Povo quer direitos e persegue os políticos corruptos
Manifestação na Praça Sete, em Belo Horizonte, neste 17.06.13
Não precisa fofocar, torturar.
Eu assumo: eu sou um perseguidor.
Eu persigo, eu procuro a justiça social, o respeito ao
direito de todos e não somente ao meu e ao de poucos.
Eu persigo, eu combato a corrupção que favorece aos espertinhos,
aos seus amigos e ao seu restrito grupo político.
Eu persigo, eu luto por justiça social, não apenas pelos
meus direitos, mas também pelo direito daqueles que tem pouco acesso aos seus
direitos.
Eu persigo, eu procuro uma sociedade onde os valores da
solidariedade, da tolerância, da respeitabilidade, do respeito às diferenças,
da alegria e da amizade sincera estejam presentes no dia-a-dia das pessoas.
Eu persigo, eu aponto os criminosos de colarinho branco que
agem nos escaninhos da administração pública, fraudando licitações para
beneficiar seus chegados, escondendo informações de direito de qualquer
cidadão.
Eu persigo, eu acuso o ocupante de cargo de confiança que se
aproveita da função e cria uma rede de favores, nomeando cabos eleitorais,
distribuindo requisições públicas, controlando serviços para financiar suas
campanhas eleitorais, beneficiar seus amigos e familiares.
Eu persigo, eu quero dar um “rabo de arraia” de justiça no
servidor-malandro municipal, estadual ou federal, que age como cafetão da
prostituição pública, transformando sua função em “cargo de desconfiança” ao
arranjar amantes, pagando seus serviços sexuais com a nomeação de cargo público
para o qual a amante não possui habilitação.
Eu persigo, eu afirmo que estes mesmos “criminosos de
colarinho branco” se fazem de vítimas e procuram inverter a situação, saindo da
condição de réu, botando a responsabilidade de suas falcatruas em outras
pessoas, inventando fofocas entre seus beneficiados a respeito de quem luta por
direitos e querem fazer as coisas de forma certa, honesta e transparente.
Eu persigo, eu fico indignado quando alguns gestores e seus
assessores têm dificuldades em administrar a máquina pública, criam déficit e
querem descontar nas costas de servidores simples, braçais, com a diminuição
dos já diminutos salários de cidadãos que lutam para fazer a feira e colocar
comida na boca dos seus filhos.
E dá para ficar ainda mais indignado quando os salários dos
cargos de confiança foram aumentados há poucos meses e não sofrem corte nem de
um centavo.
E ainda pior: a arrecadação a cada ano está sendo muito maior
que a do ano anterior.
Eu persigo, eu persisto, não desisto,
luto por justiça, doa a quem doer.
Se for perseguidor quem quer promover a justiça social, me
condenem. Mas não terão a coragem de dizer que foi feita a justiça; não terão
sono tranqüilo; nem serão respeitados pelos seus filhos e amigos que valorizam
a solidariedade, a amizade, a convivência respeitosa com todos, o
reconhecimento de uma sociedade de direitos.
Neste 17 de abril de 2013, milhares de perseguidores de direitos
foram às ruas em todo o Brasil. Protestaram contra todo tipo de mazelas feito
por representantes políticos de todos os partidos, favorecendo empresários,
amigos, correligionários, gastando milhões em obras nem sempre prioritárias,
sem nenhuma consulta e satisfação à população.
Os perseguidores de direitos acordaram o Brasil e deram um
recado direto: “Não são só 20 centavos, queremos milhões de direitos. E temos
direito!”
Este texto foi escrito em agosto de 2011, em Berilo-MG. Atualizado em 17.04.2013, em Capelinha, Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais, no dia do protesto do povo brasileiro contra as malandragens e desvios dos serviços públicos.
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