sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Vox Populi: Dilma lidera com folga e venceria no 1º turno em 2014

Presidenta tem no mínimo o dobro de votos de Marina Silva em qualquer cenário. Calheiros, Temer e Serra são os políticos que despertam menos confiança entre os entrevistados

por Redação RBA publicado 06/09/2013 12:27
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ROBERTO STUCKERT FILHO/PLANALTO
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Dilma, ainda longe dos níveis de popularidade pré-manifestações, tem folga em relação a oponentes
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff lidera com folga todas as simulações feitas pelo Vox Populi para as eleições de 2014, divulgadas hoje (6) pela revista Carta Capital. No cenário que se mostra como mais provável atualmente, a petista tem 38% das intenções de voto, o dobro de Marina Silva (Rede), com 19%, seguida pelo senador Aécio Neves (PSDB), que chega a 13%, e pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 4%. Neste quadro, votos brancos e nulos chegariam a 15%, e não souberam responder outros 11%. Se computados apenas os votos válidos, Dilma venceria no primeiro turno.
A base de comparação com levantamentos anteriores ficou prejudicada porque foram realizados antes de junho. Para o Vox Populi, a referência mais fiel são as pesquisas do Datafolha e do Ibope promovidas já após a onda de protestos. Em relação a elas, Dilma tem se recuperado, ao passo que os adversários perdem força.
Quando se tira Aécio Neves da disputa, chega-se à conclusão de que o ex-governador de São Paulo, José Serra, ainda é o nome do PSDB que obtém o melhor desempenho inicial. Ele alcança 18%, e fica empatado com Marina Silva no segundo lugar. Já Joaquim Barbosa, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), teria 11% em um outro cenário, no qual empataria com o senador tucano de Minas Gerais, seis pontos atrás de Marina e com 25 pontos a menos que Dilma.
Com Serra fora do PSDB, a presidenta alcança 36% das intenções de voto, seguida por Marina, com 16%, e pelo ex-governador, com 15%. Aécio ficaria novamente com 11%, e Eduardo Campos teria 3%.
Quando se trata da pesquisa espontânea, em que não são apresentados os nomes dos candidatos, 47% afirmam ainda não saber em quem votar. Dilma tem 17% das intenções, seguida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também do PT, com 12%. Aécio Neves e José Serra alcançam 3% cada, seguidos por Marina Silva, com 2%.
A sondagem mostrou que 5% dos entrevistados consideram o trabalho de Dilma ótimo. 30% acham que a presidenta faz um bom trabalho, frente a 29% de “regular positivo”, 14% de “regular negativo”, 12% de ruim e 10% de péssimo.
Por região, o Nordeste mantém a melhor avaliação de Dilma, com 45% de aprovação e 40% de avaliação regular. O Sudeste, com 27% de visão positiva, segue como região mais complicada. No Centro-oeste e no Norte, Dilma é aprovada diretamente por 37% dos entrevistados e, no Sul, por 38%.
Por outro lado, 47% dizem não confiar na petista, nível alcançado também por Aécio Neves. 43% afirmam o mesmo em relação a Eduardo Campos. O nível mais baixo de confiança é o de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, com 64%, acompanhado pelo vice-presidente da República, com 58%, pelo tucano José Serra, com 55%, e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara, com 55%.
O Vox Populi ouviu 2,2 mil pessoas entre 31 de agosto e 3 de setembro. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais.

Análise da pesquisa:
"O mesmo ocorre quando se substitui Aécio por José Serra na cabeça de chapa do PSDB ou quando o paulista é incluído como opção do PPS. Serra levaria os tucanos a 18% das intenções de voto, porcentual idêntico ao de Marina, e Dilma permaneceria com 37%. Ou seja, não haveria mudança expressiva", avalia Marcos Coimbra, presidente do Vox Populi.
A recuperação da popularidade da presidente, que antes dos protestos de junho ficava acima dos 50%, e o fato de seus adversários disputarem um mesmo eleitorado, podem explicar os ataques cada vez mais insanos e histéricos a seu governo desferidos principalmente por colunistas e blogueiros da grande mídia reunidos no Instituto Millenium, que ainda não encontraram um candidato viável para chamar de seu.
Escreve Marcos Coimbra, diretor da Vox Populi, em sua análise na Carta Capital:
"No fundo, é o que interessa no jogo político jogado neste momento, desde ao menos o instante em que ficou patente o fato de que o julgamento do chamado mensalão, por si só, seria insuficiente para provocar a derrota do "lulopetismo" na próxima eleição presidencial. Ou alguém acredita que a nossa oposição, com suas ramificações nos partidos e no Judiciário e, em especial, por meio do seu núcleo nas grandes corporações de mídia, esteve em algum momento de fato preocupada com a renovação moral da política brasileira?"
E faz outra pergunta, certamente dirigida aos que se arrependeram de ter apoiado o golpe de 1964, e estão pondo a cabeça de fora outra vez, agora com outras armas, já que mudar o poder pelo voto está difícil:
"Quais personagens que passaram os últimos 50 anos muito à vontade com nosso sistema de dominação descobriram de repente seu amor pelo povo e se tornaram democratas?”

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