20 de novembro:
Dia da Consciência Negra
Brasil! Mostra tua cara!
Neste 20 de novembro comemora-se em 1004 cidades brasileiras o Dia da Consciência Negra.
O feriado ainda não é unanimidade entre os estados brasileiros. Há locais como o Acre, o Ceará e o Distrito Federal, em que a data não é comemorada oficialmente.
Sanete Esteves, da comunidade quilombola Mocó dos Pretos, de Berilo-MG.
O dia 20 de novembro foi escolhido por marcar a morte de Zumbi, último líder do maior dos quilombos do período colonial, o Quilombo dos Palmares. Comemorada há 30 anos por ativistas do movimento negro, a data foi incluída em 2003 no calendário escolar nacional, e só em 2011 foi instituída uma lei em que transforma o dia 20 de novembro, oficialmente, em dia de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra.
O dia 20 de novembro foi escolhido por marcar a morte de Zumbi, último líder do maior dos quilombos do período colonial, o Quilombo dos Palmares. Comemorada há 30 anos por ativistas do movimento negro, a data foi incluída em 2003 no calendário escolar nacional, e só em 2011 foi instituída uma lei em que transforma o dia 20 de novembro, oficialmente, em dia de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra.
Para algumas pessoas, o feriado é mais um no calendário anual brasileiro lotado de datas comemorativas. Para outras, principalmente para o movimento negro, é dia para celebrar o orgulho negro e combater o racismo.
O Dia da Consciência Negra é uma data para a reflexão de todos nós brasileiros.
Durante o período da escravidão, os negros sofreram inúmeras injustiças. E às custas do seu sofrimento nas senzalas, nos campos e nas cidades, foi erguido tudo o que havia no Brasil daquela época.
Os negros resistiram de diversas formas, nas muitas revoltas, fugas e com a formação de quilombos em várias partes do país. Assim, surgiu o Quilombo dos Palmares e o seu sonho de liberdade, que teve como principal líder Zumbi.
Mestre Antônio, músico, artesão e congadeiro de Minas Novas, e o professor de História e ex-prefeito de Virgem da Lapa, Dim Martins.
Veio a Abolição em 1888, o Brasil mudou e hoje é uma das maiores economias do mundo.
No entanto, os negros continuaram em situação de desigualdade, ocupando as funções menos qualificadas no mercado de trabalho, sem acesso às terras ancestralmente ocupadas no campo, e na condição de maiores agentes e vítimas da violência nas periferias das grandes cidades. Sua luta, inspirada em Zumbi e em outros heróis negros que tombaram ao longo do caminho, precisava continuar.
Zumbi foi morto em 20 de novembro de 1695, e seu corpo foi exibido em praça pública para semear o medo entre os escravos e impedir novas revoltas e fugas. Mas o efeito foi oposto, despertando em muitos a consciência de que era preciso lutar contra a escravidão e as desigualdades, como Zumbi ousou fazer.
A memória deste herói nacional, no Dia da Consciência Negra, nos compromete com a construção de uma sociedade na qual todos tenham não apenas a igualdade formal dos direitos, mas a igualdade real das oportunidades.
Mais de 1.000 municípios comemoram o Dia da Consciência Negra
Atualmente, 1.004 municípios, em todo o país, já se sensibilizaram com a luta pela inclusão racial, comemorando a data com festividades específicas.
Alguns destes já aderiram ao feriado ou ponto facultativo em homenagem a Zumbi dos Palmares, morto em 1695. Outros têm projeto de lei em andamento ou aguardam decisão judicial. A adesão ao feriado ou instituição de ponto facultativo no Dia da Consciência Negra é decisão legal de cada município e deve ser verificada junto às instituições locais.
Consciência Negra no Vale do Jequitinhonha
Algumas escolas procuram desenvolver atividades como pesquisas sobre Zumbi e leitura de contos africanos.
A comunidade quilombola Arraial do Crioulos, em Araçuaí, realiza o 4º Encontro da Consciência Negra, de 17 a 23.11.
A comunidade quilombola Arraial do Crioulos, em Araçuaí, realiza o 4º Encontro da Consciência Negra, de 17 a 23.11.
Poucos municípios tem Lei Municipal para registrar a data. Berilo, no Médio Jequitinhonha, parece ser o único.
