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quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Histórias de tocaias nas terras do rio São Francisco, em Minas

AS HISTÓRIAS de tocaias e jagunços nas terras banhadas pelo rio São Francisco não estão apenas no século passado ou imortalizadas nas páginas de livros como Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. A violência que permeou a travessia de Riobaldo e Diadorim ressurge nas margens do Velho Chico no norte de Minas Gerais com uma nova roupagem. 

Drones, helicópteros, homens desfilando em picapes com armas de grosso calibre e uma milícia rural que atua com o aval de autoridades que avançam sobre comunidades tradicionais.

Nos últimos seis anos, um sem-terra morreu e outros nove ficaram feridos em ataques armados. Quase a metade das lideranças de movimentos sociais de Minas Gerais que estão sob ameaça vive no norte do Estado. Uma comunidade de pescadores teve casas destruídas e foi expulsa sem ordem judicial. Lideranças só andam à noite – camuflados pela escuridão – e usam os atalhos do rio para escaparem de emboscadas.

O temor é que, se não houver uma mudança na política fundiária promovida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, as águas do Velho Chico podem ficar vermelhas. De sangue. 

Repórter Brasil visitou 12 comunidades tradicionais de pescadores, vazanteiros e quilombolas, além de grupos que lutam pela reforma agrária na região, e mostra neste especial a violência do agronegócio que voltou a assolar camponeses que vivem às margens do rio São Francisco.

https://reporterbrasil.org.br/velhochico/

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Lula e Mujica: só com participação politica mudança do mundo é possível

Lula em diálogo com Mujica: “estão transformando seres humanos em algoritmos”

No Festival dos 40 anos do PT, os ex-presidentes do Brasil e do Uruguai falaram sobre as perspectivas da juventude, a transformação do mundo do trabalho e a necessidade de participação política.
 09/02/2020 10h25 Diego Padilha
Lula e Mujica
Na noite deste sábado o Festival dos 40 anos do PT promoveu uma mesa de diálogo entre os ex-presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o do Uruguai, Jose Pepe Mujica. Entre os temas abordados estiveram o atual modo de vida, as transformações do mundo do trabalho e a necessidade de se participar da vida política para a promoção de um mundo mais justo e menos desigual.
Mujica fez uma reflexão sobre a predominância do trabalho no dia a dia das pessoas. “A vida se vai e a pergunta é: basta gastar sua vida pagando contas, e contas, e contas? E você vai ter tempo para os afetos, para o amor, para seus filhos e amigos ou vai ser escravo do mercado? Essa é a pergunta que você tem que fazer”, provocou. “A vida não é só trabalhar, é preciso viver.”
O ex-presidente do Uruguai também criticou o consumismo. “Confunde-se felicidade com comprar, mas assim você não vai ser feliz, vai ser escravo das contas”, ponderou. “O mundo melhorará se o jovem se comprometer, se for capaz de gastar tempo da sua vida lutando pela justiça e pela igualdade em nossas vidas.”
Em sua intervenção, Lula criticou a flexibilização das leis trabalhistas e o uso de termos como o “empreendedorismo individual” para justificar a exploração do trabalhador. “Agora dizem para você que não vai ter mais emprego, que você vai trabalhar em casa, vai fazer o que aparecer e vai ser chamado de microempreendedor”, disse.
Para o ex-presidente, é necessária a ação estatal para assegurar a dignidade ao trabalhador. “Eu quero saber se é apenas o mercado que vai reger nossas condições de vida ou se o Estado vai agir para proteger os brasileiros que precisam de proteção do Estado”, contestou. “As pessoas trabalham sem parar, na hora do almoço, quando vão ao banheiro, quando voltam pra casa, uma infinidade de horas sem saber que estão trabalhando, e não ganham nada com isso A vida melhorou? A vida não melhorou.”
Lula refletiu que as transformações e facilidades que aparentemente tornam mais tranquila a vida das pessoas implicam em piores condições de vida e trabalho para muitos, acarretando em insegurança para a classe trabalhadora de forma geral. “Hoje um companheiro com um diploma universitário não tem a segurança que eu tinha com diploma de torneiro mecânico”, avaliou. “Estão transformando nós, seres humanos, em algoritmos.”

A importância da política


O ex-presidente brasileiro também destacou a necessidade de as pessoas participarem da vida política do país, em especial a juventude. “Ou assumimos a responsabilidade de fazer e discutir política ou seremos levados de roldão como aconteceu nas últimas eleições. Não existe saída fora da política”, afirmou. “Tem que se pensar como organizamos o movimento sindical outra vez, como organizar as lutas.”
Ele deu um exemplo concreto das consequências da omissão em relação à política. “Se a sociedade não tiver força este ano para aprovar o Fundeb no Congresso Nacional e se ele acabar, será um prejuízo inestimável para a sociedade brasileira. Vão só xingar o Bolsonaro e o ministro da Educação ou vamos pra rua exigir que eles possam mudar?”, questionou.
Mujica também ressaltou a importância da política. “Os seres humanos são gregários, não podemos viver em solidão, vivemos em grupos sociais. Tinha razão Aristóteles quando dizia que o homem é um animal político”, explicou. “A política é uma necessidade humana e não uma profissão, um trabalho. Não é um trabalho para ganhar dinheiro. A política é uma paixão, um compromisso e o político tem que aprender a viver como vive a maioria do seu povo e não como vive a minoria privilegiada.”
Em sua fala, Lula ainda falou a respeito do papel dos partidos oposicionistas e provocou o atual presidente. “O PT tem que lamentar do Bolsonaro ter sido eleito presidente pelo povo brasileiro. mas, ao mesmo tempo, para quem quer fazer oposição no país, não tem nada melhor que ter o Bolsonaro na presidência para fazer oposição de verdade.”

