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terça-feira, 11 de junho de 2019

Rio Araçuaí: Poluição e assoreamento afetam abastecimento

Órgãos públicos ouvem reivindicações de lideranças e moradores, inclusive sobre irregularidades em barragens do Estado.

Foto: ALMGPoluição e assoreamento do Rio Araçuaí afetam abastecimento
Audiência realizada na Assembléia Legislativa durou cerca de 5 horas.
Rio Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, tem registrado vazões críticas – quando é necessário impor restrições ao uso – com mais frequência nos últimos quatro anos. Esse período já é o pior dos últimos 20 anos. A água que resta ainda sofre com a descarga de esgoto, sobretudo dos municípios de Turmalina, Minas Novas, Francisco Badaró e Araçuaí. 
As informações são do Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam) e foram apresentadas em audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, realizada nesta quarta-feira (5/6/19), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Na reunião, foram discutidas também medidas para a revitalização do manancial. 
Lixo jogado nas margens do rio Araçuai, é outra ameaça.
Lixo jogado nas margens do rio Araçuai, é outra ameaça.
O Araçuaí abastece 23 municípios, com 290 mil pessoas, e é um dos principais afluentes do Jequitinhonha. Mas está “por um fio”, segundo o prefeito de Araçuaí, Armando Paixão. “Se a situação continuar a mesma, em três ou quatro anos não teremos água para beber”, alertou. De acordo com o prefeito, como a cidade está próximo à foz do rio, recebe água de péssima qualidade.
Sobrevivência
Em 2018, segundo Armando Paixão, a prefeitura gastou R$ 800 mil com caminhões-pipa para levar água à zona rural. Neste ano, deve gastar R$ 1 milhão. “É água para sobrevivência. O morador do campo não pode produzir e nem gerar renda com ela”, observou. Ele pediu a união de todos os órgãos para um trabalho de longo prazo em prol do rio.
Na fase de debates, Josias Gomes, membro do Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Araçuaí, acrescentou que nem mesmo a Copanor consegue limpar a água da barragem do Rio Setúbal, que abastece parte da região. A água, segundo ele, está sendo levada à zona rural de Araçuaí junto com sulfato de alumínio, para os próprios consumidores, sem experiência, fazerem a sedimentação.
O jornalista Sérgio Vasconcelos, da Gazeta de Araçuai, apresentou edição do jornal de novembro de 1997 cuja manchete já chamava a atenção para a poluição do Rio Araçuai. " Já se passaram 21 anos e nenhuma autoridade tomou providências para resolver esta grave situação", destacou o jornalista que solicitou estudos para saber sobre a possibilidade de esvaziar a Barragem do Setúbal, de forma a promover a limpeza da mesma. As águas da barragem estão aumentando a turbidez do rio do mesmo nome, que deságua no Araçuai. 
O prefeito de Berilo, Lázaro Neves, lembrou a tese de que a região se transformaria em deserto e salientou que o primeiro passo para isso, o desaparecimento das nascentes, já ocorre há muito tempo. “O Rio Araçuaí está na UTI. E, por tabela, morrem outros rios”, apelou também o Frei José Natalino Martins Jardim, pároco de Berilo e presidente da Caritas Diocesana. 
Audiência reuniu lideranças políticas e comunitárias da região banhada pelo Rio Araçuai
Audiência reuniu lideranças políticas e comunitárias da região banhada pelo Rio Araçuai
 CBH denuncia falta de licenciamento em barragens 
Barragem do Setúbal não tem licenciamento e está poluindo rio do mesmo nome que deságua no Araçuai
Barragem do Setúbal não tem licenciamento e está poluindo rio do mesmo nome que deságua no Araçuai
 As barragens dos Rios Setúbal e Calhauzinho, que impactam diretamente o Rio Araçuaí e são geridas pelo governo de Minas, não têm licença de operação. A denúncia é da presidente do CBH do Rio Araçuaí, Bruna de Souza Otoni. “O Estado não cumpriu nenhum dos programas de controle do plano ambiental da barragem e está ausente do comitê”, reforçou, apelando para a regularização.
Para a presidente, é preciso também regulamentar a preservação da Serra do Gavião, onde estão localizadas nascentes dos Rios Araçuaí e Jequitinhonha. Com o pisoteio e fogo no alto, não teremos água”, afirmou. Outro problema, segundo ela, é a monocultura de eucalipto, que chega a 150 mil hectares na bacia. “Há outorgas de águas para eles também”, pontuou.
Ocupações irregulares, com supressão de matas ciliares, falta de saneamento e de reuso da água, presença de lixões e aterros, além da mineração, foram outros problemas citados por Bruna. Ela também lamentou o sucateamento dos órgãos ambientais da União e do Estado, inclusive com contingenciamento de recursos para os comitês.
Prefeitos e vereadores de vários municípios estiveram na audiência. Na fase de debates, vários participantes reforçaram os problemas relacionados ao abastecimento de água no Vale do Jequitinhonha, como o pisoteamento de nascentes pelo gado, a monocultura de eucalipto, as grandes outorgas para uso de água e também os gargalos sociais gerados por essa situação.
Programas
Por outro lado, Igam e Copasa apresentaram projetos que podem beneficiar a região. Está em fase de consulta pública para priorização de áreas, por exemplo, o Somos Todos Água, do Igam, voltado para a recuperação dos cursos d’água com vistas à segurança hídrica e à diversidade. 
A Copasa/Copanor citou o Pró-mananciais, que investiu R$ 423 mil em cinco municípios da região. O programa faz replantio de nascentes, cercas e pequenas barragens, com educação ambiental de crianças. Outros R$ 22,5 milhões serão aportados no semiárido para projetos alternativos de oferta hídrica. Há, ainda investimento de R$ 10 milhões em Araçuaí para Estações de Tratamento. 
Para o vice-presidente da Copasa, Tadeu José de Mendonça, o grande desafio é o uso racional da água. Outros órgãos públicos também enviaram representantes, como a Emater, que tem experiência em construções de barraginhas e adequação ambiental de estradas vicinais e se dispôs a trabalhar na zona rural dos municípios. O Instituto Estadual de Florestas (IEF) também se colocou à disposição.
Deputado pede providências
Natural do Jequitinhonha, o deputado estadual Dr. Jean Freire (PT) enfatizou o descaso com a região. “Produzimos 90% do lítio brasileiro e mendigamos água”, comparou. Ele anunciou a formação da Frente Parlamentar do Semiárido Mineiro, que vai tratar da situação dos rios. “Não podemos discutir os grandes sem tratar dos pequenos”, salientou.
Fonte: ALMG

