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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

O antipetismo continua como grande vitorioso

 Mais um vitorioso, o antipetismo



"No balanço de suas perdas, o PT precisa admitir que errou ao subestimar a força do ódio ao PT, insidiosamente injetado no eleitorado em nome do combate à corrupção", avalia a jornalista Tereza Cruvinel

segunda-feira, 2 de março de 2020

Governo do Ceará joga duro e pune policiais. Greve termina.

Soldados das Forças Armadas patrulham Fortaleza.

Soldados das Forças Armadas patrulham Fortaleza.JARBAS VASCONCELOS / EFE

Policiais militares amotinados aceitam proposta do Governo e encerram greve no Ceará.

Após sete horas de negociação, policiais abrem mão de pedido de anistia, ponto central do motim

Depois de 13 dias amotinados, policiais militares do Ceará decidiram ceder mesmo sem conseguir a anistia, instrumento que os livraria de responder por transgressões realizadas ao longo da greve ilegal. A base estava insatisfeita pela não inclusão desse ponto na proposta fechada pela comissão especial e, por isso, a negociação neste domingo demorou mais de sete horas. Mas o grupo sentiu a pressão pela dificuldade de conseguir apoio popular e pela sinalização do governador Camilo Santana (PT), que tentou aprovar às pressas uma Proposta de Emenda à Constituição para proibir a anistia. A votação na Assembleia acabou adiada para terça-feira depois que o deputado André Fernandes, que apoia a greve, pediu vistas. O governador já tinha dito que esse ponto ―que virou o mais sensível da crise de segurança desde o episódio que deixou o senador Cid Gomes baleado― era inegociável. Ainda assim, durante o dia, policiais e familiares que seguiam ocupando o batalhão de Fortaleza diziam que só deixariam o local com a anistia garantida.
O clima entre os policiais era de tensão. Estavam divididos porque parte deles temia sofrer represálias pela participação na greve ilegal. Alguns também reclamavam de companheiros que acompanhavam as negociações de casa e não do batalhão, o que teria tirado forças do movimento. “Se estivessem aqui, a gente teria como ficar muito mais tempo”, afirmou um dos grevistas. A adesão vinha diminuindo desde que o governador Camilo Santana começou a instaurar procedimentos para punir os amotinados. Mais de 200 policiais foram afastados de suas funções. E outros 43 foram presos por não se apresentarem ao trabalho na operação de Carnaval. Eles continuaram detidos por decisão judicial da última sexta-feira, que converteu em preventiva a prisão em flagrante.
Na noite deste domingo, lideranças representantes dos grevistas pediam que dessem um “voto de confiança”, pois autoridades haviam prometido rever os processos administrativos caso a caso, e as punições deveriam ser mais brandas. O acordo fechado prevê o direito dos policiais a responderem a um processo legal sem perseguição. A ampla defesa defesa e direito ao contraditório seriam garantidos pelo acompanhamento de instituições sem ligações com o Estado, como a Defensoria Pública, o Exército e a OAB.
O impasse sobre o descontentamento da categoria com seus salários e suas escalas de trabalho começou no final do ano passado. O governador chegou a prometer acatar algumas das reivindicações e algumas associações ligadas aos policiais aceitaram um acordo, mas parte da base o rejeitou e se rebelou. O acordo deste domingo não aporta mais recursos estaduais ao pagamento dos agentes, mas considera que possa haver remanejamentos nos 495 milhões de reais já previstos no orçamento. Desde o início da paralisação, um clima de insegurança se apoderou do Estado. Mais de 200 homicídios foram contabilizados e soldados do Exército Brasileiro foram convocados para auxiliar a segurança no Estado.
A greve de PMs no Ceará ganhou os holofotes de todo o país pelo receio de que a crise local provocasse um efeito dominó violento no restante do país, em um contexto no qual outros estados já receberam demandas desses trabalhadores, que têm porte de armas de fogo e são proibidos por lei de fazer greve. A crise de segurança cearense também expôs um xadrez de políticos locais e nacionais. As declarações do presidente Jair Bolsonaro de que a presença do Exército não seria permanente no Estado e que caberia ao governador Camilo Santana resolver o problema foram vistas por aquartelados ouvidos pelo EL PAÍS como uma mensagem de apoio ao movimento. Nos bastidores, representantes do Supremo Tribunal Federal e do Congresso atuaram para garantir as forças nacionais. Antes, governadores de outros estados já haviam disponibilizado enviar policiais caso o presidente não renovasse a Garantia de Lei e Ordem, dispositivo que permite o auxílio do Exército na segurança pública. 
O último dia da greve no quartel
