Debate sobre cursos de Ciências
Agrárias foi rico em conteúdo e encheu de esperanças a juventude da região
Foto: Blog regiscap1.wordpress.com
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Plenário do Seminário esteve lotado, principalmente por estudantes do ensino médio.
O II Seminário Campus da UFVJM em
Capelinha movimentou muita gente da cidade e representantes de 15 municípios
da microrregião. Estudantes, professores, técnicos, gestores públicos e
lideranças de diversos setores estiveram presentes no evento. Foram 153 pessoas
de 15 municípios da microrregião de Capelinha, no Alto Jequitinhonha, no
nordeste de Minas.
Foi realizado nesta sexta-feira, 26 de outubro, no Galpão Cultural, Parque de Exposições, em Capelinha.
Organizado pelo Movimento A UFVJM é
nossa o II Seminário versou sobre os cursos de Ciências Agrárias, tendo como
palestrantes professores e pesquisadores da UFVJM, UFMG e IFNMG, campus Araçuaí.
O evento teve o apoio da Prefeitura e Câmara Municipal de Capelinha, empresas e entidades públicas.
Mesa de Abertura do Seminário: Ana Giovanini, da Superintendência de Ensino de Diamantina; Eduardo
Magalhães, da UFMG; Vicência Guimarães, do Movimento A UFVJM é nossa; Laerte Ferreira, Presidente
da Câmara Municipal de Capelinha; Pedro Vieira, prefeito de Capelinha; Erido Gomes, prefeito de Itamarandiba;
e Natalino Gomes, do IFNMG, campus Araçuaí. Foto: Hélio Souza.
Palestras
Magalhães, da UFMG; Vicência Guimarães, do Movimento A UFVJM é nossa; Laerte Ferreira, Presidente
da Câmara Municipal de Capelinha; Pedro Vieira, prefeito de Capelinha; Erido Gomes, prefeito de Itamarandiba;
e Natalino Gomes, do IFNMG, campus Araçuaí. Foto: Hélio Souza.
O engenheiro agrícola Natalino
Gomes, professor da IFNMG, fez um panorama sobre a educação de ensino médio na
região, os sonhos da juventude em estudar perto de casa e a grande importância do
Movimento A UFVJM é nossa.
O professor Natalino, natural da comunidade rural do Maracujá, em Capelinha, dissertou sobre a importância de formação integral da juventude, chamando a atenção para o grande número de jovens que saem da região à procura de formação graduada e de trabalho em outros lugares. Destacou as potencialidades regionais e o grande impacto na implantação de um campus da UFVJM na cidade, impactando o desenvolvimento em toda a microrregião e do próprio Vale do Jequitinhonha.
O professor Natalino, natural da comunidade rural do Maracujá, em Capelinha, dissertou sobre a importância de formação integral da juventude, chamando a atenção para o grande número de jovens que saem da região à procura de formação graduada e de trabalho em outros lugares. Destacou as potencialidades regionais e o grande impacto na implantação de um campus da UFVJM na cidade, impactando o desenvolvimento em toda a microrregião e do próprio Vale do Jequitinhonha.
Professor e pesquisador do CNPq, Eduardo Magalhães, da UFMG
Foto: Hélio Souza
O economista e professor de desenvolvimento
rural, da UFMG, campus Montes Claros, Eduardo Ribeiro, falou da riqueza do Vale
do Jequitinhonha, do fabuloso conhecimento produzido pela sua população, patrimônio
valioso e pouco conhecido por centenas de pesquisadores de institutos de
pesquisa e governos.
O conhecimento do cerrado e
caatinga, grotas, capões, ribeirões, plantas, animais, a produção de saberes e de sistemas de produção peculiares, de arranjos sociais e culturais pouco
vistos em outros lugares foram destacados por este pesquisador do Vale do
Jequitinhonha, com diversos livros e artigos publicados sobre migração,
agroecologia e sistemas agrícolas.
Eduardo destacou os impactos de um
campus em Capelinha e alertou para os desafios de instalação de cursos de ciências
agrárias que exigem muitos investimentos, necessitando de manutenção de fazendas
experimentais e laboratórios sofisticados.
Ele fez um apanhado sobre cursos
já instalados no Vale e no norte de Minas, na área de ciências agrárias,
citando Diamantina, Montes Claros, Janaúba, Januária, Teófilo Otoni e a possibilidade de campus do IFNMG de Araçuaí e
Almenara instalarem cursos destas áreas.
