Capelinha: Leninha é a candidata a prefeita, indicada por Gelson Cordeiro

Comício esvazia-se após indicação de Leninha como candidata a prefeita. Comunicação foi feita pelo líder político reverenciado como mártir e herói

O comício de encerramento da campanha da coligação encabeçada pelo PV, em Capelinha, no Alto Jequitinhonha, não esteve muito animado. À tarde e na noitinha havia pouca animação com o comício anunciado como da vitória do 43. Muitos chegavam com sua bandeira verde enrolada.

A falação começou a partir de 21 horas. Tudo girava em torno do mito político Gelson Cordeiro. E assim permaneceu por todas as bocas dos candidatos a vereador, do advogado e dos deputados  Bilac Pinto e

Carlos Pimenta.  Este foi anunciado como filho de Capelinha. Mas, nasceu em Belo Horizonte, fez carreira política em Montes Claros, onde casou com moça da família tradicional Borém.

Os dois deputados só fizeram enaltecer a figura de Gelson Cordeiro como “homem perseguido, honesto e que só soube fazer o bem do povo”.

Às 23:12 horas, Gelson foi anunciado com grande efusão. Foi o único momento em que as bandeiras verdes desfraldavam com mais vigor.

Ele relembrou seus feitos como administrador da Prefeitura de Capelinha, reclamou dos serviços da saúde e do Hospital que se transformou em  Fundação, elogiou muitas vezes Leninha e a força da mulher.
Reclamou dos adversários que o crucificavam, em uma atitude de auto-louvação, auto-piedade. 

Antes de anunciar o nome da sua substituta, uma voz grave e melancólica de um locutor falou de um grande homem. 

Quando ele anunciou que Leninha seria sua candidata a prefeita, e sua irmã Hedy Lamar Cordeiro como vice-prefeita,  as pessoas foram saindo da  manifestação com suas famílias, enrolando sua bandeira, como numa crônica anunciada, mas que as pessoas que seguem Gelson não queriam acreditar.

A concentração que chegava até o perto do Restaurante Girassol murchou e fez esquina na Farmácia Indiana.

Antes, por volta das 22 horas, havia cerca de 2.000 pessoas. Quando Leninha começou a falar, às 23:32 horas, e terminou às 23:56 horas, a praça esvaziou-se pela metade.
Pode ser pelo adiantado da hora, como alguns podem analisar, mas também foi, e principalmente, porque Gelson não seria prefeito mais. A decepção estava estampada no rosto dos presentes.

Os semblantes dos apoiadores do 43 se mostravam decepcionados. Alguns esperavam que o ex-prefeito Gelson Cordeiro mantivesse a sua candidatura até o fim da campanha, embora no dia anterior ele já tivesse protocolado carta de renúncia no Cartório Eleitoral.

Ele acabou fazendo aquilo que negou a campanha toda.

Renunciou.

E apresentou duas mulheres como prefeita e vice-prefeita, para uma Capelinha machista votar em seus nomes, tendo o nome de Leninha sido imposto pela maioria do grupo. Gelson queria emplacar sua irmã.

O que se fez durante toda a campanha, dentro do grupo político, era vangloriar a figura do Gelson, o pai dos pobres, o benfeitor da pobreza. E a negação dos seus mal-feitos que o levaram à renúncia.

Foi um comício muito triste, com pouca gente animada.

Poucos do grupo ainda acreditam em vitória do 43.