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Festivale: 34 anos de resistência e valorização da cultura popular do Vale do Jequitinhonha


Foram dias de uma verdadeira imersão na cultura popular do Vale do Jequitinhonha. Dias de partilha, de afeto, alegria, aprendizado e crescimento. Assim foi durante todo o 34º Festivale, que aconteceu durante os dias 23 a 29 de julho, no município de Felício dos Santos, no Alto Jequitinhonha.

Assim tem sido nos últimos 34 anos, todas as vezes em que foi realizado o maior festival de cultura popular de Minas Gerais e um dos maiores do Brasil, fruto de um trabalho intenso de valorização da cultura regional e celebração das manifestações artísticas do Vale do Jequitinhonha.

O mandato do deputado estadual  Jean Freire, que atuou de forma incessante para que o Festivale ocorresse da melhor maneira possível, foi representado, em diversos momentos, pelos assessores Marcus Vinícius, Deyse Magalhães, Lízian Martins, Graziele Silva, Laís Carmona, Albano Machado e Marília Jardim. O próprio parlamentar e sua família passaram a semana na cidade, acompanhando de perto a realização do evento. 

A abertura do festival, realizada na noite de domingo, 23, contou com a participação de lideranças locais e regionais; diretores da Federação das Entidades Culturais e Artísticas do Vale do Jequitinhonha (Fecaje), o prefeito municipal, Ricardo Rocha, o Diretor-Geral do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene),  Gustavo Xavier, representando o governo estadual.
Jean parabenizou a Fecaje pelo grande empenho na realização do Festivale e na construção do movimento cultural da região. "Nós sabemos como é difícil fazer cultura no nosso país, principalmente em momentos como o que nós vivemos agora. E apesar disso, vocês fazem a cultura do Vale acontecer", disse.