A decisão de acabar com o motim saiu oficialmente de um batalhão de Fortaleza, que se tornou o QG da greve no Ceará desde que o movimento atingiu o ápice da tensão em Sobral, quando pessoas encapuzadas em viaturas mandaram comerciantes fecharem as portas no último dia 19 de fevereiro. Outras cidades cearenses ―como Sobral e Caucaia― ainda mantinham unidades militares ocupadas até este domingo, mas o quartel da capital passou a ter papel central inclusive na tentativa de retomar o apoio da opinião pública. Era dali que saíam as principais deliberações sobre os novos passos a serem seguidos, com as assembleias da categoria transmitidas em lives nas redes sociais e uma comunicação intensa dos grevistas com agentes do interior e até de outros Estados por grupos de WhatsApp. Políticos locais que alcançaram cargos públicos a partir da participação em greves anteriores contabilizavam likes e tentavam surfar no movimento com vistas nas eleições deste ano. O aplicativo de mensagens também era usado o tempo todo na logística da ocupação da unidade militar, com diversos grupos criados para organizar tarefas da cozinha, limpeza e até cuidados com as crianças que acompanhavam os pais no local.
Enquanto a comissão especial discutia uma nova proposta para acabar a greve, o comentário no batalhão era de que os policiais só deixariam o local com a anistia. De olho no celular, aquartelados conversavam que a paralisação acabaria estendida e que não iriam embora com medo de serem presos ou transferidos. “Não tem como ficar pior pra gente aqui. Só saímos com a anistia”, dizia um dos grevistas, ao lado de outros três policiais e duas esposas, em uma sala da escola pública ocupada por eles na última sexta-feira. “Se o governador não ceder, pode ter intervenção federal como no Rio de Janeiro, aí a questão vai sair das mãos dele”, apostava outro. Um terceiro ponderava: “Não tem como saber o que vai acontecer”. O acordo fechado na noite deste domingo indica que não haverá transferência de PMs nos seis meses após a assinatura formal dos termos, que deve acontecer nesta segunda pela manhã.
A escola fica no terreno vizinho ao batalhão, e, durante as quatro horas em que o EL PAÍS esteve nos dois espaços, o clima era de tranquilidade. Não havia preocupação de que o Exército interviesse para a reintegração de posse no local, como havia pedido o governador Camilo Santana antes. Logo se soube que as Forças Armadas haviam respondido que não cabia a elas essa demanda. Os manifestantes ocupavam cinco salas de aula, a cozinha e os banheiros da escola, cujas aulas haviam sido suspensas dias antes pela diretoria em razão da proximidade ao quartel tomado. Argumentavam que estavam ali com a permissão dos funcionários, ainda que sem autorização formal. E diziam querer acabar a greve, mas sustentavam que desde o início do movimento contavam com o perdão das transgressões, como aconteceu em outras paralisações semelhantes. “Tentaram colocar a gente como bandido. Mas tinha um motivo pra gente usar as balaclavas. Era só para não sermos identificados porque poderíamos ser punidos pelo código militar”, explicou um policial.
Escola ocupada durante greve de policiais no Ceará.
Escola ocupada durante greve de policiais no Ceará.
“A anistia vai ter que vir. Ninguém sai daqui sem ela”, disse um agente que descansava em uma das salas de aula. Ali, as mesas e cadeiras dos alunos foram substituídas por colchões infláveis, fruto de doações de empresários e de associações policiais de outros estados, conforme contaram grevistas e familiares. Durante o início da tarde, um grupo de aproximadamente 20 pessoas chegou a se reunir em uma das salas para discutir o andamento das negociações. O EL PAÍS não pôde acompanhar esse momento.
No prédio vizinho, o auditório do batalhão teve seu espaço dividido para o depósito de mantimentos e também para uma espécie de brinquedoteca para as crianças, com tapetes de borracha e jogos de tabuleiro. Era este o espaço maior de convivência das mulheres que ocupavam o batalhão e que tentavam puxar para si a responsabilidade do motim. Em outras greves, a autoria de práticas como a ocupação de quartéis foi atribuída a elas como estratégia para que os maridos não respondessem por estes atos. No entanto, o Governo do Ceará afirmou que elas também poderão responder pelos crimes. Por isso, todas as pessoas ouvidas pediram para não serem identificadas. No auditório climatizado, elas conversavam enquanto observavam os filhos brincarem e faziam até manicure. “A gente cria nossos filhos sozinha. Eles já trabalham quase todos os feriados. E a proposta do Governo só piora as folgas. Foi aí que decidimos vir. Nós que começamos isso daqui”, disse uma das esposas.
Neste último dia de motim, todo o batalhão estava ocupado. Havia um grande fluxo de pessoas que entravam e saíam a todo momento das duas edificações ocupadas. Fazia calor, e a maioria das pessoas preferia permanecer nas salas transformadas em alojamento, que tinham ar-condicionado. Tanto familiares quanto os próprios policiais reclamavam o tempo todo por serem tratados como “amotinados”. “Foi uma palavra que o governador inventou pra criminalizar a gente”, justificou um deles. Motim é um crime previsto no Código Penal Militar por recusa de obediência conjunta e ocupação de quartel. Tem pena prevista de reclusão de quatro a oito anos.
Fonte: Jornal El País.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