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Jornalista do Vale lança livro sobre fake news, movimentos de rua e a conquista do poder

Escritor e jornalista minasnovense lança livro sobre o poder das novas tecnologias da comunicação.

Uma ‘biografia’ dos protestos mundo afora

'Dias de Tormenta' analisa como tecnologias de comunicação e informação levaram milhões às ruas



Branco di Fátima
Branco di Fátima: “Hoje, o poder emana da forma como a tecnologia é usada”, pondera o escritor. Foto: Hugo Alexandre Cruz

PATRÍCIA CASSESE - 04/11/19 - 03h00, no jornal OTEMPO.
Um livro-reportagem que trata do impacto das novas tecnologias na geopolítica, com uma leitura leve, ao estilo do “novo jornalismo”. É assim que o pesquisador e jornalista mineiro Branco di Fátima resume “Dias de Tormenta: Os movimentos de indignação que derrubaram ditaduras, minaram democracias no mundo e levaram a extrema-direita ao poder no Brasil” (Geração Editorial), que autografa hoje em BH. 
“O livro surgiu do mundo extraordinário e aterrador que vivemos”, diz ele. Branco aponta que o rápido desenvolvimento de novas tecnologias, como internet e smartphones, trouxe uma sensação de empoderamento político.
“Há poucos anos, pessoas comuns, com ajuda das redes sociais, derrubaram ditaduras no Oriente Médio e colocaram governos em xeque na Europa. Nunca participamos tanto da vida política, e esse é um fenômeno visto em diferentes geografias”.
Por outro lado, lembra, a forma como essas tecnologias são usadas também criaram um terreno fértil para a propagação de fake news. “Claro, notícias falsas sempre existiram. O diferencial é a velocidade de propagação, a complexidade dos conteúdos e o alcance das mensagens. Em minutos é possível chegar a milhões de pessoas”. 
Daí, diz, o objetivo da obra. “A própria história desses movimentos de indignação é arrebatadora. São pessoas comuns contra grandes instituições governamentais e corporações, como uma reprise de Davi e Golias. O problema é que nem sempre identificamos os personagens que ocupam esses lugares de poder”.  Confira, a seguir, um pouco mais da conversa do Magazine com Branco.
Como foi seu processo de escrita? E qual foi a parte mais intrincada? Contar uma história de três décadas num livro não é tarefa fácil. Demorou cinco anos para reunir as peças e montar o quebra-cabeça. Nesse tempo, li documentos secretos do WikiLeaks e telegramas diplomáticos, pesquisei dezenas de arquivos e bases de dados da Deep Web, conversei com especialistas e ativistas de diversas regiões do globo. A parte mais intrincada  foi conseguir, em meio a tantos documentos e testemunhos, milhares de relatórios, áudios e vídeos, selecionar os fatos mais importantes para a compreensão da "grande paisagem". Ou seja, dar sentido às diferentes narrativas de poder frente a tantos dados. Afinal, "Dias de Tormenta" também precisava ser um livro agradável, de fácil leitura e que cativasse o leitor de não ficção.
Qual o seu objetivo com o material que o livro abarca? Vivemos em uma sociedade complexa, em larga medida graças à popularização de novas tecnologias, mas também às mudanças na maneira como pensamos os problemas cotidianos. Mais do que nunca é preciso que as pessoas tenham acesso a informações de qualidade, bem apuradas e contextualizadas, para que possam tomar as suas decisões políticas com segurança. Não é à toa que chamamos o nosso tempo de Era da Informação. "Dias de Tormenta" desmistifica a ideia de que a internet é um anjo redentor da democracia ou um espectro para os regimes autocráticos. Hoje, o poder emana da forma como a tecnologia é usada.
Qual o lado positivo das redes sociais nos processos de mudanças sociais e políticas? É a maneira como as pessoas utilizam as redes sociais para falar com amigos, colegas e familiares, mas também para protestar, que fará a balança pender para um lado ou para outro na disputa política. Não quero dizer com isso que as tecnologias sejam neutrais. Antes pelo contrário, já que foram desenvolvidas por pessoas que têm preferências e formação ideológica. Existem pesquisas que mostram que, em caso de grandes manifestações, como as vistas no Brasil a partir de junho de 2013, as pessoas que têm perfil em redes sociais sentem-se mais confiantes para ir às ruas. Esse mesmo fenômeno foi registrado durante a Primavera Árabe, em países como Egito e Tunísia. Em todos os casos, a internet funcionou com um imã que atraiu as vozes que pediam mudanças. Mas é a forma como pensamos, altamente tecnológica, que ditará os rumos das transformações sociais.
As fake news acabaram corroborando de forma marcante na eleição presidencial... O que fazer diante dessa avalanche? Seu livro aponta caminhos para o combate às fake news? As fake news são a base material do novo populismo de direita. Foram centrais para a eleição de Jair Bolsonaro, que também contou com outros polos de influência, como o antipetismo e o impacto da Operação Lava Jato no tecido social. "Dias de Tormenta" não aponta propriamente uma saída. Como todo livro-reportagem, está centrado na narrativa realista dos acontecimentos. Porém, não há dúvida que o combate às notícias falsas exige um trabalho conjunto, que articule as escolas, a imprensa, os governos, os usuários de internet e as próprias empresas de tecnologia, como Facebook, Google e Amazon. Nas sociedades altamente dinâmicas, como a brasileira, não existem fórmulas mágicas. Já para populistas de direita, como Jair Bolsonaro, as fake news permitem dar respostas simples e rápidas para questões complexas.
Gostaria de deixá-lo à vontade para acrescentar o que julgar pertinente... É preciso destacar que "Dias de Tormenta" é um livro-reportagem que trata do impacto das novas tecnologias na geopolítica, com uma leitura leve ao estilo do Novo Jornalismo. Foram necessários cinco anos para escrever a obra, que conta com informações inéditas recolhidas em diversos países, como Brasil, Portugal, Estados Unidos, Irã, Venezuela, Egito, etc. No fundo, o livro traça um panorama de como diferentes tecnologias foram sendo apropriadas ao longo da história para promover mudanças sociais, até desaguar nas Jornadas de Junho (2013) e na Eleição de Bolsonaro (2018). Embora seja um termo recente, utilizado sobretudo a partir de 2016, o poder das fake news molda todo o livro.
Agenda 
O quê. Lançamento do livro “Dias de Tormenta”.
Onde. Livraria Leitura (Pátio Savassi).
Quando. Nesta-terça, 5, das 18h30 às 21h30.
Quanto. Entrada franca.
Fonte: Jornal OTEMPO

Branco Di Fátima é jornalista e escritor mineiro. Nasceu em Diamantina, no Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas. Mas, viveu toda sua infância e adolescência em Minas Novas, também no Alto Jequitinhonha.
Trabalha como correspondente internacional para revistas e portais de notícias brasileiros. Já viajou por mais de 30 países de quatro continentes. É autor do livro "Ruas vazias de gente" e coorganizador da obra "Internet - Comunicação em Rede". Faz doutorado em Comunicação no Instituto Universitário de Lisboa.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

36 º Festivale, Belmonte, Bahia: a cultura popular, "dos Vales ao mar"

"O sertão vai virar mar,  o mar vai virar sertão!"


O 36º Festivale será na "Cidade do mar moreno", onde as águas barrentas do rio Jequitinhonha se encontram com o mar.

O FESTIVALE é o maior e mais longevo evento de cultura popular do Brasil e da América Latina, onde há muita música, literatura, teatro, artesanato, fotografia, dança, video e culinária. Durante 7 dias, são realizadas atividades diversas como mostras, festival de  música, Noite Literária, oficinas, exposições , feiras, performances, seminários e debates, as Rodas de Conversa. E muita troca de experiências, projetos, conhecimentos, amizade, comunhão, vivência comum de sonhos...

Todos os anos, na última semana de julho, mais de 5 mil agentes culturais, gestores de cultura,   turistas apreciadores da arte e cultura, representantes políticos ( prefeitos, vereadores, deputados estaduais /federais), secretários estadual/municipais de cultura/educação/turismo, professores, estudantes, pesquisadores, representantes de movimentos sociais, migram para uma cidade, realizando ali uma vivência de mostra e criação da cultura popular do território do Jequitinhonha, dos Vales ao Mar, formando um verdadeiro ponto de cultura, numa celebração da vida e manifestação pela criatividade e liberdade humana.

Há 39 anos, o evento é realizado de forma itinerante, acontecendo, a cada ano, em uma cidade da Bacia do Rio Jequitinhonha, no norte e nordeste de Minas, e agora também no sul da Bahia, em Belmonte. Com a desse ano de 2019 será a 36ª edição, tendo falhado apenas em 3 anos: 1997, 2005 e 2012.


Dos 63 municípios mineiros (ou 80 segundo o poeta, cordelista e um dos criadores do Festivale, Tadeu Martins) da Bacia Hidrográfica do rio Jequitinhonha, 22 cidades já foram sede do FESTIVALE. Em algumas cidades, o evento aconteceu mais de  uma  vez: Almenara (2 vezes), Araçuaí (3 vezes), Bocaiúva, Capelinha, Carbonita, Diamantina, Felício dos Santos, Felisburgo, Grão Mogol, Itaobim ( 2 vezes), Itinga, Jequitinhonha (4 vezes), Joaíma, Jordânia, Medina (2 vezes), Minas Novas (2 vezes), Padre Paraíso, Pedra Azul, Rubim, Salinas ( 2 vezes), Salto da Divisa, Serro e Virgem da Lapa (2 vezes). 
Agora, chegou a vez baiana. E será em Belmonte, na foz do grande Rio Jequitinhonha, no sul da Bahia , pertinho de Porto Seguro.

O Vale do Jequitinhonha baiano tem 7 municípios (Belmonte, Canavieiras, Eunápolis, Itagimirim, Itapebi, Mascote e Santa Cruz de Cabrália). Por confluência, Porto Seguro também é convidada a entrar no território do Vale da cultura popular.
O encontro das águas barrentas do Rio do Jequitinhonha com o mar deu nova  cor às águas. Por isso, Belmonte é conhecida como a "Cidade do Mar Moreno".

