O ex-prefeito garante que o saque de R$ 755 mil de conta da Prefeitura de Araçuaí foi repassado para o IMDC envolvido nas falcatruas
Aécio Jardim nega participação no escândalo que desencadeou a Operação Esopo em vários estados do Brasil e cidades do norte de MG e Vale do Jequitinhonha para apurar desvio de verbas do Ministério do Trabalho através do IMDC.
O médico e ex-prefeito concedeu por telefone entrevista ao jornal Gazeta. Foto: arquivo
O ex-prefeito de Araçuai, no Vale do Jequitinhonha (MG) o médico Aécio Silva Jardim (PDT) vai se apresentar nesta sexta-feira (13.09) às 9 da manhã na sede da Polícia Federal em Belo Horizonte.
Ele está na capital mineira desde a tarde de quarta-feira,(11) quando, acompanhado de dois advogados se apresentou espontaneamente à Polícia Federal. “ O delegado que acompanha o caso, marcou para esta sexta-feira o meu depoimento”, disse Jardim . “Estou arrolado no processo como investigado, assim como os outros prefeitos que assinaram convênios com o IMDC. Nós somos a parte miúda de tudo isso e vou provar que nada fiz de errado”, disse ele.
Em entrevista por telefone, ao jornal Gazeta , na tarde desta quinta-feira, ele reagiu às notícias de que está foragido. “ Não foi expedido nenhum mandado de prisão contra mim e sim um mandado de busca e apreensão. A Polícia Federal esteve em minha casa em Araçuai e em Salinas, onde moro atualmente. Eles procuravam dólares e documentos oficiais. Vasculharam tudo. Nada foi encontrado porque eu não participei de nada disso. Tudo era passado diretamente para o IMDC-“ afirma o ex-prefeito.
O IMDC Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania, está no centro de um escândalo de desvio de verbas do Ministério do Trabalho e Emprego, do Turismo e Ciência e Tecnologia, que pode chegar a R$ 400 milhões.
Em Minas, as instituições envolvidas são a FIEMG - Federação das Indústrias de Minas Gerais, os órgãos estaduais IDENE e ITER, e as prefeituras de Araçuaíe Taiobeiras, no Vale do Jequitinhonha, São Francisco, Januária,São João da Ponte, no norte de Minas, e Caratinga, no leste de Minas.
O Governo de Minas recebeu mais de R$ 40 milhões, em 2010. Através do IDENE-Instituto de Desenvolvimento do norte de Minas e Vale do Jequitinhonha e ITER- Instituto de Terras de Minas Gerais, repassou recursos para as Prefeituras que repassavam para o IMDC desenvolver ações dos Programas Cidadão Nota Dez, PROJOVEM, Combate à Pobreza Rural, Medição de Terras e Cisternas de Captação de Água de Chuva.
A operação batizada de Esopo, foi deflagrada na última segunda-feira (9) e envolveu Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União (CGU) e Polícia Federal. Na segunda-feira, agentes da PF e da CGU levaram todos os documentos referentes ao convênio da prefeitura de Araçuai com o IMDC.
A operação que prendeu 22 pessoas, incluindo seis ex-prefeitos, provocou a queda de quatro pessoas no Ministério do Trabalho e Emprego, entre elas o número 2 da pasta, o secretário-executivo Paulo Roberto Pinto, filiado ao PDT.
Prefeitura de Araçuaí recebeu R$ 1,5 milhão. Aécio acusa o deputado federal Ademir Camilo como cabeça do esquema de desvios de R$ 400 milhões
Em 2010,o IMDC foi responsável pelo Programa Projovem em Araçuai, através de um convênio de R$1.5 milhão (um milhão e quintos mil reais), para executar projeto de formação de mão de obra para pessoas de 19 a 29 anos. O programa apresentou várias irregularidades.
De acordo com o ex-prefeito, técnicos do Ministério do Trabalho e do IMDC acompanharam todo o processo.
Sobre o saque de R$ 755 mil reais em uma conta do Banco do Brasil, Aécio Jardim afirmou que todo o dinheiro foi repassado para o IMDC.
“Nenhuma prefeitura faz esse tipo de saque. Quando o dinheiro entrava na conta o pessoal do IMDC já ligava pedindo para fazer o repasse. Assim como os outros prefeitos eu também fui enganado. Como não aceitar um projeto para capacitar mais de mil jovens, com uma pequena contrapartida da prefeitura? Eu queria o que fosse de melhor para Araçuai”, disse ele.
Leia sobre o PROJOVEM, em Araçuaí, clicando aqui:
/desvio-de-verbas-pelo-imdc-frustrou.jovens.de.Araçuaí
O ex-prefeito apontou o deputado federal Ademir Camilo como intermediário de todo o programa. “ Como eu tenho divergências políticas com o deputado, acabei não participando de nada, inclusive da aula inaugural do Programa que fizeram em Araçuai, juntamente com o então ministro do Trabalho Carlos Lupi”, lembrou o ex-prefeito. O deputado nega as acusações.
O deputado Ademir Camilo teve 1.590 votos, em Araçuaí, nas eleições de 2010, apoiado por uma parte do grupo político do ex-prefeito Aécio Jardim que dividiu apoios com o deputado federal Fábio Ramalho (PV).
Sobre o envolvimento do seu nome no escândalo, Aécio Jardim foi categórico. “ O delegado da Polícia Federal disse para mim que todos os bandidos estão presos. Estou com minha consciência tranquila. Nunca desviei um tostão de prefeitura. A Polícia Federal já vasculhou a minha conta e de todos os meus familiares. Nada foi encontrado”, afirmou o ex-prefeito que estava de viagem marcada para o Uruguai, Argentina e Chile. “Não tenho mais condições psicológicas de viajar”, admitiu Aécio Jardim, reconhecendo estar decepcionado com a política. “Não quero mais saber disso”, finalizou.
Todos os ex-prefeitos presos ou indiciados nos esquema de corrupção estourado pela Polícia Federal procuram livrar suas caras e acusar outros do esquema. Um dos maiores envolvidos nos desvios de R$ 400 milhões do IMDC é o ex-chefe de Gabinete do ex-prefeito Aécio Jardim, Marcus Vinicius, também ex-assessor do Deputado federal Ademir Camilo(ex-PDT), mesmo partido de Aécio Jardim.
Um comentário:
se o cara é inocente, então fica a pergunta: porque queimou documentos públicos (bo da PM de Araçuaí), porque sonegou dados públicos ao novo prefeito, porque não fez a transição necessária, porque contratou por 1 milhão e 400 mil manutenção da frota municipal e não deixou um único veículo em condições de uso, porque contratou quase um milhão de reais em pneus e não deixou um único veiculo com pneus novos, porque dobrou o preço pago aos transportadores estudantes se o percurso não foi dobrado e a licitação foi direcionada (evidencias), porque vendeu 5 veículos novos, inclusive 3 segurados, flex, como se sucata e obsoletos sem recuperação econômica fossem, porque furtou o valor recebido pelos 5 veículos e ate hoje não prestou contas, porque declarou documentalmente que construiu quadra coberta no bairro esplanada quando não o fez, porque declarou ter gasto 140mil na passagem molhada do calhauzinho dizendo ter feito uma ponte qdo não gastou 10% disto, etc, etc, etc, etc,
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