"Não aceito barganhar minha liberdade", diz Lula em carta sobre semiaberto

Em carta escrita nesta segunda-feira (30.09), o ex-presidente Lula voltou a rechaçar o regime semiaberto. "Quero que saibam que não aceito barganhar meus direitos e minha liberdade. Já demonstrei que são falsas as acusações que me fizeram. São eles e não eu que estão presos às mentiras que contaram ao Brasil e ao mundo", disse ele.



www.brasil247.com - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou nesta segunda-feira (30) sobre o pedido da Lava Jato para que ele progrida para o regime semiaberto. 
Em carta divulgada pelo Twitter, Lula diz que os procuradores da Lava Jato deveriam pedir desculpas ao povo brasileiro e aos milhões de desempregados, pelos prejuízos causados. 
Lula voltou a rechaçar o regime semiaberto. "Quero que saibam que não aceito barganhar meus direitos e minha liberdade. Já demonstrei que são flasas as acusações que me fizeram. São eles e não eu que estão presos às mentiras que contaram ao Brasil e ao mundo", disse Lula. 
O ex-presidente defendeu também que agora cabe ao Supremo Tribunal Federal julgar a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, para que "haja Justiça independente e imparcial". 
Leia, abaixo, a carta de Lula:

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Em entrevista, Michel Temer assume que foi "golpe" contra Dilma.

Temer diz que foi "golpe" contra Dilma e chama Lula de "presidente".

Numa declaração surpreendente no programa Roda Viva da TV Cultura da noite desta segunda-feira, 16.09, Michel Temer qualificou a derrubada de Dilma Roussef em 2016 de "golpe" e chamou Lula de "presidente". Assista. 

