O I ENCONTRO DE FLAUTAS DO JEQUITINHONHA - AS BANDAS DE TAQUARA será a primeira reunião de todas as sete bandas de taquara dos municípios de Minas Novas, Capelinha e Angelândia, atualmente em atividade.
O evento contará com apresentações musicais; oficinas de dança, confecção de instrumentos musicais e máscaras usadas nas bandas; rodas de conversa; e feira de artesanato e produtos agrícolas.
O evento será realizado na comunidade de Quilombo, de Minas Novas, nos dias 05 e 06 de novembro, sábado e domingo, com atividades o dia todo.
Realização: ASPOQUI (Associação Quilombola de Quilombo)
Parceria: Programa Canta Minas (Rádio Aranãs, de Capelinha)
Apoio: Café Aranãs, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Minas Novas, Ampliar, Fazenda Água Limpa, Casa da Cultura de Capelinha e Madercap
Patrocínio: CODEMIG
Realização: ASPOQUI (Associação Quilombola de Quilombo)
Parceria: Programa Canta Minas (Rádio Aranãs, de Capelinha)
Apoio: Café Aranãs, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Minas Novas, Ampliar, Fazenda Água Limpa, Casa da Cultura de Capelinha e Madercap
Patrocínio: CODEMIG
PROGRAMAÇÃO
SÁBADO, 5/11
8:00 Café da manhã de boas vindas
9:00 Apresentação musical
Banda de taquara de Santiago/Quilombo
Banda de taquara de Santiago/Quilombo
9:30-11:00 Oficina de confecção de flautas (canudos)
Manoel Moreira (Quilombo), Simeão Rodrigues (Santiago)
Manoel Moreira (Quilombo), Simeão Rodrigues (Santiago)
11:00-12:00 Demonstração de confecção de caixa
Mestre Antônio Bastião (Minas Novas)
Mestre Antônio Bastião (Minas Novas)
13:30 Apresentação musical
Banda de Taquara de Santo Antônio dos Moreiras
Banda de Taquara de Santo Antônio dos Moreiras
14:00-16:00 Vivência: reflexões sobre alimentação e o brincar na infância (direcionado a mães e educadores)
Adelsin/Viviane Fortes (Brincantes)
14:00-14:30 Manejo de cera de abelha (usada na confecção de flautas e outros fins)
Tião Chaves (Santo Antônio dos Moreiras)
Tião Chaves (Santo Antônio dos Moreiras)
14:30-16:30 Oficina de confecção de careta (máscaras usadas nas bandas de taquara)
Antônio Rodrigues Pereira (Ramos)
Juarez Pacheco (Ramos)
Antônio Rodrigues Pereira (Ramos)
Juarez Pacheco (Ramos)
14:30-16:30 Oficina de confecção de flautas (canudos)
Antônio Luís (Santo Antônio dos Moreiras), José Francisco (Santo Antônio dos Moreiras)
Antônio Luís (Santo Antônio dos Moreiras), José Francisco (Santo Antônio dos Moreiras)
16:30-18:00 Oficina de danças com o Grupo de danças regionais do Buracão/Tibuna
18:00 Apresentação musical
Banda de Taquara Antiga Geração e Boi Bumbá
Banda de Taquara Antiga Geração e Boi Bumbá
19:30 Leilão
20:30 Baile regional
DOMINGO – 6/11
8:00-9:30 Oficina de confecção de flautas (canudos)
Teresino dos Anjos (Sapé), Gabriel Moreira (Sapé), Geraldo Lopes
Teresino dos Anjos (Sapé), Gabriel Moreira (Sapé), Geraldo Lopes
9:00-11:00 Vivência de brincadeiras (direcionado para crianças)
Adelsin/Viviane Fortes (Brincantes)
Adelsin/Viviane Fortes (Brincantes)
9:30 Apresentação musical
Banda de taquara da Bem Posta
Banda de taquara da Bem Posta
10:00-11:30 Roda de conversa: Bandas de Taquara, patrimônio cultural e direito quilombola
Rafael Barros (Ministério Público de Minas Gerais)
Alessandro Borges (Presidente da Coquivale – Comissão das Comunidades Quilombolas do Médio Jequitinhonha)
Maria dos Anjos Soares (Aspoqui – Associação Quilombola de Quilombo)
Daniel de Lima Magalhães (Coordenador do I Encontro de Flautas do Jequitinhonha)
Rafael Barros (Ministério Público de Minas Gerais)
Alessandro Borges (Presidente da Coquivale – Comissão das Comunidades Quilombolas do Médio Jequitinhonha)
Maria dos Anjos Soares (Aspoqui – Associação Quilombola de Quilombo)
Daniel de Lima Magalhães (Coordenador do I Encontro de Flautas do Jequitinhonha)
11:30 Apresentação musical
Banda de Taquara do Sapé/Timirim
Banda de Taquara do Sapé/Timirim
13:00 Apresentações musicais
Banda de Taquara de Santo Antônio do Fanado
Banda de Taquara da Chapadinha/São Benedito
Banda de Taquara da Chapadinha/São Benedito
14:00 Roda de conversa: Bandas de taquara - passado, presente e futuro
Representantes das Bandas de Taquara presentes
Representantes das Bandas de Taquara presentes
15:00 Apresentações musicais
Banda de Taquara de Santiago/Quilombo
Banda de Taquara de Santo Antônio dos Moreiras
Banda de Taquara Antiga Geração
Banda de Taquara de Santiago/Quilombo
Banda de Taquara de Santo Antônio dos Moreiras
Banda de Taquara Antiga Geração
16:30 Homenagem a mestres e tocadores
17:00 Grande roda com as Bandas de Taquara.
