O Boi de Janeiro, mantido pelo grupo Coquis de Rubim, é um dos mais tradicionais grupos folclóricos do Vale do Jequitinhonha
Foto: Jornal Gazeta
O grupo Coquis desfilou neste domingo pela ruas de Araçuai
Um dos mais tradicionais grupos folclóricos de Rubim, no Vale do Jequitinhonha, pede socorro.
Os Coquis surgiu por volta de 1937 e todos os anos leva às ruas daquele cidade o Boi de Janeiro.
Na manhã do último domingo (15) eles passaram quase desapercebidos em Araçuai durante apresentação do Festivale que desde 9 de setembro realiza na cidade vasta programação cultural em homenagem aos 43 anos de fundação do Coral Trovadores do Vale. A programação vai até o dia 20 de setembro, porém, não tem despertado a atenção do público.
O evento reúne artistas como Saulo Laranjeira, Rubinho do Vale, Pereira da Viola, Carlos Faria, Saldanha Rolim, Trio Lampião e vários artistas e grupos corais da cidade, além da participação do estilista Ronaldo Fraga, que debateu sobre o tema “Tecendo Histórias: a moda como instrumento de reafirmação cultural”.
A programação conta ainda com oficinas de dança afro, percussão e ritmo.
O apresentador Gonzaga Medeiros explicou que toda a divulgação ficou a cargo do Departamento Municipal de Cultura de Araçuai.
O evento tem apoio financeiro do Governo de Minas.
“ Foi muito mal organizado. Chegamos na praça neste domingo para nos apresentar e não havia ninguém. Acreditamos que faltou divulgação”, lamentou Roberto Almeida Damasceno, 40 anos, e desde os 12, integrante do grupo Coquis.
“ Para não fazer feio, decidimos desfilar pelas ruas da cidade e apresentar nosso trabalho”, emendou o sanfoneiro Antonio Alves Sousa, 59 anos e desde os 16 membro do Coquis.
O grupo aproveitou a oportunidade para reclamar falta de apoio institucional. “ Se não recebermos socorro, vamos acabar. Os instrumentos estão velhos, faltam uniformes e incentivo financeiro” afirma Werlens Dias de Sousa, o popular Pimba que se orgulha em dizer que faz parte do grupo desde que nasceu.
Ele lembra que existiam na cidade de Rubim dois “ Bois”, o Coquis e o Pé Roxo. “ O Pé Roxo” morreu por falta de apoio e nós estamos indo para o mesmo caminho”, alerta o sanfoneiro Antonio Alves.
“ Nossa preocupação agora é passar a tradição para as novas gerações”, explica o sanfoneiro.
O grupo que já se apresentou em São Paulo, Bahia, Belo Horizonte e em várias cidades do Vale do Jequitinhonha, tem atualmente cerca de 30 membros efetivos.
“ Nossa missão agora é manter viva esta tradição”, relatam os membros do Coquis.
O que é Boi de Janeiro
O Boi de Janeiro ou Bumba meu Boi, é uma dança do folclore popular brasileiro, com personagens humanos e animais fantásticos, que gira em torno de uma lenda sobre a morte e ressurreição de um boi.
Em diversas cidades do Brasil, especialmente no Norte e no Nordeste, e no Vale do Jequitinhonha (MG) existem agremiações chamadas bois que realizam cortejos ou outros tipos de apresentações, utilizando a figura do animal, tendo muitas vezes caráter competitivo.
A festa tem ligações com diversas tradições, africanas, indígenas e européias, inclusive com festas religiosas católicas.
Fonte: Gazeta de Araçuaí
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