Weliton Durães, natural de Salinas, no Vale do Jequitinhonha, teve que trabalhar desde os 7 anos para ajudar nas despesas da família.
Estudante passou em Medicina, obtendo 214,9 de 230 pontos possíveis, com um aproveitamento de 93,4%.
Foto ASCOM/UNIMONTES.
Estudante passou em Medicina, obtendo 214,9 de 230 pontos possíveis, com um aproveitamento de 93,4%.
Foto ASCOM/UNIMONTES.
Texto de Leia Oliveira, publicado no Folha Regional, de Taiobeiras-MG.
Primeiro lugar geral no Processo Seletivo 2014 da
Unimontes – Universidade Estadual de Montes Claros Weliton Durães foi aprovado para
uma vaga no curso de Medicina. Ele foi aprovado com 214,9 pontos em um total de
230 pontos. Isso equivale a 93,4 % de acertos. Inscrito na
categoria de egresso da escola pública – carente, concluiu o ensino médio na
Escola Estadual Coronel Idalino Ribeiro, em Salinas, no Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais, onde nasceu.
Aos 26 anos, enfatiza que o ingresso na Unimontes, no curso de
Medicina, é a realização de um sonho. “Estou entrando em uma instituição que é referência
na região e que permite que pessoas como eu tenham acesso ao ensino superior “,
disse Weliton. E completou: "Por isso agradeço a minha família e a Deus, em
especial, que é a fonte principal do meu conhecimento”.
O campeão do vestibular da Unimontes fez questão
de contar a sua história de vida até a conquista da vaga. Considera o primeiro
lugar como um exagero, mas , ao mesmo tempo, o vê como um troféu diante de inúmeras
adversidades. De origem humilde, Weliton teve que trabalhar aos 7 anos de idade
para ajudar em casa. “Vendia salgados
e sucos na rua, mas nunca abri mão dos estudos. Depois, entrei para a Guarda
Mirim de Salinas, que é um projeto social no qual jovens carentes se tornam aprendizes em
bancos, escritórios e empresas”, relatou.
Weliton revela que o interesse por Medicina foi
despertado por traumas pessoais: a doença degenerativa do avô e a crise com
convulsões que o seu pai teve em casa. “Já
era para eu ter saído de casa, mas eu me atrasei e foi justamente neste tempo a mais que fique i por lá que o meu pai
passou mal. Eu que o socorri com massagem cardíaca e respiração boca a boca. Consegui
salvar a vida dele”. Nos exames a
seguir, seu pai teve detectada uma disritmia cerebral, mas sem sequelas.
O mal súbito do pai o fez adiar um sonho: o de se
mudar para Montes Claros e tentar o ingresso em um curso superior. Somente um
ano depois resolveu se mudar para tentar um vestibular. Não conseguiu a vaga em
Medicina, mas foi aprovado em Odontologia,na própria Unimontes. Weliton chegou
a vender doces na Universidade para custear os gastos extras. Neste intervalo
se casou.
"Durante um ano, acordava às seis da manhã e dormia às onze da noite, todos os dias. Era apenas os livros e eu, em casa".
Um ano e meio depois de cursar as aulas de
Odontologia, com muitos atropelos, como ele mesmo diz, Weliton desistiu do curso.
“Eu queria mesmo era Medicina, um
objetivo de vida. Durante um ano, acordava às seis da manhã e dormia às onze da
noite, todos os dias. Era apenas os livros e eu, em casa. Só minha esposa
trabalhava e tive que contar com ajuda da família para comer, me vestir,
calçar, praticamente tudo. Minha esposa só conseguiu trabalho há seis meses”.
Segundo ele, valeu a pena. “Não
quero ser mais um acadêmico de Medicina, quero fazer a diferença”. Nos
planos, se tornar um cirurgião e pediatra. “Ainda não tenho filhos, mas gosto muito de crianças. A pediatria é uma área
carente de profissionais. Mais um motivo para eu ter compromisso com a causa”.
Um comentário:
Weliton , parabéns , com certeza Deus te deu essa chance porque você realmente merece , agora é só agradecer a Deus e se consagrar um dos melhores médicos desta região !!! Parabéns .
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