Noitinha fria no centro de Diamantina,no Alto Jequitinhonha, no nordeste de Minas.
Nas históricas sacadas da rua da Quitanda estão os músicos, e, lá de baixo, o público acompanha sentado a mais um concerto, conhecido na cidade como Vesperata.
Ao menos duas vezes por mês, é o maestro major Edson Soares de Oliveira quem revive essa cena. À frente da banda do município de 1997 a 2002 e retomando o comando das atividades neste ano, ele foi uma das pessoas que participou da criação desse que hoje é um dos principais atrativos da cidade. "A vesperata teve início para mobilizar Diamantina como o patrimônio da humanidade e, a partir daí, não parou mais", afirma.
O maestro rege de cima de um tablado no centro da rua “de acústica boa e natural”, olhando para os seus regidos ao alto, como se fosse uma “serenata invertida”. “Na hora da apresentação, tenho que estar muito atento e ter domínio da música para posicionar bem os instrumentos nas sacadas”, complementa. Além de regente, Edson tem licenciatura em trompete e toca com facilidade o contrabaixo e o bombardino - instrumento da família dos metais, de timbre suave.
Durante a infância, aos nove anos de idade, que ele se encantou com a música e devagarzinho seguiu os passos do irmão na banda de sua cidade natal, São João da Chapada, a 27km de Diamantina. Quando moço, foi seminarista e chegou a trabalhar em uma fábrica, mas depois entrou para o corpo de oficiais do 3º batalhão da Polícia Militar do Estado. “Foi na polícia que eu passei a me dedicar mesmo à carreira de músico”, destaca o maestro e major Edson.
Com a colaboração de outro colega regente, o tenente André Benedito Mantovani, Edson é o responsável pela pesquisas dos repertórios variados, escolhidos cuidadosamente para agradar turistas do mundo todo que chegam à Diamantina para conhecer o resgate cultural feito por esses músicos.
Entre as músicas escolhidas, estão sempre as populares brasileiras, clássicas e as serestas.
Todo o trabalho é desenvolvido com os músicos, que são jovens aprendizes com idade de 9 a 18 anos. “Eu me sinto realizado por contribuir para essa cultura quando o público canta e vibra, porque a vesperata não é só a banda”, destaca, com orgulho.
Fonte: Portal UAI
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