Localizada na zona rural do município de Minas Novas, a comunidade de Quilombo sediará o evento, que terá, além da apresentação de diversos grupos tradicionais da região, oficinas e demonstração de construção de instrumentos característicos das bandas de taquara, como as caixas e flautas, além da confecção de caretas, máscaras utilizadas pelos grupos.
O público ainda poderá levar para casa produtos da feira de artesanato e agricultura familiar produzidos pelas comunidades do entorno, aprender como se faz a extração da cera de abelha (matéria prima que compõe a fabricação de flautas, caixas e máscaras), conhecer e aprender danças tradicionais da região e participar de rodas de conversa sobre patrimônio cultural e direito quilombola.
Atividades para crianças estarão a cargo dos brincantes Adelsin e Viviane Fortes, que também foram convidados para um encontro com educadores e famílias para falar do alimento na infância.
SOBRE AS BANDAS DE TAQUARA DO JEQUITINHONHA:
Na zona rural próxima às cidades de Capelinha, Minas Novas, Angelândia e Setubinha, no Alto Jequitinhonha, tornou-se popular a figura do ‘canudeiro’, tocando uma flauta chamada ‘canudo’. Este é um nome regional que se refere à mesma flauta conhecida por ‘gaita’ em outras partes do Norte de Minas, em Sergipe e na Bahia. Participa o canudeiro de conjuntos musicais centenários, conhecidos por ‘bandas de taquara’, um nome que revela ao mesmo tempo o material de que são feitos os canudos e a proeminência que eles têm no grupo. Atualmente existem sete bandas de taquara em atividade, em comunidades rurais: Bem Posta e Santiago/Quilombo, no município de Minas Novas; Santo Antônio do Fanado e Chapadinha, no município de Capelinha; Santo Antônio dos Moreiras (onde há duas) e Sapé/Timirim, no município de Angelândia. Ainda neste último município, há tocadores na comunidade de São Benedito que se juntam aos de Chapadinha quando são chamados.
Uma das características fundamentais destes grupos é a presença de uma gama definida de instrumentos musicais, tendo por base duas flautas, algumas caixas (três ou mais), zabumba (um ou mais), pandeiros e reco-recos. Algumas bandas incluem um instrumento harmônico, ocasionalmente, como o acordeon, a viola ou o cavaquinho. Chocalho de latinha, matraca e outras percussões pequenas são também ocasionalmente vistos. As bandas de taquara têm uma média de 12 a 15 integrantes, podendo chegar a 20 tocadores ou mais, em alguns casos.
Entre as bandas, há algumas bem antigas, contando certamente com mais de 100 anos de atividade contínua, como a da Bem Posta e a de Santo Antônio dos Moreiras. A maioria delas, porém, é mais recente, apesar de formadas por tocadores experientes, que participaram de grupos antigos, já extintos. É o caso das marujadas das comunidades de Sapé/Timirim e Chapadinha, criadas por seus líderes há cerca de 15 anos. A criação de novas bandas continua em pleno vigor, tendo a última marujada surgido há 6 anos, na comunidade de Santo Antônio do Fanado, município de Capelinha. Na realidade, o que houve foi a retomada de um antigo grupo, desativado há mais de 40 anos.
As bandas de taquara, enquanto ‘bandas de música’, são requisitadas principalmente para as domingadas e as festas de santo, sendo as responsáveis pelos levantamentos de mastro, procissões, alvoradas, acompanhamento de danças, leilões e outros eventos. Apesar das incertezas quanto à origem destas bandas ou ‘marujadas’ (outra denominação pelos quais são conhecidos estes grupos), pode-se dizer que elas são peculiares a esta região, com características marcantes, que as distinguem de outras marujadas mineiras (há delas em várias partes do Estado) e de formações que têm presença de flautas e caixas (como os tocadores de pífanos do Serro e Minas Novas ou as folias do Baixo Jequitinhonha e das demais bandas de pífanos espalhados por todo o Nordeste brasileiro). Tal singularidade confere a este patrimônio uma grande relevância que deveria ser traduzida em ações de salvaguarda compatíveis com seu valor cultural.
Texto de Daniel de Lima Magalhães, autor do livro “Canudos, gaitas e pífanos: as flautas do norte de Minas” (2010), entre outras publicações.
Bio – Daniel de Lima Magalhães, pesquisador e idealizador do I Encontro de Flautas do Jequitinhonha
Natural de Belo Horizonte, músico, educador musical, lutier e pesquisador. Graduado em Licenciatura em Música e Mestre em Musicologia, ambos pela UFMG. Vencedor do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do IPHAN, na categoria Salvaguarda de Bens de Natureza Imaterial, com a ação “Flautas tradicionais do Vale do Jequitinhonha”. Autor dos livros “Canudos, gaitas e pífanos: as flautas do norte de Minas” e “Cancioneiro do Jequitinhonha: 160 partituras para flauta”, além da realização de documentários e outras publicações sobre a cultura popular no norte de Minas. Fundador e integrante do grupo musical Cataventoré e integrante do Pipiruí, grupo tradicional de pifeiros de Conceição do Mato Dentro.
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