Senador do PSDB decide protagonizar comentários sobre agenda do Congresso para atender a pedidos de manifestantes. Cristóvam Buarque diz que ele e todos os outros não representam a população
por Redação Rede Brasil Atual publicado 25/06/2013 18:31
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PEDRO FRANÇA. AGÊNCIA SENADO
São Paulo – O senador Aécio Neves (PSDB-MG) acabou advertido pelo colega Cristovam Buarque (PDT-DF) ao tentar tomar para si o protagonismo dos comentários em plenário sobre os pactos cobrados por Dilma Rousseff de governadores, prefeitos e parlamentares. O parlamentar mineiro, provável candidato tucano à Presidência da República em 2014, decidiu tomar a tribuna após discurso feito pelo presidente do Casa, Renan Calheiros (PMDB-RN), que apresentou a agenda de votações para dar conta da agenda fechada pelo governo após as manifestações das últimas semanas.
“Gostaria de iniciar um novo dialogo com o país. Lamentavelmente, o pronunciamento da presidente é o mesmo monólogo que vem sendo protagonizado há dois anos no Brasil. O que eu vi foi um Brasil velho falando para um Brasil novo”, disse o mineiro. “Eu, como cidadão, fiquei frustrado com propostas porque é impensável pensar num verdadeiro pacto sem que as oposições sejam convidadas para debatê-lo.”
O parlamentar afirmou que Dilma precisa ouvir os cidadãos, diretamente, e os setores oposicionistas que o representam. Aécio se manteve na tribuna por mais de uma hora, com apartes de vários outros parlamentares que concordaram com o que disse. Até que Cristovam Buarque decidiu questioná-lo: “Nossa fala chega ao Brasil na rua como um Brasil velho. Se colocássemos aí o pessoal que está na rua, eles gostariam de falar outra coisa.”
Cristóvam, que já havia dito que todos os partidos atuais precisariam ser extintos, acrescentou agora que os cidadãos esperam algo mais que leis. “Eles querem que a gente responda a quatro perguntas, pelo menos. Como serão eleitos os políticos daqui pra frente? Como eles agirão daqui pra frente? Como eles serão fiscalizados? Como é que serão punidos? Temos de reconhecer, para essa juventude que está aqui, que não temos condições de fazer isso com clareza porque somos o Brasil velho e porque temos instinto de sobrevivência e quando vamos fazer qualquer forma olhamos para a próxima eleição.”
Aécio, menos confiante que nas intervenções anteriores, agradeceu o aparte do senador, mas pediu licença para discordar sobre a necessidade de extinguir as legendas políticas: “Não acredito que esse seja o caminho saudávele natural para esse reencontro dos políticos que têm mandato com as ruas”.
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