SAÚDE MENTAL E
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
FRENTE À PANDEMIA DO
CORONAVÍRUS
O processo de pandemia do Coronavírus tem sido acompanhado
por sentimentos
de medo, angústia, estresse,
ansiedade e certo pânico, o
que, nesse cenário, pode acarretar também problemas de saúde mental individual e coletiva.
Assim, seguem algumas propostas de cuidado para todas
e todos ficarem atentos!
PARA A POPULAÇÃO GERAL
Empatia: o coronavírus deve afetar pessoas de diversos países, portanto não existe relação da doença com etnia,
gênero ou classe social .
As pessoas infectadas não fizeram nada de errado, portanto demonstre empatia, apoio, gentileza e solidariedade. Discriminar pessoas por sua nacionalidade ou por ter sido
contaminada, produz sofrimento psíquico e não nos ajuda no combate da pandemia.
Não crie estigmas:
não se refira às pessoas com a doença como “casos de
coronavírus” ou “vítimas”, “famílias de coronavírus”, etc. Eles são pessoas, antes de tudo, que irão
realizar o tratamento para que retornem suas vidas normal mente, assim que possível.
Informação em excesso também faz mal:
procure fontes confiáveis, principalmente os canais
oficiais de comunicação do poder
público ( Secretarias de Saúde do Estado
e Município, Ministério da
Saúde), além das Organizações, como a OMS (Organização Mundial de Saúde e Organização
Panamericana de Saúde).
Reduza
as buscas e atualizações constantes para apenas uma ou duas vezes ao dia.
Evite o
compartilhamento excessivo em grupos, o que pode gerar ansiedade, estresse, desinformação e medo.
Atenha-se aos fatos, e não às especulações!
Cuide de você e dos seus pares próximos:
Além de seguir as recomendações de higienização e etiqueta respiratória,
como tapar a boca ao tossir e espirrar, ofereça escuta e apoio emocional.
Tente aproveitar esse momento para desacelerar e manter uma rotina de
atividades
prazerosas e significativas e, sem pre que possível, crie novas num
ambiente
diferente.
Realizar atividades diárias como limpeza, canto, pinturas e outras, além de
manter o sono regular e uma dieta balanceada.
Proteção ao grupo de risco:
se você faz parte do gru po de pessoas com maior
vulnerabilidade aos efeitos do vírus (pessoas idosas, imunossuprimadas e/ou
aquelas que apresentem doenças crônicas como diabetes, hipertensão
arterial e doenças cardiorrespiratórias), cuide-se!
Lembre-se de seguir as orientações de cuidado dos
profissionais de saúde e evitar contaminações.
Em todo mundo há profissionais de saúde, universidades e institutos de
pesquisa trabalhando para conter o vírus e ofertar a assistência adequada.
Contato Social:
o contato afetivo e a sociabilidade são
importantes, especialmente na nossa cultura. As pessoas estão seguindo as recomendações de quarentena e isolamento, mas o
contato virtual pode e deve
ser mantido, pois favorece o bem estar emocional e mental.
Busque manter contato com amigos, familiares,
pessoas de confiança, seja por telefone, redes sociais, etc.
Lembre-se que isso vai passar!
Se necessário, partilhe fatos simples:
utilize-se de informações claras a respeito da redução de riscos e infecções em palavras compreensíveis, respeitando o momento e as condições de cada pessoa: idosos, crianças, pessoas com
deficiências intelectuais e cognitivas, pessoas em situações de vulnerabilidades, etc.
Compartilhe histórias e informações positivas:
referentes a situações ocasionadas pelo
Coronavírus. Momentos assim são difíceis e expõem nossas fragilidades.
Podemos aproveitar para fortalecer a percepção
da nossa interdependência,
estimular processos de solidariedade, avançar na produção de conhecimento, de cuidado de si e do coletivo.
Organize-se:
evite quebrar o isolamento, mas esteja preparado e informado caso precise sair
desse ambiente, para eventuais emergências ou situações extremamente necessárias. E Iembre-se de seguir todos os passos de higienização ao retornar para casa.
Proteja suas crianças:
ajude as crianças a expressarem, de forma positiva, seus medos e ansiedades,
respeitando a forma como cada uma o faz: através de brincadeiras, desenhos, conversas, etc.
