Fim de semana em Diamantina
Autor: Fernando Brant, publicado no Estado de Minas, em 14/11/2012
Chovia, na estrada e
na cidade. Voltar à terra em que passei parte importante
da infância é sempre bom para mim. Ainda mais que a maioria das casas, das
ruas e o cenário pouco mudaram, passados tantos anos. Essa é a vantagem de
se viver em cidades tombadas pelo Patrimônio Histórico.
da infância é sempre bom para mim. Ainda mais que a maioria das casas, das
ruas e o cenário pouco mudaram, passados tantos anos. Essa é a vantagem de
se viver em cidades tombadas pelo Patrimônio Histórico.
O certo é que sempre que posso, e posso menos do que
mereço, pego o carro e
me dirijo às pedras capistranas de Diamantina.
me dirijo às pedras capistranas de Diamantina.
O motivo desta vez era
o Diamantina Gourmet, festival gastronômico que se realiza
ali por duas semanas.
ali por duas semanas.
Os diamantinos são muito criativos, não gostam de copiar o que existe.
Assim
é que, ao contrário de muitas festividades desse tipo, em que se costuma chamar
os grandes mestres da culinária para exibir seu saber na arte de cozinhar, ali se
partiu de um outro princípio.
é que, ao contrário de muitas festividades desse tipo, em que se costuma chamar
os grandes mestres da culinária para exibir seu saber na arte de cozinhar, ali se
partiu de um outro princípio.
Os mestres foram
convidados, com antecedência, para ministrar cursos para os
profissionais de lá.
profissionais de lá.
O intercâmbio trouxe o conhecimento de fora, que foi incorporado às
habilidades
próprias da gente do lugar.
próprias da gente do lugar.
Os vários restaurantes do velho Tijuco
podem agora nos presentear com o sabor
e a riqueza da insuperável cozinha mineira, acrescida da ciência que se adquiriu
nos cursos. O Clube da Esquina foi o homenageado da festa deste ano.
e a riqueza da insuperável cozinha mineira, acrescida da ciência que se adquiriu
nos cursos. O Clube da Esquina foi o homenageado da festa deste ano.
Um dia, estava eu
quieto em minha casa em Beagá, e fui
acionado pela Mariana,
da Pousada do Garimpo. Ela tinha escolhido uma música, San Vicente, minha e do
Milton, para ser o tema do prato que ela queria oferecer aos convidados. Conversamos
sobre a letra e, findo o telefonema, fiquei imaginando como ela resolveria em comida
o que dissera em palavras a respeito de um tempo conturbado do nosso continente
sul-americano.
da Pousada do Garimpo. Ela tinha escolhido uma música, San Vicente, minha e do
Milton, para ser o tema do prato que ela queria oferecer aos convidados. Conversamos
sobre a letra e, findo o telefonema, fiquei imaginando como ela resolveria em comida
o que dissera em palavras a respeito de um tempo conturbado do nosso continente
sul-americano.
Ela me surpreender agradavelmente, juntamente com o chef Vandeca, com a
compreensão do sentido mais profundo da canção: a integração entre os povos aqui
do nosso lado da América, mensagem implícita, em meioà dor daquele tempo.
compreensão do sentido mais profundo da canção: a integração entre os povos aqui
do nosso lado da América, mensagem implícita, em meioà dor daquele tempo.
Com a chuva e o frio
me dediquei às melhores qualidades de Diamantina: bebida,
comida, amizade e música.
comida, amizade e música.
O meu prato ficou supimpa. Entrada: ceviche peruano agregado aos nossos
surubim
e abacate
manteiga e insumos orgânicos. Prato principal: lombo ao vinho com virado de
quinoa (originário do Peru, Colômbia e Chile) e couve mineira e batatas ao molho
huncaina da Venezuela. Na sobremesa, quiseram se alimentar de nós. Fernando,
Milton e Mercedes Sosa foi o nome que deram à combinação de doce de leite, queijo,
compotas e pastelzinho.
e abacate
manteiga e insumos orgânicos. Prato principal: lombo ao vinho com virado de
quinoa (originário do Peru, Colômbia e Chile) e couve mineira e batatas ao molho
huncaina da Venezuela. Na sobremesa, quiseram se alimentar de nós. Fernando,
Milton e Mercedes Sosa foi o nome que deram à combinação de doce de leite, queijo,
compotas e pastelzinho.
Até domingo você pode
ir até lá, curtir Diamantina e comer outras delícias como a
esfiha de carne moída e ora-pro-nóbis.
esfiha de carne moída e ora-pro-nóbis.
Recomendo essas e outras alegrias diamantinas.
Fernando Brant é
cronista e compositor musical. Já compôs mais de 300 músicas
com Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso, Toninho Horta
e Tavinho Moura, com a turma do movimento musical mineiro conhecido
como Clube da Esquina. As mais conhecidas são Coração de Estudante, Travessia,
"Maria, Maria", Ponta de Areia ( sobre a estrada de ferro Bahia-Minas, de Araçuaí
até a Bahia), Itamarandiba (sobre as cidades de Diamantina, Pedra Azul, Turmalina
e Itamarandiba, com a "vida miúda do povo que mora no Vale") e muitas outras.
com Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso, Toninho Horta
e Tavinho Moura, com a turma do movimento musical mineiro conhecido
como Clube da Esquina. As mais conhecidas são Coração de Estudante, Travessia,
"Maria, Maria", Ponta de Areia ( sobre a estrada de ferro Bahia-Minas, de Araçuaí
até a Bahia), Itamarandiba (sobre as cidades de Diamantina, Pedra Azul, Turmalina
e Itamarandiba, com a "vida miúda do povo que mora no Vale") e muitas outras.
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