OAB pede nova investigação sobre acidente que matou JK
Publicado no Jornal Estado de Minas – 18/09/2012
A
Ordem dos Advogados do Brasil seção Minas Gerais (OAB-MG) pediu nessa
segunda-feira à Comissão da Verdade, em Brasília, nova apuração sobre a
morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em acidente automobilístico
no quilômetro 165 da Rodovia Presidente Dutra, próximo a Resende (RJ),
em 22 de agosto de 1976. “A Comissão de Direitos Humanos e a Comissão da
Verdade e Memorial, ambas ligadas à OAB-MG, e a própria OAB-MG
requererem a reabertura do caso da morte de JK, a bem da verdade e da
história de nosso país”, conclui documento preparado pela entidade e
entregue ontem ao coordenador da Comissão da Verdade, o ministro do
Superior Tribunal de Justiça, Gilson Dipp.
O
pedido é baseado em análise de farto material documental reunido
durante a tramitação do processo, encerrado em 1996. De acordo com a
OAB-MG, o motivo do acidente foi um tiro na cabeça do motorista de JK,
Geraldo Ribeiro. “Nesta nova e fundada versão, Geraldo Ribeiro foi
atingido na cabeça por um projétil denominado ‘batente’, de fabricação e
uso exclusivo das Forças Armadas de nosso país, e muito utilizado à
época pelo Exército brasileiro”, sustenta a OAB.
O
relatório complementa: “Atingido no crânio, Geraldo Ribeiro, então
condutor do Opala que transportava JK, na Via Dutra, que ia de São Paulo
para o Rio de Janeiro, perdeu o controle do citado veiculo, o que
ocasionou a colisão, esbarrando num ônibus e batendo de frente em um
caminhão, saindo da pista e capotando, vitimando ambos, JK e Geraldo
Ribeiro”.
Para chegar a
essa conclusão, a OAB-MG se valeu da exumação do corpo de Geraldo, em
1996. O presidente da Casa JK, em Diamantina, e secretário pessoal de JK
à época, Serafim Jardim, relatou nos documentos que recebeu uma ligação
do então secretário de Segurança Pública de Minas Gerais, Santos
Moreira, dizendo que havia novidade. “Tal novidade consistia em um metal
que fora encontrado no crânio do ex- motorista de JK. Ora, tal metal se
transformou em ‘prego de caixão’, na conclusão da perícia confeccionada
pelos peritos encarregados do trabalho da exumação daquele corpo, um
verdadeiro absurdo”, entende a OAB-MG.
A
morte de JK entrou para a história oficial como acidente
automobilístico. O Chevrolet Opala dirigido pelo motorista do
ex-presidente teria sido fechado por um ônibus da Viação Cometa, perdido
o controle, atravessado a pista e sido atingido por uma carreta Scania.
Josias Nunes de Oliveira, de 68 anos, o motorista do ônibus, foi a
principal testemunha. Foi indiciado como culpado e considerado inocente
pela Justiça. Em junho o Estado de Minas entrevistou Josias, que
reafirmou a versão de que foi apenas um acidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário