quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Altos custos levam Capivari e Aranãs a desistirem da Copa Aranãs.

Fórmula falida: formação de equipes semi-profissionais com custos altos pode modificar perfil da Copa Aranãs.

Reginaldo Rodrigues, no BlogRegiscap1

Torcedores do Aranãs e do Capivari foram pegos de surpresa na tarde desta sexta-feira (14/11/14), com a saída inesperada do Aranãs e do Capivari da Copa Aranãs FM 2014. 

O ofício enviado pelos dirigentes do Aranãs e do Capivari para a organização da Copa Aranãs enfatiza que  as equipes deixaram de participar da competição por dificuldades financeiras. 

Aranãs e Capivari são as equipes de maiores torcidas, em Capelinha, no Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas. 


Com a desistência os times do Independente de Capelinha e Atalanta de Malacacheta farão a final inédita do torneio. 

Fonte:  Blog Regiscap1  .

Comentário do Blog do Banu:
A Copa Aranãs já havia se tornado, há muito tempo, um campeonato semi-profissional com gastos exorbitantes entre os concorrentes. Quem mais inflacionou os custos dos times participantes foram justamente os que agora caem fora.

A forma de financiamento sempre foi de investimento de alguns empresários de Capelinha que apostavam no Capivari e Aranãs. Recuperavam o investimento com altas apostas com financiadores do rival. Estima-se que a bolsa de apostas da Copa Aranãs sempre girou em torno de 300 mil ou mais. 

Poucas equipes se formaram na região para superar os dois times, Aranãs e Capivari, que só existem na Copa Aranãs, com a contratação de jogadores profissionais em fim de carreira. Ou então, de equipes da série B e C do campeonato mineiro, como o América de Teófilo Otoni, o Funorte de Montes Claros, o Guarani de Divinópolis, ou um time tradicional de Ipatinga.

Outra forma de contratação por jogo é trazer jogadores nacionalmente conhecidos, mas tendo encerrado a carreira profissional. Assim, jogaram em várias edições da Copa, jogadores como Marinho, Marques e Euler, do Atlético Mineiro; Ozeas, do Palmeiras; Milagres e Rodrigo Posso, do Anérica Mineiro; e muitos outros.

Este expediente se intensificou, quando, em 2001,  na 4ª edição da Copa Aranãs, a cidade de Berilo formou uma seleção regional de craques da cidade, de Araçuaí, Virgem da Lapa, Coronel Murta e Jenipapo de Minas. Foi campeão daquele ano, desbancando o poderoso Capivari, empatando os dois jogos finais, em Berilo e Capelinha; aplicando sonoras goleadas e vencendo o também poderoso Aranãs.  


Foi a primeira vez que um time fora de Capelinha se sagrava campeão da Copa.

No ano seguinte, em 2002, Angelândia usou o mesmo método e se sagrou campeão.

Depois, somente em 2009 e 2010, que um time de fora de Capelinha ganhou a Copa. Naqueles anos, o Novo Cruzeiro formou um time semi-profissional, sob  o comando do ex-jogador da Portuguesa de Desportos, Lobão, filho da cidade. O município teve que gastar cerca de R$ 80 mil, em cada disputa. O timaço foi bicampeão. Desistiram nos anos seguintes, devido aos altos custos.

Com a fórmula falida de altos custos, as novas edições da Copa Aranãs podem trazer de volta as seleções municipais e  valorização de times tradicionais que investem em escolinhas de base como o Independente e Cometa, de Capelinha;o Cerrado de Turmalina; o Atalanta de Itamarandiba; o Atalanta de Malacacheta; e outros.

Deverá ser mais animado a  Copa, valorizando os grandes talentos da região que sempre perdiam oportunidades para os medalhões vindo de fora, de outras regiões.



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