Gilciano Nogueira, diretor da FCA
– Faculdade de Ciências Agrárias da UFVJM – Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri, dissertou sobre os cursos de Ciências Agrárias, fez uma
comparação sobre cursos de ensino médio, técnico, cursos de colégio, e uma
Universidade. Relatou o que é uma Faculdade com a instalação de cursos de
graduação, mas salientou que a Universidade é muito mais que isso. A
Universidade se realiza principalmente pela produção de conhecimentos que se dá
pela pesquisa. Como também pela extensão e validação destes conhecimentos junto
à sociedade, destacou.
O professor Gilciano fez elogios
rasgados ao Movimento A UFVJM é nossa, dizendo que ele dá a mão à palmatória
quando, como membro do CONSU – Conselho Universitário da UFVJM, aprovou campus
de Unaí e Janaúba, por imposição vinda do MEC.
Mas o movimento social do Vale
mostrou que a Universidade é realmente do Jequitinhonha e seu povo quer assim. Esta
vigilância, cobrança e alerta do povo do Vale levou a todos da UFVJM a sentir a
ficha cair. A Direção da UFVJM hoje tem mais autonomia para decidir, com a
consulta da sociedade da região, para onde a Universidade deve ir.
Fátima Neves, entoando "Jequitinhonha", fazendo o arrepio de peles e corações dos presentes. Foto: Hélio Souza
Terminou sua fala, elogiando
iniciativas como a do povo de Capelinha e região, com representantes de
diversos municípios, ao realizarem Seminários e debates para a construção de um
campus realmente da cidade, da microrregião. Pois, em outros lugares não foi
assim. Em Diamantina, nem debate foi realizado depois de criados os cursos.
Alertou para que a cidade se
prepare ainda mais para receber a instalação do campus, pois instalar é fácil,
manter é o mais difícil, concluiu.
Debates
Os debates tiveram perguntas e
inquietações, principalmente de estudantes de ensino médio de cinco Escolas Estaduais
de Capelinha e de professores que trabalham atualmente e pretendem fazer
mestrado, não podendo sair do trabalho profissional, nem da cidade. Alguns
ficaram preocupados porque só se discutiu cursos de ciências agrárias. Outros propuseram
cursos de ciências sociais e humanas, como também de saúde.
Os palestrantes e organizadores do
Seminário explicaram que este é um dos momentos de formação e informação da
sociedade para melhor escolha dos cursos que será em outra data.
Os três palestrantes sugeriram que
cursos de ciências agrárias que ainda não existem na região norte e nordeste
seriam mais viáveis como Engenharia Agrícola, Medicina Veterinária e Engenharia
Ambiental. Mas, destacaram a importância de cursos de Ciências Sociais
Aplicadas ( Direito, Administração, Administração Pública, Economia,
Psicologia, Serviço Social e outros) assim como cursos de Licenciatura.
No final, Álbano Silveira Machado
(Banu), da Comissão Organizadora, fez as considerações finais, agradecendo aos palestrantes e a todos
participantes do Seminário. Informou que acontecerão outros Seminários. Já estão
programados os de Ciências Sociais Aplicadas e de Licenciatura, assim como pode
acontecer um sobre Parque Tecnológico e de outras áreas de ciências.
Disse ainda que a área física em
que será implantado o campus será em
terras da APERAM. Após aquisição da área, a Prefeitura Municipal se comprometeu
a fazer a doação à UFVJM. Informou que documentos digitalizados de todas as áreas
físicas de propriedade da APERAM em torno da cidade de Capelinha estão sendo
estudadas pela Diretoria de Infra-Estrutura da UFVJM. Em poucos dias, os trabalhos técnicos estarão
concluídos.
No primeiro semestre de 2012, deverá
haver uma Audiência Pública para a escolha dos cursos do campus. Também neste
período, a Reitoria poderá publicar uma Chamada Pública para doação da área física
para o campus, quando a Prefeitura de Capelinha fará a doação oficial.
Logo após, será apresentado um
projeto técnico de criação do campus ao Ministério da Educação para a alocação
de recursos financeiros, humanos e materiais. Pretende-se iniciar a construção do campus em 2014 e iniciar as aulas em 2015.
Este é nosso cronograma de trabalho
e de luta, concluiu Álbano.
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