Sala cheia, aprendizados em diversas áreas, muitas experiências em comum e alunas empolgadas. Foi assim a abertura, na semana passada, dos cursos de Auxiliar de Confeitaria e Auxiliar Administrativo, em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, mulheres já frequentam os cursos de Artesão de Biojoias e também o curso de Preparador de Doces e Conservas.
Na cidade de Machacalis, no Vale do Mucuri, também foi formada uma turma de Artesão de Biojoias – fabricação de joais que privilegia materiais locais, sementes da região, pedras, recicláveis, como casca de coco, entre outros. Em Ribeirão das Neves, também na RMBH, dois cursos de Assistente Administrativo serão ministrados: um teve início na quarta-feira (20/10) e, o outro, na mesma área de Empreendedorismo vai começar no dia 27 deste mês.
As alunas do Programa Pronatec/FIC Mulheres Mil, realizado pela Fundação de Educação para o Trabalho de Minas Gerais (Utramig), são mulheres em situação de vulnerabilidade e, em sua maioria, beneficiárias do Programa Bolsa Família.
Em Sabará, a disposição para o aprendizado é visível porque o curso de Confeitaria, além de abrir possibilidades de emprego, é uma área em que as mulheres gostam e levam jeito por já terem conhecimentos anteriores.
A turma está animada e cheia de expectativas positivas, de olho no futuro. “Eu e minhas colegas estamos gostando muito, queremos saber logo como serão as aulas práticas de auxílio à paneteria”, completa.
Os cursos são gratuitos, realizados em parceria com as prefeituras, com foco no empreendedorismo e na produção sustentável, de acordo com as demandas de cada região. São compostos por um módulo básico, que engloba o ensino de Português, Matemática e Informática, e um módulo específico, que foca na profissionalização.
Assim, a Utramig vai chegar, ao todo, a 14 municípios mineiros, com a abertura de 23 cursos, totalizando 480 vagas, até o início do ano que vem.
Qualificação em todo estado
Como as mulheres de Sabará, Araçuaí, Machacalis e Ribeirão das Neves, outras turmas iniciaram as aulas nesta semana. As mulheres das Ocupações Rosa Leão e Dandara, em Belo Horizonte, começaram a aprender, nesta semana, as técnicas de corte e costura, além das disciplinas básicas (Português e Matemática e Informática) e aprendizados gerais sobre cidadania e papel da mulher na sociedade.
Em Contagem, também na RMBH, no final do mês (31/10), serão iniciadas as aulas de assistente administrativo dirigidas às mulheres da região para o primeiro curso de empreendedorismo para este público específico, realizado pelo Governo de Minas Gerais, em uma iniciativa inédita.
Além de conhecimentos específicos sobre empreendedorismo, economia solidária, saúde e autoestima e das aulas práticas, o Programa tem ainda um módulo direcionado a debater o papel da mulher, com intuito de proporcionar a interlocução dos conhecimentos curriculares à realidade do cotidiano das participantes do Mulheres Mil.
Um caminho para o futuro
No Vale do Jequitinhonha, as mulheres da cidade de Araçuaí já frequentam os cursos de Artesão de Biojoias ou de Preparador de Doces e Conservas.
“Minha expectativa é aprender sobre o Biojoias e ter minha própria renda. Estou achando super legal, está tendo uma dinâmica que a gente fala sobre violência e expomos o que a gente sente, troca experiências com as demais mulheres e está sendo importante para todas nós”, diz a aluna Rosana Paula Lima.
De acordo com a professora Bárbara Nascimento de Lima, que ministra o módulo ‘Educacional Central’, disciplina dos cursos de artesão de biojoias e preparador de doces e conservas, com foco em empreendedorismo, associativismo e legislação, as duas aulas inaugurais refletiram o potencial e o interesse das mulheres de Araçuaí.
“Na primeira aula, a conversa fluiu e foi muito divertido. Uma foi puxando assunto com a outra e surgiram assuntos e dúvidas de interesse em comum. A aula sobre violência doméstica com uma dinâmica que apresentou alguns casos mostrou como elas identificam e se identificam com a violência. Essas mulheres são guerreiras e estão dispostas a serem independentes, não tem descrição em palavras para a luta delas”, diz Bárbara Nascimento de Lima, professora do Mulheres Mil, da Utramig.
(Fonte: Agência Minas
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