Um Festival que acontece desde 1980, tendo seu primeiro acontecimento em Itaobim, no Médio Jequitinhonha, no nordeste de Minas, sempre promovendo grandes mostras de cultura popular, com resultados que ainda hoje são evidenciados no Brasil e no mundo. 

O FESTIVALE  já revelou e reverenciou muitos agentes culturais:
*cantores e compositores como Paulinho Pedra Azul, Saulo Laranjeiras, Rubinho do Vale, Pereira da Viola, Wilson Dias, Déa Trancoso, Titane, Dércio Marques, Doroty Marques, Zé Gomes, Tadeu Franco, Tarancón, Xangai, Elomar Figueira de Melo, Pedro Morais, Tau Brasil, Carlos Farias, Bilora, Mark Gladson/Verono, Dani Morais, Saldanha Rolim, Arnô de Minas Novas, Arlindo Maciel, Dalton Magalhães, Lima Júnior, Eustáquio Sena, Milton Edilberto e tantos outros.  

*Poetas e escritores como Gonzaga Medeiros, Cláudio Bento, Celso Freire, Narciso Durães, João Evangelista Rodrigues, Wesley Pioest, Zé Machado, Luiz Santiago, Jô Pinto, Aníbal Freire, Murilo Antunes,  Haydée de Berilo, Maurício Carvalho, Jason Mota, Luiz Carlos Prates, José Carlos Machado e muitos outros; assim como cordelistas e contadores de causos como Tadeu Martins e Jânsen Rego...

*Artesãos como Dona Isabel (Ponto dos Volantes); Tião Seleiro, Marcinho, Lira Marques e Zefa (Araçuaí);  Ulisses de Itinga, Ulisses de Caraí, Dona Noêmia, Zé do Ponto (Chapada do Norte), Zezinha (Campo Alegre - Turmalina), as tecelãs de Berilo (Leontina, Pretinha, Natalina), Ana do Baú, Louro do Couro e Mestre Bastião (Minas Novas), Zé do Balaio (Almenara), Daguimar (Palmópolis)... 

*Artistas plásticos como Marina Jardim (Rubim), Gildásio Jardim e Armando (Padre Paraíso),  Leandro Júnior (Chapada do Norte), Marcelo Brant (Diamantina), Flor de Maio (Minas Novas)...
Grupos de teatro de Araçuaí, Jequitinhonha, Medina, Padre Paraíso, Taiobeiras, Pedra Azul, Almenara, Itaobim, Itinga, Capelinha , Diamantina... 

*Corais e mais corais: Trovadores do Vale, Araras Grandes e Nossa Senhora do Rosário (Araçuaí); Coral das Lavadeiras de Almenara; Vozes do Jequitinhonha (Jequitinhonha); Vozes das Veredas (Veredinha); Flor de Liz e Água Branca (Itinga); Nós de Minas e Voz do Alagadiço (Coronel Murta); Ribeirão de Areia (Jenipapo de Minas); Bem-ti-vi (Virgem da Lapa); Pedra Verde (Itaobim)...

*Pesquisadores da cultura popular como Frei Chico, Lira Marques, Tião Rocha, Geralda Soares (Gêra dos Índios) , Daniel de Lima Magalhães ...
* Blogueiros como Banu, de Berilo (Blog do Banu); de Itinga, Jô Pinto (Espaço Livre); de Capelinha, Tadeu Oliveira (Canta Minas) e Reginaldo (Regiscap); de Pedra Azul, Will Nascimento ( Blog do Will); de Minas Novas, Bernardo Vieira (Blog do Jequi); de Diamantina, Fernando Gripp (Passadiço Virtual);  e muitos outros.

*Marujadas e Bois de Janeiro como as Bandas de Taquara de Minas Novas; marujadas de São Gonçalo do Rio Preto, Felício dos Santos e Couto Magalhães; Bois de Itaobim, Pedra Azul e Jequitinhonha....
* movimentos sociais populares  sempre tiveram participação ativa no FESTIVALE como o MAB, MST, a COQUIVALE ( Comissão das Comunidades Quilombolas do Médio Jequitinhonha), o Fórum da Mulher do Jequitinhonha, o Fórum do Vale e muitos outros. O  Festivale sempre abraçou e defendeu grandes bandeiras de luta como a Reforma Agrária, a luta pela água no Semiárido, o meio ambiente, as Diretas Já, LGBT, os Comunicadores Populares do Vale, a defesa dos direitos dos atingidos pelas Barragens de Irapé, de Itapebi e Setúbal; o movimento em defesa dos direitos das mulheres; a convivência com o semiárido; a defesa dos povos das comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, pescadores...) ....

Aos 39 anos de existência, o FESTIVALE sempre promoveu grandes eventos e com resultados que traduzem grandes legados culturais por onde quer que seja realizado.

