Estandartes de Marcelo Brant em exposição Santos e estandartes: erudito e popular é a nova exposição organizada pela curadora Elizabeth Nasser com tema que apresenta o sincretismo popular religioso e que contará com peças e estandartes de 13 artistas plásticos.
A exposição poderá ser visitada a partir do dia 13, na Galeria Elizabeth Nasser, na Rua José Aiube, 360, no Bairro Fundinho, em Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Entre os destaques, obras de Marcelo Brant.
Marcelo Brant e as bandeiras sagradas
O artista mineiro Marcelo Brant cria estandartes que abrem cortejos religiosos, decoram ambientes e carregam sua história.
"Ficava encantado com os estandartes conduzidos pelos fiéis. Pegava panos e vassoura e imitava na minha casa", recorda.
Os anos passaram e ele, de formação católica, não só passou a participar dos cortejos como a produzir essas alegorias, intimamente ligadas às tradições religiosas brasileiras - trazidos pelos portugueses no início da colonização, os estandartes puderam ser vistos na primeira missa realizada no país, celebrada no dia 26 de abril de 1500 pelo frei Henrique Soares, na praia de Coroa Vermelha, sul da Bahia.
Adulto, de cabelo raspado e braços tatuados, Brant envolveu-se na produção das comemorações do Rosário, do Divino, da Semana Santa e da Folia de Reis de sua cidade.
Com material reaproveitado o artista autodidata passou a desenvolver criativos modelos de estandarte. Retalhos de tecidos, latinhas de alumínio, plástico, CDs e papelão unidos a franjas, fitas, fuxicos e crochês, tudo muito colorido, dão vida a bandeiras com imagens sacras. "Tenho um olhar de catador de lixo", brinca.
"Pego tudo o que vejo porque sei que vai resultar em alguma coisa." Marcelo Brant e uma das suas criações. Aqui, nas ruas em Diamantina.
A princípio fazia o trabalho apenas para abrir as procissões, "abençoando-as", como ele diz. Estimulado pelos amigos, deixou que suas criações - únicas, garante - saltassem das ruas para o interior das casas, incorporando-se às decorações. Grandiosos, os estandartes chegam a medir de 0,80 m x 1 m a 2,5 m x 3 m.
Uma única obra pode levar até quatro dias para ser concluída. Levando em consideração a carga de religiosidade que carrega, além do resgate da memória e das tradições que divulga, pode-se dizer que este tempo é pouco.
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Informações: galeriaelizabethnasser2.blogspot.com
Dicas do Estado de Minas, de 03.11.2.010 e Passadiço Virtual
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