Futebol nos gramados do Mineirão, na Esplanada de Brasília, nas ruas de BH...
Futebol em quatro tempos
A vitória parcial do povo brasileiro
João Evangelista Rodrigues
Futebol é arte de pensar com os pés. Uma dança, melhor dizendo. Não julgo que seja alienante em si, senão pelo uso indevido que se faz deste esporte e pela forma mistificadora e heroica como é tratada pela mídia.
Futebol e politica sempre andam juntos. Não existe só a política do futebol com cartolagem e tudo o mais. Há também o futebol da politica, como se as leis e as regras de um servissem igualmente para o outro. Hoje, por exemplo, tivemos um só jogo , mas jogado com acirrada disputa e marcação sob pressão em diversos campos e cenários.
No Mineirão o Brasil ganhou por 2x1 da seleção Uruguaia.
Jogo ruim. Truncando. O técnico Felipão foi sincero e admitiu publicamente. Prometeu corrigir os erros pra enfrentar os espanhóis, domingo no Maracanã.
Nas ruas da capital mineira o jgo foi mais violento, por motivos mais contundentes, mas não chegou a tirar o brilho da multidão que participava pacificamente dos protestos a favor de um Brasil mais justo e melhor , para todos. Os excesso ficam por conta dos oportunistas e descontentes que ianda não perceberam que policia e democracia se faz com inteligência, e organização.
Mas em Brasília, nos gramados da Esplanada e nos tapetões das salas dos governantes e legisladores, o jogo é mais surpreendente.
Depois de um longo sono hibernal, de um lenga lenga de corrupções, omissões, abusos de toda ordem, favores e autoproteções, de um marasmo , de repente os jogadores começaram a se mexer no vasto e intrincado tabuleiro do poder.
Quem diria. A pressão das ruas e o alarido da multidão, pacífica ou não, se fez ouvir. Tiram-se coelhos de cartola, projetos de gavetas, propostas da manga do paletó. Só não caíram, por enquanto, soluções das cuecas.
A Presidente tenta armar as jogadas no meio de campo. A defesa anda meio debilitada.
Falta atacante do porte d e Fred, mas aos poucos o Brasil tenta marcar alguns gols a favor da verdadeira democracia. Futebol é assim: ”quem não faz leva”.
O Uruguai perdeu um pênalti no início do Jogo. Parabéns ao goleiro Júlio Cesar que fez jus ao nome e ao time que defende.
O Brasil patinou, mas venceu.
Os espanhóis que ponham as barbas de molho . Domingo tem mais emoção.
E os brasileiros, espero que não se cansem para os próximos jogos, porque para chegarmos à Grande Vitória, a vitória da democracia e da cidadania, teremos de ser capazes de inventar novas jogadas, inteligentes e criativas.
Jogar unidos de maneira crítica e atenta aos lances duvidosos e traiçoeiros dos adversários entocados em Brasília.
Futebol é assim. Exige raça. Tem de Valer a pena ser brasileiros. Não por acaso, somos pentacampeões do mundo.
Quanto ao futebol da politica, a melhor tática é continuar marcando sob pressão, não acreditar em tudo o que dizem os adversários e fazer o maio número de gol possível.
Agora, no primeiro tempo. Que os brasileiros não toleram prorrogação nem toleram disputas de pênaltis.
E atenção: vamos ficar de olho no juiz, que o jogo continua nos campos de várzea e nas praças e ruas de todo o Brasil.
João Evangelista Rodrigues é poeta e fotógrafo. Como compositor possui várias músicas em parceria com Rubinho do Vale. É mais um dos apaixonados pelo Vale do Jequitinhonha.
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