quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Adolescente desaparecido é encontrado morto no lago da Usina de Irapé em Berilo


Segundo o Corpo de Bombeiros de Diamantina, o corpo 

estava em avançado estado de decomposição e 

não foi possível esclarecer a causa da morte.

Foto: Divulgação

Adolescente desaparecido é encontrado morto no lago da Usina de Irapé em Berilo
Corpo do jovem foi encontrado nas proximidades do lago da Usina de Irapé em Berilo
O corpo de um adolescente de 16 anos, desaparecido desde a última sexta-feira (21/09), foi encontrado boiando no rio Jequitinhonha, no município de Berilo, próximo à Barragem de Irapé, no Vale do Jequitinhonha, nesta quinta-feira (27/09).

Segundo o Corpo de Bombeiros de Diamantina, o corpo estava em avançado estado de decomposição e não foi possível esclarecer a causa da morte.

Conforme informações da Polícia Militar, após o sumiço do garoto familiares procuraram a polícia para registrar um boletim de ocorrência.

Um morador da região avistou o corpo boiando e chamou a PM, que pediu reforço aos bombeiros

Ainda de acordo com a PM, o jovem era conhecido na região por cometer pequenos furtos, no entanto, eles não acreditam que o menor tenha sido assassinado. A hipótese mais provável é que ele tenha caído no rio.

O corpo foi periciado e, em seguida, levado para o Instituto Médico Legal (IMl) da cidade de Capelinha.
Estes dados acima foram publicados no Jornal Hoje em Dia.

Quem é o adolescente
O adolescente encontrado no Lago de Irapé chamava-se Marcelo Martins da Costa, filho de Elvina Mendes Martins e Santos Amorim da Costa. Tinha 16 anos. Ele  morava no Córrego de Água Solta, a 3 km de Lelivéldia, distrito de Berilo, em casa do seu pai e madastra Waldete Batista de Oliveira. Sua casa ficava a 2 km do Lago de Irapé.
No final do ano passado, ele se mudou para a casa da sua mãe Elvina, a Vina, no povoado de Lelivéldia, e estudava no turno matutino, na Escola Estadual de Lelivéldia,
em tempo integral.
Ele procurava um rumo na sua vida e tinha dificuldades de estudar e arrumar trabalho. Mas,era muito esperto. 
Às vezes, aprontava algumas ações ilícitas junto com outros garotos e garotas da sua idade. 
Era pouco compreendido. A mãe tinha dificuldades em orientar Marcelo. Poucas pessoas o ouviam e o compreendiam.
Marcelo andava deprimido nos últimos anos. Ele falava em suicídio, fugir pra bem longe, ou mesmo jogar-se no Lago de Irapé e acabar com sua vida. Não se sabe se foi isso que aconteceu.  
Falo isso com grande conhecimento de causa. Fui psicólogo do CRAS Lelivéldia, entre fevereiro e dezembro de 2011. Acompanhei e orientei a família do Marcelo, durante este tempo. 

Sua mãe Vina, seus irmãos Alisson Mendes Martins, de 12 anos, e Mateus Mendes Martins, de 10 anos, vivem o drama da luta pela sobrevivência, tendo necessidade de apoio sócio-assistencial, assim como de tratamento de saúde. Vina vem lutando contra o alcoolismo que vinha lhe consumindo os últimos 3 anos. 
(Na foto, Vina, seus dois filhos,  Alisson e Mateus, com a Assistente Social Dirlane Silva que apoiou a família por quase um ano). 
Os 3 filhos são criados pela Vina. Marcelo viveu um curto período com seu pai.
Vina recuperou-se da dependência do álcool para ter de volta os dois filhos, Alisson e Mateus, que lhe foram tirado por mais de dois anos e entregue a uma Casa Lar. 
O Juiz e Promotor de Minas Novas entenderam a luta que Vina vem travando contra a droga que consumia seu corpo e sua vida e lhe deram nova chance de ter seus filhos junto à sua família.
Não se sabe ainda as condições da morte do jovem Marcelo. As informações são que ele estava acompanhado de um amigo.
Com certeza, o fato de perder seu filho mais velho poderá empurrar Vina para um novo encontro com o álcool.
Cabe aos serviços sócio-assistenciais e de saúde de Berilo darem suporte para esta família suportar mais esta tragédia.
Cabe também às pessoas de bem, aos equipamentos públicos e entidades civis de Lelivéldia e Berilo serem solidários com a família de Vina. 
Muita força, Vina! 
Que Deus lhe dê forças para suportar a perda do Marcelo!

Um comentário:

Bárbara disse...

É triste, víamos esse garoto sempre vagueando pelas ruas, mas nos últimos tempos estava trabalhando.

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