Onze municípios do Baixo e Médio Jequitinhonha participaram dos estudos
Autor: Allan Campos / GRS Pedra Azul
Os municípios de Cachoeira de Pajeú, Comercinho, Divisa Alegre, Divisópolis, Felisburgo, Jordânia, Mata Verde, Rio do Prado, Rubim, Salto da Divisa e Santa Maria do Salto concluiram no dia 13 de abril, o diagnóstico do Projeto Porta a Porta, que visa identificar as vulnerabilidades existentes em cada município, por meio de questionários que envolvem perguntas no âmbito da saúde, educação e padrão de vida. O objetivo do diagnóstico é a inclusão dessas pessoas vulneráveis em ações e programas do governo, como o programa Travessia.
O diagnóstico do Porta a Porta possibilitará aos gestores avaliar, por exemplo, a quantidade de crianças de 6 a 14 anos que frequentam a escola; se existe alguma adulto ou criança desnutrida; se a casa possui energia elétrica ou banheiro; ou, se existe alguém na residência que receba o benefício do bolsa família.
Cada município, de acordo com as informações repassadas via o Porta a Porta, poderão ser beneficiados com até quatro projetos. Para aqueles municípios com população mais carente, será implantado o projeto Travessia Renda que visa à criação de oportunidades de emprego e geração de renda. O Travessia Educação visa a melhoria na qualidade da gestão e da infraestrutura educacional contribuindo para a melhoria do ensino e da aprendizagem do aluno.
Já o Travessia Saúde irá melhorar a infraestrutura das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e aumento do número de domicílios atendidos pela Estratégia Saúde da Família (ESF). Por sua vez, o Banco Travessia irá promover a mobilidade social, através do desenvolvimento escolar, das famílias que apresentam ao menos uma grave privação educacional, identificadas pelo Porta a Porta, por meio de incentivo financeiro.
O assistente social de Comercinho, Patrico Soares, informou que, no município, 11 profissionais ajudam na digitação das informações do diagnóstico para o sistema. “Teremos até o dia 25 de abril para informar os dados ao sistema. Até o momento, uma das maiores dificuldades que tivemos para concluir o diagnóstico foi o fato de que a maior parte da nossa população mora na zona rural. Além disso, algumas famílias têm uma certa resistência para responder o questionário, mas a presença dos agentes comunitários de saúde, que já conhecem essas famílias, ajudam a resolver esse problema”, disse, ao ressaltar o esforço na realização do diagnóstico, principalmente, porque 67,3% da população de Comercinho reside na zona rural, onde o acesso é mais difícil.
No município de Cachoeira de Pajeú, são 2551 domicílios visitados pelos agentes comunitários de saúde. A psicóloga do Centro Referência de Assistência Social (CRAS) de Cachoeira de Pajeú, Vitória Machado, informou que o diagnóstico do Porta a Porta tem apontado três principais problemas que merecem uma atenção especial do governo. “A nossa realidade aponta que temos um grande número de pessoas desempregadas, com baixa escolaridade e domicílios sem documentos”, relatou.
A referência técnica da secretaria municipal de saúde de Salto da Divisa, Diego Moreira, acredita que através do projeto Porta a Porta, o Governo de Minas terá condições de realizar as devidas intervenções para minimizar as privações sociais identificadas no diagnóstico. “Os primeiros diagnósticos realizados na região nos mostram que o programa realmente funciona. Um exemplo disso é o município de Santo Antônio do Jacinto, que realizou o diagnóstico em outra oportunidade e já tem conseguido melhorar os seus indicadores de saúde, educação e de qualidade de vida. A expectativa agora é de que o nosso município possa concluir o diagnóstico com êxito e que possamos receber os investimentos necessários para melhorar a qualidade de vida da nossa população”, desejou.
Exemplo para a regiãoO secretário municipal de saúde de Santo Antônio do Jacinto e presidente do Colegiado de Secretários Municipais de Saúde (Cosems) Regional de Pedra Azul, Arlan Lima, informou que uma das propostas era a de que fosse realizado no município cursos técnicos com o propósito de qualificar de uma forma simples e dinâmica o aluno para ingressar no mercado de trabalho ou um profissional que já estivesse na área e que quisesse ampliar o seu conhecimento.
O município também recebeu investimentos para criação do Banco Travessia, que visa incentivar o retorno e a inserção de pessoas aos estudos. A proposta do programa é de que cada morador inserido no programa e que retomasse aos estudos abrisse uma poupança para a família no Banco Travessia. Se passasse de ano, o morador garantia mais dinheiro no banco. Cada ação da família que garanta qualificação profissional ou eleve o nível de escolaridade também seria transformada em mais dinheiro na poupança.
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