Há Prefeituras que pagam apenas R$ 1.000 na contratação dos profissionais
Artes para as comemorações do Dia do/a Assistente Social 2013 (Fotos: Bruno Costa e Silva / Arte: Rafael Werkema)
O tema "Serviço Social na luta contra a exploração do trabalho", definido no 41º Encontro Nacional, em 2012, reafirma o compromisso do Conjunto e de assistentes sociais, enquanto trabalhadores e trabalhadoras, com as lutas históricas da classe trabalhadora e contra as ações que procuram inibir, obstaculizar e coibir suas formas de resistência e de organização coletiva.
Diariamente, assistentes sociais e outras trabalhadoras do Brasil se veem obrigadas a serem "polivalentes", como as instituições empregadoras impõem, com jornadas triplas de trabalho, exercendo múltiplas funções, mas recebendo salários insuficientes para uma vida digna.
Assistentes sociais e outros trabalhadores brasileiros são chamados de "colaboradores", mas ao final do mês percebem que não receberam nada em troca; que quem lucrou foram somente as pessoas que controlam as instituições empregadoras, ou em uma linguagem mais próxima da classe trabalhadora, o "patronato".
Por isso, o tom da temática do 15 de maio ultrapassa a ideia de comemoração ou de visibilidade ao serviço social no período. Como nos anos anteriores, expressa o posicionamento político de uma categoria que há mais de 30 anos vem defendendo: "chega de exploração".
"Urge lutarmos contra a exploração do trabalho e por melhores condições e relações de trabalho para a toda a classe trabalhadora e, principalmente, assistentes sociais, que vivenciam entraves e limites institucionais que expressam o modo de agir do Estado nas respostas às expressões da 'questão social', por meio de políticas sociais focalizadas e o modo como os indivíduos são tratados pelo sistema do capital, diante das respostas às suas necessidades e projetos de vida", afirmou a coordenadora da Comissão de Comunicação e presidente do CFESS, Sâmya Ramos.
Os CRESS e Seccionais em todo o Brasil já estão organizando eventos para as comemorações no mês de maio.
Assistentes Sociais têm os menores salários nos
serviços públicos no Vale do Jequitinhonha
Junto com os professores e psicólogos, os Assistentes Sociais têm os menores salários de profissionais de nível superior nos serviços públicos brasileiros.
serviços públicos no Vale do Jequitinhonha
Junto com os professores e psicólogos, os Assistentes Sociais têm os menores salários de profissionais de nível superior nos serviços públicos brasileiros.
No Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais, em seus 80 municípios há cerca de 450 profissionais desta área, atuando no SUAS - Sistema Único de Assistência Social.
Eles, principalmente, elas, são contratadas/os por salários irrisórios que pouco dignificam a profissão. Todo mundo acredita que pode fazer o papel de Assistente Social, enquanto o saber e a profissão têm atribuições específicas que demandam muito estudo e apuração técnica para exercê-las.
Assistente Social não é profissão de ficar distribuindo filantropias, nem é "aquela mulher boazinha que o governo paga para ter dó de nós". Esta profissão trabalha com a função de viabilizar politica de direitos sociais muitas vezes negados, principalmente à população mais pobre.
Como é uma atividade ligada ao cuidado com as pessoas e famílias em vulnerabilidade social não tem reconhecido seu valor profissional, como acontece com psicólogos e professores.
Confira abaixo os irrisórios salários pagos a Assistentes Sociais pelas Prefeituras do Vale do Jequitinhonha.
O maior salário pago é da Prefeitura de Itinga de R$ 2.586. Os menores são das Prefeituras de Angelândia, Cristália, José Gonçalves de Minas e Olhos Dágua, de R$ 1.000, menos de 1,5 do valor do salário mínimo.
Muitas Prefeituras exigem a carga horária de 8 horas. Outras não respeitam a lei federal que estipulou a carga horária dos Assistentes Sociais em 6 horas/dia sem redução dos salários.
Salários de
profissionais do SUAS - Vale do Jequitinhonha
Nordeste de Minas
Gerais
N.
|
MUNICIPIO
|
ASSISTENTE
SOCIAL
|
01
|
Almenara
|
1.600
|
02
|
Angelândia
|
1.000
|
03
|
Araçuaí
|
1.726
|
04
|
Berilo
|
1.440
|
05
|
Bocaiúva
|
1.666
|
06
|
Cachoeira do Pajeú
|
1.200
|
07
|
Capelinha
|
1.411
|
08
|
Carbonita
|
2.493
|
09
|
Chapada do Norte
|
1.230
|
10
|
Comercinho
|
1.125
|
11
|
Coronel Murta
|
1.696
|
12
|
Couto Magalhães de Minas
|
1.640
|
13
|
Cristália
|
1.000
|
14
|
Diamantina
|
1.566
|
15
|
Divisa Alegre
|
1.800
|
16
|
Felício dos Santos
|
1.500
|
17
|
Felisburgo
|
1.500
|
18
|
Gouveia
|
2.000
|
19
|
Itamarandiba
|
1.840
|
20
|
Itinga
|
2.586
|
21
|
Jacinto
|
2.000
|
22
|
Jenipapo de Minas
|
1.500
|
23
|
Jequitinhonha
|
1.700
|
24
|
Joaíma
|
1.800
|
25
|
Jordânia
|
1.800
|
26
|
José Gonçalves de Minas
|
1.000
|
27
|
Josenópolis
|
2.200
|
28
|
Leme do Prado
|
1.400
|
29
|
Malacacheta
|
2.260
|
30
|
Mata Verde
|
1.496
|
31
|
Minas Novas
|
2.120
|
32
|
Novo Cruzeiro
|
2.030
|
33
|
Olhos D’Água
|
1.000
|
34
|
Palmópolis
|
2.100
|
35
|
Ponto dos
Volantes
|
1.402
|
36
|
Rubim
|
2.000
|
37
|
Salinas
|
1.800
|
38
|
Santa Cruz de Salinas
|
1.500
|
39
|
Santa Maria do Salto
|
2.000
|
40
|
Santo Antônio do Jacinto
|
2.000
|
41
|
São Gonçalo do Rio Preto
|
1.479
|
42
|
Senador Modestino Gonçalves
|
1.500
|
43
|
Turmalina
|
1.715
|
44
|
Veredinha
|
2.300
|
45
|
Virgem da Lapa
|
1.200
|
Tabela elaborada pelo psicólogo social Albano Silveira Machado.
Fontes: Editais de Concursos Públicos das Prefeituras
Municipais,
de 2008 a
2013. Alguns salários podem conter incorreções devido
a alguma alteração neste período.
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