Síndrome de Burnout já pode ser epidemia na rede estadual de ensino de Minas
64 mil professores se afastaram das atividades devido à depressão, angústia e desencanto com a profissão
Do total de 179.727 educadores da rede de ensino do Estado de Minas Gerais, 63.900 (35,5%) se licenciaram em 2012 por problemas de saúde. Do total de licenciados, 30,8% apresentaram sintomas de transtornos mentais. Todos os anos nossa equipe assessora uma ampla pesquisa em toda rede municipal de ensino de São Paulo (Retrato da Rede, organizado pelo SINESP) e constatamos o alto índice de sintomas da Síndrome de Burnout, que articula aspectos de depressão, desencanto com a profissão, desânimo e angústia. Este ano verificamos aumento do índice de sintomas relacionados ao stress, desencadeado pela alta carga de demandas burocráticas, quadro de profissionais incompleto´, baixo grau de apoio das instâncias superiores do sistema educacional (em especial, em relação ao atendimento à adolescentes em liberdade assistida ou portadores de deficiências) e desvio de função.
Um estudo realizado por Sandra Maria Gasparini, Sandhi Maria Barreto e Ada Ávila Assunção, da UFMG (ver AQUI ) que entre 2001 e 2002, 84,2% dos professores da rede municipal de ensino de Belo Horizonte foram afastados por problemas de saúde. Deste total, 15,3% representavam transtornos mentais.
Estamos no período de realização das conferências municipais de educação (preparação para a conferência nacional que ocorrerá em fevereiro do próximo ano). Um dos temas é justamente valorização do profissional da educação. Infelizmente, o texto oficial do CONAE 2014 (sigla da conferência nacional) destaca a formação do professor e não as condições de trabalho como essencial para o desempenho da função. Estou participando de várias dessas conferências municipais como palestrante e procuro destacar este problema gravíssimo. Mas, muitas vezes, penso que a educação brasileira já definiu um rumo oficial, absolutamente cravado no administrativismo, com foco na melhoria de resultados estatísticos, com baixa repercussão real na vida dos alunos ou mudança do panorama nas salas de aula. Burocratizamos a educação. Aliás, tema que os professores, diretores de escola e coordenadores pedagógicos destacam como grande vilão do aumento do adoecimento de educadores públicos.
Publicado pelo professor e sociólogo Rudá Ricci, no seu Blog
Um estudo realizado por Sandra Maria Gasparini, Sandhi Maria Barreto e Ada Ávila Assunção, da UFMG (ver AQUI ) que entre 2001 e 2002, 84,2% dos professores da rede municipal de ensino de Belo Horizonte foram afastados por problemas de saúde. Deste total, 15,3% representavam transtornos mentais.
Estamos no período de realização das conferências municipais de educação (preparação para a conferência nacional que ocorrerá em fevereiro do próximo ano). Um dos temas é justamente valorização do profissional da educação. Infelizmente, o texto oficial do CONAE 2014 (sigla da conferência nacional) destaca a formação do professor e não as condições de trabalho como essencial para o desempenho da função. Estou participando de várias dessas conferências municipais como palestrante e procuro destacar este problema gravíssimo. Mas, muitas vezes, penso que a educação brasileira já definiu um rumo oficial, absolutamente cravado no administrativismo, com foco na melhoria de resultados estatísticos, com baixa repercussão real na vida dos alunos ou mudança do panorama nas salas de aula. Burocratizamos a educação. Aliás, tema que os professores, diretores de escola e coordenadores pedagógicos destacam como grande vilão do aumento do adoecimento de educadores públicos.
Publicado pelo professor e sociólogo Rudá Ricci, no seu Blog
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