Andréa Neves sente-se desprestigiada nas decisões políticas e afasta-se com a falsa justificativa de que irá cuidar de sua irmã Ângela, internada no Rio de Janeiro |
O que parecia estar sob controle vem há mais de uma semana desmontando-se, como consequência da insistência de Andréa Neves em manter o controle absoluto sobre as estratégias e decisões da sucessão mineira e nacional na qual seu irmão Aécio é um dos postulantes.
Desde o final do ano passado, todos os desentendimentos e mudanças repentinas de Aécio e Andréa Neves foram atribuídos ao estado de saúde de sua irmã Ângela Neves da Cunha. Assim como, a justificativa apresentada por Andréa para afastar-se da cena política: “cuidar de sua irmã que se encontrava internada no Hospital Barra D'Or, no Rio de Janeiro”
Ângela Neves da Cunha permaneceu internada apenas até o dia 21 de dezembro de 2013, ocasião em que teve alta “devido sua melhora”,segundo o corpo clínico do hospital.Ou seja, após quase duas semanas de sua alta, sua internação foi apresentada como justificativa para a saída de Andréa do Servas e da cena política.
Este fato confirmou a suspeita da existência de uma gigantesca crise entre os coordenadores da campanha de Aécio Neves, que culminou com a saída de seu marqueteiro, por desavenças com Andréa. Essa crise vem se estendendo também ao processo sucessório para o governo de Minas.
Segundo assessores próximos: "Tudo em função da exigência de Andréa em se manter no comando das decisões, o que conflitou com os demais coordenadores que viram nela o maior obstáculo pra pacificação entre os grupos".
Em Minas Gerais, a maneira de Andréa impor sua vontade em relação à sucessão, que até agora era tolerada pela base aliada, explodiu, principalmente depois do que foi noticiado por Novojornal,“Andréa Neves quer ser a tertius do PSDB ao Governo de Minas”.
Insatisfeito, Pimenta da Veiga ameaçou abandonar a disputa ao governo de Minas, o que obrigou Aécio a contrariar sua irmã e convocar uma reunião de emergência para informar que Pimenta seria seu candidato.
A insatisfação de Pimenta da Veiga, somada a falta de rumo de Anastasia e Dinis Pinheiro, vinha trazendo insegurança à reeleição da base aliada do PSDB que já calcula uma perda de 30% das cadeiras ocupadas na Assembleia Legislativa e 20% da Câmara Federal. Enquanto isto, os “Lordes de Aécio” - Nárcio Rodrigues, Alexandre Silveira e Domingos Sávio - aproveitando-se da “confusão”, estariam celebrando alianças com candidatos até mesmo da oposição nas bases de seus colegas do PSDB e Danilo de Castro teria se afastado para dedicar-se apenas a reeleição de seu filho Rodrigo de Castro.
Na última semana, Anastasia deu um basta ao se recusar a se candidatar ao Senado, devido a imposição colocada por Andréa, de que nas eleições de 2016 saísse candidato a prefeito de Belo Horizonte, para que ela na condição de primeira suplente assumisse sua vaga, caso não fosse à candidata ao governo de Minas Gerais.
Junto com Andréa saiu o denominado “Grupo Mineiro”, que está sendo substituído por integrantes da estrutura tradicional do PSDB, com o ex-chefe de gabinete de FHC, Xico Graziano. Para analistas políticos, estes fatos demonstram que nem os aliados de Aécio Neves acreditam na viabilidade de sua candidatura, pois sabem do artificialismo de sua liderança, criada através de pesado esquema financeiro que patrocinou, por meio da mídia, o culto à sua imagem.
Outros fatos que teriam provocado a recusa de Andréa Neves em permanecer em Belo Horizonte na condução das ações políticas foram:
O ajuizamento de Ações Civis Públicas, por práticas de improbidade administrativa, com pedido de bloqueio dos bens de seus principais “aliados”, nas áreas da fazenda, saúde e cultura, assim como o recado de familiares dos processados de que não afundariam sozinhos.
O mal estar causado após a comprovação do seu envolvimento na compra do Jornal “Hoje em Dia”, sacrificando o seu concorrente “Estado de Minas” que é considerado “amigo de primeira hora”, justamente no momento em que o mesmo encontra-se atravessando pesada crise.
O eminente ajuizamento de Ações Civis Públicas contra ela por envolvimento e manipulação na distribuição da verba de publicidade do Governo de Minas. Esse fato foi noticiado pelo Novojornal em Janeiro de 2013: “Andréa Neves: A Dama de R$ 2 Bilhões de Reais”.
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