quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Após dez anos do lançamento do Fome Zero, pouco mudou em Itinga

Em janeiro de 2003, o presidente, acompanhado de vários ministros e do governador Aécio Neves, esteve na cidade para lançamento do programa e prometeu muito aos moradores. Passados quase 10 anos, pouco mudou ali.
Foto: Marcelo Cabral Jr.Após dez anos do lançamento do Fome Zero, pouco mudou em Itinga
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa no palco da praça de Itinga, ao lado de ministros e do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, em janeiro de 2003
É desalentador o retrato de Itinga mostrado pelo Jornal Hoje em Dia. Considerado o município mais pobre de Minas, ele foi escolhido pelo presidente Lula como símbolo do programa Fome Zero.

Em janeiro de 2003, o presidente, acompanhado de vários ministros e do governador Aécio Neves, esteve na cidade para lançamento do programa e prometeu muito aos moradores. Passados quase 10 anos, pouco mudou ali.

De fato, houve mudança do nome do programa, para Bolsa-Família, cujos recursos estão sendo mal empregados em Itinga, que tem como prefeito o  petista Charles Ferraz ( Charlão).

 Aécio Neves, que ouviu do presidente Lula a promessa de que trabalhariam juntos para melhorar as condições de vida das populações pobres, incluiu Itinga no Programa Vida no Vale, para levar água e esgoto aos moradores.

Em abril de 2010, depois que a Fundação João Pinheiro divulgou que Itinga continuava sendo a pior cidade mineira para se viver, o prefeito disse que em breve 100% das residências teriam água e esgoto e que nos últimos anos tinham sido construídas cinco escolas-núcleo e inaugurado um conjunto habitacional com 57 casas.

Porém, o único hospital da cidade, que Lula prometera reformar, continuava fechado.

Em 2011, a Controladoria Geral da União fiscalizou Itinga e mais 13 municípios mineiros e em todos encontrou irregularidades na aplicação de recursos federais.

Para Itinga, três ministérios destinaram R$ 6,9 milhões, inclusive para a merenda escolar dos 1,8 mil estudantes. Pois a prefeitura gastou em dois anos, sem licitação, R$ 3,7 milhões para a merenda, que consiste apenas de sopa de macarrão com água ou arroz, preparada sem qualquer higiene.

Itinga pode ser o mais pobre – sua renda per capita é de apenas R$ 3,5 mil por ano – mas não se destaca muito de outros municípios do Vale do Jequitinhonha, que se tornou conhecido como “Vale da Miséria”.

É uma região rica de recursos naturais, mas dominada por um sistema econômico e político arcaico. É um tradicional sorvedouro de recursos públicos que não melhoram a vida da maioria mais pobre.
Fonte: Hoje em Dia

Comentário:
É impressionante como a imprensa mineira crava um pensamento ignorante e direcionado para o Vale do Jequitinhonha como um local permanente de miséria, sem possibilidades de se desenvolver.
Diz que o Programa Fome Zero não mudou em nada a realidade do município, mas esquece que Itinga está no nordeste de Minas Gerais e que o Governo do Estado também nada fez  para mudar a realidade citada. Não só os governos municipal e federal são responsáveis por Itinga. 
A reportagem afirma que "a região é rica em recursos minerais", mas não aponta que a Fronteira Mineral aberta pelo Governo de Minas, na região de Grão Mogol e Salinas, não contempla a grande riqueza potencial de Itinga.
Em nenhum momento, a reportagem fala dos investimentos que cidade poderia receber para sair desta situação de miséria em que se encontra.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário