Em Minas Gerais, desde o ano passado, a campanha já recolheu perto de 500 mil assinaturas. O número de adesões em todo o Brasil já passa de 1,25 milhão, segundo dados da Comissão de Saúde.
Foto: Alair Vieira
Em Almenara, campanha coordenada pela Assembléia Legislativa, coletou assinaturas da população
Almenara, no Vale do Jequitinhonha, é o mais novo polo de mobilização da Caravana da Saúde, campanha da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) por mais recursos para o setor.
Deputados, prefeitos, vereadores, lideranças políticas, profissionais de saúde e moradores de várias cidades da região lotaram o plenário da Câmara Municipal para debater o tema saúde pública e deixar a sua contribuição, na forma de assinaturas, para que seja possível apresentar um projeto de lei de iniciativa popular para aumentar o investimento da União na área.
O encontro do Assine + Saúde foi comandado pelo presidente da Comissão da Saúde, deputado Carlos Mosconi (PSDB), a pedido do presidente da ALMG, Dinis Pinheiro (PSDB).
Também participaram do evento os deputados Carlos Pimenta (PDT) e Tadeu Martins Leite (PMDB).
O desafio dos parlamentares é estimular, em cada cidade pela qual a Caravana da Saúde passa, a coleta de assinaturas. E esse trabalho já vem dando resultados. Em Minas Gerais, desde o ano passado, a campanha já recolheu perto de 500 mil assinaturas. O número de adesões em todo o Brasil já passa de 1,25 milhão, segundo dados da Comissão de Saúde.
A proposta prevê que a União destine, obrigatoriamente, 10% de sua receita corrente bruta para a área da saúde. A ideia é coletar, em todo o País, um mínimo de 1,5 milhão de assinaturas, para levar o projeto ao Congresso Nacional, conforme determina a lei para projetos de iniciativa popular.
Nesse esforço por parte do Legislativo estadual já estão previstas também visitas a Pouso Alegre (24/5), Conceição das Alagoas (6/6), Nepomuceno (10/6), Paraopeba (12/6), Diamantina (28/6) e Alfenas (8/7).
Dinis Pinheiro agradeceu a adesão da população de Almenara ao Assine + Saúde, mas confessou estar triste com a situação da saúde pública no Brasil. “A essência da vida pública é melhorar a vida do povo, sobretudo dos mais pobres, que merecem um atendimento digno na saúde pública. Por isso, essa não é uma causa só da Assembleia, mas de todo o povo brasileiro”, disse. “Tenho uma relação muito íntima com o interior mineiro e é muito gratificante ver que o povo do Vale do Jequitinhonha está ao nosso lado nessa e em outras lutas importantes em prol dos mais necessitados. São momentos assim que tornam a vida pública, como empregado dos mineiros, tão gratificante”, destacou o presidente da Assembleia.
Carlos Mosconi disse estar otimista em uma mudança do quadro de penúria da saúde pública. “Essa campanha tem superado todas as nossas expectativas. Estamos na reta final e é muito importante que apresentemos o projeto de lei no Congresso Nacional neste segundo semestre, já que teremos eleições no próximo ano e ficará mais difícil aprová-lo”, lembrou. “O mais incrível é que essa campanha está sensibilizando a todos. Ninguém se nega a assinar assim que toma conhecimento de nossa causa. Uma simples assinatura vale muito, pois pode mudar o destino de milhões de brasileiros”, completou Mosconi.
Omissão da União deixa municípios sobrecarregados
“Não adianta mais ficar discutindo quem investe quanto na saúde. O fato é que os prefeitos estão cada vez mais sobrecarregados em seu trabalho de cuidar do bem-estar do cidadão. O que estamos pedindo à União, por meio dessa campanha da Assembleia, é o mínimo de compromisso para ajudar as cidades brasileiras a ter um atendimento de saúde de qualidade”, ressaltou Tadeu Martins Leite.
O deputado Carlos Pimenta destacou que a Campanha Assine + Saúde adquire ainda maior relevância em regiões pobres como o Vale do Jequitinhonha. “Nenhum prefeito aqui presente investe menos do que os 15% previstos por lei para a saúde. Se a União fizesse sua parte, as prefeituras teriam condições de cuidar melhor daqueles cidadãos mais pobres, que mais precisam do apoio do poder público”, lembrou.
“Como médico, estou indignado. Posso afirmar categoricamente que nunca vi uma situação tão ruim da saúde pública em nosso país. Apesar do socorro dado pelo Governo do Estado, hospitais estão sendo fechados e está chegando o dia em que a gestão da saúde pública ficará inviável!”, advertiu Carlos Pimenta.
Na mesma linha, a prefeita de Almenara, Fabiany Ferraz de Figueiredo, cobrou que as responsabilidades sejam melhor divididas na gestão da saúde pública. “A responsabilidade de cuidar das pessoas é do prefeito, e a população nos cobra isso diariamente, com toda razão. Mas nem sempre as pessoas sabem os valores destinados pelo Governo Federal à saúde. Essa campanha da Assembleia é válida por permitir a discussão em torno disso. Apesar de tudo, temos esperanças de melhores dias”, destacou.
Já o presidente da Câmara de Almenara, vereador Geraldo Antônio Tadeu Fonseca, foi ainda mais enfático. “A nossa saúde pública está doente. Os prefeitos estão de pires da mão. Um exemplo é o serviço de hemodiálise. Já levamos nossos pacientes para Teófilo Otoni, agora para Itaobim, que é mais perto de Almenara, mas isso precisa melhorar. Quem está doente não merece mais esse sofrimento. Da minha parte, a Câmara não medirá esforços para ajudar a Assembleia”, afirmou.
Abrangência -
O movimento pela saúde é feito em todo o País, por iniciativa da Associação Médica Brasileira (AMB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Academia Nacional de Medicina (ANM). Em Minas, além da Assembleia Legislativa, a campanha conta com o apoio de, pelo menos, dez entidades, como Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Associação Mineira de Municípios (AMM), Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), entre outras.
Como participar - Todo cidadão pode contribuir com a coleta de assinaturas por meio deformulário disponível no Portal da Assembleia. Para preenchê-lo, é necessário informar nome completo, endereço e título de eleitor. Quem não souber o número do título de eleitor pode informar a data de nascimento e o nome completo da mãe.
Após preenchimento, o formulário deve ser enviado para a Assembleia (Rua Rodrigues Caldas, 30 - Santo Agostinho/Belo Horizonte)
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