Maria Aparecida dos Santos Queiroz, diretora-executiva da Federação, chamou a cultura do Vale de "cultura da resistência". "Foram muitos tropeços e muitas dificuldades. É muito difícil fazer cultura hoje. Nós estamos fazendo a cultura da resistência. Nós estamos realizando o Festivale dos sonhos porque nós o sonhamos e estamos fazendo acontecer", afirmou.

Logo após a solenidade de abertura, o Coral "Cantos, Contos e Cantigas", da Casa da Juventude de Itaobim, subiu ao palco junto com a Orquestra Filarmônica do município. Em seguida, foi a vez da atração principal da noite, a banda "Sarau Kizumba", do município de Medina.

Rodas de conversa
Para além de um evento cultural, o Festivale é um ato político. E na conjuntura atual, é primordial que as questões políticas sejam debatidas. Alguns dos momentos em que isso foi possível foram durante as rodas de conversa, uma novidade desta edição. 
Para Marcus Vinícius, assessor do mandato deputado Jean Freire e um dos organizadores das rodas, elas não foram uma programação à parte das atividades culturais, mas um momento a mais para pensar os fazeres político e cultural. “O Festivale nasceu do anseio de se pensar o Vale do Jequitinhonha de dentro para fora, com ações transformadoras, com a conquista do respeito e com o empoderamento do seu povo a partir dos agentes culturais. Saí das 3 rodas com a idéia de que precisamos compartilhar as responsabilidades e o envolvimento nos processos populares que, historicamente, só se fortaleceram com a colaboração, com a co-responsabilidade, a promoção da sensação de pertencimento. Sair assim foi muito positivo”, disse.


“Nenhum direito a menos”
Ao todo foram realizadas 3 rodas de conversa. A primeira delas aconteceu na terça-feira, 25, com o tema “Nenhum direito a menos”. O deputado Dr. Jean Freire participou da mesa e falou da atuação do seu mandato na luta contra o golpe em curso no nosso país. Para o deputado, em um momento de grandes ataques aos direitos do povo, é necessário que todos os espaços sejam ocupados como forma de denúncia do golpe perpetrado pelo governo golpista. “É importante que nós estejamos mobilizados e que mobilizemos nossos companheiros contra todas as arbitrariedades do governo que aí está. Além disso, é preciso que nós, figuras públicas, saibamos aproveitar deste lugar que nós ocupamos para denunciar constantemente todas as ofensivas contra os(as) trabalhadores (as) do nosso país”, afirmou.

Ytxaha Braz, Claudilene Ramalho, Abel Sicupira, Jean Freire, Aline Ruas, Giselda Gil e Jaqueline Mota.

Além do deputado, também compuseram a mesa Claudilene da Costa Ramalho, professora da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e coordenadora do Observatório da Mulher do Jequitinhonha e Mucuri, da mesma universidade; Giselda Gil e Jaqueline Mota, do grupo "Mulheres da Vida", de Minas Novas; o professor Abel Sicupira, do movimento LGBT "BlayBlayds"; a jovem estudante e militante do Levante Popular da Juventude, Ytxaha Braz, da aldeia indígena Cinta Vermelha Jundiba, da cidade de Araçuaí, e Aline Ruas, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Jô Pinto, Regiane Farias, Tadeu Martins, Armando Ribeiro e José Augusto Pereira.
"FESTIVALE: sua história e novas perspectivas”
Tão importante quanto a primeira, a segunda roda de conversa discutiu a construção do Festivale, além da situação da Fecaje e os desafios que se apresentam para a realização do evento a cada ano. Participaram da roda o produtor cultural e um dos idealizadores do Festivale, Tadeu Martins; Armando Ribeiro, representando a Associação de Produtores e Agentes Culturais Através da Arte (APACA); a estudante da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Regiane Farias; José Claudionor, agente cultural da cidade de Itinga, e José Augusto Francisco Pereira, representando a Federação das Entidades Culturais e Artísticas do vale do Jequitinhonha (Fecaje).
“Comunicadores do Vale: colaborar para irradiar”
Na sexta-feira, 28, aconteceu a terceira e última roda de conversa, com um tema de muita relevância: comunicação. Entre muitos assuntos relacionados ao tema, foram debatidos os desafios para a consolidação de uma rede de comunicadores no Vale do Jequitinhonha e a importância da comunicação para o fortalecimento da região em diversos aspectos. A mesa foi composta pelo professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Márcio Simeone; pelo coordenador do Redondo Centro de Multimídia, Felipe Matos, da cidade de Jequitinhonha; William Nascimento, do Galpão Cultural Area Criativa, de Pedra Azul; Decanor Nunes, comunicador popular e membro da Cáritas, em Jequitinhonha, e Graziele Silva, militante do Levante Popular da Juventude e estagiária de comunicação do mandato depuado Jean Freire.

