A medida revoltou as populações das comunidades rurais que considera o ato desumano e cruel
Foto: Divulgação
Sem o serviço dos "pipas", sertanejo se vale dos animais para buscar água
Como se não bastasse os sofrimentos provocados pela seca, como a perda das plantações, a população de várias comunidades rurais de Araçuaí (MG) no Vale do Jequitinhonha, estão agora sendo penalizadas com a falta de água até para beber.
Após ser derrotado nas urnas, o prefeito do município, Aécio Jardim (PDT) determinou a suspensão do abastecimento para os seis caminhões-pipa que levavam água para as comunidades.
“ Estão sendo feitos vários cortes de despesas para organizar as finanças da prefeitura e uma delas foi a suspensão do fornecimento de combustíveis para os caminhões-pipa”, disse o diretor do departamento municipal de Agricultura, Clayton Gonçalves.
Além de suspender o abastecimento, a prefeitura dispensou também os ajudantes dos motoristas dos pipas.
O abastecimento das comunidades e das escolas municipais está sendo feito apenas por dois caminhões que não dão conta de atender a população rural.
A região vive a pior seca dos últimos 40 anos. Rios, córregos e barragens já secaram. Toda a produção agrícola está perdida e muitos animais já morreram de sede e fome.
As caixas instaladas para armazenar água das chuvas também estão secas. Quem vive em comunidades próximas à Barragem do Calhauzinho, tem de andar 3 a 4 km por dia para conseguir água.
Defesa Civil não paga
A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, ligada ao Gabinete Militar do governador, contratou seis caminhões-pipa para abastecer cerca de 67 comunidades rurais de Araçuaí.
“ Até hoje não recebemos nenhum pagamento”,contou desolado o motorista Hélio Alves Cardoso, 53 anos
O contrato foi de 3 meses. Antes, os contratos eram feitos com a Copasa que fazia o pagamento direto aos donos dos caminhões.
“ Já ligamos várias vezes para a Defesa Civil que alega problemas burocráticos na liberação dos recursos. Se a prefeitura não tivesse ajudando no fornecimento de combustível, os donos dos caminhões estariam endividados”, diz Clayton Gonçalves.
O serviço foi paralisado no dia 17 de outubro.
“ Sem o fornecimento do combustível e sem pagamento fica difícil pra gente continuar o serviço. Temos família para sustentar além de outros compromissos”, alega Helio Alves.
A atitude do prefeito revoltou a população que considera o ato como desumano e cruel.
Fonte: Gazeta de Araçuaí
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