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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Araçuaí: Estações ferroviárias desativadas são usadas para outros fins em Minas


Imóveis desativados em Minas são transformados em rodoviárias, postos policiais e em centros culturais 

helio Araçuaí: Estações ferroviárias desativadas são usadas para outros fins em MinasLadainha, Araçuaí e Brasília – O trem para de passar em municípios do interior de Minas e deixa lembranças e imóveis abandonados, que acabam recebendo outras funções. Foi o que ocorreu em Ladainha, no Vale do Mucuri. “Foi um tempo bom para a nossa região. O fim da linha prejudicou nossa economia”, atesta o aposentado Hélio Abraão, de 76 anos, que trabalhava como auxiliar de pintura de locomotivas e vagões na cidade que fica a 560 quilômetros de Belo Horizonte, onde funcionava a oficina da Estrada de Ferro Bahia-Minas, mais conhecida por “Baiminas”, como pronunciam moradores daquelas bandas. A linha, que ligava Ponto de Areia (BA) a Araçuaí (MG), começou a ser construída em 1881, oito anos antes de a República ser instituída no país, e encerrou suas atividades, em 1966, na época da ditadura. 

Para Hélio[foto]
, o destino da estrada de trem reflete o que ocorreu com a própria família. “Cinco de meus seis filhos adotivos foram procurar emprego em outros lugares. Dois foram para Campinas (SP), outro para São Paulo, mais um para Angra dos Reis (RJ) e outro para Teófilo Otoni (MG).” Hélio ficou com a esposa e duas netas. Eles moram numa das casas construídas pela Bahia-Minas, na década de 1920, quando a oficina de trens foi montada. O local foi projetado para construir desde pequenos parafusos a complexas peças. O maquinário era um dos mais modernos para a época.

O fim da Bahia-Minas também ganhou o lamento do meio artístico. Dois dos integrantes do Clube da Esquina, Milton Nascimento e Fernando Brant, contaram a saga da linha férrea na música Ponta de areia: “Ponta de Areia, ponto final / da Bahia-Minas, estrada natural / que ligava Minas ao porto, ao mar / caminho de ferro mandaram arrancar”. O imóvel onde funcionou a importante oficina, desde 2000, foi modificado para abrigar o ginásio poliesportivo do município. A imponente fachada, contudo, continua preservada, sugerindo o quanto o endereço foi importante para a região. Parte do lugar atualmente é ocupado por um posto da Polícia Militar. A outra parte funciona como uma minirrodoviária, onde três empresas de ônibus levam passageiros para o interior de São Paulo, da Bahia e de Minas. 

Longe de lá, em Araçuaí, onde era o fim da linha da “Baiminas”, a estação local abriga um centro cultural. O interior do imóvel foi melhorado, mas a parte externa precisa de revitalização: vidraças estão quebradas, a parede foi pichada e parte do passeio foi arrancada. “Quando criança, andei demais nesse trem. Me divertia bastante. Quem sabe, um dia, o trem não volta?”, deseja José Mário Ferreira, de 52, vendedor de aguardente de boa qualidade na região.

Transnordestina

Projetada para ser a mais importante ferrovia de integração dos estados do nordeste, a Nova Transnordestina deveria ser inaugurada este ano, mas o impasse financeiro entre a concessionária controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), e o governo federal praticamente paralisaram a construção nos últimos seis meses. Especialistas indicam que se prevalecer o ritmo atual, o trem só entrará nos trilhos em 2036.
O ponto da discórdia é o orçamento aprovado em 2005. Inicialmente previsto em R$ 4,5 bilhões, foi acrescido de R$ 900 milhões em 2008. Mesmo assim, a CSN, vencedora do leilão para construir e operar a ferrovia, garante que a verba não é suficiente e pressiona para novo acréscimo de R$ 2,8 bilhões. O governo resiste. Caso resolva ceder, o custo vai praticamente dobrar, chegando a R$ 8,2 bilhões.
Fonte: Jornal Estado de Minas

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Diamantina-Monjolos: Trilha Verde da Maria Fumaça

Diamantina-Monjolos: Trilha Verde da Maria Fumaça Estação do Trem, no centro de Diamantina.
Para ter sucesso, quem luta em favor das bicicletas precisa aproveitar as oportunidades e agir quando for preciso, sem esperar que alguém faça por nós.

Saber aproveitar as oportunidades requer estar aberto e antenado, sem nunca fechar canais de comunicação. Também é preciso saber dizer não quando preciso, para ter foco. Uma boa dose de conhecimento técnico ajuda muito. Agir, colocar a mão na massa, exige comprometimento, e a clara visão de que o futuro se constrói hoje. Estar pronto para enfrentar o que vem após a curva.

Um excelente exemplo disto é o movimento para implantação da Trilha Verde da Maria Fumaça, na região central de Minas Gerais, entre Diamantina e Monjolos. O objetivo é possibilitar o deslocamento de caminhantes e ciclistas pelo antigo ramal ferroviário da região, criado em 1909. Foi totalmente desativado em 1973, dentro da política rodoviarista da época.