Disse que pretendia atuar com Lula para evitar o golpe, mas a proibição de Gilmar Mendes para que ele assumisse a Casa Civil inviabilizou a articulação. A admissão de Temer enterra de vez o discurso das elites de que teria havido um processo regular de impeachment contra Dilma.

247 - Numa declaração surpreendente no programa Roda Viva da TV Cultura da noite desta segunda-feira, Michel Temer qualificou a derrubada de Dilma Roussef em 2016 de "golpe" e chamou Lula de "presidente". Assista. Disse que pretendia atuar com Lula para evitar o golpe, mas a proibição de Gilmar Mendes para que ele assumisse a Casa Civil inviabilizou a articulação. A admissão de Temer enterra de vez o discurso das elites de que teria havido um processo regular de impeachment contra Dilma. 
“Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe”, disse o emedebista, que assumiu a presidência após a queda de Dilma em 2016. Em sua explanação, Temer não se preocupou em usar o termo “golpe”, algo que nunca tinha feito, e ainda revelou que tentou impedir o avanço do processo do impeachment após um telefonema do ex-presidente Lula.
Assista.

Fonte: www.brasil247.com

sábado, 6 de julho de 2019

A casa caiu: Lava Jato de Moro detonou Judiciário, mídia e a democracia

"Caíram todas as máscaras. O ilusionista juiz de primeira instância de Curitiba, comprovou-se agora, trapaceou a mídia amiga o tempo todo e desmoralizou o Judiciário", avalia Ricardo Kotscho, do Jornalistas pela Democracia.

"E o Brasil vai aos poucos caindo na real".
Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia 
“O povo vai dizer se estamos certos ou não” (Jair Bolsonaro, presidente da República).
***
Aha!, uhu!, comentaria o serviçal Dallagnol: quer dizer que só agora o povo vai poder decidir o que é certo?
Neste 5 de julho de 2019, dia em que desabou a casa mal assombrada da Lava Jato e do Golpe de 2016, construída com esmero pela grande mídia ao longo dos últimos cinco anos, eles resolveram virar democratas desde criancinhas.
Por que não deixaram o povo votar livremente em 2018, para decidir entre Lula e Bolsonaro, quando o ex-presidente tinha o dobro do capitão nas pesquisas de intenções de votos?
Para impedir a volta do PT ao poder, e abrir caminho para o boçalnarismo rude e ignaro, o ex-juiz Sergio Moro, agora ministro, se aliou e assumiu o comando da força-tarefa da Lava Jato, então chefiada pelo procurador Deltan Dallagnol, um tipo que se revelou sabujo e desprezível.
Agora, os dois são esculachados pelos principais jornais do mundo e a imprensa brasileira não tem mais como esconder a grande farsa da Lava Jato, que deixou um rastro de milhões de desempregados e empresas quebradas.
“Vazamentos revelam um juiz imoral”, resumiu o New York Times, ao dar a notícia que rodou o planeta, e só entrou no portal de O Globo ao meio dia, escondida numa notinha envergonhada.
No mesmo horário, Merval Pereira e Carlos Alberto Sardemberg, dois porta-vozes da Globo, cortavam um dobrado e gaguejavam na CBN, tentando ainda salvar a cara de Moro & Dellagnol, já sem argumentos para explicar o injustificável: crimes em série, um verdadeiro passeio de imoralidades pelo Código de Processo Penal e pelo Código da Magistratura.
Moro não só orientou a investigação do MPF - Ministério Público Federal, como pediu inclusão de provas e sugeriu a mudança de datas de operações.
Mais grave: omitiu informações solicitadas pelo ministro do STF Teori Zavascki, morto num acidente aéreo em 2017, para manter um inquérito na 13ª Vara Federal, em Curitiba.
Isso só foi possível com a complacência do Supremo Tribunal Federal e a colaboração da mídia amiga nos vazamentos para condenar o PT.
Para o capitão Bolsonaro, que não tem a menor ideia do cargo que exerce, muito menos dos códigos que regem o trabalho de juízes e promotores, as instituições simplesmente não existem.
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Basta levar Moro para ser aplaudido no Maracanã, erguer a taça, zerar o jogo, passar o pano e seguir cantando alegremente, atropelando as leis no mundo de fantasia em que vivem.
Já não dá para dizer que é tudo coisa de “petralhas comunistas” porque quem fez as revelações mais graves até agora foi a Veja, em parceria com o The Intercept, um site americano.
É a mesma revista Veja que se aliou à Globo este tempo todo para desmontar Lula e o PT, e transformar Moro em “herói nacional” do combate à corrupção.
Na volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar, a maracutaia que há tempos se denunciava agora ficou nua à luz do dia, com seus personagens caricatos fazendo arminha com as mãos e gritando “Mito!”, reclamando agora de “vazamentos criminosos”.
Caíram todas as máscaras. O ilusionista juiz de primeira instância de Curitiba, comprovou-se agora, trapaceou a mídia amiga o tempo todo e desmoralizou o Judiciário.
E o Brasil vai aos poucos caindo na real, ao ver dia a dia o país ser destruído por um bando de mentecaptos, que só não rasgam dinheiro, e sabem muito bem a quem estão servindo.
Vida que segue.
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domingo, 30 de dezembro de 2018

