Poucos sabem, mas essa cidade possui um Columbófilo profissional e filiado na Sociedade Columbófila Mineira, desde o ano de 1977.
O criador Arison Ferreira de Miranda possui um plantel de 100 ‘pombos atletas’, que são tratados com alimentação balanceada, a base de girassol, trigo, aveia e feijão, além de composição diária com outros 14 alimentos, como ervilha, cevada e soja. Os pombos treinam média de duas horas por dia e são monitorados conforme a idade. “A média de alimentação de cada pombo é de 30 gramas/dia”, informa Arison.
Os pombos-correio são totalmente diferentes dos comuns, geralmente chamados de “ratos com asas” nos grandes centros urbanos. Eles já foram considerados heróis de penas nas guerras do século 20, capazes de salvar batalhões inteiros ao transportar bilhetes e mapas nas canelas. Exemplo é o lendário pombo Cher Ami – “caro amigo”, em francês – que, em outubro de 1918, mesmo sendo atingido durante o vôo – ficou cego, com o papo baleado e sem uma de suas pernas – conseguiu levar mensagem e salvar 194 norte-americanos em território alemão. Pela bravura, o pombo recebeu a “Cruz de Guerra Francesa”.
Com o passar do tempo, os pombos-correio, criados em cativeiros, bem alimentados e protegidos contra doenças, virou hobby de muitas pessoas em pelo menos 90 países. Estima-se que existam 400 mil criadores mundo afora.
Apenas em Minas Gerais existem 350 criadores Polubófilo, dentre eles, o aficionado Arison, que mantém seu cativeiro no quintal da residência, localizada na Rua Janaúba, Centro da cidade. “Minha vontade é criar um clube em Taiobeiras. Já temos alguns criadores. Com o clube, poderemos participar de competições e provas de velocidade e distância”, explica Arison.
Mesmo sem clube em Taiobeiras, os pombos de Arison participam de provas através dos clubes de Montes Claros e Belo Horizonte. Recentemente foram quatro provas, com soltas em Ninheira, Vitória da Conquista, Poções e Jequié. “Os clubes levam os pombos e monitoram as soltas. Depois da chegada ao pombal, são medidos o tempo de voo e a velocidade”, explica Arison, destacando que, os pombos-correio sempre retornam à sua residência de origem, mesmo sendo soltos com outros columbídeos.
As 100 aves são motivo de orgulho para Arison. “Nunca perdi nenhum pombo. Todos retornam com alta média de velocidade”, comemora. Ele explica que os pombos-correio não voam para qualquer lugar como muita gente pensa. O que ocorre é que a ave, territorialista, sempre volta para o espaço em que nasceu e ganhou penas.
Os pombos chegam cansados. Eles pousam no telhado e sentem câimbras, as asas ficam trêmulas, mas logo mergulham no pombal, onde recebem água com mel e limão. “Todas as chegadas é uma emoção diferente”, disse Arison.
Pombos chegam da viagem e vão imediatamente ao pombal |
Bússola no bico
Segundo a pesquisa, esse “ímã natural” permite aos pombos ter uma percepção magnética dos percursos e cobrir grandes distâncias sem se perderem, regressando depois ao ponto de partida. No entanto, a explicação magnética é contestada por alguns especialistas, que atribuem a orientação dos pombos a certos odores encontrados na atmosfera.
Certo é que, os pombos retornam ao pombal de origem. A técnica usada? Um mistério ainda não desvendado e sem comprovação cientifica. Simplesmente algo divino.
Fonte: Folha Regional
Nenhum comentário:
Postar um comentário