Durante cerca de 30 anos a “linha do trem” ficou abandonada. Apesar de estar sob responsabilidade do DNIT e as construções sob responsabilidade do IPHAN, passou a ser aos poucos vendida, alugada, roubada e ocupada ilegalmente.


Recentemente, o trajeto começou a ser usado em atividades de lazer e estudo por ciclistas, caminhantes, cavaleiros, professores, estudantes e um novo olhar passou a conviver com as belezas e problemas do caminho.

Em 2000 uma expedição encabeçada pela ONG Caminhos da Serra percorreu a pé todo o trecho de Diamantina a Corinto. Desde então, vem sendo discutida a proposta de se criar a Rota de Ecoturismo da Trilha Verde da Maria Fumaça, com cerca de 100 km de extensão.
Colégio de Conselheiro Mata, em Diamantina. Esta foi uma Escola de Tempo Integral, fundada, há 60 anos, pela educadora Helena Antipoff. Muitas moças do Vale do Jequitinhonha estudaram neste Colégio.


Por ser um percurso criado para o tráfego ferroviário, a Trilha Verde da Maria Fumaça não possui ladeiras acentuadas ou curvas fechadas, apesar do trajeto serpentear por entre escarpas da Serra do Espinhaço e haver um desnível de mais de 800m.

A Serra do Espinhaço possui como características marcantes os afloramentos de rochas quartzíticas entremeados por campos e pequenas faixas de matas, e recebeu da Unesco o título de Reserva da Biosfera. Além de passar por 7 localidades, ao longo da Trilha da Maria Fumaça existe um grande número de atrativos naturais.

O destaque fica para os vilarejos de Barão de Guaicuí, com a Cachoeira do Barão, e as formações e sítios arqueológicos da Serra do Pasmar; e o vilarejo de Conselheiro Mata, com mais de 10 cachoeiras no seu entorno.

A Trilha foi subdividida em seis trechos, conforme as localidades existentes ao longo do trajeto, com distâncias propícias para viagens a pé ou de bicicleta.

Trecho 1: Diamantina a Bandeirinha – 16,6 km

Trecho 2: Bandeirinha a Barão de Guaicuí – 10,5 km

Trecho 3: Barão de Guaicuí a Mendes – 17,6 km

Trecho 4: Mendes a Conselheiro Mata – 24,4 km

Trecho 5: Conselheiro Mata a Rodeador – 16,5 km

Trecho 6: Rodeador a Monjolos – 14,4 km Estação do Trem, em Monjolos

Em 2009 foi criado o Grupo Gestor da Trilha Verde da Maria Fumaça, que já se reuniu com prefeitos, DNIT, IPHAN, Procuradoria do Estado de Minas, entre dezenas de outras ações. Há poucos dias, foi concluído um relatório de identificação e diagnóstico para indução e apoio de fluxo turístico, dentro do Programa de Estruturação do Circuito dos Diamantes (estância de governança regional do turismo).

O relatório apresentado identifica os principais problemas da trilha e apresenta as soluções necessárias. Foi elaborado pelos turismólogos Felipe Marcelo Fernandes Ribeiro e Maria Luar Mendes de Souza, sob a Coordenação Técnica de Hugo Araújo.

A Transporte Ativo parabeniza todas as pessoas envolvidas e apóia a excelente iniciativa.

*Denir Mendes Miranda é representante da Associação Transporte Ativo no Distrito Federal.

Fonte: Blog Transporte Ativo - 11/08/2010, lambido do Passadiço Virtual.

domingo, 24 de outubro de 2010

Construção de ferrovia de Grão Mogol a Ilhéus em 2012

Construção de ferrovia no Vale em 2012
Estrada de ferro irá de Grão Mogol a Ilhéus
Descoberta de minério na região força necessidade do modal
Uma grande ferrovia começa a ser construída no Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, a partir de 2012, com custo inicial estimado de R$ 1 bilhão.

"Os recursos seriam dos cofres do Estado e de organismos internacionais", informou o subsecretário do setor minero metalúrgico e política energética de Minas Gerais, Paulo Sérgio Ribeiro. A previsão é que a ferrovia ligue Grão Mogol, no norte de Minas/Vale do Jequitinhonha, passando por Josenópolis, Salinas, Taiobeiras, Rio Pardo de Minas, Riacho dos Machados,entrando pelo estado da Bahia até a Estrada de Ferro 354 (Transcontinental), em Ilhéus, na Bahia.

Ribeiro confirmou o projeto após o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso, informar sobre a construção da ferrovia, em Grão Mogol, a 551 km de Belo Horizonte, durante o seminário "Oportunidades de investimentos em cidades mineradoras de Minas Gerais", promovido pela Usiminas e pela revista "Fato Relevante", ontem, em Belo Horizonte. Ele afirmou que a ferrovia vai atender a Votorantim e Miba, que estão investindo em jazidas de minério de ferro em Grão Mogol e Rio Pardo de Minas, na região.

