quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cortadores de cana do Vale paralisam atividades no Triângulo Mineiro contra atraso no pagamento


À frente da sede da empresa, em Capinópolis, trabalhadores protestaram para receber salários

Motivo foi o atraso no pagamento dos salários. Condições de trabalho também estão entre as reclamações dos operários.
Operários disseram que pagamento do salário 
sempre atrasa (Foto: Reprodução/TV Integração)
Trabalhadores de uma usina de álcool e açúcar localizada a 20 quilômetros de Capinópolis, no Triângulo Mineiro, paralisaram as atividades e se concentraram em frente a empresa como forma de protesto, nesta quarta-feira (28.11). Várias questões motivaram a paralisação e entre elas está o atraso no pagamento dos salários.

De acordo com o trabalhador rural, Odair José dos Santos, a paralisação teve início logo no começo do expediente, quando os operários cruzaram os braços. "Todo vencimento de quinzena precisamos parar para poder receber. Caso contrário, o salário não sai", revelou.

A paralisação envolveu os empregados que trabalham no corte da cana. A maioria deles saiu do Vale do Jequitinhonha, como é o caso de João Gomes. Ele afirmou que a família está passando fome no Norte do estado, já que o salário não está sendo enviado mensalmente. "Eles passam dificuldade, pois o pão sai daqui e não estou conseguindo enviar o dinheiro já que não estamos recebendo", contou o trabalhador.

Funcionários de outras categorias decidiram aderir ao protesto no meio do período da manhã. Este foi o caso do motorista Milton dos Reis. "Como alguém que paga aluguel, prestação de carro e alimentação vai sobreviver?", questionou.

Além do pagamento dos salários em dia, os manifestantes cobraram melhores condições de trabalho e de moradia. Muitos reclamaram que estão vivendo em condições sub-humanas por causa da precariedade dos alojamentos, além de falhas na assistência médica aos trabalhadores que ficam doentes. "A água está suja de óleo diesel, besouros, baratas", contou o trabalhador rural José Roberto Viana.

Uma comissão de trabalhadores com apoio de entidades como Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg) e Cut vai participar de uma reunião com representantes da empresa. A reunião será realizada a portas fechadas e nenhum diretor está autorizado a falar sobre o assunto. A empresa apenas informou que não há previsão para o término da reunião.

Do G1 Triângulo Mineiro, via Blog do Jequi

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