PROGRAMAÇÃO DO 36° FESTIVALE
Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha.
BELMONTE – Bahia

Período: 21 a 27 de julho de 2019
Dia 21/07 - Domingo
08:00 – Recepção e Credenciamento das Equipes de Trabalho - 
Secretaria Geral Festivale - Av. Rio Mar / Rua Lisa
12:00 – Almoço - Intervenção Musical  - UFVJM
14:00 – Recepção e Credenciamento
17:00 - Teatro da UFVJM - A menina que não queria ser princesa. 
Diamantina Esporte Clube America
19:00 – Jantar 
20:00 – Hasteamento da Bandeira do FESTIVALE - em frente à Prefeitura
- Abertura Cênica de Belmonte com a peça Profecias do Rio e o Mar - 
Praça da Matriz
21:00 – Apresentação das Filarmônicas: 15 de setembro e Lira Popular de Belmonte - Praça da Matriz
23:00 – Show Musical – Saulo Laranjeira - Praça da Matriz
– Barraca Festivale - Av. Beira Rio
Dia 22/07 – Segunda-Feira
07:00 – Café da Manhã
08:00 – Início das oficinas 
- Dança Afro - Zumbi dos Palmares
- Fabricação de Boi de Janeiro - Quadra de eventos da Maçonaria
- Teatralização de Brincadeiras cantadas - Quadra da Escola José Teixeira de Freitas
- Curimba - vivencias percussivas de terreiro - Quadra da Fundação Pedro Calmon
- Aproximação ao distanciamento de Brecht teatro épico - Escola Polivalente
- Sabores do Mangue / Pedrina - Cozinha da Escola Lucio Coelho
- Sabores do Mangue / Gilmar - Cozinha da Escola Polivalente
- Cerâmica do Vale do Jequitinhonha - Olaria da Dagmar
- Um sonho de clown - Escola Polivalente
- Formação de agentes culturais - CRAS
- Técnica Vocal: O canto ao alcance de todos - Sindicato Rural 
- Dança estilo tribal - Escola Polivalente
- Pesquisa de oferta e demanda turística e nível de satisfação dos participantes do Festivale - Escola Polivalente
- Ginástica para todos - Espaço Riso
12:00 – Almoço - Intervenção Musical UFVJM
14:00 – Oficinas
16:00 – Mostra de Teatro – Cia Ícaros (Araçuaí-MG) – Menina Jesus – Praça da Bandeira
17:00 – Cultura Popular - Ruas da cidade/Praça da Bandeira
19:00 – Jantar
20:00 - Show Musical Coral – Cantos, contos e cantigas e Filarmônica Pedra Verde
- Praça da Matriz
21:00 – Show Musical – Arangaio - Praça da Matriz
22:00 – Show Musical - Rubinho do Vale - Praça da Matriz
Barraca Festivale - Av. Rio Mar
Dia 23/07 – Terça-Feira
07:00 – Café da Manhã
08:00 – Oficina 
09:00 – Abertura da Feira de Artesanato Loro do Couro ( Minas Novas)
12:00 – Almoço - Intervenção Musical UFVJM
– Intervenções musicais UFVJM
14:00 – Roda de conversa – Intervenção UFVJM - Esporte Clube América
– Movimentos sociais do Vale do Jequitinhonha – Ambiental, LGBTQ/Diversidade, Grupos Étnicos: indígenas e afro-descendentes 
16:00 – Mostra de Teatro – Coletivos Erês – Belo Horizonte - Praça da Bandeira
17:00 – Mostra de Grupos de Cultura Popular
19:00 – Jantar
20:30 – Noite Literária – Sosígenes Costa - Esporte Clube America
– Apresentação Rubens Spíndola 
¬ – Apresentação das poesias
1 - Regiane Aparecida Farias Ferreira - Itinga
Poesia - ALZIRA
2 - Moisés Guimarães Conceição Belmonte
Poesia - BICHO DA SEDA
3 - Ivis Alan Pereira Soares - Jequitinhonha
Poesia - ELA! NA ESCURA 367 POESIA TRAVESTI
4 - Edelvan Alves Da Silva - Capelinha
Poesia - JOANA MARIA NÃO VIU AS FLORES
5 - Geraldo Tadeu de Oliveira Santos - Capelinha
Poesia - METRÓPOLE QUALQUER
6 - César Prates Macedo - Belo Horizonte
Poesia - PÉ DE PASSARIM
7 - Gabriel Alves Abade - Itaobim
Poesia - PRECE RIBEIRA
8 - Virgínia Baracho - Diamantina
Poesia - SER POETA
9 - Guilherme Stuhr dos Santos Lopes - Padre Paraíso
Poesia - TEORIA DA ADMIRAÇÃO
10 - Karine Silva Oliveira - Belo Horizonte
Poesia - VOVÓ