Sempre que possível,
incentive as crianças a continuarem brincando e se sociabilizando com os
outros, mesmo que somente em família, por causa do distanciamento social
no momento.
Cuidado com as
pessoas idosas:
As pessoas idosas podem se sentir sozinhas,
e aquelas que possuem comprometimento cognitivo ou quadro de demência, podem tornar-se mais ansiosas, agitadas, estressadas e agressivas. Portanto, os
cuidadores e
familiares devem ofertar su porte emocional e fornecer informações simples e
objetivas sobre o que está acontecendo, de modo que possam entender, de acordo com o seu estado
e capacidade cognitiva.
AOS PROFISSIONAIS
DA SAÚDE
ORIENTAÇÕES SOBRE AS PRÁTICAS
Empatia: a oferta da
assistência às pessoas atingidas pela pandemia jamais jamais deve revitimizá-la ou culpabilizá-la. Empatia é fundamental, assim
como o respeito aos direitos do usuário dos serviços.
Respeito às
diferenças: ao ofertar
assistência, o profissional deve
abster-se de induzir convicções políticas,
filosóficas, morais, ideológicas, religiosas e orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito.
Informação qualificada: a informação faz toda diferença! Pensando nisso,
aproprie-se de informações qualificadas, a fim de passar orientações seguras e
encaminhamentos adequados e condizentes com a realidade do paciente.
Comunicação: deve ser
realizada de maneira simples, clara e objetiva, principalmente com os usuários
do serviço. Lembre-se que nem todos dispõem do mesmo nível de informações e escolaridade, e informação
correta poupa tempo.
ORIENTAÇÕES
PARA O AUTOCUIDADO
Descanso e autocuidado: estando na linha de frente do enfrentamento à
pandemia, é comum o cansaço, a ansiedade e o estresse. Por isso, é importante
cuidar do seu próprio bem estar psicossocial e de sua saúde mental! Faça pausas, descanse entre os turnos de trabalho ou, se preciso, dentro
do horário do expediente. Cuide da sua alimentação e hidratação.
Repense: atenção
para não compensar o cansaço e estresse em hábitos e comportamentos que podem
te prejudicar, como o uso excessivo de tabaco, áIcool e outras drogas.
Diálogo: compartilhe experiências
exitosas com os seus pares de trabalho! Converse com colegas de trabal ho, pois
ao dialogar vivências e experiências comuns são
reconhecidas e partilhadas, o
que contribui para o fortalecimento e acolhimento de cada um.
Contato Social: devido ao envolvimento direto na assistência, pode haver percepção de afastamento por parte de
familiares e/ou comunidade devido ou medo de ser contaminado. Assim, procure
compreender e permaneça conectado com seus amigos, familiares, pessoas de confiança, seja por telefone ou redes sociais.
Procure por seus colegas e outras pessoas de confiança e peça por apoio;
provavelmente há outros profissionais
vivendo experiências similares.
PARA OS GESTORES OU COORDENADORES DE EQUIPES DE SAÚDE:
Qualidade da informação: assegure uma informação de qualidade e fidedigna
para todo o pessoal da equipe. Sempre que possível, faça escala e rodízio entre
os profissionais das áreas mais estressantes para as menos estressantes.
Sistema de apoio e troca de saberes entre
colegas: coloque
funcionários com menos experiência para trabalhar com os mais experientes. O
sistema de apoio e boas relações entre colegas ajuda a melhorar o ambiente de
trabalho, a reduzir o estresse, além de promover procedimentos seguros. I Inicie,
encoraje e monitore as pausas no trabalho!
Apoio social: assegure-se que você está criando espaço para que
os colegas forneçam apoio social uns aos outros.
Suporte de insumos: asseg ure-se do fornecimento essencial de insumos
de saúde
em todos os níveis de cuidados, como por exemplo, para pessoas que fazem uso de
medicação controlada e regular, pessoas com sofrimento mental, com doenças crônicas ou síndromes diversas.
Fonte:Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Mental Health and Psychosocial Considerations
During COVID-19 Outbreak. Disponível em https://bit.ly/2J62J8e.
Acessoem 16/03/2020.