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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Polícia Federal prende falsificadores da cachaça Havana, de Salinas



 

Um homem, que não teve a idade divulgada, foi preso, na manhã desta sexta-feira (02.10), suspeito de envolvimento em falsificação de cachaça. Ele foi localizado em casa, no bairro Caiçara, região Noroeste de Belo Horizonte, onde os produtos eram armazenados. 

Segundo a Polícia Federal, as investigações da "Operação Veneno" começaram há cerca de dois meses após denúncias. Acredita-se que a falsificação vem desde 2017.

No esquema, eram realizadas as falsificações, além da bebida, do selo IPI, rótulo e tampa das garrafas. A fabricação era realizada no mesmo imóvel em que o suspeito morava com a família. 

Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, sendo apreendidos: 70 garrafas e quatro galões de cachaça, selos, rótulos R$ 20 mil em dinheiro. 

O suspeito pode responder por falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios. A pena pode chegar a oito anos de reclusão. ]

A cachaça falsificada é a Havana, de Salinas, no Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas. Era vendida por um preço bem abaixo do mercado. Normalmente, a cachaça Havana, a mais famosa do mundo, é encontrada pelo valor de R$ 550 a R$ 3.000.  

O diretor-administrativo da cachaçaria lesada, Geraldo Mendes Santiago, alega que a falsificação provocou um prejuízo incalculável à marca que, além de financeiro, também causa dano à imagem da própria cachaçaria frente os consumidores.

“O prejuízo é incalculável, não apenas o econômico, mas principalmente em relação à importância da marca. A bandidagem está difamando a marca Havana que é considerada um patrimônio entre apreciadores de cachaça… A imagem da marca é frontalmente prejudicada. Imagina, o cliente compra um exemplar falsificado da cachaça imaginando a fama que ela tem. Bebe e acaba pensando: ‘é só isso? É essa porcaria?’, e aquele consumidor não torna a comprar”, reclama.

Fonte: OTEMPO, de BH.

O mito da Cachaça Havana

"A cachaça Havana é a mais famosa cachaça do Brasil. Uma das precursoras da valorização da cachaça artesanal no mundo.

Criada em Salinas/MG, no Vale do Jequitinhonha, norte de Minas, foi ela quem puxou a fama para a capital mineira da cachaça. Seu produtor, o senhor Anísio Santiago, foi quem lhe concedeu tamanho respeito. Produz desde 1943. Isso porque é uma das cachaças mais caras do Brasil, chegando a custar o valor de R$ 550 a R$ 3.000. 

E se deu com a lenda que diz que o senhor Anísio pagava seus funcionários com a cachaça e eles a vendiam caro. Mas seus 12 anos de envelhecimento no bálsamo também conferem a ela estimado valor. 

Tomar a bebida Havana é como amar e ser correspondido. É aceitar a si mesmo no presente independente das circunstâncias. É dirigir pela primeira vez, é voar pela primeira vez, é ver o mar pela primeira vez. Sempre ficará marcado em sua lembrança este momento. 

Com 47% de teor alcoólico, ela lhe trará uma sensação contrária do que se pensa. Não queimará sua garganta, ao contrário, sensores nunca antes ativados lhe mostrarão que a vida realmente é coberta de surpresas. Dizem que o rio nunca mais será o mesmo se tocado uma vez. A cachaça em geral nunca mais será a mesma depois de se degustar Havana. Não cabe palavras para descrever, é preciso sentir. É como querer definir o amor". 

Texto dohttps://www.cachacaexpress.com.br/cachaca-havana-600ml.html

A produção da marvada no chamado Polígono da Cachaça segue a qualidade da fabricação da cachaça Havana. A maioria envelhecida em tonéis de bálsamo. Mas, não por muito tempo. Geralmente, no período de 2 a 6 anos. Vários municípios produzem a boa cachaça de alambique: Salinas, Rubelita, Coronel Murta, Araçuaí, Novo Cruzeiro, Novorizonte ( local da Fazenda onde produz a Havana), Rio Pardo de Minas, Taiobeiras, Fruta de Leite, Santa Cruz de Salinas, Águas Vermelhas e Comercinho.