– Entrega de Comenda “Tadeu Martins”
22:00 – Coral – Araras Grandes - Praça da Matriz
23:00 – Show Musical – Carlos Farias - Praça da Matriz
– Barraca Festivale - Av. Beira Rio
Dia 24/07 – Quarta-Feira
07:00 – Café da Manhã
08:00 – Oficina 
10:00 - 4º Encontro de Poetas e Escritores do Vale do Vale do Jequitinhonha - Barraca Festivale
09:00 – Feira de Artesanato - Galpão do Artesanato - Praça da Bandeira
12:00 – Almoço - Intervenção Musical UFVJM
14:00 – Debate/Roda de Conversa - Esporte Clube América
- Intervenção
- mesa: politica cultural Viva X conjutlura politica cultural X saberes tradicionais
- Intervenção teatral UFVJM
16:00 – Mostra de Cultura Popular 
17:00 – Mostra Teatral – Meninos do Vale – O vaqueiro que não sabia mentir - ASCOMED (Medina) Local Praça da Bandeira
19:00 – Jantar
20:00 – Show – Coral Bem-ti-vi ( Virgem da Lapa)
21:00 – Festival da Canção - Primeira Eliminatória 
1-Sérgio Di Ramos - Itabuna-BA
Nome da Canção: TEMPO DE CRIANÇA 
2- Marcony Geraldo Coelho Rocha - Minas Novas-MG
Nome da Canção: CORPO FECHADO 
3 - Alberto da Silva Rocha- Belmonte Ba
Nome da canção: FREGUESIA DO CARMO
4-Aderbal Sodré Pacheco Júnior - Medina-MG
Nome da Canção: MISÉRIA 
5-Dalton Silveira Magalhães - Minas Novas-MG
Nome da Canção: AFLUENTE 
6-Luiz Henrique Santos Annunciato – Diamantina-MG
Nome da Canção: LAVADEIRA 
7-Mauricio Neves Bomfim (Mansu) - Governador Valadares-MG
Nome da Canção: EU QUERO A VIDA 
8-Caio Pereira De Souza Bezerra - Padre Paraiso-MG
Nome da Canção: ANSEIO 
9-Laécio Almeida Lima - Salvador-BA
Nome da Canção: SAMBA DE ROÇA 
10-Eduardo José Barbosa Cordeiro Maciel-Turmalina-MG
Nome da Canção: REZA DE CHUVA
23:00 – Show Musical – Ivan Pestana
– Barraca Festivale –
Dia 25/07 – Quinta-Feira
07:00 – Café da Manhã
08:00 – Oficina 
09:00 – Feira de Artesanato
12:00 – Almoço - Intervenção Musical UFVJM
14:00 –Benção das Águas / Mostra de Cultura Popular
19:00 – Jantar
20:00 – Coral Nós de Minas (Coronel Murta- MG)
21:00 – Festival da Canção – Segunda Eliminatória
1-Marcelo Vouguinha - Belo Horizonte MG
Nome da Canção: BRILHANTE ENCANTO 
2-Wênio Porto Neves (Zaak Porto) - Almenara-MG
Nome da Canção: SERTÃO RIO ACIMA 
3-Luiz José Fontineli de Souza – Aracaju-SE
Nome da Canção: VIDAS SECAS 
4-Estevam Meireles Storck - Conceição do Mato Dentro-MG
Nome da Canção: TABULEIRO
5-Willer Durval Lemos Coelho - Minas Novas-MG
Nome da Canção: PASSARINHO TA PEGANDO SIRIRI 
6-Paulo Rogério Gusmão (Paulinho Medina) - Medina-MG
Nome da Canção: DE JEQUITINHONHA A FRANCISCO 
7-Nino Aras - Diamantina-MG
Nome da Canção: JEQUITINHONHA O CICLO DA VIDA 
8-Pedro de Sousa Murta - Diamantina-MG
Nome da Canção: TIJUCO PRETO 
9-Valdecir Ton - Eunápolis-BA
Nome da Canção: VEIO DE MINAS 
10-Carlos Alberto Ramos da Cruz Itambacuri-MG
Nome da Canção: VIVA O POVO BRASILEIRO E A CULTURA POPULAR
23:00 – Show Wilson Dias - Praça da Matriz
00:30 – Barraca Festivale - Av. Beira Rio
Dia 26/07 – Sexta-Feira
07:00 – Café da Manhã
08:00 – Oficina 
12:00 – Almoço - Intervenção Musical UFVJM
14:00 - Oficinas 
17:00 – Teatro Jerus Mirra - Um sonho de Clown Belmonte - Esporte Clube America
19:00 – Jantar
21:00 – Festival da Canção – Final
22:30 – Show Saldanha Rolim - Praça da Matriz
00:00 – Barraca Festivale - Av. Beira Rio
Dia 27/07 – Sábado
07:00 – Café da Manhã
09:00 – Mostra de Oficinas
12:00 – Almoço 
19:00 – Jantar
16:00 – Encontro da Mostra de Cultura Popular – Cortejo com a Filarmonica Lira Popular de Belmonte
22:00 – Show Aislan - Praça da Matriz
23:00 – Show Bilora - Praça da Matriz
00:00 – Barraca Festivale