Aguenta, Brasil! Ultracapitalismo vem aí!


"Isso que vem aí não é neoliberalismo. 
É ultracapitalismo!"

O neoliberal compra e suborna político para gerar lucro. 

O ultracapitalismo sequestra o Estado e elege seu lobista ou representante de vendas. O ultracapitalismo não tem nenhuma responsabilidade com a democracia. 
Pra ele, melhor sem.

Não estranhem o descaramento. O golpe do mercado rentista, contra democracias do mundo, é descarado.

O neoliberalismo escondia o interesse da elite, num candidato com "jeitão que o povo gosta e respeita".

O ultracapitalismo compra eleição com Caixa 2 e resolve o problema, se não der muito na cara, já no primeiro turno.

Pro ultracapitalismo não existe nem direita, nem esquerda, nem democracia.

Isso que está aí também não é "direita", são youtubers, são fakes, são memes, são trolls...

Essa é a trash política do ultracapitalismo.

A elite brasileira sempre acompanhou o movimento global de capitais, até por questão de sobrevivência e permanência no poder. Usou e abusou do país pra enriquecer. Destruiu o solo do nordeste, levou até o último pau-brasil daqui, contrabandeou minério e pedras preciosas, enriqueceu com comércio e exploração escrava, ingressou na política e manteve 4 ou 5 gerações com dolo do patrimônio público e exploração de mão-de-obra, no poder. Nos anos 90, ingressou no mundo dos negócios e passou a viver do rentismo. Vendeu empresas familiares pra marcas estrangeiras, ficava com 20% das ações da nova empresa, passando a vida de pernas pro ar, jogando golfe, tomando sol nas praias virgens da Bahia.

Nossa elite roubou o que tinha que roubar, explorou o que tinha que explorar, enganou o que tinha que enganar, sai da economia patrimonial e vira sócia dos donos do mundo.

Não cabe indignação da nossa parte, porque Bolsonaro só indica lobista. Porque o #Caixa2doBolsonaro elegeu governadores-empresários, inquilinos do NOVO, num mesmo #ZapGate.

Tá tudo desenhadinho. O golpe da Janaina Paschoal, a "Ponte para o Futuro", o processo contra Lula, a condenação unânime... Era isso que queria o mercado. Os que dominam o mercado do petróleo, da energia, do combustível, de fármacos e de serviços, em todo o planeta.

Nossa elite entregou o Brasil com comida, água, luz e gasolina pagas por 30 anos, mais 210 milhões de pessoas pra lavar, passar, cozinhar e carregar peso, de graça.