Cachaças Dama de Ouro e Tesourinha , de Araçuaí; e Ciganinha de Coronel Murta.
Em BH, o pedido dessas cachaças pode ser feito pelos fones (33)99157-7181 ou (31) 99565-4055.


quinta-feira, 23 de julho de 2020

IFNMG oferece 2.500 vagas de cursos gratuitos, à distância e de boa qualidade

novos caminhos 3
Na terceira fase do Pronatec/Novos Caminhos, o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) irá ofertar mais quatro novos cursos gratuitos e a distância de Formação Inicial e Continuada (FIC): Agente Comunitário de Saúde (400 horas), Assistente Administrativo (160 horas), Assistente Financeiro (160 horas) e Libras Intermediário (160 horas). 
Interessados devem se inscrever no período de 15 a 28 de julho de 2020, pelo formulário disponível aqui.
Para se inscrever, o candidato deve anexar histórico escolar ou atestado de conclusão, de acordo com o curso escolhido, e cópia da carteira de identidade. Cada candidato poderá fazer apenas uma inscrição. As vagas serão escolhidas por sorteio, obedecidos critérios de prioridade como estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da educação de jovens e adultos; trabalhadores; beneficiários dos programas federais de transferência de renda; e estudante que tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou em instituições privadas na condição de bolsista integral. 
O resultado preliminar está previsto para ser divulgado dia 30 de julho, e a aula inaugural para o dia 3 de agosto.
No total são 2500, divididas pelos campi Almenara, Araçuaí, Arinos, Diamantina, Janaúba, Januária, Montes Claros, Pirapora, Porteirinha, Salinas e Teófilo Otoni e aos centros de referência de Buritis e de Corinto, além do CEAD. Mas como todas as aulas e atividades serão integralmente a distância, não haverá necessidade dos alunos comparecerem a estas cidades. Portanto, podem se candidatar pessoas de outros locais, inclusive outros estados ou até que estejam em outro país.
O Pronatec/Novos Caminhos é um programa do Ministério da Educação (MEC) em incentivo à qualificação para o mundo de trabalho em tempos de pandemia.
Clique aqui para acessar o Edital com todas as informações ou aqui para ter acesso aos documentos do processo.
Confira abaixo um resumo das vagas disponibilizadas:
Curso
Carga Horária
Número de vagas
Agente Comunitário de Saúde (Formação mínima exigida: Ensino Fundamental II completo e 18 anos)
400 horas
400 (divididas por oito unidades)
Assistente Administrativo (Ensino Fundamental II completo)
160 horas
850 (dividido por 14 unidades)
Assistente Financeiro (Ensino Fundamental II completo)
160 horas
550 (dividido por 11 unidades)
Libras Intermediário (Ensino Fundamental II completo)
160 horas
700 (dividido por 14 unidades)

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Araçuaí: Drª Rita é pré-candidata a prefeita pelo PT

Rita Capdeville no Movimento "A UFVJM é nossa!". Momento de entrega de doação do terreno para construção do campus da UFVJM, em Araçuaí. Na foto, a doadora do terreno D. Terezinha Miranda, o então reitor Pedro Ângelo, o prefeito Armando Paixão, vice-prefeita  Rita Capdeville, deputado federal Reginaldo Lopes, então prefeito de Francisco Badaró, professor Sérgio, e o diretor do IFNMG, João Mota. Em fevereiro de 2014.

Entrevista – Vice-prefeita de Araçuaí, Draª Rita Capdeville

A médica pediatra e vice-prefeita de Araçuaí, Rita Capdeville concedeu uma entrevista ao Blog do Banu, fazendo um balanço do seu trabalho como vice-prefeita e Secretária Municipal de Saúde, enfrentando o coronavírus. Apresentou alguns desafios para uma próxima gestão municipal. Ela colocou seu nome à disposição do PT de Araçuaí como pré-candidata a prefeita. 
Embora seja filiada recente ao partido, Rita tem uma histórico de lutas junto ao PT, desde 2004, quando se mudou pro Vale. Inicialmente, em Itaobim. Depois, Araçuaí. Participou de campanhas municipais do PT, desde então, como também das disputas estaduais e nacionais, apoiando a reeleição de Lula, eleição e reeleição de Dilma, assim como na campanha eleitoral de 2018.    

Blog do Banu -  Você poderia se apresentar?
Dra. Rita Capdeville - Sou médica pediatra, formada pela UFMG. Fiz Internato Rural, em Itaobim, onde trabalhei por 3 anos e meio depois de formada. Fui Secretária de Saúde de Araçuaí, de novembro de 2017 a 03/06/2020. Vice-prefeita nos dois mandatos, 2013-2016 e 2017-2020, junto com Armando Jardim Paixão.  Sou casada há 29 anos com o médico Jansen Tanure, com quem tenho 2 filhos e de quem ganhei 2 enteados.

Blog do Banu - Há quanto tempo mora em Araçuaí?
Dra. Rita Capdeville - Moro em Araçuaí desde janeiro de 2004. Trabalhei como pediatra na prefeitura de Araçuaí, de 2005 a 2008.