Localização de Belmonte, Bahia.

No Baixo Jequitinhonha, bem perto de Almenara (a 256 km), Santa Cruz da Cabrália (a 56 km) e Porto Seguro (a 72 km).

 

Conheça Belmonte, a cidade da arte e da cultura do  Vale do Jequitinhonha baiano:

blogdobanu/2019/07/conheca-belmonte-cidade-do-36º-FESTIVALE

Suas praias, história, patrimônio e manifestações culturais, economia, turismo, hotéis e restaurantes.
Mapa da Costa do Descobrimento, no sul da Bahia

Fontes:  FECAJE, Prefeitura de Belmonte, Secretaria de Cultura de Belmonte.

domingo, 6 de janeiro de 2019

Dez Conselhos para militantes de esquerda

Frei BETTO *
(serve para não religiosos também)



1. Mantenha viva a indignação. 
Verifique periodicamente se você é mesmo de esquerda. Adote o critério de Norberto Bobbio: a direita considera a desigualdade social tão natural quanto a diferença entre o dia e a noite. A esquerda a encara como uma aberração a ser erradicada.

Cuidado: você pode estar contaminado pelo vírus social-democrata, cujos principais sintomas são usar métodos de direita para obter conquistas de esquerda e, em caso de conflito, desagradar aos pequenos para não ficar mal com os grandes.

2. A cabeça pensa onde os pés pisam. 
Não dá para ser de esquerda sem "sujar" os sapatos lá onde o povo vive, luta, sofre, alegra-se e celebra suas crenças e vitórias. Teoria sem prática é fazer o jogo da direita.


3. Não se envergonhe de acreditar no socialismo. 
O escândalo da Inquisição não faz os cristãos abandonarem os valores e as propostas do Evangelho. Do mesmo modo, o fracasso do socialismo no Leste europeu não deve induzi-lo a descartar o socialismo do horizonte da história humana.

O capitalismo, vigente há 200 anos, fracassou para a maioria da população mundial. Hoje, somos 6 bilhões de habitantes. Segundo o Banco Mundial, 2,8 bilhões sobrevivem com menos de US$ 2 por dia. E 1,2 bilhão, com menos de US$ 1 por dia. A globalização da miséria só não é maior graças ao socialismo chinês que, malgrado seus erros, assegura alimentação, saúde e educação a 1,2 bilhão de pessoas.

4. Seja crítico sem perder a autocrítica.
Muitos militantes de esquerda mudam de lado quando começam a catar piolho em cabeça de alfinete. Preteridos do poder, tornam-se amargos e acusam os seus companheiros (as) de erros e vacilações. Como diz Jesus, vêem o cisco do olho do outro, mas não o camelo no próprio olho. Nem se engajam para melhorar as coisas. Ficam como meros espectadores e juízes e, aos poucos, são cooptados pelo sistema.

Autocrítica não é só admitir os próprios erros. É admitir ser criticado pelos (as) companheiros (as).

5. Saiba a diferença entre militante e "militonto". 
"Militonto" é aquele que se gaba de estar em tudo, participar de todos os eventos e movimentos, atuar em todas as frentes. Sua linguagem é repleta de chavões e os efeitos de sua ação são superficiais.

O militante aprofunda seus vínculos com o povo, estuda, reflete, medita; qualifica-se numa determinada forma e área de atuação ou atividade, valoriza os vínculos orgânicos e os projetos comunitários.

6. Seja rigoroso na ética da militância.
A esquerda age por princípios. A direita, por interesses. Um militante de esquerda pode perder tudo: a liberdade, o emprego, a vida. Menos a moral. Ao desmoralizar-se, desmoraliza a causa que defende e encarna. Presta um inestimável serviço à direita.

Há pelegos disfarçados de militante de esquerda. É o sujeito que se engaja visando, em primeiro lugar, sua ascensão ao poder. Em nome de uma causa coletiva, busca primeiro seu interesse pessoal.
O verdadeiro militante, como Jesus, Gandhi, Che Guevara, é um servidor, disposto a dar a própria vida para que outros tenham vida. Não se sente humilhado por não estar no poder, ou orgulhoso ao estar. Ele não se confunde com a função que ocupa.

7. Alimente-se na tradição da esquerda.
É preciso oração para cultivar a fé, carinho para nutrir o amor do casal, "voltar às fontes" para manter acesa a mística da militância. Conheça a história da esquerda, leia (auto) biografias, como o "Diário do Che na Bolívia", e romances como "A Mãe", de Gorki, ou "As Vinhas de Ira", de Steinbeck.


8. Prefira o risco de errar com os pobres a ter a pretensão de acertar sem eles. 
Conviver com os pobres não é fácil. Primeiro, há a tendência de idealizá-los. Depois, descobre-se que entre eles há os mesmos vícios encontrados nas demais classes sociais. Eles não são melhores nem piores que os demais seres humanos. A diferença é que são pobres, ou seja, pessoas privadas injusta e involuntariamente dos bens essenciais à vida digna. Por isso, estamos ao lado deles. Por uma questão de justiça.

Um militante de esquerda jamais negocia os direitos dos pobres e sabe aprender com eles.

9. Defenda sempre o oprimido, ainda que, aparentemente, ele não tenha razão.
São tantos os sofrimentos dos pobres do mundo que não se pode esperar deles atitudes que nem sempre aparecem na vida daqueles que tiveram uma educação refinada.

Em todos os setores da sociedade há corruptos e bandidos. A diferença é que, na elite, a corrupção se faz com a proteção da lei e os bandidos são defendidos por mecanismos econômicos sofisticados, que permitem que um especulador leve uma nação inteira à penúria.
A vida é o dom maior de Deus. A existência da pobreza clama aos céus. Não espere jamais ser compreendido por quem favorece a opressão dos pobres.

10. Faça da oração um antídoto contra a alienação.
Orar é deixar-se questionar pelo Espírito de Deus. Muitas vezes, deixamos de rezar para não ouvir o apelo divino que exige a nossa conversão, isto é, a mudança de rumo na vida. Falamos como militantes e vivemos como burgueses, acomodados ou na cômoda posição de juízes de quem luta.

Orar é permitir que Deus subverta a nossa existência, ensinando-nos a amar, assim como Jesus amava, libertadoramente.

