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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

EPAMIG intensifica Programa de cultivo da palma forrageira no Jequitinhonha e norte de Minas


A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) intensifica as ações para o desenvolvimento da cultura da palma em áreas de vulnerabilidade climática de Minas Gerais. Nesta semana, em evento na unidade da empresa, em Nova Porteirinha, Território Norte, foram lançadas a Rede Palma e a revista Informe Agropecuário com o tema “Cultivo e utilização da palma forrageira”.

As ações integram o programa Palmas para Minas, que visa construir o conhecimento desta cultura no estado. A Rede é composta por diversas instituições de pesquisa, extensão, fomento e agroindústria que irão cooperar para a seleção, multiplicação e distribuição de palma forrageira, que já tem se mostrado uma alternativa viável para produtores de leite no semiárido mineiro.

Na primeira etapa do projeto, foram selecionados dez municípios do Norte e Vale do Jequitinhonha para receberem mudas de palmas provenientes da Epamig. Participam os municípios de Olhos D’água, Botumirim, Francisco Sá, Jequitinhonha, Matias Cardoso, Montezuma, Janaúba, Gameleiras, Monte Azul e Santo Antônio do Retiro.

Desde 2009, a Epamig desenvolve estudos e incentiva o cultivo da palma. Nesses oito anos, em parceria com a Emater-MG, já foram distribuídas cerca de 400 mil mudas desta planta, que é fonte de água e energia para o rebanho. Segundo a chefe da Epamig Norte de Minas, Polyanna de Oliveira, a Rede irá trabalhar para ampliação também dos resultados de pesquisa.

“A proposta é termos a indicação das melhores variedades de palma forrageira para o Norte de Minas e Bacia do Jequitinhonha, além de construirmos coletivamente um sistema de produção compatível com à realidade do nosso estado, assim como já acontece nos semiáridos baiano e pernambucano”, ressalta Polyanna.

De acordo com o presidente da Epamig, Rui Verneque, a pesquisa busca, junto com demais parceiros, contribuir para o desenvolvimento sustentável da pecuária na região. “A palma é uma planta que se adapta a longos períodos de estiagem e exige poucos recursos hídricos para o plantio. Acreditamos que essas parcerias possam ampliar as ações e trazer mais qualidade para o rebanho e à vida do produtor rural”.

Na Fazenda Santa Marta, em Janaúba, a palma é a alimentação das vacas criadas pelo produtor rural Uelton Moreira, conhecido por Tom Tom. Ele é um dos produtores que receberam mudas para multiplicação e conta que antes de iniciar a cultura da palma perdeu mais de 20 vacas, que morreram em função da seca. “Hoje consigo manter uma produção de leite de 220 litros por dia”, comemora.

Para a pesquisadora da Epamig Leidy Rufino, a palma é uma alternativa para complementar a alimentação do gado, mas é necessária a continuação dos trabalhos na geração e na divulgação de informações referentes a cultivares, técnicas de cultivo e formas de uso. “Isso pode resultar no sucesso da atividade, na segurança ambiental, produtiva, alimentar e econômica de milhares de famílias”.

Epamig desenvolve estudos e incentiva o cultivo da palma (Leonardo Leles)

Publicação
A edição Informe Agropecuário da Epamig “Cultivo e utilização da palma forregeira” conta com dez artigos, com informações sobre tecnologias de cultivo, com alto rendimento e qualidade da forragem, levando em consideração índices técnicos, para que a atividade tenha sustentabilidade. São apresentadas, também, formas de uso da palma forrageira na alimentação tanto de bovinos quanto de humanos.

A edição foi produzida em parceria com instituições de ensino, com destaque para o Instituto Federal Baiano e a Universidade Estadual do Sudeste da Bahia. Além disso, diversos especialistas participaram da edição coordenada pelos pesquisadores Maria Geralda Vilela Rodrigues, Ariane Castricini, e Sérgio Luiz Rodrigues Donato.

A revista pode ser adquirida pelo site www.informeagropecuario.com.br ou por meio da divisão de Promoção e Distribuição da Informação Tecnológica. Informações: (31) 3489-5002 ou publicacao@epamig.br


Fonte: Agência Minas

sábado, 22 de maio de 2010

Parque das Sempre-Vivas e suas belezas naturais

Sempre-Vivas tomam conta de Diamantina, Olhos D´Água e Bocaiúva
O Parque Nacional das Sempre-Vivas foi criado em dezembro de 2002, protegendo uma área de 124.555 hectares, inserida em 3 municípios do Alto Jequitinhonha: Diamantina, Bocaiúva e Olhos D`água, além de Buenópolis, no norte de Minas.
As áreas apresentam fisionomias diferentes, contendo registros de mata densa de fundo de vale, campos rupestres de altitude e uma grande concentração de nascentes, entre elas a do Rio Jequitinhonha. Qualquer incursão nesta área dever ser autorizada pela chefia da unidade em Diamantina.
Foto: A colheita das sempre-vivas faz parte da cultura dos moradores do entorno . Foto: Eduardo Issa
O acesso mais fácil à unidade se dá pelo distrito de São João da Chapada e depois pelo povoado dos Macacos, onde cerca de 50 pessoas, a maioria idosos, vive tranqüilamente da aposentadoria e de pequenos negócios. Os mais jovens abandonaram o lugar e partiram em busca de estudo e dos atrativos da cidade grande. Depois de algumas horas em estradas precárias, mas com um visual impressionante, já é possível observar os contornos da Serra do Galho, dentro da extensa Cordilheira do Espinhaço. Nesta região, a antiga casa da Fazenda Kolping, serve como ponto de apoio para a recém criada brigada de incêndio do parque. Para todos os lados, as montanhas rochosas fazem parte da paisagem, dividindo espaço com campos floridos e árvores contorcidas.