Blog do Banu - Antes de ser  vice-prefeita você teve alguma experiência como gestora pública?
Dra. Rita Capdeville - Nunca havia sido gestora pública. Minha experiência anterior de gestão foi com coordenadorias de serviços de saúde (unidade neonatal, PSF) e grupos de trabalho voluntário.

Blog do Banu - Como vice-prefeita,  como você avalia essa experiência de gestão pública? Quais as realizações que você acredita ter realizado?
Dra. Rita Capdeville - Acredito que consegui demonstrar que uma vice prefeita pode e deve ter uma atuação verdadeira e não só figurativa e que esse é um dos paradigmas a ser transformado na política brasileira. Também pude auxiliar em inúmeras questões e ampliar com isso o alcance da gestão, em pequenas, médias e grandes coisas.

 Nas redes sociais, em cartazes e outdoor em Araçuaí, os seus admiradores reconheceram o trabalho realizado por uma nova liderança política do município.

Blog do Banu - Como Secretária Municipal de Saúde, um dos trabalhos realizados foi à frente do Comitê Municipal da Crise da COVID-19.  Como você avalia o enfrentamento a esse grande desafio? Quais seriam os papéis da Prefeitura, dos profissionais de saúde  e da sociedade nessa pandemia?
Drª Rita Capdeville - Na Secretaria de Saúde, enfrentei  junto com uma equipe de excelência o desafio de manter a estrutura grande e organizada que construímos desde 2013 e, recentemente, os múltiplos desafios que vieram com o novo coronavírus. Enfrentar a pandemia do novo coronavírus escancarou para mim a questão educacional, o déficit educacional que temos em todos os níveis. A Prefeitura Municipal de Araçuaí, através da Secretaria de Saúde, estruturou uma estratégia de enfrentamento que seguiu e segue rigorosamente as Notas Técnicas. A partir delas constrói alternativas específicas para Araçuaí, o que permitiu até o momento seguir de perto cada caso e a evolução da pandemia. A dificuldade em comprar EPIs e insumos, seja pelo preço anormalmente superinflado, seja pela escassez dos mesmos, trouxe muita apreensão a todos os gestores de saúde. Aracuaí tem sério compromisso com a proteção de seus profissionais e com a capacitação dos mesmos. A sociedade tem o papel de participar com consciência individual e coletiva e ajudar a Secretaria de Saúde a proteger os indivíduos e a comunidade aracuaiense. Os profissionais da saúde estão na linha de frente, cumprindo seu papel com coragem e determinação.
  Um bolo para a Rita: presente do grupo Vida Ativa de Araçuaí.

Blog do Banu: Araçuaí é polo regional do Médio Jequitinhonha. Como você enfrentaria os desafios de demandas de municípios vizinhos sem prejudicar a população de Araçuaí? Áreas como da saúde, da educação, de emprego, do comércio e dos serviços procurados pela população de Araçuaí  e da região?
Drª Rita Capdeville - A gestão de um município, particularmente um município referência como Araçuaí, deixa muito claro para você os desafios de conciliar visão de futuro, deficiências históricas e limitações da gestão pública brasileira. Além, claro, das distorções atuais sobre o papel do Estado e de quais são as expectativas aceitáveis e a atuação dos cidadãos na construção do município. Araçuaí já convive com essa realidade. Organizar os fluxos da saúde de Araçuaí, por exemplo, ajuda a organizar os demais municípios da microrregião, de forma que hoje acredito que não temos predatismo entre os municípios. Quanto mais o município de Araçuaí se desenvolver, mais teremos essa falsa dificuldade, e a solução para isso é unicamente ser sempre e a cada dia um pouco maior.  As bases para isso precisam continuar sendo fortalecidas e construídas com coragem e visão.

Blog do Banu - Lembro-me de você, em 2011 e 2012, no “Movimento A UFVJM é nossa!”, onde também atuei, na luta por um campus em Araçuaí, no Alto e no Baixo Jequitinhonha. Qual a sua inserção ou participação em outros movimentos sociais?
Drª Rita Capdeville - Engajei-me completamente na luta pela UFVJM, com um grupo que foi se ampliando progressivamente, e estivemos em inúmeras instâncias e momentos. Foi um movimento muito bonito. Hoje temos cursos superiores no IFNMG, ampliação da estrutura e perspectivas de avanços. Participo também de um coletivo de mulheres, e indiretamente de grupos culturais, que procuro fomentar ao máximo.
Rita participa ativamente do movimento de mulheres contra a violência. 