Decanor Nunesm Will Nascimento, Márcio Simeone, Felipe Matos e Graziele Silva.
Feira de Artesanato “Mestre Ulisses Pereira”
Em todas as edições do Festivale,  a Feira de Artesanato colore ainda mais o espaço do evento. São artesãos de todas as regiões do Vale que expõem e vendem suas produções, fazendo gerar renda para as famílias e associações e ainda espalham um pouco da nossa cultura para o resto do país, quiçá, do mundo. Todos os anos, a Feira homenageia um  grande nome do artesanato do Vale e, este ano, foi a vez de relembrar o maravilhoso trabalho do Mestre Ulisses Pereira.
Nascido na cidade de Caraí, município localizado no divisor de águas dos Vales Jequitinhonha e Mucuri, Ulisses foi considerado um dos maiores ceramistas ativos do século passado. Seu trabalho é reconhecido internacionalmente, ao lado de outros grandes nomes do artesanato do Vale. Jô Pinto, agente cultural da cidade de Itinga e organizador da Feira, explica a razão da homenagem. “Ulisses ainda não havia sido homenageado em nenhuma das edições anteriores e ele foi um dos escultores em argila mais emblemáticos do Vale do Jequitinhonha. Suas peças eram surrealistas, diferentes das demais produções. Então nós resolvemos homenageá-lo como uma forma de manter viva sua memória”, afirmou.
Sobre o retorno obtido, ele diz que todas as expectativas foram superadas. “O resultado foi muito positivo. Pudemos oferecer uma estrutura bem melhor para os artesãos e as vendas superaram as do ano passado. Tudo isso é muito positivo para nós. E a Feira vem crescendo a cada Festivale. Nós temos trabalhado para melhorar cada vez mais e oferecer um ambiente agradável não só para os artesãos, mas também para os visitantes e, consequentemente, favorecer a comercialização dos produtos”, disse.

Mostra de Cultura Popular “Dona Maria do Bode”
Assim como a Feira de Artesanato, a cada ano, a Mostra de Cultura Popular do Festivale homenageia uma figura importante da história do Vale. Este ano, a homenageada foi a senhora Maria Simplício Gomes, Dona Maria do Bode, fundadora da Folia de Reis de Almenara. 



Renato Paranhos, organizador da Mostra, explica a razão da homenagem. "A escolha se deu devido à importância que Dona Maria tem no meio cultural na região do Baixo Jequitinhonha. Sempre que nos lembramos de cultura popular em Almenara, por exemplo, nos lembramos de Dona Maria do Bode", disse. 

