Duplo desafio envolve a campanha de Aécio Neves à Presidência da República e a necessidade de recuperar a votação dos deputados federais
Publicação: 09/06/2013 07:00 Atualização: 09/06/2013 07:49
Leonardo Augusto
O PSDB de Minas Gerais vai ser obrigado a dividir a energia que pretende gastar tentando eleger o senador Aécio Neves à Presidência da República com outra tarefa fundamental para o partido: evitar que se repita em 2014 a sangria de votos registrada pelos principais líderes da legenda em 2010, na comparação com 2006, na disputa por vagas na Câmara dos Deputados. Pela frente, os tucanos mineiros terão seus maiores rivais, os campeões de voto do PT, que, ao contrário do PSDB, chegaram a ter nas últimas eleições para a Casa o dobro do total de sufrágios alcançados em 2006.
Um dos concorrentes tucanos que mais perderam votos na comparação entre os dois últimos pleitos foi o deputado federal Narcio Rodrigues, ex-presidente estadual do PSDB de Minas. O parlamentar, hoje secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, teve o número de candidato acionado nas urnas mais de 50 mil vezes a menos em 2010 do que em 2006. Nem mesmo o campeão geral de votos em 2010, Rodrigo de Castro, filho do secretário de estado de Governo, Danilo de Castro (principal articulador político de Aécio Neves em Minas), escapou: teve cerca de 20 mil votos a menos.
Fenômeno das urnas, o ex-deputado estadual Weliton Prado, que recebeu 121 mil votos na disputa por vaga na Assembleia Legislativa em 2006, teve 234 mil votos para deputado federal em 2010, herdados em parte do irmão Elismar Prado, eleito para a Câmara dos Deputados em 2006, com 93.476 votos.
A família Prado não foi a única entre os petistas com remanejo de candidaturas. O ex-deputado Virgílio Guimarães, que teve 101.225 votos para a Câmara dos Deputados em 2006, abriu mão de nova disputa para
O PSDB de Minas Gerais vai ser obrigado a dividir a energia que pretende gastar tentando eleger o senador Aécio Neves à Presidência da República com outra tarefa fundamental para o partido: evitar que se repita em 2014 a sangria de votos registrada pelos principais líderes da legenda em 2010, na comparação com 2006, na disputa por vagas na Câmara dos Deputados. Pela frente, os tucanos mineiros terão seus maiores rivais, os campeões de voto do PT, que, ao contrário do PSDB, chegaram a ter nas últimas eleições para a Casa o dobro do total de sufrágios alcançados em 2006.
Um dos concorrentes tucanos que mais perderam votos na comparação entre os dois últimos pleitos foi o deputado federal Narcio Rodrigues, ex-presidente estadual do PSDB de Minas. O parlamentar, hoje secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, teve o número de candidato acionado nas urnas mais de 50 mil vezes a menos em 2010 do que em 2006. Nem mesmo o campeão geral de votos em 2010, Rodrigo de Castro, filho do secretário de estado de Governo, Danilo de Castro (principal articulador político de Aécio Neves em Minas), escapou: teve cerca de 20 mil votos a menos.
Apesar das perdas, o PSDB conseguiu eleger em 2010 um deputado federal a mais que em 2006, com a bancada do partido passando de sete para oito parlamentares. O PT seguiu caminho inverso. Perdeu um congressista entre as duas eleições, mas a maioria dos candidatos reeleitos teve aumento expressivo no total de votos. Gilmar Machado – hoje prefeito de Uberlândia, no Triângulo Mineiro – alcançou em 2010 192.657 votos, contra 82.110 em 2006. Odair Cunha pulou de aproximadamente 87 mil para mais de 165 mil votos, e o presidente estadual do partido, Reginaldo Lopes, passou de 81.302 votos para 176.241 votos.
Fenômeno das urnas, o ex-deputado estadual Weliton Prado, que recebeu 121 mil votos na disputa por vaga na Assembleia Legislativa em 2006, teve 234 mil votos para deputado federal em 2010, herdados em parte do irmão Elismar Prado, eleito para a Câmara dos Deputados em 2006, com 93.476 votos.
A família Prado não foi a única entre os petistas com remanejo de candidaturas. O ex-deputado Virgílio Guimarães, que teve 101.225 votos para a Câmara dos Deputados em 2006, abriu mão de nova disputa para
lançar o filho, Gabriel Guimarães, que teve resultado ainda mais expressivo em 2010: 137.120 votos.
MÁQUINA O vice-presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado federal Domingos Sávio, afirma não haver motivos para acreditar que os deputados do PT trabalharam mais que os tucanos e, por isso, alcançaram votações mais expressivas. “Infelizmente vivemos no Brasil uma situação que salta aos olhos. É o uso da máquina pública federal para ajudar parlamentares correligionários da presidente Dilma Rousseff”, afirma. Conforme Domingos Sávio, a ajuda chega através de convênios e liberação, por exemplo, de centros de saúde e máquinas fora de estrada para as prefeituras.
A perda de votos entre candidatos tucanos foi discutida há duas semanas em reunião das bancadas estadual e federal do partido. “Estamos enfrentando dificuldades sim, mas estamos atentos. Vamos alertar o eleitor que temos um papel, além de eventualmente levar uma patrol ou um determinado convênio para o município. O papel do deputado não pode se restringir a isso”, argumentou. Como exemplo do que afirma ser o uso de recursos federais para ajudar correligionários, o tucano citou viagem feita pela presidente Dilma a Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, há cerca de dois meses. “A presidente entregou máquinas agrícolas para uma cidade em que o Produto Interno Bruto (PIB) na agricultura é zero. Usou dinheiro de ministério para isso e só convidou parlamentares da base para a cerimônia.”
Para o vice-presidente do PT em Minas Gerais, deputado federal Miguel Corrêa Jr., o resultado dos petistas nas urnas não está ligado a repasses de dinheiro público federal para as bases eleitorais aliadas. “O nosso grupo de candidatos é formado por pessoas mais novas tanto na idade quanto na política. Isso significa mais gás para o trabalho junto à sociedade”, avalia o parlamentar. “Acredito que o resultado nas urnas está muito mais ligado ao trabalho individual de quem entra na disputa”, acrescenta.
A perda de votos entre candidatos tucanos foi discutida há duas semanas em reunião das bancadas estadual e federal do partido. “Estamos enfrentando dificuldades sim, mas estamos atentos. Vamos alertar o eleitor que temos um papel, além de eventualmente levar uma patrol ou um determinado convênio para o município. O papel do deputado não pode se restringir a isso”, argumentou. Como exemplo do que afirma ser o uso de recursos federais para ajudar correligionários, o tucano citou viagem feita pela presidente Dilma a Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, há cerca de dois meses. “A presidente entregou máquinas agrícolas para uma cidade em que o Produto Interno Bruto (PIB) na agricultura é zero. Usou dinheiro de ministério para isso e só convidou parlamentares da base para a cerimônia.”
Para o vice-presidente do PT em Minas Gerais, deputado federal Miguel Corrêa Jr., o resultado dos petistas nas urnas não está ligado a repasses de dinheiro público federal para as bases eleitorais aliadas. “O nosso grupo de candidatos é formado por pessoas mais novas tanto na idade quanto na política. Isso significa mais gás para o trabalho junto à sociedade”, avalia o parlamentar. “Acredito que o resultado nas urnas está muito mais ligado ao trabalho individual de quem entra na disputa”, acrescenta.
Publicado no Estado de Minas
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