Blog do Banu - Qual sua opinião sobre a exploração e utilização do lítio como propulsor do desenvolvimento de Araçuaí e região?
Drª Rita Capdeville  - O lítio é uma grande promessa, que devemos saber explorar bem para que se concretize como realidade melhor no Vale. A discussão se ampliou, tornando-se em movimento, recentemente, com o anúncio da construção de uma fábrica de baterias de lítio-enxofre em Juiz de Fora. Temos que procurar cada vez mais expertise, e num prazo curto, para sermos capazes de propor ideias e alternativas para o lítio em nossa região.

Blog do Banu - Em 2011, você se filiou ao PPL – Partido Pátria Livre, um  partido de centro-esquerda. Em Araçuaí, quais foram suas experiências com os movimentos políticos? Você participou de campanhas eleitorais? Quais?
Drª Rita Capdeville -  A  filiação ao PPL me apresentou a política partidária, seus trâmites e a questão bem concreta da representatividade, além de ter me proporcionado a oportunidade de concorrer a um cargo eletivo (vice-prefeita). Tenho grandes amigos nesse partido, que há poucos meses, por força da nova legislação eleitoral, fundiu-se com o PCdoB. Acompanhei as eleições de 2004, e participei, apoiando Zé Antônio na de 2008, além é claro das de 2012 e 2016.
Junto com a militância do PT local.

Blog do Banu - Você se inscreveu como pré-candidata do PT a prefeita de Araçuaí? 
Drª Rita Capdeville -  Coloquei meu nome à disposição para o Partido, como pré-candidata natural ao cargo.

Blog do Banu - Eleita prefeita, como seria seu  relacionamento com os diversos segmentos econômicos, sociais e culturais do município?
Drª Rita Capdeville  - Penso que nesse próximo mandato temos o desafio de estruturar os eixos de avanço para a cidade, e manter os que alcançamos, particularmente na saúde, educação, cultura e meio ambiente. Repensar e reestruturar algumas questões como o esporte, por exemplo. Além de intensificar as obras de estrutura urbana, pois o déficit é muito grande. E fazer isso num cenário de PIB baixo e de desencontros entre entes federativos.

sábado, 6 de junho de 2020

Jequitinhonha: De Belmonte, na Bahia, a Diamantina - uma via de conhecimento, arte, design, gente e identidade cultural

De Belmonte a Diamantina, 
do mar ao sertão.
Confira o texto, fotos e o video dos principais momentos da expedição da Casa Vogue ao Vale do Jequitinhonha, 
em 2018.
·        
·         TEXTO MARIANA CONTE | ESTILO ADRIANA FRATTINI | PRODUÇÃO RAFAEL ALVES | FOTOS RUY TEIXEIRA | PROGRAMAÇÃO VISUAL HARDY DESIGN
06 DEZ 2018 - 06H04 ATUALIZADO EM 02 SET 2019 - 17H46.

Durante dez dias, Casa Vogue percorreu a região do Vale do Jequitinhonha para explorar as expressões culturais da região que influenciam o design brasileiro. Rio acima, de Belmonte, na Bahia, a Diamantina, em Minas Gerais, encontramos beleza, inspiração e pessoas que lutam – e realizam. A seguir, os registros dessa emocionante expedição.
BELMONTE
Em terra de Zanine Caldas

“AS PESSOAS SÃO COMO OS RIOS, SE FORTALECEM QUANDO SE ENCONTRAM”. De autor desconhecido, a frase apareceu no meio da jornada desse primeiro Casa Vogue na Estrada, como que a evidenciar, em palavras, o que vivemos e presenciamos nos inúmeros encontros à beira do Rio Jequitinhonha: força, afeto e identidade.

Museu das Cadeiras de Belmonte chega a São Paulo durante o DW ...
Em frente ao recém-inaugurado Museu das Cadeiras Brasileiras, em Belmonte, BA, da esq. para a dir., as cadeiras: Esqueleto (2012), de Pedro Franco, da A Lot Of; Cobra Coral (2016), de Sérgio Matos; Menna (1978), de Sergio Rodrigues, na Dpot; Sem nome (anos 1950), de José Zanine Caldas; Assimétrica (2017), de Fernando e Humberto Campana para Tok&Stok; Torno (2017), de Gustavo Bittencourt; Guapa (2018), de Inês Schertel; Broto (2008), de Morito Ebine; e Girafa (2018), de Juliana Vasconcellos ( Ruy Teixeira)