Foto: O pôr-do-sol se integra aos elementos da natureza e proporciona espetáculo , Foto: Eduardo Issa
Partindo da sede da Kolping por trilhas em carro tracionado, por 2 horas cruzando campos rupestres se chega na Mata do Gavião, uma floresta de árvores frondosas e mata densa, uma paisagem bem diferente das outras regiões da unidade. Seguindo para os outros municípios como Buenópolis, passando pelo povoado de Curimataí, amostras de que o futuro por aqui ainda não chegou. Alugar uma casa `na beira do rego` significa apenas uma residência com um pequeno córrego de água potável passando na frente. No alto do povoado a Cachoeira de Curimataí além de belíssima é a responsável pela água potável que forma o `rego` e abastece as casas dos moradores.
Foto: O Rio Inhacica, no leste do parque, uma das mais belas paisagens da região . Foto: Eduardo Issa
Na parte alta do parque, meio a tantas formações, uma espécie florística de aparente fragilidade brota nos campos rupestres. A pequena flor, uma das mais resistente do planeta, não é por acaso que ficou conhecida como sempre-viva, depois de colhida ela pode durar até 70 anos sem perder sua beleza. Estas características fizeram desta flor uma espécie muito procurada em algumas regiões do Brasil, especialmente nas proximidades da cidade de Diamantina e acabou dando nome ao parque nacional. Vale ressaltar que 70 % das sempre-vivas do mundo estão concentradas nesta cordilheira, um dos grandes apelos para a criação do parque. Muitas outras espécies de flores também estão nesta área e colorem a vegetação.
Foto: É fácil perceber a enorme variedade de flores nos campos rupestres. Foto: Eduardo Issa
Por aqui, as sempre-vivas estão ameaçadas simplesmente por serem lindas demais, pois por muitos anos, toneladas de flores vêm sendo colhidas para ornamentar casas, presentes e para confecção de arranjos. Andando pelas ruas de Diamantina, o casario antigo e bem conservado abriga lojas e vendedores de rua comercializando arranjos e flores. Para Eliana, extrativista de flores e moradora do pequeno povoado dos Macacos, no entorno do parque, a colheita de sempre-vivas, jazidas, estrelinhas, botões branco sempre fez parte da história da sua família, seus avós já colhiam as flores na região e vendiam no mercado de Diamantina e para atravessadores. É fácil perceber que este comércio faz parte da cultura local e funcionários do Ibama vêm estudando uma alternativa para tornar esta retirada viável e sustentável.

Para Cláudio Machado, chefe do parque, o primeiro passo já foi dado, na comunidade de Galheiros, um projeto experimental de cultivo de algumas espécies de flores já rendeu sua primeira colheita. Uma Associação foi criada e recebe apoio de órgãos municipais e estaduais, crescendo de forma ordenada e com orientação de especialistas. Cláudio acredita que este é o melhor caminho para que moradores dos arredores deixem gradativamente de colher as flores exclusivamente dentro da área do parque. Muitas famílias têm sua renda baseada na venda das sempre-vivas e é preciso encontrar uma alternativa sustentável para esta população.

A beleza do parque é bem mais que apenas flores, algumas paisagens são espetaculares, uma delas está na parte leste, onde o Rio Inhacica, tributário do Rio Jequetinhonha, serpenteia um conjunto de rochas que foram despencando do alto dos penhascos e agora fazem parte do rio. Todo cuidado é pouco, navegar por estas águas requer conhecimento e muita atenção, as rochas dentro d`água podem danificar a hélice do motor do barco. O trecho é relativamente pequeno, cerca de 3 quilômetros, mas a paisagem parece uma pintura da natureza. Rochas claras com partes submersas contrastam o azul intenso do rio, o verde da mata nas margens e ao fundo rochas mais escuras compõem este cenário intrigante.

Na verdade, esta região é sem dúvida a mais bela do parque, se você achou pouco há também uma cachoeira que escorre por uma espécie de mármore branco que foi sendo polido pela água por milhares de anos. As águas da cachoeira caem num poço de águas escuras e são ótimas para banho. No rio Inhaciquinha, um pequeno braço do Inhacica, outra bela cachoeira mesclada com a vegetação se desmancha numa praia de areias branquíssimas, outro paraíso intocável da unidade. Nestas andanças por parques nacionais pouco conhecidos e com expectativas mínimas, a passagem pelo Sempre-Vivas demonstrou que o nosso Brasil ainda tem muitos diamantes a serem lapidados. Podemos dizer que o Parque Nacional das Sempre-vivas é uma jóia rara e que não tem valor na mão de garimpeiros e atravessadores, mas sim no olhar, no encanto e no deslumbramento que estes lugares trazem para a alma de quem os conhece.

Fonte: ecoviagem.semprevivas