Os dez réus do chamado mensalão mineiro, entre eles o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza e o ex-ministro do governo Lula, Walfrido dos Mares Guia, devem esperar pelo menos até 2015 para ouvir o veredito da Justiça de Minas Gerais.
Em entrevista ao Valor, o promotor público estadual João Medeiros, que já ouviu cerca de 60 testemunhas, diz que ainda falta coletar o depoimento de mais 30 pessoas no processo.
"Dificilmente esses interrogatórios serão concluídos em 2014", disse o promotor. Depois dos interrogatórios, vem uma fase de últimos e eventuais ajustes e o processo estará pronto para ser julgado. Para o promotor, o caso tramita numa velocidade razoável e dentro do possível, apesar das críticas de advogados em relação à lentidão.
O chamado mensalão mineiro se refere ao desvio de verbas públicas para bancar a campanha de reeleição em 1998 do então governador Eduardo Azeredo (PSDB). Azeredo tem atualmente mandato de deputado federal. Por ter foro privilegiado, seu caso está suspenso no Supremo, segundo o promotor.
Na semana passada, o novo procurador-geral da República Rodrigo Janot defendeu que o mensalão mineiro deve seguir o mesmo padrão do chamado mensalão do PT.
"No caso dos processos da Ação Penal 565 [mensalão mineiro] e da Ação Penal 470 [mensalão petista], o tratamento tem que ser isonômico. Nós estamos tratando ali com uma questão de forma profissional", declarou. "Na minha terra, se diz que pau que dá em Francisco, dá em Chico."
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