O prédio da escola pertence à uma comunidade franciscana que alega não ter sido paga pelo imóvel. Moradores reclamam do desmembramento do colégio e pedem que a reversão da decisão
Moradores de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, foram às ruas da cidade na manhã deste sábado (30.08) para protestar contra a desapropriação do prédio de uma escola da cidade. O edifício em que a Escola Municipal Irmã Maria Amália se encontra pertence à Casa de Santo Antônio, entidade franciscana com sede em Belo Horizonte, e há cerca de dez anos foi desapropriado pelo governo municipal. No entanto, a entidade afirma não ter recebido nenhum pagamento pelo imóvel desde então.
Pais e alunos foram às ruas da cidade pedir que a escola não seja desmembrada – Foto: Sindiseto/Divulgação
“No mandato anterior chegamos a receber o aluguel em dia e usávamos o dinheiro para a conservação e melhoria do local. No último ano dele isso parou e no primeiro ano do mandato do novo prefeito também. Demos um ultimato ao governo e não vamos mais assumir uma responsabilidade que não é nossa”, explicou o frei franciscano Fabiano Aguiar, secretário da entidade.
O imóvel foi utilizado até meados da década de 1980 como colégio dos franciscanos da Casa de Santo Antônio e desde então, como escola municipal. “Ela é referência para a comunidade na questão pedagógica e prima pela qualidade do ensino”, afirma o funcionário público federal, Aleandro Lima Camargo, de 35 anos, pai de dois alunos da escola.
“Passei a madrugada esperando para conseguir uma vaga para a minha filha porque a gente acredita que essa escola irá ajudá-la. A estrutura física dela não é muito boa por ser muito velha, mas o intangível é excelente”, diz o pai. A escola atende hoje 2,3 mil alunos. “Ela é referência na cidade. Nas últimas Olimpíadas Nacionais de Matemática ela ganhou três medalhas, uma de ouro, uma de prata e outra de bronze, concorrendo com milhões de alunos de todo o país. Queremos sensibilizar a administração municipal para reverter esse desmembramento”, Maria Elizabeth Pena Duarte, diretora do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teófilo Otoni.
Com a desapropriação, os pais foram informados que as turmas serão desmembradas e os alunos relocados para outras escolas da cidade. “Acreditamos que se ela for dividida, vai perder a qualidade e acabar prejudicando os alunos”, ressalta Aleandro.
Fusão
Além dessa, uma outra escola da cidade passa por situação semelhante. Pais e funcionários da Escola Municipal Doralice Arruda, que funciona como Centro de Atenção Integral à Criança (Caic), foram avisados que o centro de ensino será fundido com um outro colégio para que o terreno seja usado para a construção de uma sede administrativa da cidade. “A escola é referência em educação inclusiva. É totalmente estruturada e bem instalada para educação inclusiva e infantil”, comenta a mãe e educadora da rede estadual Marcela Martins de Matos, de 30 anos. “Nosso questionamento é se teremos a garantia de manutenção da qualidade nesse processo”, pontua.
Pais e alunos foram às ruas da cidade pedir que a escola não seja desmembrada – Foto: Sindiseto/Divulgação
Nenhum comentário:
Postar um comentário