O governo do Estado vai contratar uma empresa internacional para fazer o estudo de viabilidade econômica do projeto, que vai demorar dois anos para ficar pronto. "O estudo inclui alternativas de interconexão da ferrovia, melhor traçado, implantação e transporte ferroviário", explicou Ribeiro.

O subsecretário informou que além do minério de ferro, a ferrovia vai escoar também a produção agrícola da região, a silvicultura e rochas ornamentais. "E tem a descoberta do gás na bacia do São Francisco, que se estende até o Noroeste de Minas Gerais, com um potencial energético disponível", acrescentou.

O estudo vai mostrar ainda qual a melhor saída logística para o transporte ferroviário da produção local, incluindo as regiões Norte, Vale do Jequitinhonha, Mucuri e parte do Rio Doce.
A ferrovia, de acordo com o subsecretário Paulo Ribeiro, não terá menos do que 500 km. "Serão grandes traçados, com raio de curvatura para ter velocidade média de 80 km por hora no trajeto", calculou. Por enquanto, o governo planeja fazer o estudo e depois convidar as empresas que estão se instalando na região a participarem do projeto.
Grão Mogol, a mais beneficiada
O prefeito de Grão Mogol, Jeferson Augusto de Figueiredo, também confirmou a construção da estrada de ferro no município. A cidade, com apenas 15 mil habitantes, assiste à finalização da sondagem de minério de ferro das empresas para verificação do volume do minério e a qualidade. O espaço guarda reservas estimadas em 20 bilhões de toneladas de minério de ferro.

"Em uma reunião que tivemos com empresários do grupo Votorantim no Palácio da Liberdade, o governo disse que a opção melhor era a construção da estrada de ferro", lembrou. Também foi aventada a construção de um mineroduto para escoar a produção local.

Além da extração de minério de ferro, o prefeito de Grão Mogol informou que a região detém o maior maciço florestal do Estado, com mais de 300 mil hectares de eucaliptos. "Temos ainda o quartzo, que é levado para ser beneficiado em Bocaiúva e Capitão Enéas", acrescentou.

Siderúrgicas. Com a estrada de ferro, o prefeito de Grão Mogol acredita na implantação de siderúrgicas na região, para agregar valor ao minério de ferro extraído na região. "E não somente levar o valor bruto para ser industrializado em outro lugar", disse.
Fonte: O Tempo on line, com a dica do Itamigos

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Prefeitos querem estrada de ferro que gera mais empregos

Prefeitos argumentam que ferrovia gera mais empregos e desenvolvimento regional

Taiobeiras e Rio Pardo de Minas
O argumento de construção de um mineroduto em vez de estrada de ferro na exploração de minério de ferro, no norte de Minas, não convence o prefeito de Rio Pardo de Minas, Antônio Pinheiro (PRTB), que se opõe à construção do mineroduto.

“A população é contra o mineroduto porque vai contaminar o meio ambiente. Além disso, ele precisa de muita água, o que não temos”, afirma.
O mineroduto também é rechaçado pelo prefeito de Taiobeiras, Denerval Germano da Cruz (PSDB). “A exploração mineral vai trazer desenvolvimento. Mas não pode levar um bem muito precioso para a região, que é a água”, observa.

Ele lembra que há 12 anos lideranças regionais lutam pela construção da barragem de Berizal (no município homônimo, vizinho a Taiobeiras), financiada com recursos federais, mas que está emperrada devido à falta de licenciamento ambiental.

“A ferrovia será uma opção para trazer outras riquezas para o Norte de Minas”, acredita.


Por sua vez, o geólogo João Carlos Cavalcanti ameniza as alegações dos prefeitos em relação aos impactos que seriam provocados por um mineroduto, alegando que, para cada tonelada de minério de ferro, apenas 30% seriam de água – “é uma espécie de uma polpa”, diz.

O sócio do Projeto Salinas disse também que os investidores encomendaram estudos que apontam que a água para o mineroduto seria retirada de “uma grande barragem” na região, mas não informaram qual.

Projeto para viabilizar estrada de ferro

A proposta do governo de Minas é a construção de uma ferrovia que sirva também para o transporte de outros produtos. O subsecretário de Desenvolvimento Mínero-metalúrgico e de Política Energética, Paulo Sérgio Ribeiro, disse que o estado não vai se opor de forma sistemática à construção de um mineroduto se a obra for apontada como essencial para a viabilidade econômica do empreendimento.

Ele lembra, porém, que o governo do estado faz a opção pela ferrovia porque pretende agregar valor à exploração mineral, estimulando outras atividades econômicas no Norte de Minas, hoje, a região do estado com o mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

O subsecretário disse que o governo vai encomendar um estudo técnico sobre a construção da ferrovia.

Reportagem de Luiz Ribeiro, do Estado de Minas, em 01.02.10

Ilustração é do Diário do Jequi, de Almenara