Com o controle do Estado, do Banco Central, da Casa da Moeda com todo o tipo de informação privilegiada, pra ganhar mais dinheiro nas bolsas mundiais e articular golpes financeiros, nossa elite já elegeu seus trash-memes e, como eles mesmos confessaram, gastaram muito menos dinheiro em whatsapp.

Não cabe indignação. Cabe denúncia. O ultracapitalismo comprou a Democracia Brasileira em pacotes do whatsapp. 

O "elenco Bolsonaro" é a distração de mais 4 anos, enquanto os mais criminosos lobistas atuam no ingresso da nossa elite, na festa dos donos do mundo.

A elite que já vendeu vida que não era dela, já vendeu terra que nunca foi dela, já comprou juiz e bandeirinha, agora está vendendo um país inteirinho que não é dela. 

Não cabe indignação. Cabe denúncia".
Cristiana Araújo

As elites políticas foram incapazes de evitar o pior

Os anos perdidos

Tereza Cruvinel
O ano que se finda ainda será muito revisitado para ser compreendido. Nele, constatamos que o fundo do poço pode sempre ser mais escavado. A autoflagelação destrutiva iniciada em 2013, e os desatinos dos anos seguintes, resultaram na opção eleitoral pelo projeto extremista que começa a ser implantado com a posse de Bolsonaro.
E com isso começa o ciclo político que substituirá o da Nova República, iniciado em janeiro de 1985 com a eleição de Tancredo Neves e coroado com a Constituinte, legado que o Brasil e suas elites não souberam aprimorar. Não se pode falar de 2018 sem olhar também para os cinco anos anteriores.
Em 2013, nossas elites políticas não entenderam as manifestações “contra tudo e todos”, especialmente o PT, que governava, e o PSDB, maior força de oposição. Partiram para o confronto eleitoral sangrento em 2014, com a nascente Lava Jato adubando a polarização. No futuro, alcançou outros partidos mas naquela hora, só demonizou o PT. Dilma errou na campanha, omitindo o verdadeiro estado da economia e das contas públicas. Liderado por Aécio Neves, o PSDB não errou menos. Não aceitou a derrota, embarcou na sabotagem ao governo e jurou que Dilma não governaria.
Em 2015 ela tentava corrigir erros econômicos mas o Congresso sabotava seus esforços. A recessão deu as caras. O fogo da Lava Jato se espalhou, jogando a política na lama. Desesperados, os políticos buscavam um bote salva-vidas. Para a estancar a sangria, “a solução é o Michel”, disse o senador Jucá, pregando o acordão “com Supremo e tudo”. A palavra impeachment saltou de suas bocas para as ruas. Dilma foi deposta numa sessão de horrores, comandada por Cunha, com Bolsonaro homenageando o torturador Brilhante Ustra.
E vieram os anos perdidos com Temer, de mais recessão, desemprego e corrupção, moendo os partidos que deram o golpe do impeachment. Não sobrava ninguém. Afinal, prometeram que tirando o PT do governo tudo iria melhorar, e piorou. Parecia o fundo do poço, mas a saída viria em 2018 com a eleição de um presidente legítimo.
O ano começou com rebeliões nos presídios e as facções criminosas mostrando força. A violência pipocou, o carnaval foi sangrento num Rio acéfalo. Temer fez então sua “jogada de mestre”, com a intervenção federal. Apesar da rejeição, sonhou com a reeleição. Em março, a brutal execução de Marielle Franco informou que forças malignas sentiam-se liberadas. A intervenção chega ao fim melancolicamente.
Em abril, Lula foi preso. A demolição política chegava ao ápice com a prisão do líder mais popular do país, após uma condenação de fundamentos duvidosos, pelo juiz que agora será ministro. Começou a peleja do PT para fazê-lo candidato.
Em maio a greve dos caminhoneiros parou o país e o Temer deu um show de vacilação. Mandou tropas para as estradas mas rendeu-se oferecendo o subsídio ao diesel que acaba amanhã. E agora, farão greve sob Bolsonaro?
Vem a campanha. Lula é líder nas pesquisas e Bolsonaro posa de candidato anti-sistema. Promete guerra aos bandidos e aos corruptos, liberar as armas, varrer o PT e a esquerda, governar sem partidos. Prega a valorização da família e dos bons costumes, enquanto deprecia mulheres, gays, negros e índios. Uma sociedade conservadora sai do armário em seu apoio, para espanto do Brasil envernizado. A esquerda racha e a direita liberal também. 
Alckmin é um candidato fraco mas o PSDB não tem outro. 
Em agosto a candidatura de Lula é barrada e o PT lança Haddad com atraso. A transferência de votos começa a funcionar mas, em setembro, Bolsonaro é esfaqueado, e tudo muda. Vitimizado, poupado dos debates, vai ao segundo turno e derrota Haddad. A disputa é suja, com o disparo eletrônico de calúnias contra o petista. Ainda em combate, inclui a imprensa entre os inimigos.
Sua equipe é de duvidosa competência para enfrentar os desafios que tem pela frente. Venceu porque as elites políticas foram incapazes de construir o consenso mínimo para evitar o pior. O voo incerto vai começar. Apertemos os cintos.
Publicado no Jornal do Brasil, 30.12.2018

