A apreensão foi feita após denúncia de que entre medicamentos vencidos estavam remédios aptos para o consumo humano
Foto: divulgação
Parte dos medicamentos vai vencer entre os meses de outubro e novembro
A Polícia Civil já devolveu à prefeitura de Coronel Murta, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas, 12 caixas de remédios, entre antibióticos e vermífugos para uso humano, que seriam descartados na usina de reciclagem e compostagem de lixo da cidade .
Os medicamentos estarão vencidos nos meses de outubro e novembro deste ano, exceto uma caixa do antibiótico amoxilina, que vencerá em agosto de 2013. A informação foi confirmada por um assessor do gabinete do prefeito do município.
Os remédios foram apreendidos no dia 18 de setembro, após denúncia de uma equipe ligada ao candidato à prefeito que faz oposição à atual administração, comparecer ao local onde os remédios seriam enterrados.
A polícia militar foi acionada e registrou um boletim de ocorrência. Foi aberto inquérito para apurar os fatos.
“É lamentável, desumano e covarde, centenas de pessoas que não tem condição financeira de comprar medicamentos, e a administração simplesmente descartando antibióticos que são utilizados em 3 no máximo 5 dias de tratamento”, disse por email ao jornal Gazeta, o ex-secretário municipal de Saúde do município, Guilherme Caíres.
Ele acompanhou, juntamente com dois vereadores, um candidato a vereador e um coordenador de campanha da oposição, a operação que resultou na apreensão dos medicamentos.
Suspeita de sabotagem
Na manhã de segunda-feira (24/09), o prefeito Heleno Moutinho, em entrevista por telefone ao jornal Gazeta levantou a suspeita de sabotagem para prejudicar sua administração.
Ele admitiu que entre os medicamentos que seriam descartados, havia uma caixa do antibiótico amoxilina que vai vencer em agosto de 2013, conforme noticiado por este jornal.
Os medicamentos vencidos foram recolhidos para descarte, pelo departamento de Vigilância Sanitária. Segundo o prefeito, antes do descarte, um funcionário do departamento de epidemiologia do município foi visto remexendo nas caixas. O prefeito determinou investigação do caso e abriu sindicância para apurar a presença de remédios que não estavam vencidos entre os que seriam descartados.
“ Não houve sabotagem, uma vez que a terceira folha anexa ao Boletim de Ocorrência entregue à Polícia Militar pela própria prefeitura consta os medicamentos, que não são somente uma caixa e sim 13 caixas .Como esses medicamentos foram colocados no setor por outras pessoas e foram relacionados?No mínimo eles não deveriam estar na lista do descarte”, questionou o ex-secretário que disse ter tomado conhecido através de uma ligação “confidencial”, informando que uma caçamba de medicamentos vencidos seria insinerada na usina de triagem e compostagem, e que esta se encontrava no almoxarifado da Prefeitura.
“Quando fui Secretário Municipal de Saúde, em 2008, no período que compreendeu aproximadamente 3 meses, determinei que fosse feito um acompanhamento junto ao estoque de medicamentos, afim de que se detectasse os que estivessem próximos do prazo de vencimento. Aqueles que estivessem faltando treis meses para o vencimento, deveriam ser doados ou permutados.Foram feitas várias doações e permutas com as cidades vizinhas”, completou Guilherme Caíres.
A prefeitura municipal informou que uma comissão de sindicância já está apurando o que realmente aconteceu. “ Os culpados serão punidos”, afirmou o prefeito Heleno Moutinho.
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