Texto publicado originalmente, em 2002. 
Frei Betto, 74 anos,  é natural de Belo Horizonte. Mora há 40 anos em São Paulo-SP. Frade dominicano, é assessor de movimentos populares. Devido ao apoio a militantes de esquerda foi preso na ditadura militar, por quatro anos, de onde escreveu "Cartas da Prisão", e "Batismo de Sangue", iniciando sua carreira de escritor. É também autor de "O Que São Comunidades Eclesiais de Base", "A Mosca Azul - Reflexões sobre  o poder", "Calendário do Poder", "Fidel e a Religião",  "Paraíso Perdido -  Viagens ao mundo socialista", "Reinventar a vida", dos romances "Entre todos os homens" e "Hotel Brasil", entre cerca de 60 livros publicados.
Adepto da Teologia da Libertação, é militante de movimentos pastorais e sociais, tendo ocupado a função de assessor especial do Presidente Lula, entre 2003 e 2004. Foi coordenador e Mobilizador Social do Programa Fome Zero.
Prestou assessoria a vários governos socialistas, em especial Cuba, nas relações Igreja Católica-Estado.
Recebeu várias premiações nacionais pela sua obra literária e homenagens nacionais e internacionais pela sua luta em defesa dos direitos humanos. 

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Após prisão, Lula e PT crescem na preferência nacional




VOX POPULI DESMENTE DATAFOLHA. 
LULA E PT CRESCEM, APÓS PRISÃO.
Brasil247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornou ainda mais forte, depois de sua prisão. 

É o que mostram dados preliminares de uma pesquisa Vox Populi, registrada no Tribunal Superior Eleitoral e contratada pelo Partido dos Trabalhadores. 

Os números revelam que a prisão determinada por Sergio Moro produziu efeito contrário ao desejado. 

Segundo informações iniciais que chegaram a dirigentes do PT, Lula foi de 40% a 43% no voto espontâneo e de 45% a 51% no voto estimulado. Ou seja: ele venceria a disputa presidencial em primeiro turno.
A identificação com o PT também passou de 16% a 19% e a legenda continua a ser a mais forte do País, com larga vantagem em relação aos partidos mais diretamente associados ao golpe, como PSDB e MDB.
Diante da força de Lula, a estratégia da direita e dos grupos de mídia associados ao golpe, como Folha e Abril, será tentar tornar Lula invisível em suas pesquisas e no seu noticiário. 

Neste domingo, o Datafolha publicou uma pesquisa que exclui Lula de seu cenário principal, embora nada impeça que um presidiário – sobretudo um preso político – possa disputar as eleições presidenciais. 

Em sua capa deste fim de semana, Veja noticia que a corrida presidencial começou agora, após a exclusão de Lula, que ainda não aconteceu, uma vez que a chapa do PT, com Lula candidato a presidente, será registrada no dia 15 de agosto.

Blog da Cidadania

A qualquer um que se dissesse que um candidato a cargo eletivo, após ser preso, em uma pesquisa de intenção de voto conservou quase todo o seu patrimônio eleitoral e, de quebra, ainda continua influindo decisivamente na eleição, essa pessoa, por certo, acharia esse resultado um fenômeno.
Segundo pesquisa Datafolha publicada neste domingo 15 no jornal Folha de São Paulo, mesmo estando preso Lula chega a ter quase 85% dos votos que tinha antes da prisão e de ser vilipendiado por bandos de odiadores preocupados em tripudiar sobre o político contra quem a mídia internacional em peso considera que houve “exagero” – por parte  da “justiça” brasileira.
Conforme o editor do Blog da Cidadania, Eduardo Guimarães, previu na última sexta-feira no programa Quarto Poder, veiculado pelo portal Brasil 247, a Folha de São Paulo continua enganando seu leitorado ao tirar o candidato de Lula dos cenários em que Lula não aparece, pois o candidato dele aumentou as suas intenções de voto em relação à pesquisa Datafolha de janeiro, quando apareceu com 27% de intenções de voto “com certeza” e 17% como “talvez”, o que perfazia 44% de votos prováveis no candidato do ex-presidente…
Agora, são 46% os que votariam ou poderiam votar no candidato de Lula – 30% votariam “com certeza” e 16% “talvez” votassem.
Para Marina Silva e Bolsonaro, é uma péssima notícia que o candidato de Lula apareça com possíveis 46% e certos 30% das intenções de voto, pois Marina chega, no máximo, a 16% e Bolsonaro, também no máximo, a 17%.
Ah, sim, Alckmin, o candidato da Globo e do mercado, fica nos mesmos 7 a 8 por cento de meses atrás.
Além de tudo isso, há empate técnico entre os que acham que Lula deveria disputar a eleição e os que acham que não deveria. Agora, 50% acham que Lula não deveria disputar e  48% acham que deveria.
Como a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, os que acham que Lula não deveria disputar poderiam cair para 48% e os que acham que deveria, poderiam subir, também, a 48%.
Conforme o Blog da Cidadania vem dizendo, o Datafolha – e, agora, o Brasil – já perceberam que, na prática, não conseguiram prender Lula, pois seu potencial de intenções de voto continua praticamente intocado e o candidato indicado por ele CRESCEU nessa pesquisa, com potencial para crescer muito mais.