sábado, 29 de dezembro de 2018

Ano novo, luta nova


"É importante recuperar toda a tradição de resistência das esquerdas e dos movimentos populares" / Foto: Ravena Rosa/Agência Brasil

Forças sociais precisam ganhar corpo na unidade das lutas
Em tempo de balanço e mensagens necessárias de esperança, nada melhor que renovar os votos de resistência. É uma forma de não capitular diante do que vem por aí. O fim do ano carrega com ele a certeza que a democracia precisará de muita disposição para a luta. O primeiro dia do ano que se avizinha, com a já anunciada cerimônia de posse do presidente eleito marcada por militarismo e desconfiança será o marco zero de uma nova etapa política para os defensores da democracia. Que já chega embalada em vexame duplo: a barbeiragem diplomática em desconvidar nações amigas da região e a esnobada do presidente Trump em participar da festa montada por acólitos mirins.
Antes mesmo da parada militar que vai inaugurar o novo momento, o governo Bolsonaro já deixou claro como se moverá: extinção de direitos, escola sem crítica, política externa isolacionista e tosca, defesa dos interesses privatistas e financistas, fundamentalismo moral, militarização da sociedade e incentivo à violência. A sanha prossegue nas áreas de saúde com a desmontagem do SUS, com a ideologização da justiça persecutória acima da Constituição, com a promessa de criminalização dos movimentos populares, com a entrega da questão ambiental e indígena aos interesses das mineradoras e agronegócio.
A lista completa de barbaridades pode ser conferida orgulhosamente nos veículos da chamada mídia profissional, com destaque, entre outros, para a reforma da previdência, para a retirada dos direitos trabalhistas que escaparam da primeira onda de terra arrasada promovida por Temer, para a desmontagem da comunicação pública e para o obscurantismo cultural e fanatismo fundamentalista. Não se trata de um programa de governo, mas de uma estratégia determinada de extermínio das liberdades.
E, exatamente pelo calibre da afronta à democracia e aos valores da civilização, se torna urgente preparar a reação popular, consequente e responsável com os destinos do país. O começo do novo ano e do novo governo precisa ser acompanhado de uma transformação no padrão crítico exercido até aqui. O jogo começa pra valer. E a reação não pode se fazer esperar apenas nas arenas consagradas da negociação política no Congresso, na disputa da opinião pública pelos canais convencionais, ou no campo do conflito clássico capital e trabalho.
Há um patamar novo para um renovado conflito de classes. A organização da resistência precisa ampliar o domínio tradicional, com uma estratégia que congregue várias frentes e focos de disputa. Afinal, a conquista do Executivo não se deu separada dos outros poderes da República. Bolsonaro não seria nada sem a presença orgânica de políticos eleitos, partidos fisiológicos, magistrados sem respeito às leis, policiais obtusos e promotores escatológicos. Operadores do direito e da direita.
Tanto o Legislativo tem se mostrado entregue (e exercitou sua sabujice durante a campanha) como o Judiciário se prestou ao aparelhamento ideológico e populista, trocando a letra da lei pela conveniência da aprovação popular conduzida pelo moralismo punitivista. Para completar, o quarto poder, a mídia comercial, cimentou o projeto antipopular com sua já conhecida habilidade de manipulação e defesa de interesses próprios, sob a capa de uma falsa racionalidade e interesse público.