Durante toda a semana, a Mostra reuniu grupos de cultura popular de diversas cidades, como Almenara, Salto da Divisa, e, inclusive, da cidade sede. Um dos grandes destaques foi a Marujada Nossa Senhora do Rosário, de Felício dos Santos, que levou ainda mais alegria, cor, ensinamento e tradição para as ruas da cidade.
Noite Literária “Victor Alves”
Conhecida como a “noite de gala” do Festivale, a noite literária sempre reúne grandes poetas e intérpretes da região num concurso de poesia. Este ano, o homenageado foi Victor Alves, da cidade de Ponto dos Volantes. Conhecido como Seu Vitorino, Victor Alves Cardoso, falecido em 2002, foi um dos maiores poetas do Vale do Jequitinhonha. Antes das apresentações, ocorreu o lançamento do livro “Inverso e Acorde”, de Herena Barcelos, da cidade de Itinga.
Para Andressa Ferraz, organizadora da Noite, este é um dos momentos mais importantes do festival. "Eu quis participar da organização da Noite Literária porque ela é, pra mim, um dos momentos mais importantes do Festivale. O incentivo à escrita e à leitura é muito importante. Tudo isso enriquece o trabalho e me traz uma alegria muito grande", afirmou.  
Ao todo, foram selecionadas 10 poesias de artistas vindos de diversas regiões do Vale, que trataram sobre diferentes temas. Os prêmios foram divididos em duas categorias: melhor poesia e melhor intérprete. Os grandes vencedores foram Edelvan Alves da Silva, da cidade de Capelinha, que levou o título de melhor poesia com “Pão e reza”; em segundo lugar, Regiane Alves, de Itinga, com a poesia “Olhos do Jequi”, e em terceiro, "Noite da infância dos pássaros", de Cláudio Bento, da cidade de Jequitinhonha, interpretada por Djalma Ramalho, de Araçuaí. O prêmio de melhor intérprete foi para Allef Heberton, da cidade de Itinga, com a poesia “A santa do povo”, de José Claudionor. 
Festival da Canção “Zé de Pedro”
Realizado nas últimas noites do Festivale, o Festival da Canção é também um dos momentos mais aguardados do evento. O homenageado deste ano, José de João da Silva, mais conhecido como “Zé de Pedro”, é um ícone da resistência e do amor à cultura local e patrono da Marujada de Nossa Senhora do Rosário, da cidade de Felício dos Santos.
Foram selecionadas 20 canções de artistas vindos de várias regiões do estado e também do país. Os vencedores foram: em primeiro lugar, Miltinho Edilberto, da cidade de Extrema, com a canção “Meu Brasil”; em segundo, Nino Aras, de Diamantina, com a música “Sinal”; Laécio Beethovem, de Salvador, Bahia, ficou em terceiro lugar, com a canção “O amor em três sonetos”, e Paulo Henrique Borges, de Minas Novas, foi o vencedor da Melhor Canção Regional, com “Filhos da Terra de Zumbi”.
 Mostra de Teatro “Marquinhos Moá”
Reunindo grupos teatrais de diversas cidades do Vale, a Mostra Teatral desta edição homenageou Marquinhos Moá, da cidade de Jequitinhonha. Os grupos que se apresentaram durante a Mostra foram Grupo de Teatro de Felício dos Santos; Grupo de Teatro de Itinga (GRUTTI); Ícaros do Vale, de Araçuaí; Cia. Murion de Teatro, de Padre Paraíso, e o Grupo "Só riso”, de Jequitinhonha.


Mostra de Coral “Nós de Minas”
Este ano, a Mostra de Corais, que abria o show todas as noites, homenageou o Coral Nós de Minas, da cidade de Coronel Murta. O Coral surgiu de um projeto da Associação Beneficente de Itaporé (Abita), que tinha o intuito de resgatar a cultura popular da região.


Dentre os corais que se apresentaram estão o Coral Cantos, Contos e Cantigas, de Itaobim; o grande homenageado, Coral Nós de Minas, e o Coral Araras Grandes, de Araçuaí.


Oficinas
Outros importantes espaços de formação durante o Festivale foram as oficinas, que abordaram diversos assuntos: teatro, dança, música, contação de histórias, cultura indígena, produção cultural, etc. No sábado, 29, os oficineiros e participantes realizaram uma apresentação de tudo o que foi construído ao longo de toda a semana.
 Festival de emoção
Para o prefeito de Felício dos Santos, Ricardo Rocha, o evento veio para contribuir com o resgate da cultura da região. “É uma satisfação imensa receber o Festivale aqui em nossa cidade. É um marco na história, tanto política quanto cultural de Felício dos Santos. Agradeço imensamente a todos os moradores e servidores da nossa cidade que abraçaram essa causa, que, certamente, nos ajudará a levar o Festivale para o resto do estado e para o resto do país”, disse.

