Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros, no norte de Minas.
O acidente vascular cerebral (AVC) é apontado como uma das principais causas das mortes no Brasil, com mais de 100 mil óbitos por ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No Norte de Minas, os números de mortes e de sequelas decorrentes da doença serão reduzidos, com a implantação da Rede Regional de Atendimento do AVC. Os equipamentos já foram comprados e a unidade especializada vai entrar em funcionamento ainda em março na Santa Casa de Montes Claros, abrangendo 86 municípios da região.
A iniciativa é a primeira rede de atendimento a vítimas de AVC em Minas Gerais e vai funcionar em parceria com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), cujas ambulâncias serão usadas para levar os pacientes para o hospital em Montes Claros. Credenciado pelo Ministério da Saúde para a assistência aos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o serviço foi viabilizado com recursos da ordem de US$ 300 mil (R$ 960 mil) doados pela Fundação Rotary Internacional.
A proposta, denominada Projeto Madre Tereza de Calcutá, foi elaborada pelo governador do Distrito 4.760 do Rotary em Minas Gerais, Alexandre Pires Ramos, que encaminhou o pleito ao Rotary Internacional, sediado nos Estados Unidos e mantido por rotarianos de todas partes do mundo.
Conforme Alexandre Ramos, centenas de projetos de diferentes países foram apresentados à entidade internacional e poucos foram aprovados, sendo um deles o da unidade do Norte de Minas. O maior doador do projeto foi o americano Mike Kekler, da Califórnia, sendo que os rotarianos norte mineiros doaram US$ 15 mil. O governador do Rotary 4.760 ressalta que o projeto de Minas Gerais já está sendo considerado modelo. O Rotary Internacional recebeu pedido para a implantação de iniciativa semelhante em Taiwan, informou ele.
Do montante doado, US$ 228 mil foram destinados à compra dos equipamentos instalados na unidade de atendimento às vitimas do AVC, tais como respiradores eletrônicos, um ultrassom ecodoppler transcraniano, um cardioversor e um eletrocardiógrafo. Outros US$ 72 mil foram destinados ao treinamento de pessoal. Foi feita a capacitação dos servidores do Samu das 86 cidades do Norte do estado beneficiadas.
Alexandre Ramos destaca que a montagem de uma estrutura para o encaminhamento das vitimas de AVC de toda região a uma unidade especializada será de fundamental importância para garantir a sobrevida e também evitar as sequelas nos pacientes. “As sequelas podem ser eliminadas caso os pacientes sejam atendidos dentro de até três horas após sofrer o AVC”, afirma Ramos. Ele lembra que 60% dos casos de urgência e emergência atendidos pelo Samu e encaminhados para serviços de pronto-socorro no Norte de Minas são referentes a vitimas de AVC e de infarto no miocárdio.
Fonte: Estado de Minas/Luiz Ribeiro
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