A expedição começou num dos endereços mais bonitos que um lugar pode ter: a esquina deste rio com o Oceano Atlântico. Ali está Belmonte, cidadezinha pacata no sul da Bahia, com cerca de 20 mil habitantes, que se alimenta da foz do rio, do cacau, das belas paisagens e da arquitetura histórica. É também cidade natal do mestre José Zanine Caldas (1919-2001), arquiteto, designer e maquetista autodidata cuja memória permanece vivíssima graças ao filho, o designer Zanini de Zanine.
Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
A casa onde nasceu Zanine Caldas, que hoje abriga o Sindicato Rural de Belmonte, sediará o museu sobre a obra do arquiteto ( Ruy Teixeira).
Belmonte acaba de inaugurar o Museu das Cadeiras Brasileiras, uma iniciativa que nasceu do encontro de Zanininho, como é conhecido, com Daniel Katz, da Katz Construções, e que pretende registrar a cultura nacional e perpetuar o legado do design nacional. “Vai funcionar como um apêndice do museu Zanine Caldas”, explica Zanini, revelando a próxima empreitada: um espaço em homenagem ao pai, com estreia em 2019, ano do centenário do mestre. O local escolhido não poderia ser mais simbólico: a casa onde Zanine Caldas nasceu e viveu até os 17 anos – atual sede do Sindicato Rural de Belmonte. O projeto terá assinatura do arquiteto Marcio Kogan e o museu vai contar com um acervo de móveis, maquetes, croquis, fotos, vídeos e itens pessoais. “É a realização de um sonho, dividir uma obra de extrema importância e brasilidade nessa área cultural com o povo de Belmonte e os amantes de arquitetura, arte e design”, afirma Zanini.

Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
Da esq. para a dir., Lissa Carmona, CEO da Etel, o designer Zanini de Zanine e Etel Carmona, com os protótipos dos móveis de Zanine Caldas que serão reeditados pela Etel em 2019. ( Ruy Teixeira)

Além da atuação como maquetista de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, e de projetar com extremo respeito aos contornos da natureza, Zanine Caldas foi um notável designer. Pioneiro da indústria moveleira moderna, amante das madeiras nacionais, na década de 1970, ele se dedicou ao design artesanal e às formas brutas, essenciais. Todo esse repertório foi estudado e esmiuçado pela Etel, marca que valoriza o traço brasileiro e mantém em produção peças de grandes nomes, e que lançará, também no próximo ano, uma coleção com poltrona, cadeira, espreguiçadeira, mesa lateral, escrivaninha, estante, revisteiro e outras peças de Zanine Caldas. “Serão entre 12 e 15 móveis reeditados e realizados em intensa parceria com a família Caldas, com total supervisão do seu filho”, diz Lissa Carmona, CEO da Etel. Esse trabalho de reviver ícones do mobiliário nacional, preservando suas identidades e usando a tecnologia atual, é uma especialidade da empresa, que tem no portfólio criações de Oscar Niemeyer, Lina Bo Bardi, Sergio Rodrigues, Jorge Zalszupin, entre outros. “Para nós, é como um resgate da história, do legado desses profissionais. Queremos dar vida ao universo de Zanine Caldas e preservar sua herança”, conclui.
Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
A artesã Dagmar Muniz esculpe um de seus vasos de 2 metros ( Ruy Teixeira)
Completando nossa passagem por Belmonte, outra descoberta notável foi dona Dagmar. Aos 76 anos e com 1,60 m de altura, a artesã produz, num vai e vem e sobe e desce constantes, peças de cerâmica que incluem vasos de 2 m. “Deus me deu saber e me deu o poder de subir nos bancos para ir a dois metros de altura”, fala, enquanto demonstra sua arte e sua energia incansável. E tudo isso sem usar torno: são as próprias mãos e o auxílio de cartões de plástico e galhos que dão forma e autenticidade às suas obras.
Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
Manuelle Ferraz, cozinheira e idealizadora do restaurante A Baianeira ( Ruy Teixeira)
ALMENARA
A Baianeira

Seguindo em direção à nascente do Rio Jequitinhonha, paramos em Almenara, MG, cidade natal de Manuelle Ferraz (acima), cozinheira e idealizadora do restaurante A Baianeira, em São Paulo. Ela nos recebeu com sua família na casa onde passou boa parte da infância, e preparou uma refeição recheada das raízes e da alma do Vale do Jequitinhonha. No cardápio, abóbora com quiabo, maxixe e mamão verde com carne-de-sol, receitas típicas de um almoço de domingo da região. A energia de Manu, do seu fazer com simplicidade e da essência que mistura Minas e Bahia, transparece quando ela fala da comida, das suas influências e do poder das mulheres de sua vida. E todas essas forças somadas estão no sabor de sua culinária. Com Manu, passeamos pelo Mercado Municipal de Almenara, de onde ela importa boa parte dos ingredientes que usa no restaurante paulistano, fortalecendo e valorizando a rede de produtores da região.

Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
O artesão seu Paulo, de 83 anos, usa pedaços de madeira achados soltos pela natureza para construir brinquedos ( Ruy Teixeira)
ARAÇUAÍ
Madeira lúdica

No caminho para a comunidade rural de Córrego da Velha, no município de Araçuaí, MG, estradas de terra e um cenário com cactos descortinava o sertão mineiro. Casinhas comuns, dessas que desenhamos quando criança, margeavam nossa travessia. Apesar do clima árido da região, a chuva veio forte naqueles dias, a poeira baixou e a vegetação acendeu: um lindo contraste de cores.
Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
Brinquedos feitos pelo seu Paulo ( Ruy Teixeira)

À direita da estrada, uma árvore potente e um portãozinho feito de lascas de madeira dão as boas-vindas ao universo do seu Paulo (mais acima), um senhor de 83 anos que usa pedaços de madeira achados soltos pela natureza para construir brinquedos. Vacas e bezerrinhos, cavalos, meninos, meninas, mulheres e homens fazem parte do repertório do artesão – são referências presentes no seu dia a dia. A criatividade vai longe, encanta crianças e adultos, mas a energia para produzir já não é a mesma de alguns anos atrás. “A gente vai seguindo. Tem gente que fala que vou fechar os 90, mas 100 acho que não fecho não. É só Deus que sabe. Nós não sabe de nada” [sic], reflete.
Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
A tecelã dona Ana e a diretora criativa da Coven, Liliane Rebehy, no Curtume, com as bolsas da grife feitas a partir das mantas tecidas por dona Ana ( Ruy Teixeira)
JENIPAPO DE MINAS
Unidas pelo bordado

Por onde passávamos, a recepção combinava abraços apertados, uma felicidade guardada em sorrisos ora tímidos ora escancarados, e um cafezinho com biscoitos e queijo. Ao chegarmos na Associação Jenipapense de Assistência à Infância (Ajenai), na cidade de Jenipapo de Minas, não foi diferente. Elisângela Pedroso Lopes, coordenadora da associação, guiou-nos rumo a um dos encontros mais preciosos da expedição, na comunidade do Curtume. Lá, vivem mulheres fortes. Muito mais fortes e resistentes depois de terem se conhecido e formado o grupo das Bordadeiras do Curtume.

Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
As bordadeiras, com Ana Vaz ao centro, e seus estandartes, que estão à venda na loja Marcas Mineiras, em Tiradentes, MG, pelo instagram @tecelas_ bordadeiras e, a partir de fevereiro, nas lojas da Coven
( Ruy Teixeira)
Com a coordenação da consultora de projetos sociais Viviane Fortes e o apoio da Ajenai, essas mulheres foram estimuladas a fazer companhia umas às outras e a resgatarem sua autoestima e cultura. “O dia a dia delas é muito duro. Os maridos saem para procurar trabalho, normalmente no corte de cana ou em plantações de café, e ficam meses, às vezes anos, fora de casa. Elas vivem um abandono, adoecem, ficam deprimidas e, ainda assim, precisam dar conta de sustentar a família, trabalhando na roça e plantando o que comem”, relata Viviane.
Foi durante essas reuniões que manifestou-se o conhecimento do bordado. Quem sabia ensinou para quem não sabia e o filho de uma delas, Diogo, fez os desenhos, que são imagens que ele vê na comunidade: as mulheres, os bichos, as plantas. As bordadeiras preenchem e dão vida a esses contornos com a técnica do ponto cheio. O resultado é um bordado com muita identidade. “A gente conversa, ri, canta, brinca e se distrai. Bordar ajuda não só financeiramente, mas psicologicamente. É um prazer ver a nossa arte agradar outras pessoas”, orgulha-se Marli, umas das artesãs.

Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
As camisas da Coven assinadas pelas Bordadeiras do Curtume (Foto: Ruy Teixeira)
Uma vez engrenado o trabalho, veio a ideia de torná-lo fonte de renda. Para dar suporte, Viviane convidou a designer têxtil Ana Vaz, que auxiliou a estruturar o processo e, em conjunto com as bordadeiras, deu luz a uma coleção de estandartes com bordados de desenhos autorais e tecidos tingidos com cascas e plantas nativas, tudo feito por elas. “É como se a gente estivesse levantando uma bandeira.  A bandeira do afeto, do amor, porque mesmo com tantas dificuldades, é incrível a generosidade dessas mulheres”, diz Ana.