A reação democrática e popular impõe, para os primeiros dias de 2019, a ocupação de todos os espaços de contestação. Na oposição sistemática no Congresso, com a conjugação das forças progressistas. Na crítica consistente ao Judiciário partidarizado, congregando a ação por parte de juristas democráticos e suas representações profissionais e acadêmicas. Na construção de novos canais de expressão de todas as vozes sociais, num misto de crítica da mídia e construção de uma mídia crítica.
Mas não basta. É importante recuperar toda a tradição de resistência das esquerdas e dos movimentos populares. O enfrentamento deverá se dar em todas as vertentes: na luta sindical, nas organizações partidárias, nas ONGs, nos grupos voltados para questões específicas, na defesa das minorias, nas políticas setoriais, no contexto acadêmico, na criação cultural libertária e na imprensa. A grande convocação contra o neofascismo é a pluralidade de ações.
Desta forma, tem tanta importância o fortalecimento das frentes amplas como a mobilização em torno de temas como escola sem partido, luta antimanicomial, rádios livres, restrição do uso de venenos na agricultura, demarcação de terras indígenas, mobilidade e moradia, entre dezenas de outras. A refundação da esquerda não passa pela seletividade de táticas, mas pela necessidade urgente de ocupar todas as trincheiras ao mesmo tempo. O espectro das forças sociais precisa ganhar corpo na unidade das lutas. É preciso cuidar do quintal e do planeta.
A capacidade de fazer conviver as grandes bandeiras estruturais com temas culturais e identitários desenha a pauta ambiciosa para a política em todas as dimensões. Esse propósito se torna ainda mais pungente com a interseção de formas de opressão, como as registradas contra as mulheres, negros e pessoas LGBTI, deve guiar os defensores da democracia e dos valores populares. O que já foi fragilidade, em sua dispersão, hoje é a única possibilidade de recuperar a força política.
Entre os desafios estão a recuperação das tarefas de formação e o respeito à dinâmica dos movimentos em sua autonomia. O abandono do campo de preparação política e intelectual, em nome da conquista de espaços de poder institucional, cobra agora sua conta. O retorno às bases não é um movimento de recuo, mas de avanço real. Não se conquistam corações e mentes com mensagens verticais, mas com conhecimento e confiança. A emancipação é fruto do saber e da solidariedade.
A esquerda não deveria ter abandonado sua vocação intelectual, sua disposição para o conhecimento crítico da realidade, sua capacidade de instaurar a práxis como união dialética entre teoria e prática. O consumo, já se sabe, não faz nada mais que consumidores insatisfeitos e egoístas. As palavras de ordem vazias abrem espaço para outras palavras de ordem, igualmente ocas de sentido.
Não se trata de começar tudo de novo, mas de começar o novo. Ano novo, luta nova.
Fonte: Publicado no BrasildeFato - Edição Minas Gerais
João Paulo Cunha é  jornalista e Diretor Cultural do BDMG. Após 18 anos como editor de Cultura do jornal Estado de Minas, pediu demissão quando foi impedido de escrever sobre política na coluna que assinava semanalmente.