Para o deputado estadual  Jean Freire, foi uma alegria muito grande poder participar tão ativamente do Festivale. “Eu sempre fui um amante da cultura popular do Vale do Jequitinhonha, sempre me encantei com tudo aquilo que é produzido pelas mãos do nosso povo. Então pra mim é sempre uma alegria muito grande poder contribuir com a realização deste evento tão grandioso”, disse.

O mandato do deputado estadual Jean Freire articulou-se junto aos agentes culturais de Felício dos Santos, da região do Alto Jequitinhonha e dos diretores da Fecaje para a realização do evento. "Fazer essa articulação foi de suma importância para nós, não só enquanto mandato Dr. Jean Freire. Além de poder conhecer um pouco mais da cultura de Felício dos Santos, no qual fomos muito bem recepcionados e que acolheu muito bem o Festivale, e do Alto Jequitinhonha, pudemos desfrutar de momentos de muito aprendizado e crescer com a força e a resistência do nosso povo", disse a assessora de Cultura do mandato, Deyse Magalhães.

34 anos de resistência
Idealizado no final da década de 1970, a primeira edição do Festivale aconteceu em 1980, na cidade de Itaobim. Composto pelas mais variadas formas de manifestação cultural, surgiu da necessidade de promover a cultura popular do Vale do Jequitinhonha e de atender às necessidades de agregação, valorização e divulgação das atividades artísticas existentes na região.
Ao longo dessas mais de 3 décadas, o Festivale já percorreu 25 municípios e já se tornou uma referência da resistência da cultura popular em todo o estado.
Mais fotos do Festivale aqui.
Graziele Silva, Assessoria de Comunicação do Deputado Estadual Dr Jean Freire.
Fotos: divulgação 

domingo, 23 de julho de 2017

Felício Santos: 34º FESTIVALE começa hoje, com festa e esperança


O 34º FESTIVALE - Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha começa neste domingo, em Felício dos Santos, no Alto Jequitinhonha, a 72 km de Diamantina.

Serão 7 dias de festas, esperança, reflexão, formação e curtição das principais manifestações de cultura popular do Vale do Jequitinhonha. 

Haverá de tudo um pouco. Shows musicais, poéticos, teatrais, de video. Exposição de artesanato, artes plásticas, fotos. Debates, reflexões, manifestações políticas "Nenhum direito a menos!", propostas de novas comunicações no Vale, revisão das caminhadas do FESTIVALE, análise de conjuntura na visão dos movimentos populares, novos desafios, ações ....

São 14 Oficinas que têm início nesta segunda-feira, indo até sexta-feira. No sábado, pela manhã, nas ruas de Felício dos Santos, haverá a apresentação dos trabalhos produzidos pelos membros das Oficinas.

Confira a Programação do 34º  FESTIVALE:

O FESTIVALE é um dos maiores eventos culturais do Brasil e da América Latina. É o mais longevo, acontecendo desde 1980, sempre em uma cidade da bacia do rio Jequitinhonha. É um momento de muita confraternização de artistas, grupos. agentes e gestores culturais do Vale do Jequitinhonha, no norte e nordeste de Minas, empoderando os movimentos de culturas populares. É festa, alegria e reflexão sobre a criatividade humana. Durante toda a última semana de julho, os participantes se envolvem em Oficinas, mostra, exposição de artesanato, fotografias, artes plásticas, cine-video, livros, teatro e outras manifestações artísticas e culturais.
Em 2015, o FESTIVALE aconteceu no Salto da Divisa, quase no sul da Bahia. Em 2016, em Jequitinhonha, no mês de outubro. Há shows musicais de representantes de músicas de raiz, debates, Noite Literária e Festival de Música.
Artistas como Paulinho Pedraazul, Rubinho do Vale, Saulo Laranjeiras, Pereira da Viola, Tau Brasil, Lucinho Cruz, Tizumba, Tambolelê, Titane, Bilora, Chico Lobo, Wilson Dias e tantos outros são presenças garantidas em muitos FESTIVALES.



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