obra, uma maneira de as gerações futuras conhecerem um pouco da cultura de seus antepassados. "O que a gente tem tentado mostrar é que esse acervo é uma variante da língua, tão boa quanto aquela que se aprende na escola".
No próximo dia 8, o dicionário, vendido pela Editora UFMG a R$ 65, será lançado em Diamantina, na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
"É uma imersão na cultura da região. Nós analisamos as conversas de modo a mostrarmos não só os aspectos linguísticos, mas também os aspectos culturais", conta a professora, que nasceu em Turmalina, no Alto Jequitinhonha.
A busca pelo "jequitinhonhês", diz ela, durou mais de 20 anos. Durante outros trabalhos acadêmicos, ela reuniu histórias orais e algumas escritas, de lendas a poemas e causos regionais.
"Tínhamos muitas histórias já transcritas desde a década de 1980, mas voltamos nelas para examinar melhor. A partir de 2002, tornamos a viajar para completar o material", afirma.
No modo simples com que o povo do Vale se comunica, a professora percebeu influências e misturas diversas. "Acredito que tenha uma influência do Nordeste. Mas a cultura do Vale do Jequitinhonha é híbrida. E, nesse período de levantamento, havia uma mistura. As zonas rurais já tinham escolas e televisão", avalia.
O dicionário traz ilustrações e mapas dos municípios pelos quais a professora e sua equipe passaram.
História. Para Carolina, em breve, essas palavras e expressões podem desaparecer até mesmo das regiões rurais do Jequitinhonha. Com uma modernização e uma urbanização cada vez mais presentes na região, a professora vê, na obra, uma maneira de as gerações futuras conhecerem um pouco da cultura de seus antepassados. "O que a gente tem tentado mostrar é que esse acervo é uma variante da língua, tão boa quanto aquela que se aprende na escola".
No próximo dia 8, o dicionário, vendido pela Editora UFMG a R$ 65, será lançado em Diamantina, na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
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