Em apenas 5 municípios do Médio Jequitinhonha há uma concentração de quase 80% de comunidades quilombolas (Araçuaí, Berilo, Chapada do Norte, Minas Novas e Virgem da Lapa). São 77 comunidades das 105 detectadas em todo o Vale e 426 em Minas Gerais, segundo estudos do CEDEFES.
Berilo possui 27 comunidades quilombolas, sendo a maior concentração proporcional de negros em um município das Minas Gerais.
Os municípios de Berilo e Virgem da Lapa foram comandados por dois prefeitos afrodescendentes, fato inédito na história dos municípios. Entre 2004-2012, Lázaro Pereira Neves, de Berilo, e Dim Martins, de Virgem da Lapa, chefiaram o poder executivo local.
Antes, de 1996 a 2004, Maria do Carmo Ferreira da Silva, a Cacá, governou o município de Araçuaí, quebrando o preconceito racional e de gênero, naquela ocasião.
Há vários militantes na política institucional e em movimentos sociais em municípios do Vale que vem fazendo a diferença. Marcus Vinicius, em Itaobim, é um vereador atuante e destacada liderança nos movimentos da juventude.
Em Pedra Azul, Will Nascimento coordena uma ONG em defesa de crianças e adolescentes e faz agitação cultural no teatro, música e comunicação.
Ativistas culturais como os artesãos Lira Marques,de Araçuaí, Zé do Ponto, de Chapada do Norte, e o Mestre Antônio, de Minas Novas, são referências nacionais.
Os movimentos sociais do Vale despontaram lideranças como Cidona do MST, de Jequitinhonha, falecida recentemente; Dôra de Piô, de Coronel Murta, e Evina de Medina, do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais.
Sanete Esteves, de Berilo, diretora da Federação dos Quilombolas de Minas Gerais, vem atuando na certificação pela Fundação Palmares das comunidades quilombolas da região.
Há vários militantes na política institucional e em movimentos sociais em municípios do Vale que vem fazendo a diferença. Marcus Vinicius, em Itaobim, é um vereador atuante e destacada liderança nos movimentos da juventude.
Em Pedra Azul, Will Nascimento coordena uma ONG em defesa de crianças e adolescentes e faz agitação cultural no teatro, música e comunicação.
Ativistas culturais como os artesãos Lira Marques,de Araçuaí, Zé do Ponto, de Chapada do Norte, e o Mestre Antônio, de Minas Novas, são referências nacionais.
Os movimentos sociais do Vale despontaram lideranças como Cidona do MST, de Jequitinhonha, falecida recentemente; Dôra de Piô, de Coronel Murta, e Evina de Medina, do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais.
Sanete Esteves, de Berilo, diretora da Federação dos Quilombolas de Minas Gerais, vem atuando na certificação pela Fundação Palmares das comunidades quilombolas da região.
A concentração da população negra neste miolo do Vale do Jequitinhonha se deu desde o início do século XVIII quando as atividades garimpeiras do ouro eram operadas pelos negros.
De forma significativa, as manifestações da cultura afrodescendente se dão neste Território do Médio Jequitinhonha. As festas do Rosário dos Homens Pretos são históricas em Minas Novas, Chapada do Norte e Berilo. A de Chapada do Norte já foi tombada como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Conselho Estadual de Cultura.
Dôra de Piô, de Coronel Murta, do Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Vale do Jequitinhonha.
Leia mais sobre os negros no Vale do Jequitinhonha:
http://blogdobanu.blogspot.com.br/2014/11/arraial-dos-crioulos-em-aracuai-faz-o-4.htmlhttp://blogdobanu.blogspot.com.br/2014/06/festa-do-rosario-de-minas-novas-resiste.html
http://blogdobanu.blogspot.com.br/2013/11/chapada-do-norte-cidade-dos-negros-tem.html
http://blogdobanu.blogspot.com.br/2013/05/chapada-do-norte-festa-de-nossa-senhora.html
http://blogdobanu.blogspot.com.br/2010/10/berilo-realiza-seminario-regional-de.html
http://blogdobanu.blogspot.com.br/2011/10/festa-dorosario-dos-homens-pretos-de.html
http://blogdobanu.blogspot.com.br/2009/11/entrevista-com-caca-ex-prefeita-de.html
http://blogdobanu.blogspot.com.br/2009/11/desfile-da-beleza-negra-em-berilo.html
http://blogdobanu.blogspot.com.br/2009/11/berilo-desfile-da-beleza-negra.html
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