MOARA CORREA
Passados alguns dias após a vitória eleitoral do projeto politico representado pela companheira Dilma Roussef na disputa pela Presidência da República, acrescido da vitória da candidatura do companheiro Fernando Pimentel ao governo do estado, um novo cenário se desenha em Minas Gerais na busca pela garantia de direitos e cidadania para a nossa população.
Passados alguns dias após a vitória eleitoral do projeto politico representado pela companheira Dilma Roussef na disputa pela Presidência da República, acrescido da vitória da candidatura do companheiro Fernando Pimentel ao governo do estado, um novo cenário se desenha em Minas Gerais na busca pela garantia de direitos e cidadania para a nossa população.
Em meados do ano passado, antes mesmo da eclosão das manifestações que sacudiram as ruas das principais cidades do país, setores do movimento estudantil mineiro se reuniram para analisar a situação conjuntural de Minas Gerais sob o governo do PSDB. Após intensos debates, chegamos a importante compreensão da necessidade de intensificação da nossa intervenção na disputa de rumos, destacando como bandeiras estratégicas a estadualização das UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) e a defesa da destinação dos recursos da mineração para a Educação. A bandeira do fundo social do minério tem sido importante para sintetizar a opinião da UEE (União Estadual dos Estudantes) de que Minas precisa inverter suas prioridades, reencontrar o caminho do desenvolvimento e investir nas áreas sociais.
Já identificávamos naquele período que os governos neoliberais em Minas foram caracterizados pelo aumento da dívida pública, das desigualdades regionais, sucateamento dos serviços públicos e desvalorização dos servidores, descumprimento dos valores a serem investidos em Educação e Saúde estabelecidos pela Constituição Federal, ensino básico precarizado, ausência de projeto para a Educação Superior, reforço de uma economia primária exportadora e aumento das mazelas sociais que afligiam e seguem afligindo a juventude mineira, em especial os negros e negras.
Um processo de intenso enfrentamento ao governo estadual foi encabeçado pelos profissionais em educação. Dirigiram um vitorioso movimento grevista, que durou mais de cem dias. Denunciando a má gestão tucana, o movimento contou com a solidariedade de diferentes setores do movimento social no estado, com a criação do fórum de entidades “Quem luta educa”. Uma jornada de lutas convergentes entre diferentes setores da juventude brasileira que, em Minas, teve um papel importante na conformação do caráter progressista que se desenvolveu nas jornadas de junho pelas ruas de Belo Horizonte e de importantes cidades pelo interior do estado. Esses processos foram preponderantes para o resultado obtidos nas eleições deste ano.
A derrota histórica sofrida pelo campo conservador dirigido pelos tucanos em Minas ainda renderá inúmeras avaliações acerca da sua real dimensão. Entretanto, a vitória da frente popular que elegeu para governador em primeiro turno Fernando Pimentel com 53% dos votos e a diferença de mais 550 mil votos que permitiram no segundo turno a vitória de Dilma Roussef no seu estado natal e reduto eleitoral do candidato tucano Aécio Neves (que governou o estado durante oito anos) nos traz significativas perspectivas e importantes desafios.
O movimento estudantil e a UEE entendem que o momento é de avançar nas pautas que são caras para as agendas de desenvolvimento de Minas, que passam pela implementação de uma politica de valorização das universidades publicas estaduais e sua ampliação para as diferentes partes do estado, resultando no médio prazo no desenvolvimento das regiões onde os campi venham a ser implementados e a garantia dos recursos oriundos da extração mineral.
É fundamental que intensifiquemos nas ruas e nas redes a defesa por uma reforma politica via plebiscito popular e a construção de uma correlação de forças favorável em defesa da Política Nacional de Participação Social.
Não nos resta a menor dúvida de que os avanços que teremos no próximo período serão resultado da capacidade de mobilização e construção coletiva dos movimentos organizados em Minas Gerais e nossa capacidade de construir diálogos e pressionar à esquerda o futuro governo eleito.
"Colocando Minas no Rumo do Brasil é também nome da chapa vencedora do 43o Conuee, em 2013.
**Moara Correa, estudante cotista da UFMG, é secretária geral da UEE-MG pela Kizomba.
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