sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Polícia Florestal descarta incêndio na Chapada do Lagoão em Araçuaí


A Chapada do Lagoão em Araçuaí, possui cerca de 5 mil hectares de área de preservação ambiental.

Foto: DivulgaçãoPolícia Florestal descarta incêndio na Chapada do Lagoão em Araçuai
Chapada do Lagoão em Araçuai é alvo de cobiça de plantadores de eucalipto
O sargento Lázaro Lima, comandante da Polícia Florestal em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, descartou a incidência de incêndio na reserva biológica da Chapada do Lagoão, a 40 km da cidade.

“ Não recebemos nenhum comunicado neste sentido. O que  aconteceu foram pequenos focos provenientes de queimadas feitas em propriedades de alguns agricultores da região mas, na chamada reserva ambiental, não foi registrado nenhum incêndio conforme noticiado por alguns sites de noticias da região”, assegurou o militar.


Na terça-feira (11/09) reportagem do jornal Gazeta esteve no local. “  A área está muito seca. Observamos fumaça distante do coração da chapada e algumas pequenas queimadas de roçados de agricultores familiares residentes na comunidade conhecida por Tesouras. No alto da Chapada ainda podem ser vistas as marcas de muitos pequizeiros queimados pelo incêndio que devastou a área no ano passado”, disse o engenheiro Josias Gomes Ribeiro, diretor do Centro Federal de Ensino Tecnológico (CEFET) de Divinópolis que acompanhou a reportagem.


A Chapada do Lagoão possui cerca de 5 mil hectares de área de preservação ambiental.

Trata-se de um maciço verde  formado por espécies frutíferas como o pequi e a mangaba, além de madeiras de lei como paus-terra, vinháticos, candeias, aroeiras, braúnas e jatobás. A região possui ainda 8 lagos naturais , cerca de 150 nascentes e uma grande variedade de fauna e flora típicas do cerrado. A região é ocupada por aproximadamente 400 familias.

Em 1979 um grupo empresarial paulista tentou se apoderar da reserva após adquirir legalmente 279 hectares de terra que, em um passe de mágica,  se transformaram  em 3.500, através da retificação da escritura original.

O caso foi descoberto e denunciado pelo então ambientalista Sérgio Vasconcelos. A luta para anular a escritura fraudulenta se arrastou por anos  através da mobilização da população da região, até que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais reconheceu a fraude em 1989, anulando a escritura dos empresários que queriam plantar eucalipto na chapada.


Atualmente existe um conselho gestor para a Chapada, constituído de representantes de várias entidades da sociedade civil, como Sindicato dos Trabalhadores, Cáritas Diocesana, Visão Mundial, entre outros.

A cobiça pela chapada é grande, principalmente por interessados no plantio de eucalipto que já começam a ocupar parte da reserva . “ Já plantaram mais de 40 mil pés de eucalipto na chapada”, diz um morador.
Fonte: Gazeta de Araçuaí

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