Este é o rio Ao primeiro olhar do viajante, deduz-se que o rio Jequitinhonha não é mais o mesmo.
Quem faz o caminho tortuoso do rio e se depara com os bancos de areia e se depara com a nudez do seu leito ou se assusta com as suas águas represadas por barragens, como a do Salto Grande, na divisa com a Bahia, se desespera.
O rio Jequi tantas vezes cantado e recitado pelos seus filhos ainda tem esperança.
Mesmo porque nunca - os filhos - os homens e mulheres do Jequi se deixaram abater pela face nefasta do progresso e nem pelo descaso dos seus políticos.
Nas feiras livres das cidades do Vale do Jequitinhonha ou nas feiras e festivais de artes é que percebemos o rio vivo e a resistência do seu povo.
...cada artesanato, cada música, cada trova da viola e cada batuque de tambor expressa a riqueza do Vale.
Foi esta resistência que deu fôlego e perpetuou as raízes da memória e as linhas da história que hoje marcam as inúmeras comunidades do Vale, em suas identidades e culturas tão diversas e seu encantamento, que somente quem chega perto vê e sente.
Por isso, não se iluda. O rio está vivo.
Desde a sua nascente até a sua foz.
E ele fala por si e proteje o seu povo, na medida em que este povo se levanta em seu nome e em nome do seu futuro.
17.11.2010
Texto do Ponto de Cultura Viola de Bolso, de Eunápolis, sul da Bahia, no Vale do Jequitinhonha baiano.
Sugestão do internauta Sumário Santa
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