sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Comercinho: Copanor não fornece água mas cobra de consumidores

Segundo os moradores, caminhões-pipa contratados pela COPANOR não estão dando conta de abastecer toda a cidade. Além disso, há cobrança pelo fornecimento de água no caminhão-pipa.
Fonte: G1



Segundo moradores, em todos
os bairros de Comercinho, no 
Vale do Jequitinhonha, o fornecimento
de água está comprometido.

E a situação seria mais grave 
para quem mora na parte alta 
da cidade, como dona Terezinha 
Franca, do bairro Cruzeiro. Ela abre 
todas as torneiras da cozinha, 
mas não pinga uma gota. 
Água, só comprando.

No terreno da casa de dona 
Florípes Dutra de Lima, zona 
rural de Comercinho, havia uma
horta onde ela mesmo plantava
de tudo.


Água?! Ela tem, só que não é mais tratada.

A falta d'água em Comercinho obriga muitos moradores mudarem a rotina. 
Eles caminham por quase um quilômetro, enfrentam poeira, calor, até chegar 
em uma nascente para lavar roupas. E do lado, o córrego de areia, ou o que
sobrou dele.

É o que dona Elizabete Gomes tem feito há quase três meses. Ela leva, pelos 
menos, 200 peças de roupa para lavar na nascente todos os dias.

A água que chega na casa da dona Florípes, sai de um córrego. Os moradores 
dizem que o esgoto é despejado em um leito. Eles encaminharam ofícios à 
Fundação Estadual do Meio Ambiente e ao Ministério Público comunicando a 
situação. 

O problema já dura cerca de oito meses, segundo os moradores. Transtorno que
mobilizou parte dos oito mil habitantes. 

Na Câmara Municipal foi realizada uma audiência pública com a participação de representantes da prefeitura, comunidade e um Promotor de Justiça de Medina, 
cidade a 40 quilômetros de Comercinho. 

Todos queriam uma explicação da Copanor, companhia responsável pelo 
fornecimento de água no município. O promotor não quis gravar entrevista. 
Após a audiência, alguns moradores foram para as ruas protestar. Com faixas 
e baldes na cabeça, pararam em frente à sede da Copanor e mostraram as 
contas de água que não param de chegar. A do mês de julho, chegou no valor
de quase R$90.

Ninguém na Copanor estava autorizado a falar sobre o assunto. Um funcionário 
tentou explicar porque a água não estaria chegando a alguns lugares.

Comentário:
Comercinho é um município do Médio Jequitinhonha que vive problemas profundos.
É um dos mais pobres do pobre Vale do Jequitinhonha, com indicadores 
sócio-econômicos preocupantes.
Percebe-se que o prefeito Rogério Rafael não participou da audiência pública na
Câmara Municipal. Com certeza, participou do convencimento de entrega da
concessão dos serviços de água municipais à COPANOR.

A concessionária, parida no governo Aécio Neves, poucos investimentos faz nas
localidades onde assumiu os serviços de abastecimento de água.


Rogério é prefeito da cidade pela terceira vez. Poderia ser candidato novamente, 
mas desistiu.
Poucas famílias controlam o poder político há décadas. Com este controle ferrenho, 
nestas eleições municipais de 2012 há um candidato a prefeito somente. 
Candidato único que indica que as coisas devem permanecer como estão.
Ou seja, muito ruins.
Tomara que não piore.

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