A rede de colaboração foi aumentando, e Ana contatou Liliane Rebehy, diretora criativa da Coven, que doou tecidos e fios para o projeto. Mais do que isso, Liliane foi conhecer de perto o Curtume. Da sua imersão, nasceu a coleção inverno/2019 da marca mineira, referência fashion em todo o Brasil. “A moda precisa ser movida por uma paixão. A Coven está fazendo 25 anos e eu estava me sentindo muito desmotivada. Quando voltei do Vale e comecei a mexer nas coisas que eu trouxe, relembrar o que vi e vivi, percebi que estava tudo ali”, conta Liliane. 

Lá, ela também conheceu outras duas figuras fundamentais, dona Ana e dona Cena, que trabalham com teares pequeninos e tecem lindas mantas com uma noção estética genuína. Essas tramas estão nas novas bolsas da grife, e os bordados aparecem em camisas que terão todo o lucro revertido para as bordadeiras. 
“Me entreguei ao desafio de criar a coleção com uma temática regionalista, para direcionar atenção para essas pessoas, mas sem deixá-la literal, caricata, acrescentando meu olhar e a identidade da Coven. É muito mais prazeroso e faz muito mais sentido quando você tem esse envolvimento com pessoas, quando essa inspiração não é só material ou estética, ela é afetiva, humana”, completa Liliane, com a preocupação de manter esse compromisso social após a temporada chegar ao fim. 
“Pretendo expor e vender as peças da comunidade tanto nas lojas em Belo Horizonte e São Paulo quanto no e-commerce, que está quase pronto”.

Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
Zé do Ponto, o famoso artesão de Chapada do Norte ( Foto: Ruy Teixeira)

CHAPADA DO NORTE
Design naif

A caminho de Turmalina, paramos na cidade de Chapada do Norte, MG, para encontrar o famoso Zé do Ponto (acima). Filho de tropeiro, aos 12 anos ele já produzia caixas de couro para ajudar no transporte de secos e molhados. Hoje, é famoso por seus itens de madeira, com tramas em couro e palha de milho. São bancos, cadeiras, baús, tamboretes e bolsas com marca registrada. “O trabalho dele tem puro estilo rural, campestre. É genuíno, como arte naïf. Ele produz de forma espontânea, mas com muito senso estético, peças que estão no imaginário coletivo”, resume Adriana Frattini, diretora de estilo da Casa Vogue, que se encantou pelo seu Zé do Ponto.

Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
Fábrica Divina Terra, em Turmalina, MG (Ruy Teixeira).
TURMALINA
Artesanato industrial

Chegando em Turmalina, MG, uma mudança de perspectiva: das microproduções para uma escala maior. Era a fábrica da Divina Terra, onde o fazer artesanal ainda prevalece na produção industrial de revestimentos, tornando únicas as mercadorias saídas dali – que são, em sua grande maioria, prensadas, cortadas e esmaltadas à mão.

Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
Cobogó Mão, assinado pelos irmãos Campana em parceria com a Divina Terra (Foto: Ruy Teixeira).
Foi essa prática manual e cuidadosa que atraiu o Instituto Campana, dos irmãos Fernando e Humberto, para desenvolver, em parceria com a Divina Terra, o cobogó Mão (acima), peça que celebra o design autoral brasileiro e chama atenção para o desastre ambiental ocorrido em Mariana, MG, em 2015. Aproximar o design de técnicas ancestrais de diferentes regiões do Brasil e, com isso causar uma transformação na sociedade, é a bandeira levantada pelo Instituto Campana.

Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
O banco Trio, de Juliana Vasconcellos, feito com mogno africano do Grupo Khaya Woods .
(Foto: Ruy Teixeira)
CAPELINHA
Mogno africano

Seguindo pelo Vale do Jequitinhonha, a paisagem começa a mudar quando plantações de café despontam no horizonte. O destino da vez era a Fazenda Primavera, no município de Capelinha, MG. Por lá, junto à produção cafeeira, árvores altas roubam a cena. São os mognos africanos, plantas de uma madeira nobre com excelentes propriedades físicas e mecânicas para a indústria moveleira, e uma opção ao mogno brasileiro, que teve seu corte proibido pelo Ibama devido ao desmatamento ilegal e à quase extinção da espécie. “É uma árvore de crescimento relativamente rápido em comparação com outras madeiras de lei”, conta Patricia Fonseca, diretora executiva da Associação Brasileira dos Produtores de Mogno Africano.

Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
Plantação de mogno africano na Fazenda Primavera e estátuas esculpidas nessa madeira por Ricardo das Artes, de Prados, MG. (Foto: Ruy Teixeira)
Segundo ela, ao unirem as plantações, os produtores perceberam que o café se beneficiava do sombreamento das árvores de mogno. A associação tem se encarregado de estimular testes com a matéria-prima e criou o Mahog Project, que incentiva o uso do material em peças de design, como o banco Trio, da arquiteta e designer mineira Juliana Vasconcellos.

Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
Uma das salas da Pousada Relíquias do Tempo, sediada em um casarão do século 19 no centro de Diamantina, que guarda preciosidades como fotografias do renomado retratista Chichico Alkmim, boneca de Durvalina Gomes Francisco e arraiolo de Maria Tadeu (sobre o sofá). (Foto: Ruy Teixeira)
DIAMANTINA
Design final

Próxima à nascente do Rio Jequitinhonha, que fica em Serro, Diamantina, MG, foi a parada final do primeiro Casa Vogue na Estrada. Pelas ruelas de pedra, íngremes e sinuosas, estão casarões históricos de arquitetura colonial, que enchem de charme a cidade. A beleza de suas construções e de seu povo foi amplamente admirada e registrada pelo fotógrafo Chichico Alkmim (1886-1978) entre as décadas de 1910 e 1950. Chichico tinha uma sensibilidade única para retratar pessoas. Mulheres, homens e crianças, negros e brancos, ganhavam vida e um registro na história através de suas lentes. Em busca destes retratos, chegamos à Pousada Relíquias do Tempo, com obras raras do fotógrafo e um patrimônio cultural da história diamantinense. Fomos apresentados a cada cantinho do local, que conserva pequenos “museus” sobre a cidade, por Carmen, nascida em um daqueles quartos, e Leonardo, seu marido.

Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
Clube Social, obra de Oscar Niemeyer no centro histórico de Diamantina, MG, hoje completamente abandonado (Foto: Ruy Teixeira).
Em meio aos prédios históricos, é possível achar obras modernas de Oscar Niemeyer, como o Hotel Tijuco, ainda em operação, e o Clube Social, que teve importante papel na cidade e, hoje, encontra-se totalmente abandonado. Os edifícios fazem parte da modernização do município, iniciada um pouco antes de um de seus cidadãos mais ilustres assumir o governo de Minas Gerais: Juscelino Kubistchek.

Casa Vogue na Estrada: os melhores momentos da nossa expedição pelo Vale do Jequitinhonha (Foto: Ruy Teixeira)
A pequena capela da Pousada Relíquias do Tempo (Foto: Ruy Teixeira).
Outra riqueza local é a música. Todos os anos, entre abril e outubro, Diamantina recebe as Vesperatas. Em dias específicos, a partir das 20 h, músicos diversos se apresentam por mais de duas horas das sacadas dos casarões seculares enquanto os maestros regem do meio da rua. Em 2016, o evento foi considerado Patrimônio Cultural de Minas Gerais. A música diamantinense, no entanto, já aparecia em crônica de Carlos Drummond de Andrade, em 1972: 
“Quem, conhecendo Diamantina, será capaz de não gostar de Diamantina? Mesmo não conhecendo: ouvindo falar. Pois, entre outras excelências, o povo de Diamantina é povo que canta, e isto significa riqueza de coração.” 
Impossível discordar do poeta!

Confira a publicação original e o bonito video da expedição Casa Vogue:
casavogue.globo.com/LazerCultura/Viagem/noticia/2018/12/os-melhores-momentos-da-nossa-expedicao-pelo-vale-do-jequitinhonha.html

Fonte: Revista Vogue, 06.12.2018

Outras informações do Blog:
O Vale do Jequitinhonha é retalhado em muitas partes e microrregiões pelos técnicos planejadores do Estado. Isso cria desinformações sobre o território da Bacia Hidrográfica do Rio Jequitinhonha. 
A Bacia do Rio Jequitinhonha forma o Vale do Jequitinhonha que ocupa um vasto território em Minas, parte da região central, nordeste e norte de Minas, e também no sul da Bahia. 
O rio Jequitinhonha nasce na Serra do Espinhaço, na região de Milho Verde, no município de Serro, região Central de Minas, percorre 1.090 km até chegar na sua foz no município de Belmonte, na Bahia. A bacia do rio Jequitinhonha compreende uma área de 70.315 km², sendo que 66.319 km² situam-se em Minas Gerais, enquanto 3.996 km² pertencem à Bahia representando 11,3% da área do estado mineiro e apenas 0,8% do baiano.
Confira o Mapa do IBGE:
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